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domingo, 11 de junho de 2023

ÍNDICE DE AERONAVES MILITARES - WARFARE Blog


TUPOLEV TU-22 M3 BACKFIRE C. A Fúria branca da força aérea russa.


Tupolev Tu-22M3 Backfire C

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,82 (1008 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1,63 (2000 km/h)
Alcance: 2000 km. em velocidade supersônica ou 6800 km em velocidade subsônica.  
Teto de serviço: 14000 m.
Propulsão: 2 motores Kuznetsov NK-25 com 24520 kg de empuxo máximo.
DIMENSÕES
Comprimento: 42,46 m
Envergadura: 34,28 m
Altura: 11,5 m
Peso: 54000 kg.
ARMAMENTO
1 canhão de canos duplos GSh-23M de 23 mm com 750 munições. A capacidade de carga é de 24000 kg e que compreende: Bombas FAB-100/ 250/ 500/ 1500/ 3000 de queda livre, Minas navais de 500 e 1500 kg; mísseis Kh-22 (AS-4 Kitchen),  Kh-15 (AS-16 Kickback), e o novo míssil hipersônico Kh-47M2 Kinzhal. 

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O fantástico Tupolev Tu-22M3 Backfire C é um bombardeiro único em seu gênero devido a suas dimensões e desempenho diferenciados. Ele não é um bombardeiro de longo alcance, uma vez que seu raio de ação é de pouco mais de 2400 km e seu armamento, também não iguala o transportado pelos grandes bombardeiros estratégico como o Tu-95 Bear ou o Tu-160 Blackjack, porém, sua elevada velocidade que chega a 2000 km/h o coloca como um dos mais velozes bombardeiros dedicado do mundo ao lado do seu irmão maior Blackjack. Devido a suas características diferenciadas, o Tu-22M3 pode ser classificado como um bombardeiro estratégico intermediário.
O velho bombardeiro Tu-22 Blinder apresentou desempenho muito abaixo do que era requisitado.

O desenvolvimento do Tu-22M teve inicio nos anos 60 visando substituir o bombardeiro Tu-22 Blinder cujo desempenho não estava sendo satisfatório. Para resolver essa necessidade da força aérea russa, os engenheiros da Tupolev projetaram um grande avião com asas de geometria variável, recurso este que estava sendo amplamente usado em diversos projetos soviéticos de aeronaves de combate como o Mig-23, Su-17 Fitter e Su-24 Fencer, e que solucionava algumas das deficiências de desempenho em voo de baixa velocidade, aterrissagem e decolagem que ocorria com o antigo Tu-22 Blinder. O primeiro Tu-22M voou no final de agosto de 1969 e apenas nove unidades desse modelo foram construídos para efeito de desenvolvimento do projeto. Mais nove outros Tu-22M1, versão de pré-produção, foram construídas para seguir com os estudos de aperfeiçoamento do modelo.
Tu-22M3 em aproximação para pouso.

O modelo de produção, já com varias melhorias aplicadas foi chamado de Tu-22M2 e entrou em serviço em 1972 e a maior modificação estava em sua entrada de ar para os motores que apresentava uma semelhança com a encontrada no caça norte-americano F-4 Phanton II. Porém a versão definitiva deste bombardeiro só apareceu em 1983. Chamado de Tu-22M3 Backfire C, esta versão apresentava entradas de ar muito semelhantes ao encontrado no grande interceptador MIG-25 Foxbat, além de ter recebido novos motores Kuznetsov NK-25, mais potentes, produzindo 24520 kg de empuxo cada. Com uma potencia total de 49040 kg de empuxo, o Tu-22M3 demonstrou um desempenho melhor chegando a velocidade máxima de 2000 km/h, contra 1750 km/h atingidos pelo Tu-22M2. O alcance do novo Tu-22M3 foi melhorado em 33% em relação a versão anterior chegando a um raio de ação de 2410 km voando em velocidade supersônica, ou, 6800 km em voo econômico, (velocidade subsônica). O peso foi outra mudança entre o Tu-22M3 e seu antecessor. O novo Backfire é três toneladas mais leve que o Tu-22M2, devido as mudanças de desenho e estruturas aplicadas ao modelo.
Cada motor Kuznetsov NK-25 entregam quase 25 mil quilogramas de empuxo cada um. Isso, somado a ao baixo coeficiente aerodinâmico, permite ao Backfire atingir velocidade máxima de 2000 km/h. 

O armamento foi diversificado também. O Tu-22M3 tem capacidade de transportar até 24000 kg de armamento que pode ser composto por 69 bombas de queda livre FAB-250 ou até oito bombas FAB-1500. O Backfire pode transportar também, duas bombas FAB-3000, extremamente potentes, ideais para uso contra alvos reforçados. Os números que constam no nome dessas bombas dão conta do peso delas em quilogramas. Outra carga pouco comentada nos artigos que tratam do Backfire  são as minas navais que são lançadas para interdição naval. Podem ser transportados dois tipos de minas navais sendo que a configuração de transporte delas pode ser de 42 minas de 500 kg ou oito grandes minas de 1500 kg. O arsenal do Backfire, conta com uma variedade de mísseis de precisão como o Raduga Kh-22, mais conhecido no ocidente pela denominação dada pela OTAN “AS-4 Kitchen”, um míssil antinavio extremamente potente cujo alcance pode chegar a 500 km dependendo da versão e condições do lançamento. Este míssil é guiado por INS e por radar ativo, na fase final do ataque, tem uma velocidade de 4300 km/h e sua pesada ogiva de 900 kg de carga moldada revela o principal alvo do Kh-22; os grandes porta-aviões da marinha dos Estados Unidos. Essa ogiva representa mais que dobro do tamanho da de um míssil antinavio convencional. Consta, ainda, que existe uma versão deste míssil equipada com uma ogiva nuclear de 1 megaton (Mt). Essa versão, especificamente, poderia incinerar todo um grupo de batalha norte americano em um só golpe.
O enorme míssil antinavio Kh-22 (AS-4 Kitchen) é o armamento que fez o Backfire se tornar uma grande dor de cabaça para os grandes porta aviões norte americanos.

Outro míssil que faz parte do arsenal do Backfire é o Kh-15 (AS-16 Kickback) um míssil nuclear tático para interdição do campo de batalha, usando uma ogiva nuclear de 350 Kt. O Kh-15 é lançado de um sistema rotatório interno do Tu-22M3 com capacidade de abrigar seis mísseis. O alcance deste míssil é de 280 km, dependendo dos parâmetros de lançamento e seu sistema de guiagem se dá por INS, na versão nuclear. Existe a versão antinavio, chamada Kh-15S, com alcance reduzido para 150 km e equipada com uma ogiva de 150 kg convencional. A sua forma de guiamento se dá por radar ativo.
Mais recentemente, juntou-se ao arsenal de armas que podem ser empregadas no Backfire C, o míssil hipersônico Kh-47M2 Kinzhal. Ao todo, podem ser transportados 4 unidades dessa arma. O Kinzhal pode atingir alvos à distancia máxima de 2000 km e sua velocidade pode chegar a mach 10 (12350 km/h aproximadamente) na fase alta do voo (cerca de 20 km de altitude). Sua ogiva pode ser convencional de alto explosivo ou nuclear com rendimento entre 5 e 50 kt. O sistema de guiagem do Kinzhal é um dado classificado, porém acredita-se que seja uma combinação de um sistema INS que é imune a interferências externas, e por sistema GLONASS. Mesmo assim, algumas fontes chegam a informar que, ainda, há um radar ativo que é usado na fase terminal do ataque.
O Tupolev Tu-22M3 transporta armas externamente em cabides sobre as asas e em um compartimento interno de armas cujo tamanho, relativamente limitado, permite transportar mísseis Hh-15 ou bombas de queda livre.

Para auto defesa, o Backfire, conta ainda, com um canhão de cano duplo em calibre 23 mm GSh-23M que é controlado pelo radar de ré PRS-4KM montado acima do canhão, na base da superfície vertical de controle. Esse canhão tem uma cadencia de tiro na ordem de 2600 a 3000 tiros por minuto e sua capacidade é de 750 projéteis. Além de munição comum, o GSh-23M pode disparar projéteis especiais que agem como iscas flares e chaffs, atrapalhando o sensor de mísseis guiados por calor ou por radar que sejam lançados contra o Backfire pelo quadrante traseiro.
Com um canhão GSh-23 em calibre 23 mm, controlado remotamente, se aproximar pelo quadrante traseiro do Backfire é uma conduta bastante perigosa. 

O radar de ataque usado no Tu-22M3 é o Leninets PNA-D, Este radar funciona com apoio de um sistema de navegação e ataque NK-45. Abaixo do cone do radar existe um sensor óptico OBP-15T usado para mira de bombardeiro com bombas não guiadas (bombas burras).  Como não se pode prescindir nesse tipo de aeronave de combate a suíte de guerra eletrônica do Backfire é bastante completa. O sistema interferidor GERAN SPS-171/ 172 sobrecarrega os radares inimigos com sinais eletrônicos que impedem a determinação da posição correta do Backfire pelos radares inimigos. Além disso, existe um sistema de alerta de aproximação  de mísseis infravermelhos L-082 MAK-UT fornecido pela Ural. Este sistema, operado de forma integrada com o sistema de lançamento de Chaffs (iscas de radar) e flares (iscas infravermelha) APP-50. Para alertar o piloto sobre emissões de radar inimigas que estejam rastreando o Backfire, é usado um sistema RWR Avtomat-3 fornecido pela Ural, também. Como os sistemas de guerra eletrônica apresentada aqui fazem parte de uma mesma suíte fornecida pela Ural, o sistema opera de forma automática quando uma ameaça é detectada, maximizando a eficiência da resposta em caso de ataque.
Devido ao grande tamanho, é possível transporta uma grande variedade de dispositivos eletrônicos para defesa EW (Electronic Warfare -  Guerra Eletrônica).

O Tu-22M3 é um bombardeiro extremamente perigoso, com forte capacidade de infringir severos estragos em um grupo de batalha naval, com suas armas antinavio. Seu armamento e sistema de navegação permitem atacar, de forma muito eficiente, alvos em terra, como bases aéreas ou centro de radares inimigos. Ataques com armas nucleares sobre o campo de batalha ou mesmo contra alvos estratégicos, também fazem parte do “itinerário” do Backfire. Embora o avião apresenta um projeto antigo, para os padrões atuais, ele é, ainda, muito eficiente e digno de respeito pelas forças inimigas. Esse artigo tem por objetivo apresentar apenas a versão Tu-22M3. 
Uma versão atualizada, conhecida como Tu-22M3M está em testes de desenvolvimento nesse momento e quando estiver operacional, trarei os detalhes aqui no WARFARE Blog.
Tupolev Tu-22M3 Backfire C em 3 vistas





                   

terça-feira, 29 de setembro de 2020

BOEING B-52H STRATOFORTRESS. O vovô ainda está em forma!

B-52H
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,69 (850 km/h)
Velocidade máxima: Mach 0,86 (1061 km/h)
Alcance: 14190 km.
Teto de serviço: 15150 m.
Propulsão: 8 motores turbofan Pratt & Whitney TF33-P-3/103 com 7711 kg de empuxo cada
DIMENSÕES
Comprimento: 48,5 m
Envergadura: 56,4 m
Altura: 12,4 m
Peso: 83250 kg (vazio) e 219600 kg (com máxima carga)
ARMAMENTO
31500 kg em armamento podendo ser as bombas guiadas por GPS GBU-30/31/32/37 JDAM, Bomba nuclear B-61, Bomba AGM-158 JASSM, Bomba de fragmentação CBU 87/89/97/103/104/105 e todas as bombas convencionais da família MK, mísseis de cruzeiro estratégicos AGM-86B  (nuclear), Mísseis anti navio AGM-84 Harpoon, e mísseis AGM-142A Have Nap.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O tenso período da história humana conhecido como “Guerra Fria”, teve alguns protagonistas que acabaram dando um “rosto” para esta fase. Caças F-4 Phanton, MIGs-21, cruzadores da classe Kirov e os bombardeiros Tupolev Tu-95 Bear. Porém, do lado norte americano, nenhum outro sistema de armas leva tão bem a “cara” da guerra fria como o poderoso e imponente bombardeiro estratégico Boeing B-52 Stratofortress. Com suas asas enflechadas com uma envergadura gigantesca (56,4 metros), a maior em um avião de combate do mundo; seus 8 motores fumacentos e seu jeito desengonçado de decolar, o B-52 representou o poderio nuclear dos Estados Unidos durante toda a guerra fria. Mas o que mais chama a atenção é que, com seus 59 anos, ele continua em plena forma.
Mesmo tendo sido projetado para lançar bombas atômicas e mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares sobre a União Soviética, a missão que o B-52 mais executou foi o de arrasar alvos sobre o Vietnam, Iraque e Afeganistão com bombas convencionais de queda livre e lançamento de mísseis de cruzeiro com ogivas convencionais.
Muitos modelos de aeronaves que objetivaram substituir o velho “Buff” (Big Ugly Fat Fellow) ou “cara feio grande e gordo” como o B-52 foi, carinhosamente, apelidado pela sua tripulação, foram entrando e saindo de operação, simplesmente por não serem capazes de cumprir, do mesmo jeito, as missões do velho B-52. A atual previsão sobre o futuro deste avião é a de que ele continue em operação até 2045, quando o projeto fará 90 anos. Se isto ocorrer, ele será o mais longevo avião de combate da história.
O protótipo XB-52 fez o primeiro voo em abril de 1952 e o B-52 é, ainda , uma peça fundamental para a capacidade de dissuasão norte americana! 
O modelo do B-52 em uso é a versão “H”, que entrou em serviço em outubro de 1962 e recebeu inúmeras melhorias no decorrer destes anos para adapta-lo aos novos desafios do moderno campo de batalha. Uma destas melhorias em relação aos modelos iniciais foi a troca dos motores fumacentos da família Pratt & Whitney J-57 pelos mais eficientes motores Pratt & Whitney TF-33 que proporcionaram maior autonomia por causa de seu menor consumo de combustível e maior potência, além de produzirem menos fumaça, que dava uma visibilidade indesejada para os B-52. Cada um destes motores (são 8) entrega uma potência de 7600 kgf ao B-52 e seu alcance de translado chega a incríveis 14190 km, ou seja, este bombardeiro pode voar até um alvo a qualquer lugar do planeta.
A versão atual do B-52H recebeu inúmeros aperfeiçoamentos e essas melhorias seguem em uma constante implantação.
A suíte de sensores e de guerra eletrônica instalada no B-52H é uma das mais completas dentre todos os aviões de combate da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos). Logo a frente da aeronave, sob a fuselagem na altura da cabine, existe duas protuberâncias abriga o sistema AN/ASQ-151 EVS. O sistema possui um sensor infravermelho (FLIR) AN/ AAQ-6 desenvolvido pela Raytheon e por uma câmera de TV fabricada pela Northrop Grumman AN/ AVQ-22 que é usada para apoio em vôos de baixa altitude, um regime de voo que os B-52 precisaram se adaptar para poderem sobreviver a evolução dos sistemas de defesa antiaérea de alta altitude que os soviéticos haviam desenvolvido nos anos 60. O radar usado pelo B-52 é o Northrop Grumman APQ-166 que deverá ser substituído a partir de 2022 por um novo modelo que está sendo desenvolvido pela Raytheon e que terá varredura eletrônica ativa (AESA), mais capaz. O radar APQ-166 permite o seguimento de terreno para apoiar a navegação em vôos de baixa altitude, capacidade esta que será ampliada com a chegada do novo radar.
No campo da guerra eletrônica, o B-52H está equipado com um sofisticado sistema AN/ALQ-172(V)2 que faz a identificação dos sinais de radar inimigos e executa a interferência ativa para anular a efetividade destes sensores. Outros sistemas de guerra eletrônica instalados no B-52H são os detectores de radar AN/ALR-46 e o gerenciador de interferência (jammer) AN/ALQ-155 multibanda que presta uma cobertura de proteção eletrônica em volta de toda a aeronave. 
Existe um sistema que, eu, particularmente, acho interessante na suíte de guerra eletrônica do B-52H que é um gerador de alvos falsos AN/ALQ-122, desenvolvido pela Motorola, muito conhecido fabricante de celulares e rádios, com o objetivo de criar alerta falsos para os radares inimigos com o fim de ludibria-los. Para completar esta sofisticada capacidade de guerra eletrônica, um sistema de interferência AN/ALT-32 e um sistema de alerta de radar de cauda AN/ALQ-153 foram instalados.
Nesta foto, as setas amarelas apontam para as duas protuberâncias abaixo da parte da frente da fuselagem onde são posicionados os sensores do sistema AN/ASQ-151 EVS.
Durante meu trabalho de pesquisas para a produção das informações contidas no WARFARE, eu nunca tinha visto uma aeronave que não fosse dedicada para a especifica função de guerra eletrônica, ter um sistema de guerra eletrônica tão completo quando o do B-52H. Esta capacidade permitiu, inclusive, que o modelo fosse usado com o objetivo de atrapalhar as redes de radares inimigas em apoio a um ataque de outras aeronaves táticas, embora esta missão não seja sua especialidade.
O B-52 Stratofortress já é uma lenda vina na história da aviação militar mundial.
A capacidade de transporte de armamento do B-52H compreende 31500 kg de bombas e mísseis. As bombas podem ser de queda livre como a MK-82, MK-83 e MK-84, bombas guiadas por satélite como as da família JDAM, WCMD (bombas de fragmentação guiadas) e SDB, que permitem serem lançadas de maiores distancias e com muito melhor precisão que as bombas burras. Os mísseis de cruzeiro correspondem a outra parte do armamento deste poderoso bombardeiro. O míssil de cruzeiro Boeing AGM-86B, com alcance de até 2400 km etem guiagem feita por sistema TERCON que é um computador com dados sobre o relevo do caminho a ser percorrido até o alvo que permite um voo em baixa altitude seguindo o contorno deste relevo e dificultando ao máximo a detecção do míssil pelos radares de defesa aérea. Esta versão é armada com uma ogiva nuclear W-80-1 com cerca de 200 Kt de potencia. Para se ter um parâmetro do que representa esses “200 Kt”, basta observar que a bomba que explodiu a cidade de Hiroshima tinha cerca de 18 Kt de potência.
O míssil ar superfície israelense Popeye, chamado AGM-142 Have Nap, segundo a nomenclatura da USAF, é outra poderosa arma stand off (lançada longe do alcance das defesa inimigas) que o B-52H está qualificado a empregar. O AGM-142 é um grande míssil projetado para destruir alvos reforçados de grande porte. Para conseguir este efeito, o AGM-142 transporta uma pesada ogiva de 340 Kg fragmentada ou uma ogiva penetradora de 360 kg, para destruir bunkers. Seu sistema de guiagem é inercial e com o uso de um sensor infravermelho ou TV, dependendo da versão, na fase terminal do ataque. Seu alcance é de 80 km.
A modernização dos sistemas de armas do B-52H permitindo o emprego de bombas convencionais guiadas por GPS, como a GBU-31 JDAM de 907 sendo lançada nesta foto.
O B-52H pode, ainda, ser armado com bomba a nuclear de queda livre B-61 que, dependendo da versão, pode ter uma potência que varia de 0,3 a 350 Kt. Outra bomba nuclear que ele transporta é a B-83 cuja potência pode chegar até 1,2 megatons.Por ultimo, o B-52H pode ser muito bem usado em missões de interdição naval armado com minas navais ou até 8 mísseis antinavio AGM-84 Harpoon, guiados por radar ativo e com alcance de 130 km.
No segunde semestre de 2020, alguns bombardeiros B-52H estveram se exercitando em voos de longa duração pela Europa e Asia, onde eram escoltados por caças de forças aliadas. Aqui, um B-52H escoltado por dois caças F-15J Eagle da força aérea japonesa.
O dado a respeito dos muitos modelos de aeronaves foram projetadas visando substituir o velho BUFF, e acabaram sendo aposentadas antes dele, e isto, aparentemente, ocorrerá novamente, uma vez que quando o B-52 estiver chegando ao final de sua vida operacional, em 2045, o B-1B Lancer já deverá estar aposentado há mais de 10 anos. O uso de bombardeiros pesados está fadado à extinção graças ao incrível aumento da capacidade dos sistemas de defesa antiaérea, da capacidade dos aviões de interceptação e dos custos altíssimos de se desenvolver um avião desse tipo. O B-52 devera ser um dos últimos aviões convencionais de bombardeiro a estar em serviço.
Com a capacidade de reabastecimento em voo, o B-52H pode permanecer em voo por mais tempo do que as capacidades fisiológicas de sua tripulação.

Uma foto interessantíssima por mostrar um B-52H ao lado de dois bombardeiros estratégicos russos Tupolev Tu-95H Bear.




sexta-feira, 17 de maio de 2019

B-2A SPIRIT LANÇA BOMBA GBU-57A/B MOP - VÍDEO



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domingo, 7 de janeiro de 2018

TUPOLEV TU-160M BLACKJACK. Um gigante preparado para novos tempos

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,82 (1000 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1,89 (2000 km/h em alta altitude)
Alcance: 12300 km (travessia e sem reabastecimento)
Teto de serviço: 15600 m.
Propulsão: 4 turbofans Kuznetosov NK-32, com empuxo “seco” unitário de 13.700 kg e em regime de pós-combustão de 25.000kg
DIMENSÕES
Comprimento: 54,10 m
Envergadura: 55,7 m (asas abertas), 33,6 m (asas enflechadas)
Altura: 13,6 m
Peso: 110.000 kg (vazio) e 275000 kg (com máxima carga)
ARMAMENTO
40000 kg de capacidade de transporte de armas que podem ser na forma de doze misseis nucleares de cruzeiro Raduga Kh-55SM "Kent"ou sua versão convencional Kh-555 “Kent-A”, com o mesmo alcance, mas com ogiva de 400 kg de alto explosivo); 12 mísseis Kh-101/102; 20 bombas convencionais de planeio guiadas UPAB-1500; 12 mísseis nucleares de curto alcance Kh-15 "Kickback"

DESCRIÇÃO
Por Sérgio Santana
Curiosamente, a aeronave identificada como Tupolev Tu-160 “Blackjack” é o aperfeiçoamento dos projetos T-4MS e M-18/20, elaborados pelos escritórios rivais OKB-51 e OKB-23, liderados respectivamente por Pavel O. Sukhoi e Vladimir M. Myasishchev.
Em 28 de novembro de 1967 o governo soviético emitiu a ordem 1098-378, estabelecendo as especificações técnicas de um bombardeiro tripulado supersônico de alcance intercontinental armado com até quatro mísseis Kh-45 ou vinte Kh-22; velocidade máxima entre 3200-3500 km/h, na qual devia cobrir uma distância de 11.000-13.000 km voando a 18.000 metros. Estas e outras características deviam ser superiores à ameaça colocada pelo projeto norte-americano AMSA, cujo resultado final é o B-1B Lancer (já descrito no WARFARE).
Todavia, em fins de 1972, após os dois competidores terem analisado diversas configurações aerodinâmicas, o Alto Comando da Força Aérea decidiu que a nenhum deles seria autorizado o desenvolvimento: No que dizia respeito à Myasishchev isto se devia a que suas instalações, resumidas a um conjunto de prédios nos arredores de Moscou foram considerados incapazes de produzir uma aeronave com aquela complexidade, mesmo já tendo concebido o primeiro bombardeiro a jato soviético, o M-4, codificado pela OTAN como “Bison”; enquanto que relativamente à Sukhoi, o impedimento se baseava na crença de que o novo projeto ultrapassava a sua capacidade, já comprometida com variantes do Su-17 “Fitter-C” e o refinamento de projetos que se tornaram o Su-27 “Flanker” e Su-24 ”Fencer”. Assim, todos os resultados da pesquisa para o novo bombardeiro foram repassados ao OKB Tupolev, que embora ocupado com o desenvolvimento de aeronaves civis – o trijato Tu-154 e o supersônico Tu-144 – e militares, como o Tu-142 e Tu-22M, viu prevalecida a sua experiência no tipo de plataforma que o governo buscava, mesmo tendo frequentado as reuniões sobre tal assunto apenas como “ouvinte”.
Acima: Uma das poucas fotos do protótipo do Sukhoi T-4M Sotka, que visava dar a Força Aérea Soviética (VVS) um bombardeiro estratégico de alta velocidade (3000 km/h) para fazer frente ao programa norte americano XB-70. A complexidade e a mudança de prioridades da VVS naquela época, motivou o cancelamento do projeto.

NASCE O TU-160
Inicialmente denominado “Produto K” ou Tu-156 (identificação utilizada por um modelo quadrimotor especializado em funções AEW), o TU-160 se beneficiou especialmente do projeto M-18, do qual as ambiciosas especificações foram reduzidas ao considerado minimamente útil: a obtenção do desempenho resultante combinou asas de enflechamento variável, para se adaptar a cruzeiros subsônicos de longo alcance bem como às bruscas acelerações supersônicas; motores turbofans de baixo consumo – mesmo com a pós-combustão acionada – e elevada potência, testados sob um Tu-142LL. Ainda que a mobilidade das entradas de ar a princípio aumentasse o índice de reflexão-radar (uma das maiores preocupações devido às dimensões do modelo) esta foi atenuada pelo revestimento absorvente de radiação composto por grafite negro. Com o mesmo objetivo, a seção frontal dos propulsores foi protegida por telas especiais.
A suave interação das asas com a fuselagem também servia a este propósito, além de aumentar a sustentação e a eficácia aerodinâmica do conjunto cuja estrutura é formada principalmente por ligas de alumínio, na proporção de 58%, com ligas de titânio, aço de alta resistência e materiais compostos também integrando o Tu-160.
Como no bombardeiro experimental Sukhoi Su-100, as superfícies de controle do “Blackjack” são acionadas por impulsos elétricos (sistema FBW), organizados em uma rede capaz de resistir a três falhas totais (triplamente redundante), com o comando da aeronave final sendo exercido mecanicamente como último recurso. O enflechamento das asas também é automático, de acordo com os perfis de voo.
Durante os voos longos, a instalação de um pequeno forno e de um toalete visou ao conforto da tripulação, composta por comandante, co-piloto e os dois operadores, um para sistema ofensivo e outro para o defensivo, acomodados em assentos K-36OL (equipados com kits de sobrevivência NAZ-7), capazes de ejeção individual ou em sequencia, acionada por qualquer tripulante. Caso a ejeção ocorra sobre a água, há um bote inflável LAS-5M. Em missões a grande altitude, o traje anti-G e o capacete ZSh-7B, ambos equipamentos padrões, são substituídos por uniformes de pressão total Baklan”, similares aos dos cosmonautas.
Além do controle da aeronave, a tripulação tem de supervisionar mais de 100 computadores digitais, dos diversos complexos eletrônicos, oito dos quais destinados à navegação. Tais máquinas integram o sistema duplo de navegação inercial K-042K; a navegação estelar e por satélite (Glonass); a suíte de comunicações multicanal, com antenas acima e abaixo do convés de voo; o radar de seguimento de terreno “Sopka”, para voos a baixíssima altura; o radar de navegação/ataque “Obzor-K”, capaz de fornecer guiagem de meio curso a mísseis ar-superfície e, finalmente, a instrumentação de voo, que inclui itens do Tu-22M3 “Backfire-C”.
Foi esta aeronave, identificada como “Produto 70-00” que decolou em 18 de dezembro de 1981 sob o comando de Boris I. Veremey, acompanhado de Sergey T. Agapov, além dos navegadores Mikhail M. Kazel e Anatoliy Yeriomenko, para um voo de 27 minutos, no qual atingiu a altitude de 2.000 metros. Por essa mesma época a aeronave foi casualmente fotografada por um turista ao lado de dois Tu-144, resultando em uma foto de má qualidade durante muito tempo atribuída a satélites norte-americanos. Logo depois disso, o Tu-160 recebeu da OTAN o código “Blackjack”. A introdução do tipo em serviço ocorreu em abril de 1987, quando começou a ser distribuído ao 184º Regimento de Bombardeiros Pesados da base aérea de Priluki, na então república soviética da Ucrânia de onde foram deslocados para território russo em 1999 após demorada negociação.
Acima: O Tu-160 tem um layout aerodinâmico que lembra o bombardeiro norte americano B-1B, cujo desempenho é bastante inferior ao do modelo russo. Embora isso possa alimentar a "fértil imaginação" de quem acredita que o russo é uma copia do modelo americano, a verdade é que o projeto do Blackjack tem objetivos um pouco diferentes e mais exigentes que os do B-1B.

APARECENDO AO MUNDO
Curiosamente, as primeiras pessoas, fora da União Soviética, a verem um Tu-160 de perto eram parte de uma delegação norte-americana chefiada pelo então Secretário de Defesa Frank Carlucci, que chegou a entrar no “Blackjack”  codificado “Vermelho 12”, estacionado na base aérea de Kubinka em 2 de agosto de 1988. Anos depois, este exemplar foi batizado “ Aleksandr Novikov”, em uma tradição dos tempos soviéticos de dar nome de personalidades às suas aeronaves.
Por sua vez, o público civil tomou conhecimento amplo do tipo em 20 de agosto do ano seguinte, quando um exemplar de desenvolvimento executou um voo rasante sobre a multidão reunida em Tushino para o Dia da Aviação, mas ainda naquele ano um dos Tu-160 se aproximou do litoral canadense após um voo de 12 horas. E entre 24 e 28 de maio de 1990, um Tu-160 comandado em rodízio por Vladimir Pavlov e Sergey Ossipov estabeleceu 18 recordes ainda em vigor para a sua classe (C-1r, Grupo 3, “aeronave a jato com peso máximo de decolagem entre 200.000 e 250.000 kg”), inclusive o de velocidade máxima, 1.017 km/h com 30.000 kg de carga num circuito fechado de 5.000 km, na localidade de Podmoskovnoe.
Em 1991, outro “Blackjack”, identificado “Vermelho 17”, foi interceptado por um elemento de F-16A da Real Força Aérea Norueguesa, orgânicos do 331º Esquadrão baseado em Bødo, assim inaugurando uma prática que obteve grande destaque na mídia mundial em 2007, quando exercícios de larga escala provocaram a reação não só de interceptadores noruegueses, mas igualmente dos seus pares norte-americanos, canadenses e britânicos em um intervalo de poucos dias. Uma interessante  aparição do Tu-160 se deu em 10 de setembro de 2008, quando dois exemplares, “Aleksandr Molodchii” e “Vladimir Sen’ko” pousaram na base aérea venezuelana de El Libertador. Depois desta visita América do Sul, os grandes bombardeiros russos Blackjack voltariam a dar as caras por aqui, em 29 de outubro de 2013, quando pousaram, novamente no país país sul americano. É digno de nota que os caças IAI Kfir da Força Aérea Colombiana tiveram certa dificuldade em acompanhar o Blackjack em sua rota para a Venezuela.
Acima: Um dos primeiros encontros entre o Ocidente e o Tu-160 Blackjack foi protagonizado por dois caças F-16A noruegueses em 1991.
O Tu-160 tem um peso máximo de decolagem de 275.000 kg, o que inclui 148.000 kg de combustível T-8 em 13 tanques de combustível internamente, que dependendo da carga de armas a ser empregada na missão, não são preenchidos completamente, para permitir a aeronave decolar, e serem reabastecidos em voo até o máximo, por uma aeronave tanque. O alcance máximo do Tu-160 é de 12300 km, sendo assim, capaz de atingir, praticamente, qualquer ponto do planeta sem precisar de reabastecimento em voo, recurso este, disponível nesta impressionante plataforma de combate.
A velocidade máxima em grande altitude (acima de 11000 metros) chega a incríveis mach 1,89, o que representa 2000 km/ h, segundo informação passada pelo site da Tupolev. Este desempenho é possível graças a 4 poderosos motores Kuznetosov NK-32 fornecem um empuxo máximo de 25000 kg cada um! Por isso, o Tu-160 é, efetivamente, o mais rápido bombardeiro estratégico do mundo atualmente, e deve se manter nesta posição por décadas a frente.
Acima: O bombardeiro Tu-160 Blackjack é propulsado por 4 motores Kuznetosov NK-32 fornecem um empuxo máximo de 25000 kg cada.

O BLACKJACK NO SÉCULO XXI
Em fins de novembro de 2017 o “Valentin Blyzniuk”, primeiro exemplar resultado do programa de modernização do Tupolev Tu-160 “Blackjack”, designado Tu-160M, teve o seu roll-out, ou seja, foi removido para fora das instalações da Gorbunov Aircraft Works, na cidade de Kazan, onde esteve sendo submetido às modificações previstas.
Também conhecida como “Produto 70M” (Izdeliye 70M), a nova aeronave concretiza uma modernização de meia-vida do “Blackjack”, na qual todos os sistemas de missão do modelo original foram substituídos. Os primeiros trabalhos de design técnico do Tu-160M foram completados em outubro de 2014 e envolveram as seguintes modificações: a incorporação do radar Novella NVI.70 (no lugar do Obzor-K); o sistema de navegação K-042KM (que abrange o navegador inercial BINS-SP-1, o dispositivo de navegação astronômica ANS-2009M e um computador de navegação); o radar de navegação DISS-021-70, o receptor de navegação por satélite A737DP, o piloto automático ABSU-200MT e a suíte de comunicação S-505-70. Os dados de voo serão exibidos em um novo sistema de displays digitais, que substituirão os mostradores analógicos. Um novo dispositivo que deve ser incorporado é casulo Raduga APK-9E Tekon para uso com as bombas UPAB-1500.
Acima: Os 16 exemplares do Tu-160 construídos, serão modernizados para o padrão M2. Nesta foto podemos ver o processo de modernização em pleno funcionamento na fábrica da Tupolev.
Entretanto, é provável que outros sistemas do “Blackjack” original permaneçam no Tu-160M, a exemplo do ADF ARK-22, Radar Doppler DISS-7, do Sistema de Pouso por Instrumentos Kvitok e do Sistema de Dados Aéreos SVS-2ts-4; Complexo de Navegação e Pontaria Buk-K (controlado por oito computadores Orbita-20, responsável pelo voo semiautomático para a área de lançamento dos misseis, sua preparação e lançamento e retorno à base); radar de seguimento de terreno Sopka; o sistema Sprut-SM para inicialização e lançamento de misseis Kh-55SM; e, finalmente, o sistema de gerenciamento de dados pré-voo SVVI-70, parte do Sistema de Planejamento de Missão Sigma, da aviação estratégica russa. O mesmo se aplica ao sistema de auto defesa I232 Baikal-M, que abrange o sensor de infravermelho Ogonyok e o sensor de alerta radar Kiparis, os interferidores SPS-171/SPS-172 Geran-IDU/-2DU, AG-56 Sevan e os lançadores de chaff e flare APP-50 (24 lançadores com três cartuchos cada), localizados na parte inferior do cone de cauda da aeronave.
Antes de incorporar as modificações do “M” o “Valentin Blyzniuk” (nome do projetista-chefe da aeronave) e outros Tu-160, igualmente batizados com o nome de personalidades da história soviético-russa, tais como o “Andrei Tupolev” (o fundador do escritório de projetos fabricante do “Blackjack”), o “Vasiliy Reshetnikov” (piloto de bombardeiros estratégicos) e “Vasiliy Senko” (navegador de bombardeiros estratégicos, também da Segunda Guerra Mundial), passaram pelo estágio preliminar de modificações, conhecido como “Tu-160M1”, no qual receberam alguns dispositivos do Tu-160M.
Acima: O cockpit do Tu-160 é relativamente simples para os padrões atuais, porém, depois de sua modernização para o padrão M2, ele estará dentro dos atuais padrões de configuração onde muitos de seus instrumentos analógicos serão substituídos por sistemas digitais representados por telas MFDs.

EMPREGO EM COMBATE
Antes que o novo Blackjack seja oficialmente declarado operacional, entretanto, a sua versão padrão obteve o batismo de fogo em missões reais, sobre a Síria em 17 de novembro de 2015. Naquela data os Tu-160 “Vitaliy Kopylov” e “Vladimir Sudets” atacaram alvos do grupo terrorista Estado Islâmico com 16 mísseis Kh-101 lançados a partir do território iraniano. Nos dias seguintes o Tu-160 voltou àquele teatro de operações, lançando também misseis Kh-555. Para estas missões o Blackjack decolou da sua base em Engels, voando sobre o Mar Cáspio em direção aos seus alvos; contudo, para uma daquelas missões, em 20 de novembro, dois Tu-160 decolaram da Base Aérea de Olenyogorsk, contornou a Noruega e as Ilhas Britânicas, entrou no Estreito de Gibraltar e percorreu toda a extensão do Mar Mediterrâneo para disparar oito misseis Kh-555 em alvos na Síria. A rota de retorno envolveu sobrevoar Síria (quando foram escoltados por caças Su-30SM), Iraque, Irã e o Mar Cáspio, e após tudo esse percurso, pousaram em Engels. Todo o voo cobriu mais de 13000km.
Acima: Aqui um Tu-160 lança um míssil de cruzeiro (provavelmente um Kh-55) contra um alvo do Estado Islâmico em território sírio. A foto foi feita a partir de um caça Su-30SM. Observe que um segundo caça Su-30SM aparece nesta foto embaixo e um pouco atrás do Blackjack.

AS GARRA DO URSO
No que se refere a armamentos, o Tu-160M tem a mesma capacidade do “Blackjack” original, ou seja, 40.000kg de mísseis e bombas transportados exclusivamente em dois compartimentos internos na fuselagem, que medem 11.28m de comprimento, 1.92m de largura e 2.4m de profundidade.
As opções de cargas incluem: Até doze misseis nucleares de cruzeiro Raduga Kh-55SM (AS-15 “Kent”, com 3500km de alcance e ogiva de 200 Kt (quilotons), ou sua versão convencional Kh-555, AS-15 “Kent-A”, com o mesmo alcance, mas com ogiva de 400 kg de alto explosivo) em dois lançadores giratórios sêxtuplos; a mesma quantidade de misseis Kh-101/102 (ambos com alcance de até 5000km, mas com ogiva nuclear de 250 kt no primeiro modelo e convencional de 400 kg no segundo); mais de 20 bombas convencionais de planeio guiadas a por sensor eletro-optico (EO) de 1500kg UPAB-1500, com alcance de 70 km.
Acima: Aqui podemos ver com mais detalhe o sistema MKU-6-5U de lançamento rotativo de mísseis usado no TU-160.
A Russia herdou 16 exemplares do Tu-160 Blackjack e que estão sendo modernizados. Porém, foi reaberto a linha de montagem para que sejam construídos mais 34 unidades que já sairão da linha de montagem na versão Tu-160M2, versão definitiva, à proporção de três exemplares por ano, que servirão à aviação estratégica russa por pelo menos quatro décadas, com entrada em serviço planejada para 2021. Estas poderosas aeronaves continuarão a serem empregadas ao lado do futuro bombardeiro estratégico russo PAK DA, atualmente em fase de projeto.
Acima: O Tu-160 faz uso de um sistema de asas de geometria variável, como um T-22M3 e o bombardeiro norte americano B-1B, o que lhe permite otimizar a navegação em velocidades altas ou baixas.

VÍDEO


VÍDEO MOSTRANDO O TU-160 EM AÇÃO NA SÍRIA.

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