terça-feira, 27 de setembro de 2016

A-222 BEREG. Fogo pesado contra invasores costeiros.


FICHA TÉCNICA 
Tripulação: 8 homens.
Motor: Um motor D12A-525 Diesel  com 525 hp de força.
Peso: 43,7 toneladas (carregado).
Comprimento: 12,95 m
Largura: 3,01 m.
Altura: 3,93 m.
Autonomia: 650 km.
Velocidade: 60 Km/h em estrada.
Obstáculo vertical: 0,60 m
Trincheira: 1,83
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Armamento: Um canhão modelo AK-130  de 130 mm. Veiculos de apoio uma metralhadora PKT em calibre 7,62 X 54 mm
Alcance das granadas: 27 km

DESCRIÇÃO
Por Anderson Barros em parceria com o site Plano Brasil
Quando falamos de sistemas de defesa costeira da Rússia nos vem em mente os sistemas baseados em misseis como o sistema BAL-E que utiliza misseis KH-35 ou o monstruoso Bastion que emprega os misseis  P-800 Oniks mas, poucos sabem que a Rússia utiliza um sistema de defesa costeira baseado em artilharia autopropulsado. Esse sistema se chama A-222 Bereg (Costa).
O sistema de Artilharia de defesa costeira A-222 Bereg de 130 mm foi desenvolvido no final da década de 1980. A missão principal deste sistema de artilharia  é deter embarcações inimigas como navios, lanchas ou hovercraft,  evitando que as mesmas desembarquem tropas inimigas nas praias. O Bereg também pode ser usado como artilharia para destruir alvos em terra. O desenvolvimento do A-222 Bereg foi tido como um complemento de baixo custo aos sistemas de misseis de defesa de costeira. O Bereg foi revelado ao publico pela primeira vez em 1993 e as primeiras unidades entraram em serviço dez anos depois, onde também começou a ser oferecido ao mercado de exportação, sendo que, no entretanto, não obteve, ainda, vendas no mercado externo.

Acima: Projetado para cobrir a lacuna de alcance que os mísseis anti navio de defesa costeira russos não são capazes de cobrir, o A-222 Bereg é um sistema de artilharia sem um concorrente direto.
Seu armamento e composto por um canhão de uso naval AK-130 de 130 mm com carregamento automático o que fornece uma excelente taxa de disparo de 12 tiros por minuto. Graças a essa taxa de disparo o mesmo pode ser utilizado como artilharia atingindo alvos em terra ou no mar mas também podendo ser utilizado na função antiaérea. O AK-130 utiliza munição HE (Alto explosivo), HE FRAG (alto explosivo com fragmentação) ou munição antiaérea 3P (Pre-Fragmented, Programmable, Proximity). Existe a opção de se usar munições inteligentes para garantir uma maior precisão e uma menor margem de erro do ponto de impacto. Cada veiculo  possui um estoque de 40 granadas no seu interior.  O alcance máximo doo canhão e de 27 km.
O canhão e montado em uma torre rotativa capaz de girar 360° onde também estão armazenados o sistemas de carregamento automático e o cofre de munições. Os veículos de artilharia não possuem armamento secundário e os veículos de controle de fogo e apoio são armados com um metralhadora coaxial PKT em calibre 7,62 X 54 mm que dispara a uma cadência de 800 tiros por minuto.
Acima: Utilizando um canhão naval AK-130 com carregamento automático, o A-22 Bereg consegue impor uma cadência de 12 tiros por minuto.
As informações sobre os alvos são fornecidas pelo veiculo de comando e controle no qual pode acompanhar  4 alvos simultaneamente e a bateria pode atacar 2 alvos diferentes ao mesmo tempo. A bateria também pode receber informações via data link de outros vetores tais como navios, aeronaves ou até mesmo satélites. Porem em caso de necessidade cada veiculo de artilharia pode realizar disparos de forma independente selecionando seus próprios alvos. Os  A-222 Bereg pode operar de forma dispersa com uma distancia de um quilômetros  entre cada veiculo o que fornece uma maior proteção em caso de ataque e  uma maior cobertura na área a ser defendida pelo sistema.
Acima: O controle de fogo é executado, normalmente pelo veículo de comando equipado com sistemas que lhe permitem acompanhar quatro alvos simultaneamente.
Todo o sistema  A-222 Bereg e montado sobre um caminhão MAZ-543 8x8 equipado com um motor a diesel D12A-525  que desenvolve uma potencia de 525 Hp, levando o veículo a uma velocidade máxima de 60 km/h em estrada. A autonomia  está em 680 km. Uma bateria opera geralmente entre seis e oito veículos  de artilharia um veículo de comando-controle, um veículo de comunicações, e veículos de apoio e remuniciadores.
Acima: O veículo de serviços de combate fornece energia elétrica para a bateria de artilharia, assim como acomodação para a tripulação que opera todo o sistema.
O A-222 Bereg é um veículo projetado para uma missão da qual ele não encontra um concorrente direto no mercado. A Rússia acertou em cheio produzindo um sistema de artilharia que, embora tenha como missão primária a defesa costeira, pode , sem problemas operar em situações "normais" que outros sistemas de artilharia operam. A possibilidade de emprego de granadas guiadas garante uma precisão que normalmente só é conseguida por mísseis, bem mais caros.
Acima: A opção de uso de um caminhão MAZ-543 configurado com tração 8X8  permite ótimo desempenho de estrada e ainda operar em terrenos irregulares com boa desenvoltura.


VIDEO


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6 comentários:

  1. Ótimo texto Carlos e Anderson, realmente desconhecia este sistema, acho eu por sempre pensarmos em defesa costeira pelos sistemas de misseis. Eu fico admirado com a engenhosidade Russa, meio rústica, sem a necessidade de recursos tecnológicos de última geração mas que parecem ser projetados exclusivamente para seu objetivo final. Obrigado

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  2. Esses maz são uma plataforma onipresente no exército russo, lindo esse caminhão. Gostei muito da matéria

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  3. Obrigado pessoal. Vou repassar os elogios ao Anderson que sei, ficará muito feliz. Abraços

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  4. O sistema Astros, nas costas brasileiras fariam um papel melhor ou pior que o Bereg?
    Até onde eu sei não temos artilharia costeira.

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    Respostas
    1. Acho complicado colocar uma comparação.Não são o mesmo tipo de armamento. Penso que o sistema Astros tem menos persistência de combate por levar menos munição que o A-222. O ideal para essa missão é justamente o que a Rússia usa. Um sistema de mísseis guiados de longo alcance apoiado por um sistema de curto alcance na forma do A-222.

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