sábado, 30 de maio de 2015

BELL AH-1Z VIPER. O ultimo descendente da grande família Cobra.

FICHA TÉCNICA 
Peso: 5580 kg (vazio).
Altura: 4,37 m.
Comprimento: 17,8 m.
Propulsão: 2 General Electric T700-GE-401C  com 1800 Hp cada..
Velocidade máxima: 337 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: 296 Km/h.
Alcance: 400 km com combustível interno e 1900 Km com combustível externo.
Razão de subida vertical: 541 m/min.
Fator de carga: +2.5/ -0,5 G.
Altitude maxima: 6000 m.
Armamento: 987 Kg de cargas externas. Um canhão  M-197 calibre 20 mm com 750 tiros, Misseis AGM-114 Hellfire, Misseis AIM-9L/M Sidewinder, para combate aéreo, e mísseis Stingers contra helicópteros. Lançadores de foguetes Hydra 70 de 70 mm.

PREFÁCIO
Por MessiaH  em parceria com o site Plano Brasil
Em meados dos anos 60 no auge da Guerra do Vietnam após uma requisição do US ARMY (Exército dos Estados Unidos) a Bell Helicopter apresentava um modelo nomeado de Model 209. Utilizando o motor, transmissão e rotor do famoso Bell UH-1 Iroquois “Huey”, nascia o então Bell AH-1, batizado de Cobra. O helicóptero que revolucionou o conceito de “Cavalaria Aérea”.
Por muitos anos, o AH-1 foi a espinha dorsal das forças armadas americanas e a última palavra em helicóptero de ataque e escolta, até o surgimento do Apache.
Quase 50 anos depois, entrava em operação a variante Z denominada de ZULU ou Viper no USMC (Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos) onde será utilizado pelo corpo aéreo dos Marines.
Baseado no seu antecessor, o AH-1 “Whiskey” Super Cobra com dois motores, e carregando armas e sensores no estado da arte, o AH-1Z, dá sinais claros de que a cobra está mais potente e mais letal, representando a continuidade dessa família que está pronta para responder às demandas modernas para guerra contemporânea.
Acima: O começo de tudo. O Bell 209 foi o primeiro helicóptero dedicado de combate da história e o irmão mais velho do Viper.

O HELICÓPTERO.
O AH-1Z Viper é derivado direto do AH-1W Super Cobra. Representando um dos helicópteros mais poderosos e avançado, voando hoje. A ideia de uma nova versão do famoso Cobra, surgiu em paralelo ao desenvolvimento da versão Y do helicóptero UH-1, também produzido pela Bell Helicopter com o programa de modernização H1 lançado em 1996, o resultado foi uma comunalidade entre o AH-1Z e UH-1Y tendo 84% de seus componentes idênticos. Assim como o AH-1W que está sendo reconstruído e redesenhado para o padrão AH-1Z. A confiabilidade tradicional da série Huey agora contribui para o excelente desempenho, dinâmica de state-of-the-art e aviônicos do Programa H1. O primeiro voo ocorreu em 2000. Sendo introduzido no US Marine Corps dez anos depois, em 2010. E tendo produção de grande escala iniciando já em 2012.
Acima: O AH-1Z Viper é o mais avançado helicóptero da família Cobra. As mudanças incorporadas nesta versão tornaram o Viper mais rápido, manobrável, e melhor armado que as variantes anteriores.

PROPULSÃO
Uma das modificações principais no AH-1Z Viper foi a nova propulsão, agora baseada em duas turbinas General Electric T700-GE-401C Turboshaft que podem entregar uma potência de até 1.940 shp cada uma se necessário (a potência operacional fica em torno de 1800 shp). Vale ressaltar que turbinas da mesma família equipam outras aeronaves de asas rotativas como o UH-1Y Venom, UH-60 Blackhawk, MH-60 Seahawk e AH-64 Apache.
Além da remotorização, foi adicionado um novo rotor com 4 pás ao invés das tradicionais duas que equipavam os Cobras desde sua primeira versão. As pás são feitas de compósitos que reduzem o peso e aumentam a proteção balística, além de contarem com um sistema de dobragem semi-automática para facilitarem o armazenamento a bordo de navios de assalto anfíbio. Para fins de supressão de ruído e calor, os escapes das turbinas são cobertos com defletores de calor (HIRSS) Hover Infrared Suppression System, uma carenagem que direciona o fluxo para longe da estrutura da aeronave e refrigerar o mesmo.
A configuração de quatro pás fornece melhorias nas características de voo, incluindo o aumento do envelope de voo, velocidade máxima, subida da velocidade vertical, carga útil e redução do nível de vibração do rotor. Modificações que trouxeram melhor desempenho e aumento significativo da segurança em voo. O novo sistema utiliza 75% menos peças do que rotores articulados convencionais, reduzindo significativamente o seu peso.
Acima: Os novos motores General Electric T-700-GE-401C possuem defletores de calor (HIRSS) para afastar o calor do escape para longe da aeronave.

SENSORES
A versão ZULU do AH-1 teve sua aviônica e sistemas integrados (IAS) desenvolvidos pela Northrop Grumman. O “cérebro” do Viper consiste em dois computadores de missão e um sistema automático de controle de voo, garantindo mais confiabilidade as operações. Cada estação da tripulação possui duas telas multifunções de LCD 8 × 6 polegadas e um display de 4.2 × 4.2 polegadas.
Os monitores são fornecidos pela L-3 Ruggedised Command and Control Solutions. Enquanto que a Smiths Aerospace fornece o sistema de controle de estoque de armamentos e de transferência de dados.
Além da suíte de navegação que conta com mapas digitais dinâmico, um moderno sistema de navegação inercial e sensores que auxiliam a tripulação quando em voo pairado garantido a máxima letalidade sem a necessidade de se expor ao fogo inimigo.
Tanto piloto quanto artilheiro do AH-1Z estão equipados com capacetes HMS/D (Helmet Mounted Sight and Display) no qual todas as informações referentes a velocidade, potência, altitude e principalmente informações sobre o alvo são providas na viseira da tripulação. O modelo “Top-Owl” da Thales foi o escolhido para equipar as tripulações do Viper que incorpora conceitos alternativos de visão noturna com base na tecnologia existente promovendo uma integração com a tecnologia já comprovada, ou seja, um aperfeiçoamento do “Top-Owl”.

Acima: O capacete Top-Owl é parte integrada do sistema de sensores do Viper. Graças a ele o piloto pode atuar com muito maior agilidade e maior conciência situacional em condição de combate.
A projeção na viseira fornece imagens em infravermelho, o que garante a operação em quaisquer condições climáticas, seja dia ou noite. O sistema de mira do Viper foi desenvolvido pela Lockheed Martin, conhecido por Hawkeye XR ou TSS – Target Sight System, o sistema incorpora um sistema de controle de fogo (AN/AAQ-30) múltiplos sensores eletro-ópticos e infravermelhos(EO/IR), um sensor FLIR de 3º geração que opera nas bandas de 3-5 microns, um sensor CCD TV em cores com uma resolução de 640×512 e um designador laser. O TSS oferece a capacidade de identificar e designar alvos na faixa máxima das armas, melhorando significativamente a plataforma nos quesitos de sobrevivência e letalidade, principalmente se comparado ao antigo NTS operado nos AH-1W. O AH-1Z Viper pode operar ainda com um radar Longbow instalado na ponta de um de seus cabides de armamentos (asa). Este radar poderá detectar, classificar e priorizar múltiplos alvos fixos e moveis, sendo que o alcance para alvos moveis é de 8 km e para alvos estáticos é de 4 km.
Para defesa ativa, o helicóptero é equipado com o dispensador chaff/flare AN/ALE-47 “Smart” fabricado pela BAE Systems Defesa Integrated Solutions e Lockheed Martin Tactical Defense Systems, dispositivos de alerta de mísseis AAR-47 Missile Warning Device e um sistema AVR-2A Laser Warning Receive APR-39A(v) 2 Radar Warning Receiver que alerta a tripulação em caso de estarem sob mira, seja de um míssil guiado por radar ou a laser.
Acima: O sistema multi sensor TSS AN/AAQ-30 dá ao Viper a capacidade de enxergar em qualquer condição de luminosidade ou climática, além de fornecer dados para pontaria das armas guiadas a laser.

ARMAMENTO
O AH-1Z pode ser armado em seus 6 pontos fixos nas asas com mísseis ar-terra AGM-114 Hellfire, usados para destruir carros de combate pesados ou qualquer outro tipo de alvo reforçado e mísseis ar-ar AIM-9L/M Sidewinder, guiados por infravermelho, para auto defesa contra aeronaves de baixo rendimento como outros helicópteros ou aeronaves lentas; pods de foguetes Hydra de 70 milímetros (7 e 19 tiros) e a versão APKWS guiada, além do armamento fixo na torreta abaixo do nariz um canhão M-197 Gatling com 3 canos rotativos que disparam a uma cadência de 1500 tiros por minuto e com uma capacidade para até 750 munições ou levar ainda tanques externos auxiliares de combustível de 291 e 378 litros. Bombas de manejo Mk-76, BDU-33D, Mk-106 e bombas incendiárias Mk-77.
Acima: Nessa foto o Viper apresenta sua carga de armas completa com dois mísseis ar ar AIM-9M Sidewinder, 8 mísseis AGM-114 Hellfire, dois casulos com 19 foguetes Hydra de 70 mm além do canhão rotativo M-197 calibre 20 mm.

COCKPIT E SEGURANÇA
O cockpit do AH-1Z foi projetado de acordo com o conceito HOCAS (Hands on Collective and Stick) que permite ao piloto voar sempre com as mãos nos controles direcionais e de potência. Outra característica peculiar ao Viper é que ambas as posições, tanto operador/artilheiro quanto a do piloto são bastante similares dando total capacidade de pilotagem e combate a qualquer um dos tripulantes, característica que facilita inclusive o treinamento das tripulações.
Os assentos foram projetados para serem resistentes e atenuarem o choque em caso de queda da aeronave. Os skis de aterrissagem também foram concebidos para absorverem a energia do choque. E todos os tanques de combustíveis possuem auto vedação para impedirem que se incendeiem.
Toda a célula foi construída de modo a resistir a impactos e preservar as estruturas sensíveis um design conhecido como Mass Retection (retenção de massa).
Acima: O cockpit do piloto e do artilheiro é praticamente idêntico, o que possibilita a funcionalidade dobrada e maior segurança de voo para a tripulação.

CONCLUSÃO
De fato, o AH-1Z Cobra/Viper pode ser considerado o mais revolucionário helicóptero da atualidade, sendo descendente de uma já testada e aprovada família, este formidável helicóptero garantirá por outros muitos anos a vanguarda da aviação de escolta e ataque dos Fuzileiros Americanos (Marines) e demais nações que venham a adquiri-lo.
Agregando a experiência adquirida nos últimos conflitos ao que há de mais moderno hoje em tecnologia o Cobra/Viper foi desenvolvido sob medida para o USMC e poderá enfrentar qualquer ameaça além das convencionais para o qual foi projetado. A capacidade de operar mísseis ar- ar AIM-9L/M Sidewinder e futuramente a versão AIM-9X, deixará o campo de batalha muito mais hostil para aeronaves inimigas. Porém sua principal característica ainda será a de aeronave de contra insurgência, atuando em apoio direto as tropas.
No cenário brasileiro, o AH-1Z Viper seria um excelente vetor se operado pela Aviação do Exército ou por um corpo aéreo dos Fuzileiros Navais brasileiros que estrategicamente seria criado, visto que a Estratégia Nacional de Defesa prevê como força expedicionária o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha.
Atuando em parceria com os EC-725 Caracal e Blackhawk’s brasileiros nas missões de C-SAR, escolta e ataque os Cobras seriam ferramentas importantes nas ações estratégicas brasileiras, principalmente no teatro Amazônico que hoje carece de meios operativos de transporte e vigilância.
Por fim, percebe-se que muito de suas linhas originais foi preservada nesta variante Z, porém como já citado, com novo coração, novo cérebro e novos olhos essa Cobra demonstra que está mais venenosa e mais letal do que nunca e pronta para a qualquer momento dar seu bote fatal.


ABAIXO UM VÍDEO DOCUMENTÁRIO SOBRE O AH-1Z VIPER

5 comentários:

  1. Grande Carlos! Excelente matéria. Qual seria o mais poderoso: o russo Havoc ou o americano Viper? Qual seria o mais adequado para a Aviação do Exército Brasileiro e os Fuzileiros Navais?

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  2. Olá Fabiano! Obrigado O MessiaH mandou bem nessa pesquisa mesmo! O Havoc, Hoje conhecido como Night Hunter, é mais poderoso. Ele é mais bem armado e mais resistente a danos de combate. Porem, penso que o Viper seria melhor que o Havoc pois temos uma boa relação com a Bell e isso facilita o suporte pós venda, além do que, o armamento usado pela FAB tem padrão ocidental, o que por sua vez também facilita a integração e suporte no modelo americano.
    Abraços

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  3. Excelente helicoptero , mas eu ainda prefiro o Mangusta ou Mi 28 no EB.

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  4. A FAB tem 12 MI35. Se os Fuzileiros comprassem 20 MI28. Exercito e Marinha a mesma quantidade, essas aquisições não incentivariam o fabricante à prestar uma melhor assistência técnica?

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  5. Olá Tio SAM. O problema da assistência técnica não tem a ver com a quantidade de equipamentos que adquirimos. É um problema relacionado, na verdade, com a forma de trabalho deles... com a organização. Eles estão melhorando . Já foram bem pior antes, porém não chegam a ser tão bons como um fornecedor americano ou europeu.
    Abraços.

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