sexta-feira, 15 de maio de 2015

ARMY TANK PLANT M-109. O longo braço da artilharia brasileira (e de muitos outros países)

FICHA TECNICA (M-109 A6 Paladin)
Tripulação: 4 homens.
Motor: Um motor Detroit Diesel 8V71T com 440 hp de força.
Peso: 31,8 toneladas (carregado).
Comprimento: 9,67 m.
Largura: 3,14 m.
Altura: 3,62 m.
Autonomia: 350 km.
Velocidade: 65 Km/h em estrada.
Passagem de vau: 1,1 m.
Obstáculo vertical: 0,53 m.
Trincheira: 1,83.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 40º.
Armamento: Um canhão modelo M-284 de 155 mm e 39 calibres uma metralhadora M-2HB em calibre .50 (12,7 mm).
Alcance das granadas: Convencional: 30 km, Granada M-982 Excalibur: 57 km.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A artilharia autopropulsada é um dos equipamentos militares mais difundidos nos exércitos do mundo. No ocidente, o obuseiro autopropulsado mais difundido, por longa margem, é o norte americano M-109, desenvolvido a partir de 1952, com intuito de substituir o velho obuseiro autopropulsado M-44. Desde a entrada em serviço no exército dos Estados Unidos em 1963, diversas versões do M-109 foram desenvolvidas e fornecidas a exércitos alinhados com os Estados Unidos.  Os primeiros M-109 tinham um canhão M-126, caracterizado pelo seu curto comprimento e um grande freio de boca, porém em calibre 155 mm. Este canhão tinha um alcance de apenas 14,3 km. Logo ficou claro a necessidade de um canhão com desempenho melhor e assim foi desenvolvido a versão M-109 A1 cujo canhão foi uma versão aumentada do canhão original que foi batizado de M-126 A1. Este canhão permitiu um aumento do alcance para 18 km.
 
Acima: O obus auto propulsado M-44 foi substituído pelo M-109, um sistema de artilharia que acabou se tornando o mais popular do mundo.
Ainda procurando melhorar mais o alcance efetivo do M-109, foi instalado um novo canhão M-185 com o mesmo calibre, porém de maior comprimento, o que elevou a capacidade do M-109 em atingir alvos a 24 km de distancia. A designação desta versão ficou sendo M-109A2. Mais modificações foram sendo incorporadas de forma que se criou o M-109A3 com algumas modernizações mais leves.
O próximo passo na evolução deste clássico sistema de artilharia foi o M-109A4 com a incorporação de um sistema de proteção para guerra nuclear, biológica e química (NBQ). Novas modificações levaram a aumentar o alcance efetivo do veículo, o canhão foi, novamente, modificado para o modelo M-284 cujo alcance pode chegar a 30 km, usando granadas assistidas por foguetes, dando origem ao modelo M-109A5. 

Acima: O Exército do Brasil usa o M-109A3 e o M-109A5 que estão substituindo o velhos e pouco eficientes M-108.
A moderna versão M-109 A6 Paladin, em uso pelo exército dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. Esta versão possui o mesmo armamento que o A-5, porém seus sistemas de pontaria e controle de fogo são mais avançados e capazes, podendo, inclusive, usar a nova munição Raytheon /Bofors XM-982 Excalibur. Esta munição especial possui guiagem inercial com apoio de um GPS e aletas que permitem uma capacidade de planeio levando a granada a incríveis 57 km. Por ser guiado por GPS, a margem circular de erro (CEP) é de 5 metros. Outro interessante detalhe da versão A-6 é que o canhão conta com um sistema semi-automático para recarga, o que facilitou a vida da tripulação e permitiu uma cadência de até 8 tiros por minuto. A ultima versão deste consagrado sistema de artilharia é o M-109A7 fabricado pela empresa BAE Systems e representa o futuro da artilharia auto propulsada do exército dos Estados Unidos. O M-109A7 usa algumas tecnologias que haviam sido desenvolvidas para o obus autopropulsado XM-1203 NLOSC que acabou cancelado devido aos cortes orçamentários nos investimentos de defesa dos Estados Unidos. Assim o sistema de carregamento automático integrado a esta ultima versão permite um aumento na cadência de tiro sustentado de 4 tiros por minuto. O chassi é baseado no veículo de combate de infantaria M-3 Bradley, o que melhora a logística de combate por ter alguns componentes comuns entre as viaturas.
Acima: O M-109 A7 é a versão mais moderna do M-109 e está sendo entregue ao exército dos Estados Unidos.
Os veículos M-109, em qualquer versão, podem usar uma metralhadora M-2HB calibre .50 (12,7 mm) na parte de cima da torre. São transportadas 500 munições deste calibre dentro da torre. Já o canhão de 155 mm possui um estoque de 39 granadas dentro veículo. Mesmo assim o M-109 possui uma versão específica para recarga de munição chamada M-992 capaz de transportar 93 granadas.
A propulsão das versões mais antigas do M-109 era feita por um motor Detroit Diesel 8V71T. Este confiável motor fornece uma potência de 440 Hp e permite ao M-109 se deslocar a velocidade máxima de 65 km/h em estradas. A autonomia não é das melhores, chegando a 350 km. Já na ultima versão, a M-109A7, o motor original foi substituído pelo mais moderno Cummins VTA-903T com 8 cilindros e que produz 600 hp de potencia. Este motor é o mesmo usado no veículo de combate de infantaria M-2/M-3 Bradley.
A proteção instalada no M-109 permite a tripulação sobreviver em ambientes de guerra química, nuclear e bacteriológica, a partir da versão A-4 e a blindagem do veículo consegue resistir a impactos de projéteis de armas leves até 7,62X51mm e fragmentos de granadas. A ultima versão, a A-7, tem uma blindagem reforçada na área da torre.
Acima: O veículo da foto é o M-992, versão de recarga do M-109, que transporta granadas para os veículos M-109.Este veículo pode transportar 93 granadas em seu interior.
O Brasil adquiriu, em 1999, 37 veículos M-109A3 junto ao exército da Bélgica e 40 M-109A5 do exército dos Estados Unidos. Antes desta aquisição nossas peças de artilharia motorizadas eram compostas apenas pelo velho M-108 com um canhão de 105 mm cujo alcance mal chegava a 15 km. Mesmo sendo em numero, relativamente pequeno, estes veículos aumentaram bastante a capacidade da artilharia autopropulsada do exército brasileiro. O M-109 se manterá na ativa por décadas ainda, graças a sua confiabilidade e numero elevado de nações que o usam em suas fileiras de artilharia. A grande variedade de versões deste veículo mostra que há uma certa facilidade em implantar modernizações nele, o que também permite sua manutenção em serviço por muito tempo.
Acima: Um M-109A6 Paladin  abrindo fogo de artilharia. Notem a granada logo após  sair da boca do canhão.

Acima: Soldados do Exército dos Estados Unidos recarregam um M-109A6 com granadas de 155 mm.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO DE UM M-109 SENDO OPERADO PELO EXÉRCITO DOS ESTADOS UNIDOS.

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7 comentários:

  1. Carlos vc sabe se o EB pretende comprar mais unidades do M109? ou modernizar as unidades existentes para a versao A6?

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  2. a ultima vez q li algo a respeito, fazia mencao a um UP da versao M109A3 do EB, para a versao M109A5....so nao sei se isso ja foi contratado e iniciado. ...c a palavra o Carlos...rsrrsrs Sds

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  3. Olá Fernando. Os modelos estavam para ser modernizados, mas não sei se chegariam a ficar no padrão A6. Creio que seja uma uma modernização mais modesta.
    Abraços

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  4. Será possivel transformar os velhos M-108 em porta granadas? Obrigado.

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  5. Carregaram o projetil, depois colocaram alguma coisa menor. Seria pólvora?

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  6. Olá Marcio. Até seria, mas vale o custo? Eu, particularmente, penso que não. Um veículo mais leve sobre rodas seria mais útil, nesse caso. E tio Sam, o propelente colocado depois da granada é a carga que impulsiona a granada.
    Abraços

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  7. Existe um video de comparação entre a cadencia de tiro de um M109A6(que acabaram de ser comprados pelo EB) e o russo 2s19. A automação e a cadencia de tiro do russo é bem superior. https://www.youtube.com/results?search_query=m109a6+vs

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