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terça-feira, 31 de agosto de 2021

O último soldado americano deixa o Afeganistão

Último soldado americano a deixar o Afeganistão.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 31 de agosto de 2021.

Foto do último soldado americano deixando o Afeganistão publicada pelo Comando Central Americano (United States Central Command, US CENTCOM), com o quartel-general baseado em Tampa na Flórida, mas responsável pelo Oriente Médio, Egito, Ásia Central e partes do Sul da Ásia; sendo o comando responsável pelo Afeganistão.

"O último soldado americano deixa o Afeganistão.
O General Chris Donahue, comandante da 82ª Divisão Aerotransportada do Exército dos EUA, embarca em um avião de carga C-17 no Aeroporto Internacional Hamid Karzai em Cabul, Afeganistão."

A postagem foi retuitada pelo professor Michael Shurkin, da RAND Corporation, com o comentário:

"Se bem me lembro, as primeiras imagens que vimos das tropas americanas no Afeganistão foram de Rangers fazendo uma incursão à noite. Também em verde de visão noturna. Finais de livros apropriados, eu suponho."

Um epitáfio interessante para a saída inglória dos americanos na calada da noite. A incursão citada pelo professor trata-se da Operação Rhino (Rinoceronte), onde uma tropa de 200 homens (um Chalk valor companhia) do 3º Batalhão Ranger fez um salto de combate, na noite de 19 para 20 de outubro de 2001, sobre uma pista de pouso abandonada nas cercanias de Kandahar, a segunda maior cidade no Afeganistão. O salto foi liderado pelo então Coronel Joseph Votel, comandante do batalhão e atualmente um general de quatro estrelas aposentado.

Rangers embarcando em um dos quatro Lockheed MC-130.

A pista de pouso havia sido bombardeada por aviões de ataque AC-130 Combat Talon e outras aeronaves, causando algumas baixas (30-100 mortos) e dispersando os talibãs. Os Rangers saltaram em zero visibilidade sobre a pista de pouso deserta, com um único talibã tentando atirar nos paraquedistas, mas sendo rapidamente morto a tiros. Os Rangers tiveram dois feridos no salto, e mais tarde dois 2 Rangers mortos na queda de um helicóptero sobrevoando em volta da zona de lançamento (ZL) em missão de Busca e Resgate em Combate (Combat Search and RescueCSAR).

Rangers lançam-se no espaço durante a Operação Rhino na noite de 19 para 20 de outubro de 2001.

Vídeo do salto Ranger na Operação Rhino

O salto foi principalmente uma peça de propaganda, com um risco basicamente inexistente, com os únicos dois mortos por acidente de helicóptero - uma certa tradição americana, com as primeiras baixas ocorrendo dessa forma antes mesmo do início da invasão - e uma ZL virtualmente vazia.

A façanha foi repetida na invasão do Iraque, com o salto sem oposição da ZL Bashur sobre a pista de pouso de 2,1km de Bashur, classificada como "base aérea" no norte do Iraque, na Operação Northern Delay (Operação Atraso ao Norte, o que indica seu objetivo). Na noite de 26 de março de 2003, paraquedistas da 173ª Brigada Aerotransportada (173rd Airborne Brigade), partindo da Itália, saltaram sem oposição sobre a pista abandonada e fizeram a baliza dos vôos de re-suprimento em Bashur.

A operação foi classificada como salto de combate pelo Exército, embora a zona de lançamento já estivesse protegida por forças curdas aconselhadas por forças especiais americanas. O salto, comandado pelo Coronel William Mayville Jr., levou um total de 58 segundos, embora 32 paraquedistas não tenham conseguido saltar porque teriam pousado muito longe do resto da força.

Segundo o Comando americano, a presença dos paraquedistas forçou o Exército iraquiano a manter aproximadamente seis divisões na área para proteger seu flanco norte, fornecendo alívio estratégico para as Forças da Coalizão avançando em Bagdá a partir do sul. A força acabou espalhada em uma zona de lançamento de mais de 9km e levou 15 horas antes de estar completamente reunida. Nas semanas anteriores havia chovido forte e a lama criou problemas para quem saltava. Os paraquedistas protegeram a pista de pouso, permitindo que os aviões C-17 pousassem e trouxessem blindados pesados e os contingentes do 1º Batalhão do 63º Regimento Blindado.

O salto sobre Bashur

Uma força total de 996 ou 969 Sky Soldiers saltaram no dia em 10 Chalks ("Giz"), apelido para o grupo total dentro de uma aeronave. Um Chalk geralmente corresponde a uma unidade do tamanho de um pelotão para operações de assalto aeromóvel (helitransportado) ou a uma organização igual ou abaixo da companhia para operações paraquedistas. Para operações de transporte aéreo, pode consistir em uma unidade igual ou maior que uma companhia. Freqüentemente, uma carga de paraquedistas em uma aeronave, preparada para um salto, também é chamada de Stick.

O termo Chalk foi cunhado pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial para tropas aerotransportadas durante a Operação Overlord, a invasão aliada da Europa. O número de vôo da aeronave era colocado nas costas das tropas com giz. Mais tarde, foi usado durante a Guerra do Vietnã, quando era prática comum numerar com giz as laterais dos helicópteros envolvidos em uma operação. No 75º Regimento Ranger do Exército Americano, eles usam o termo Chalk desde uma formação do tamanho de uma companhia ou tão pequena quanto uma esquadra-de-tiro de quatro homens; a menor formação tática.

Bibliografia recomendada:

82nd Airborne.
Fred Pushies.

AIRBORNE:
A Guided Tour of an Airborne Task Force.
Tom Clancy.

Leitura recomendada:



quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Atirando pedras em um incêndio: uma história de meus nove meses treinando soldados afegãos

O autor com dois soldados ANA.
(Cortesia do autor)

Por Dustin Gladwell, SOFREP, 23 de agosto de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de agosto de 2021.

“O quartel dos seus soldados afegãos está pegando fogo.”

Eu tinha acabado de me sentar com meu café da manhã em nossa pequena sala de jantar na Firebase Cobra, na província de Uruzgan, no norte, quando o capitão da equipe ODA do 3º Grupo de Forças Especiais se aproximou casualmente de mim. Parei no meio da mastigação, meu garfo pendurado no ar, a meio caminho entre minha boca e meu prato. Reconheço que demorei um pouco para processar o que ele acabou de dizer, especialmente devido à natureza relaxada de seu comportamento e à expressão cômica em seu rosto.

"O quê?" Eu perguntei a ele.

“Claro que está”, pensei. “Por que não estaria?”

Ele ficou lá, claramente ainda se divertindo, e provavelmente curtindo o momento ao máximo.

“Roger, senhor. Obrigado!" Eu pulei, joguei meu prato quase cheio de café da manhã no lixo no caminho para fora da porta e corri pela área de preparação para o nosso lado da Firebase (base de fogo), através do grande portão de metal que separava nosso lado da base do lado afegão. Ao chegar ao portão e dobrar a esquina, vi a fumaça. Com certeza, assim como o capitão havia dito, o pequeno quartel, feito de blocos de concreto e madeira compensada, pertencente ao Exército Nacional Afegão (Afghan National ArmyANA) estava, na verdade, em chamas. Até aquele momento, eu meio que esperava que ele estivesse apenas brincando comigo.

Atirar pedras em um incêndio não ajudará a apagá-lo

Logo depois que vi a fumaça e as chamas começando a sair do quartel, vi três dos meus homens ANA parados do lado de fora da entrada do quartel. Eles estavam pegando pedras do chão e jogando-as na porta do quartel na tentativa de apagar o fogo.

Eu prometo que não estou inventando isso. Não apenas fiquei surpreso ao saber que seu quartel estava em chamas, mas provavelmente fiquei mais surpreso ao vê-los atirando pedras para apagar o incêndio.

Quando cheguei à porta e disse-lhes para pararem, entrei parcialmente pela porta para ter certeza de que os outros soldados estavam sendo evacuados. Eu só podia ver alguns deles parados do lado de fora, então eu sabia que muitos mais ainda deviam estar lá. Eu também estava tentando dar uma olhada rápida em quão sério estava o fogo.

Quando olhei para dentro, pude ver que os cobertores no chão e nas paredes estavam em chamas. As paredes de compensado também estavam começando a pagar fogo.

Nesse momento, a maioria dos soldados ANA começou a correr pelo corredor, passando pelo fogo e saindo pela porta. Felizmente, alguns deles tinham mais presença de espírito do que seus amigos gênios atiradores de pedras e ajudaram o resto a sair. Algumas pequenas queimaduras foram os únicos feridos.

Acontece que eles estavam tomando seu chá da manhã e um dos afegãos chutou o queimador de gás propano que estava sendo usado para ferver a água. Que rapidamente acendeu os cobertores no chão. Em vez de simplesmente pegar o queimador pelo tanque e começar a abafar as chamas com seus outros cobertores ou com a água, eles simplesmente o deixaram ali no chão, queimando e acendendo mais cobertores. A grande ideia deles era sair correndo e começar a atirar pedras. Não pegar o queimador, nem tentar apagar o fogo, nem contar aos colegas, nem pedir ajuda. Nada. Pedras.

Só no Afeganistão.

Cobertores e madeira compensada seca queimam muito rapidamente no deserto

Companhia de infantaria do Exército Nacional Afegão na Firebase Cobra, em Uruzgan.
(Cortesia do autor)

Nesse ponto, o fogo já estava queimando por alguns minutos. Alguns dos soldados afegãos mais hábeis perceberam que todos haviam fugido sem seus pertences e equipamentos. Pude ver que o fogo estava se espalhando rapidamente e, como havia começado na sala bem ao lado da porta da frente, não haveria maneira segura de entrar ou sair. Assim que eles tentaram correr para dentro e recuperar seus equipamentos e pertences, eu intervi.

"Deixem. Vamos substituí-los”, eu disse por meio do meu intérprete, enquanto os empurrava fisicamente para trás pelo peito.

Foi aí que a munição começou a disparar sozinha. A munição de fuzil e metralhadora de cinta começou a disparar como fogos de artifício, e não muito tempo depois, as granadas e foguetes RPG. Nós nos mudamos para trás da parede para o complexo apenas esperando e observando. Embora todos estivessem preocupados com o fato de terem perdido seus equipamentos, roupas e os poucos dólares e bens que tinham em vida, não havia mais nada a fazer a não ser observar. Não podíamos chegar perto o suficiente para tentar apagar o fogo com água também.

Longa história resumida, eles perderam tudo. Assim que o fogo se extinguiu e esperamos várias horas para que toda a munição disparasse, borrifamos água sobre tudo por garantia e começamos a avaliar os danos. Em um dia, substituímos todos os uniformes, armas, munições e equipamentos e fornecemos a eles um pouco de dinheiro extra. Felizmente, ninguém ficou ferido.

Encontramos todos os fuzis, pistolas, metralhadoras e lançadores de RPG. Cada um foi queimado, carbonizado e parcialmente derretido. Não havia como salvar nenhum deles. Prestamos contas de cada um, carregamo-los em um palete e os colocamos em um helicóptero com destino a Kandahar. Lembre-se deste ponto, porque é importante: nós contabilizamos cada um e nós, os americanos, os carregamos no helicóptero.

Quatro meses depois...

Negociando no mercado da vila de Oshay fora da Firebase Cobra.
(Cortesia do autor)

Eu tinha sido rotacionado para outra base de fogo e depois para a base aérea de Kandahar. A companhia de infantaria afegã, cujo quartel havia pegado fogo quatro meses atrás, também foi transferida de volta para a base aérea de Kandahar.

Um dia, enquanto eu estava cuidando de algumas coisas na base afegã, perto da base aérea, cruzei com a companhia por acidente. Eu não esperava vê-los lá e não sabia que eles haviam sido rotacionados. Após uma rápida saudação, um dos intérpretes pediu para falar comigo.

Após o evento com o incêndio e por meio de missões de combate e patrulhas, esta companhia afegã passou a confiar um pouco em nós. Mais do que seus outros conselheiros, inclusive.

Eles eram novos em nossa base de fogo quando atearam fogo no quartel deles, e havia tensão entre nós. Nos primeiros dias, eles testaram a água comigo e com meus colegas e tentaram ver até onde poderiam nos empurrar. Eles tiveram experiências ruins com outros conselheiros e Instrutores Táticos Embutidos (Embedded Tactical Trainers, ETT) no passado e muitas vezes se sentiram negligenciados, abusados ou simplesmente que não se importavam com eles.

Este incêndio se tornou um evento fortuito. Eu havia ganhado a confiança deles e eles sabiam que eu estava protegendo-os, já que não os deixei - ou os fiz - correr no fogo para recuperar suas armas, e substituímos tudo muito rapidamente. Também não os culpamos nem os punimos. Foi um acidente estúpido e bobo. E pelo lado bom, eles ganharam coisas novas. Ganha, ganha, ganha.

Então, agora, alguns deles, junto com o intérprete, puxaram-me de lado e, em voz baixa, pediram minha ajuda. Eles sabiam que eu os ajudaria.

Seja corrupto ou tenha suas mãos cortadas

Um suboficial do Exército Afegão observa a multidão de moradores e talibãs reunidos durante uma MEDCAP (patrulha de socorro médico), na AO da Firebase Cobra.
(Cortesia do autor)

Como conselheiro do ANA, experimentei essa corrupção da parte dos afegãos regularmente; frequentemente diariamente. Muitas vezes, era um problema tão grande quanto o Talibã e outras forças anti-coalizão. Os oficiais frequentemente roubavam dinheiro, recursos e suprimentos das fileiras de seus subordinados e soldados alistados. O dinheiro acabava em seus bolsos e os suprimentos muitas vezes iam para o mercado negro. Era um sistema de corrupção generalizado e uma regra não-escrita da política dos oficiais. O pensamento é, alguém de cima vai tirar de mim, então eu vou tirar daqueles abaixo.

No Exército dos EUA, diz-se que “há apenas um ladrão no Exército; todo mundo está apenas tentando acompanhar.” Agora multiplique isso por 1.000 em um sistema fermentado por milhares de anos de corrupção, e aí está.

A corrupção mata o moral e a cultura de comando. O soldado médio mal pago, mal treinado e mal equipado não pode arcar com quaisquer razões adicionais para não lutar. Quando você tira a crença deles na causa e no comando, os resultados são desastrosos - como estamos vendo agora.

Agora, vamos falar sobre o Capitão Mohammed. Mohammed foi um dos melhores oficiais e soldados afegãos que já encontrei. Não porque ele fosse necessariamente um oficial de altamente operacional ou estrategista, ou possuísse habilidades incríveis de soldado. Ele nem mesmo saiu em muitas missões. Foi porque ele era honesto. Ele era um bom homem e era bom para seus homens. Na verdade, ele nunca nos deixou dar-lhe dinheiro para sua companhia de infantaria, nem para seus soldados, seu pagamento, nem comida. Ele não queria ser tentado nem acusado de ter feito malversação de fundos. Ele era um muçulmano devoto, moderado, não simpatizava com o Talibã e tinha quatro filhos. Resumindo, ele não era corrupto.

De volta à corrupção que assola e devasta as fileiras da liderança do Exército Nacional Afegão. O Capitão Mohammed não só não tirou dinheiro de seus homens... ele não iria contribuir com a corrupção e suborno de sua cadeia de comando. Ele também não enviaria dinheiro pela cadeia, como era de se esperar. No brilhantismo de sua corrupção, foi determinado por seu comando que, assim que ele voltasse para Kandahar, ele precisava ser punido. Eles precisavam de um exemplo. Ou seu dinheiro.

Lembra de todas as armas queimadas e destruídas no incêndio? Agora, os homens da companhia de infantaria me disseram que de acordo com o S-4 (oficial de suprimentos) do seu batalhão e o comandante do batalhão, havia um AK-47 “desaparecido”. De acordo com esses bons e íntegros oficiais do Exército Afegão, o Capitão Mohammed roubou este AK-47 desaparecido e "deve tê-lo vendido no mercado e levado o dinheiro". E a menos que ele pudesse produzir esta arma, ou o dinheiro, e dar a eles, eles iriam prendê-lo, colocá-lo na prisão e cortar suas mãos por roubo.

Só no Afeganistão.

"Se você tentar prendê-lo, terá que passar por mim"

Assim que soube o que estava acontecendo, fui imediatamente procurar o Capitão Mohammed. Ele estava em seu beliche, cercado por mais alguns de seus soldados. Todos eles pareciam bastante preocupados. Ele corroborou tudo o que acabei de ouvir.

“Eu não fiz isso”, disse-me ele por meio do intérprete. Ele estendeu as mãos como se estivessem algemadas na sua frente. "Eles vão cortar minhas mãos."

“Eu sei,” eu disse. E eu estava furioso. Ele não tinha muito tempo.

Assad, o intérprete, também defendeu o caso do capitão e tentou me convencer a ajudar e fazer alguma coisa. Eu assegurei a ele que sim.

Olhando para trás, tenho sorte de não ter me colocado em problemas também. Fui direto ao meu comandante, um alto e velho Rapaz Sulista da Geórgia. Ele era um major de infantaria e éramos próximos. Contei tudo a ele. Disse-lhe também que era eu quem tinha prestado contas de tudo, não o ANA. Em seguida, fomos ao nosso oficial de suprimentos, outro major, que conhecia aquele bosta oficial de suprimentos afegão. Assim que lhe contamos a história, ele imediatamente foi conosco conversar com ele.

Como você pode imaginar, o oficial de suprimentos afegão agiu com indiferença e como se estivéssemos enganados, em todos os níveis. Não houve “mal-entendido” e a história era que eles simplesmente não podiam aceitar roubo nas fileiras. Ele era um babaca gordo e presunçoso. Ele dispensou a mim e minha história e tentou apenas falar com meus oficiais. Se a memória não falha, acho que o segundo em comando do batalhão também estava lá. Mesmo assim, não conseguimos falar diretamente com o comandante do batalhão.

É importante notar, neste ponto, que mesmo na base aérea de Kandahar, eu estava sempre armado. Certo. Mas todo mundo também. Eu, no entanto, estava sempre travado e carregado (meio que contra as regras). Eu passava um tempo na borda da base aérea e em torno de muitos contratados afegãos, deixava o perímetro da base aérea e saía às ruas para chegar à base afegã e estava sempre com soldados afegãos. Além disso, você simplesmente “nunca sabia” [se algo ruim iria acontecer].

Então, eu me aproximei da mesa daquele oficial de suprimentos idiota, coloquei minhas mãos em sua mesa, certificando-me de que estava claro que eu estava armado mesmo naquele momento. Eu olhei nos olhos dele e disse: “se você tentar prender o capitão Mohammed, você terá que passar por mim primeiro e eu irei impedi-lo”.

Essa foi a melhor coisa que pude pensar naquele momento. Mas... foi na cara e direto ao ponto.

Meus oficiais parecem surpresos, e meu comandante colocou as mãos em meus ombros e gentilmente, mas com força, puxou-me de volta para perto dele.

"Está tudo bem, Sargento Gladwell", disse ele.

O oficial de suprimentos afegão estava claramente perplexo e sem palavras. Ele entendeu. Ele disse que iria "investigar". E então, nós partimos. Terminada a conversa.

Resolvendo as coisas: seja criativo para fazer a coisa certa

Um soldado ANA pratica tiro ao alvo com seu AK-47 fora da base de fogo, na província de Uruzgan.
(Cortesia do autor)

Naquela altura, ninguém tinha ideia do que havia acontecido com aquele carregamento de armas queimadas. Ninguém poderia descobrir o que tinha acontecido depois que elas foram entregues e retiradas dos livros. O que também tornou a situação difícil é que, embora tivéssemos muita autoridade operacional e de combate sobre os afegãos, e eles geralmente fizessem o que queríamos ou sugeríamos, não tínhamos autoridade militar formal sobre eles. E certamente não poderíamos interferir nos procedimentos internos afegãos como este. Mas precisávamos proteger o Capitão Mohammed.

Após a conversa com os oficiais afegãos, voltei para o Capitão Mohammed e sua turma. Contei a eles o que havia acontecido e assegurei que ajudaria a protegê-lo. Dei a eles meu número de celular local. Dei instruções aos seus sargentos e aos intérpretes de que, se o prendessem, ou mesmo tentassem prendê-lo durante a noite, me avisassem - imediatamente. Não seria a primeira vez que quase nos enfrentamos com soldados ou policiais afegãos, e eu estava preparado para fazer isso de novo. Principalmente para fazer a coisa certa e proteger um bom homem.

Lembrei-me de que, em nosso depósito, tínhamos um AK-47 quebrado que havia sido confiscado ou encontrado. Ele ficou lá por semanas. Procurei um dos meus capitães, que era o responsável pelos livros e por nossas coisas, e decidi ser criativo. Seu primeiro nome era Steve, e também éramos amigos.

“Ei, Capitão Steve. Você sabe aquele AK-47 quebrado que você tem em seu escritório... ele pertence a alguém?"

“Umm...” Ele pensou por um momento. "Não, eu acho que não. Eu nem tenho certeza de onde veio."

"Ele está... nos livros?"

"Não que eu saiba."

"Posso ficar com ele?"

Ele riu. "Sério?"

“Afirmativo. Eu vou queimá-lo.”

Depois de uma boa risada, contei-lhe o que estava acontecendo e dei todos os detalhes.

“Vou queimá-lo e direi que o encontrei - que foi meu erro. Então vou largá-lo bem na mesa daquele idiota. Pessoalmente."

"Pegue", disse ele. E então a diversão começou.

Um barril de queima de 50 galões e alguns galões de combustível diesel

Um fogo alimentado por um queimador de propano, uma tonelada de madeira seca e cobertores e munições 7,62 pipocando é realmente quente. Procurei um dos meus bons amigos, um sargento de primeira classe, que sempre atendia pelo nome de Fletch. Até sua esposa o chamava de Fletch.

Fletch era um daqueles caras que era bom com as pessoas e bom em fazer as coisas. Ele era o cara que conhecia todo mundo e podia “fazer as coisas aparecerem”. Por meio de negociações, negociações e negociações, e conversas doces à sua maneira, sempre funcionava do jeito dele. Se você precisava de algo, ele sabia onde e como conseguir. Ele poderia transformar um lápis em um tanque. Ou, pelo menos, um Humvee.

Na verdade, uma vez nós trocamos uma coisa velha ou outra (lixo que não tenho liberdade de divulgar), para colocar em nossas mãos uma caminhonete Ford Ranger semi-quebrada, para então trocar por um Humvee totalmente funcional... fora dos livros… Também uma história verdadeira. Não pergunte, apenas acredite.

Fui a Fletch com meu problema e ele disse: “Conte comigo, irmão”. Entreguei a ele o AK-47 quebrado e voltamos para nossa bebida. Quando voltamos, ele puxou uma Jerry can diesel da traseira de sua picape e jogou um monte de lixo no barril de combustão. Entraram o AK-47 e alguns galões de óleo diesel.

“Temos que deixar muito quente. Parecendo convincente”, disse ele.

Duas horas depois, tínhamos um AK-47 perfeitamente destruído, queimado de forma convincente e semi-derretido. Nós também derramamos água em cima dele, para aumentar a autenticidade - assim como no incêndio real. Na manhã seguinte, assim que esfriou o suficiente, dirigimos para o lado afegão da base aérea. Fletch e eu entramos direto no escritório do oficial de suprimentos, largamos o AK-47 queimado sem cerimônia em sua mesa e eu disse a ele, "encontrei".

Ele olhou para mim, riu nervosamente e disse algo que eu nem me lembro. Provavelmente foi algo bastante estúpido. Ele olhou para o outro cara em seu escritório e disse algo em dari. Não tenho ideia de quem eram os outros caras, ou o que eles disseram.

"Khoobas?" Eu perguntei: [“Tudo bem?” em Dari.] Eu olhei fixamente para ele.

“Khoobas”, ele afirmou. "Tudo certo".

Voltamos ao Capitão Mohammed e eu contei a ele tudo o que havia acontecido e tudo o que fizemos. Ele ficou com os olhos marejados. Ele me deu um abraço e me agradeceu de alma. Situação terminada. Problema resolvido.

Ninguém jamais prendeu o Capitão Mohammed. Ninguém cortou suas mãos também.

Corrupção. E atirar pedras em um incêndio... Exercícios de futilidade. Só no Afeganistão.

Bibliografia recomendada:

Guerra Irregular:
Terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao longo da história.
Alessandro Visacro.

Leitura recomendada:



sexta-feira, 13 de agosto de 2021

FOTO: Alemães capturados pela 10ª Divisão de Montanha

Por Skyler BaileyThe Rucksack: 10th Mountain Division History, 7 de janeiro de 2016.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 13 de agosto de 2021.

Parte 1 - O Ataque da 10ª de Montanha no link.

Parte 2 - O Contra-ataque do Batalhão de Montanha Mittenwald no link.

Em preto e branco granulado, a sombra do fotógrafo escurece o solo onde dois homens da 10ª Divisão de Montanha podem ser vistos processando pelo menos dezenove prisioneiros alemães para transporte para a retaguarda. Um dos soldados de montanha parece estar sinalizando para os prisioneiros que suas mãos devem ser cruzadas atrás de suas cabeças, enquanto o outro reúne alguns de seus pertences em uma pilha no chão. Um tênue contorno de montanhas ao fundo é interrompido por uma coluna distante de fumaça subindo. Nada foi escrito no verso da imagem.

Na madrugada de 17 de abril de 1945, os comandantes da companhia do 3º Batalhão, 86º Regimento de Infantaria de Montanha, foram chamados ao maior dos edifícios da minúscula aldeia de Monzuno. Eles mastigaram pão alemão capturado enquanto ouviam as instruções sobre as operações planejadas do dia. O objetivo era o Monte Nonascoso, uma colina de 2.365 pés (720,85m) uma milha (1,6km) a nordeste.

Os oficiais do 3º Batalhão esperavam uma batalha feroz, mas a confusão alemã ajudaria muito em seus esforços. Durante a noite, uma força alemã foi reunida para defender Monte Nonascoso, composta pelos restos de várias unidades do Grenadier-Regiment 274 (274º Regimento de Granadeiros) da 94ª Divisão de Infantaria. Eles chegaram na montanha às 03h00, mas a escuridão prejudicou sua capacidade de estabelecer posições eficazes. Em qualquer caso, eles não sabiam que estavam na linha de frente. Eles acreditavam que estavam na reserva quase três quilômetros atrás da frente, e que outras unidades alemãs ainda controlavam não apenas Monzuno, mas a crista além dela também. Eles não sabiam que o 86º de Infantaria de Montanha havia expulsado o Grenadier-Regiment 276 da área na tarde anterior e ocupado Monzuno, onde foram reforçados pelo 751st Tank Battalion (751º Batalhão de Tanques). Quando o ataque americano começou, os alemães não haviam fortificado suas posições nem estabelecido comunicações.

A manhã de primavera amanheceu clara e houve ataques aéreos em direção ao norte quando o 3º Batalhão avançou às 6h30. Os tanques lideraram o caminho, com a Companhia I fornecendo apoio de infantaria e o resto do batalhão seguindo logo atrás. No início, quase não houve oposição. Eles avançaram em uma área que havia sido atingida no dia anterior por caças aliados. O terreno ao longo da estrada estava coberto de homens mortos, cavalos e veículos alemães fumegantes.

Os movimentos do 86º Regimento de Infantaria de Montanha em 17 de abril de 1945.

A força alemã ofereceu forte resistência à Companhia I em uma área de vegetação rasteira ao sul do Monte Nonascoso. A Companhia L moveu-se para contornar seu flanco ocidental, com o 1º Pelotão liderando o avanço. Em pouco tempo, eles enfrentaram fogo pesado de fuzileiros e metralhadores inimigos, bem escondidos em linhas de árvores e pela natureza ondulante do solo. As posições alemãs estavam situadas de tal forma que era difícil para as equipes de metralhadoras do Pelotão de Petrechos Pesados encontrarem os alvos. Enquanto os metralhadores corriam pela fuzilaria em busca de posições de tiro favoráveis, o S/Sgt. Robert Schoonmaker e o Pfc. Raymond Hagen foram feridos, e o Pfc. James Parker foi mortalmente ferido.

O S/Sgt. Homer Miller correu até encontrar um ponto de onde pudesse ver as posições inimigas e direcionar o fogo para suas posições. Depois que uma metralhadora alemã foi nocauteada, o resto das tropas inimigas começou a se desmaterializar no bosque no topo da montanha. Assim, livres do fogo inimigo, os elementos da Companhia L foram capazes de avançar rapidamente em torno do seu flanco e interromper sua retirada. Em questão de minutos, eles forçaram a rendição de 150 soldados alemães, perdendo apenas três homens no processo.

Os soldados do 3º Batalhão começaram imediatamente a trabalhar no processamento dos prisioneiros para transporte para a retaguarda. Logo pilhas de fuzis, metralhadoras, roupas, mochilas e capacetes alemães se espalharam pelo chão. Enquanto isso acontecia, o Capitão Everett Bailey puxou sua câmera e tirou a foto. Os nomes, patentes e números de série dos prisioneiros foram registrados e alguns foram questionados para fins de inteligência. Uma defesa foi estabelecida ao longo do lado norte da montanha em declive acentuado, que proporcionou vistas panorâmicas deslumbrantes da zona rural dos Apeninos.

Insígnia divisional da 94ª Divisão de Infantaria (94. Infanterie-Division), veterana de Stalingrado.

A relativa facilidade com que o 3º Batalhão foi capaz de cumprir a missão do dia deu aos homens uma tarde tranquila no topo do Monte Nonascoso. Os homens relaxaram ao sol e deitaram na grama verde. As flores se erguiam acima da vegetação e balançavam em uma brisa quente que carregava os sons da guerra. Eles podiam ver onde a artilharia aliada estava disparando contra as posições inimigas ao norte. A oeste, os aviões aliados lançaram bombas e dispararam foguetes até que uma coluna de fumaça muito larga subiu três mil pés no céu (3 mil metros). O início desta pluma pode ser visto na fotografia de Everett. Durante a tarde, jipes chegaram carregando munições e rações.

O Pfc. Lloyd Fitch relembrou um evento que deixou mais de um homem totalmente surpreso.

Montamos um ninho de metralhadora e sinalizadores com arame a cerca de cem metros encosta abaixo. Como ainda era dia, alguns dos rapazes tiveram permissão para ir às casas de fazenda próximas para tentar arranjar um pouco de comida e vinho. No entanto, eles foram avisados para não irem muito longe e voltarem antes de escurecer.

Enquanto isso, estávamos todos tensos, esperando um contra-ataque alemão do norte. Pouco depois de escurecer, o arame foi tropeçado por alguém. Um sinalizador disparou e a metralhadora abriu fogo. De repente, houve um grito: "Não atire! Não atire! Por favor, não atire!”

Nosso líder de grupo de combate gritou em alemão para que o estranho se apresentasse. À medida que o homem se aproximava de nossas linhas, todos estavam em alerta, esperando um alemão que falava inglês liderando um grupo de tropas inimigas. Ficamos surpresos quando o cara acabou por ser um de nossos próprios homens. Ele estava procurando comida e se perdeu. O garoto tremia tanto que mal conseguia falar. Um oficial próximo agarrou o soldado, sacudiu-o e disse-lhe que voltasse para sua companhia e não a abandonasse até o fim da guerra.

Após a publicação original deste post, fui contatado por Cameron Vaughan, que reconheceu esta fotografia como sendo tirada por seu avô, Wilbur Vaughan. Wilbur estava na Companhia do QG do 3º Batalhão. Descobrimos que nossos ancestrais da 10ª de Montanha eram muito próximos, de fato. Em cartas enviadas da Itália para casa, cada um fez menção ao outro - e eles notaram particularmente uma noite cheia do que ambos concordaram ser uma cantoria especialmente excelente.

A cópia original da foto traz uma notação escrita no verso, "Prisioneiros de guerra alemães chegam ao QG do 3º Btl. do 86º Regimento perto de Gualandi, 6 de abril de 1945". Isso não pode ser verdade. Não houve grandes operações de combate no início de abril que permitiriam a captura de um grande número de soldados inimigos e, embora o 3º Batalhão tivesse estado estacionado perto de Gualandi por um tempo, eles estavam na reserva.

Embora haja alguma chance de que esta fotografia tenha sido tirada em 18 de abril mais ao norte, há vários motivos para acreditar que esta foto pode ser identificada como tendo sido tirada em 17 de abril. A captura do Monte Nonascoso foi uma das várias vezes em que o 3º Batalhão fez um grande número de prisioneiros de uma vez durante a ofensiva de primavera; mas foi a única vez que aconteceu em terreno montanhoso durante a manhã. O ângulo das sombras na fotografia e a direção da topografia correspondente indicam claramente que é no início do dia. Além disso, um exame do Monte Nonascoso hoje corresponde à fotografia.

A vista do Monte Nonascoso, 1945 e hoje.
Essas fotos foram tiradas a poucos metros uma da outra.
(Versão de alta definição no link)

Fontes:
  • “3rd Battalion, 86th Infantry Regiment Killed and Wounded in Action.” Planilha Excel fornecida em 2013 pelo arquivista Dennis Hagen. Centro de Recursos da 10ª Divisão de Montanha. Biblioteca Pública de Denver. Denver, CO.
  • Brower, David. Remount Blue: The Combat Story of the Third Battalion, 86th Mountain Infantry, 10th Mountain Division. Manuscrito não publicado, c. 1948. Versão digitalizada editada e disponibilizada na Biblioteca Pública de Denver por Barbara Imbrie, 2005.
  • Carlson, Bob. A History of L Company, 86th Mountain Infantry, expandido no ano de 2002. Manuscrito publicado pela própria pessoa, 2002.
  • Feuer, A.B. Packs On!: Memoirs of the 10th Mountain Division in World War II. Mechanicsburg, PA: Stackpole Books, 2006.
  • Meinke, Albert H., Jr., Mountain Troops and Medics: Wartime Stories of a Frontline Surgeon in the US Ski Troops. Kewadin, MI: Rucksack Publishing Company, 1993.
  • Steinmetz, Berhard. Erinnerungsbuch der 94. Infanterie Division an die Kriegsjahre 1939-1945: Lieferung 4, 1943-1945, Einsatz in Italien. Hanover, Alemanha, 1973.
  • Departamento do Exército dos EUA. Company L, 86th Mountain Infantry Regiment. 1945. Relatórios matinais de 14 de abril a 20 de abril. Caixa 11, Coleção da 10ª Divisão de Montanha, Biblioteca Pública de Denver, Denver, CO.
  • _____. Headquarters 10th Mountain Division. 1945. Menção pela Estrela de Bronze concedida a Homer G. Miller, por Serviços Meritórios em Combate em 17 de abril de 1945. Pelo comando do Major General Hays. Coleção da 10ª Divisão de Montanha, Biblioteca Pública de Denver, Denver, CO.
  • _____. Headquarters 10th Mountain Division. 1945. Menção de Estrela de Bronze concedida a Robert E. Wiezorek, por Serviços Meritórios em Combate em 17 de abril de 1945. Pelo comando do Major General Hays. Coleção da 10ª Divisão de Montanha, Biblioteca Pública de Denver, Denver, CO.
  • Vaughan, Cameron. Mensagens de e-mail para o autor. Setembro a novembro de 2017.
  • Wellborn, Charles. History of the 86th Mountain Infantry Regiment in Italy. Editado por Barbara Imbrie em 2004. Denver, CO: Bradford-Robinson Printing Co., 1945.
Bibliografia recomendada:

US 10th Mountain Division in World War II.
Gordon L. Rottman e Peter Dennis.

Leitura recomendada:



Uma Batalha entre Tropas Esquiadoras: Parte 2 - O Contra-ataque do Batalhão de Montanha Mittenwald

Por Skyler BaileyThe Rucksack: 10th Mountain Division History, 5 de março de 2019.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 12 de agosto de 2021.

Parte 1 - O Ataque da 10ª de Montanha no link.

Na tarde de 24 de fevereiro de 1945, homens da 10ª Divisão de Montanha capturaram o objetivo final da primeira fase da Operação Encore, um morro irregular cortado por desníveis e bosques chamado Monte Della Torraccia. O 3º Batalhão do 86º Regimento de Infantaria de Montanha mal havia capturado o objetivo, os alemães começaram os preparativos para retomá-lo. Esta seria uma das únicas vezes em que os homens da 10ª Divisão de Montanha entrariam em combate com as tropas de montanha alemãs.

O Oberstleutnant (tenente-coronel) Winkelmann, comandante do Grenadier-Regiment 1044 (1044º Regimento de Granadeiros), liderou o regimento durante a luta neste mesmo terreno no outono anterior e conhecia o terreno e suas qualidades defensivas melhor do que ninguém. Devido ao seu amplo conhecimento da paisagem, Oberstleutnant Winkelmann foi encarregado de uma força ad hoc (improvisada) com o propósito de recapturar o Monte Della Torraccia como um precursor de futuros ataques que poderiam recuperar a cadeia do Monte Belvedere. Ela incluía uma equipe de assalto composta por cento e quarenta homens das 6ª e 8ª Companhias do Grenadier-Regiment 1044 com três MG 34 e uma MG 42, bem como elementos do Aufklärungs-Abteilung 114 (114º Batalhão de Reconhecimento). Mas a espinha dorsal da força de assalto era o Hochgebirgsjäger Lehr-Bataillon Mittenwald, conhecido pelos americanos como Batalhão de Montanha Mittenwald, comandado pelo bravo e com apenas um braço Major Hans Ruchti.

O Batalhão Mittenwald era uma unidade de elite formada a partir das fileiras e do corpo docente de uma escola alemã de guerra nas montanhas. Ele havia visto ação nos Apeninos contra guerrilheiros e tropas americanas e estava envolvido em represálias contra civis por ataques partisans. No dia 24 de fevereiro, eram 507 efetivos, em duas companhias de infantaria e duas companhias de metralhadoras, morteiros e artilharia. Cada companhia de infantaria era composta por dois pelotões e quatro equipes de metralhadoras. A 1ª Companhia foi comandada pelo Hauptmann (capitão) Dürfeld, e a 2ª pelo Leutnant (1º tenente) Gastl.

Ataques aéreos aliados, fogo de artilharia e confusão sobre as intenções das tropas americanas causaram algum atraso no lançamento do contra-ataque. Como um movimento preliminar para o ataque principal, foi considerado necessário expulsar as tropas americanas do Felicari, a fim de eliminar aquela posição avançada que poderia dar um aviso prévio do ataque à linha principal.

O Felicari foi duramente atingido por morteiros, e o pelotão do T/Sgt. Dillon Snell cavou tocas em frente à casa da fazenda. O Pfc. Rueben Styve, do Pelotão de Petrechos Pesados, estava cavando um buraco na parte de trás do prédio para colocar seu morteiro quando percebeu um grupo de soldados alemães se aproximando. O Pfc. Styve começou a rastejar pela esquina da casa para alertar os outros, mas seis soldados alemães o viram e se moveram para bloquear seu caminho. Styve rastejou rapidamente através de uma janela do porão enquanto granadas alemãs começaram a detonar ao seu redor. Como um tiroteio se iniciou, o T/Sgt. Snell comunicou-se pelo rádio ao PC do batalhão e pediu ajuda imediata, mas o intenso bombardeio alemão impediu qualquer reforço do posto avançado. Então o próprio rádio foi metralhado. Nenhuma assistência seria capaz de alcançar o 2º Pelotão antes de escurecer.

A tentativa preliminar alemã foi repelida, mas eles atingiram o conjunto de edifícios com tiros de morteiro e atacaram novamente. O Sgt. Snell relembrou que,

Eles lançaram uma barragem de morteiro pesada e precisa, seguida por um pequeno contra-ataque, e outra barragem e outro contra-ataque... Eu me preocupava com isso agora. Não poderíamos resistir para sempre com nossa pequena força contra um determinado contra-ataque Jerry [apelido dos soldados alemães]... Eu tinha visões de ficar lá a noite toda (com uma pequena força) com milhares de Jerry direto na frente.

Esse padrão se repetiu, e houve um total de cinco barragens e cinco contra-ataques antes que os alemães desistissem da posição. Seis cadáveres de alemães espalhados pelo chão na frente do Felicari, e vários outros prisioneiros foram feitos. Snell perdeu mais seis homens feridos defendendo a aldeia. O Pfc. Reuben Styve estava entre eles. Snell relembrou que,

Mandamos duas mensagens de volta ao batalhão pedindo mais homens e armas, mas elas nunca chegaram. Finalmente, o Sargento Harland Ragland conseguiu sobreviver por cerca de 14 horas. Por volta do anoitecer a seção de metralhadoras sob o S/Sgt. George W. Gundel apareceu com telegrafistas e um rádio. Nunca fiquei tão feliz em ver alguém como fiquei vendo Gundel.

O major Hay sabia que o inimigo não desistiria da montanha de boa vontade e tinha cada um dos desníveis que subiam a encosta marcados pela artilharia e metralhadoras. Às 16h20, os alemães lançaram um ataque geral ao Monte Della Torraccia, sondando os pontos fracos da linha americana que poderiam ser explorados. Eles não encontraram nenhum, e o ataque diminuiu conforme a artilharia de ambos os lados começou a chover na paisagem.

Por volta das 21h15, a força de assalto alemã estava reunida perto de Monteforte, preparando-se para fazer o ataque. O Oberstleutnant Winkelmann determinou um plano de ataque em duas frentes. Um elemento atacaria próximo ao centro da linha americana para ocupar a atenção do 3º Batalhão e capturar o cume da montanha, se possível. Outro elemento contornaria o flanco esquerdo da Companhia K e circundaria a montanha pelo oeste, separando-os do resto da 10ª Divisão de Montanha. Em preparação para o ataque, os alemães lançaram uma barragem de artilharia e morteiro prolongada e concentrada que atingiu as posições americanas no Monte Della Torraccia com uma precisão incrível.

Uniformes e equipamentos dos Gebirgsjäger, incluindo a divisa com a flor Edelweiss, símbolo das tropas de montanha.
(
Darko Pavlovic/ Osprey Publishing)

O Hochgebirgsjäger Lehr-Bataillon Mittenwald abriu caminho para sua posição de ataque, assediado pelo fogo da artilharia Aliada. O Maj. Ruchti não conseguiu fazer contato com o Ten-Cel. Winkelmann ou qualquer uma das outras unidades alemãs na área. Como resultado, o ataque seria desarticulado, com o ataque em duas frentes sendo lançado mais ou menos simultaneamente, mas sem qualquer cooperação real entre os elementos de ataque. O Maj. Ruchti decidiu lançar seu ataque quase exatamente como Winkelmann pretendia. Ele foi incapaz de providenciar qualquer fogo de artilharia direcionado no nível do corpo, e o ataque ao flanco da Companhia K seria feito apenas com os próprios morteiros e artilharia do Batalhão Mittenwald para apoiá-lo.

O Capitão Bailey temeu que um movimento de flanco pudesse ser feito em sua própria frente e ordenou que o Pfc. Bob Krear levasse alguns homens para cavar e defender um desnível no flanco direito sem suporte da Companhia L. O Pfc. Krear deixou sua toca para outro homem e partiu naquela direção. Krear escreveu que,

Isso era apenas para o caso dos alemães decidirem subir aquele vale e nos atingirem pela retaguarda. Tenho certeza de que nosso pequeno grupo não teria durado muito se eles tivessem, mas pelo menos nosso tiroteio teria sido um aviso suficiente para os outros!

Mal havíamos começado a cavar lá, e nossos buracos não podiam ter mais de 30 a 45 centímetros de profundidade e comprimento do corpo, [quando] começou a maciça preparação da artilharia alemã. Mais escavações eram impossíveis, pois estávamos parcialmente na área de impacto e estilhaços estavam raspando a superfície do solo. Ficamos deitados o mais achatados que podíamos, com as costas logo abaixo da superfície do solo e, por algum milagre, nenhum de nós ficou ferido. No entanto, o incrível guinchado, wooshing, e intermináveis explosões poderosas e estilhaços estridentes dos obuses que estavam quase atingindo nossas tocas rasas foi a experiência mais horrenda que eu tive em combate na Itália! Não me lembro quais eram os nossos pensamentos, mas podem ser imaginados. Tenho certeza de que havia um pouco de oração acontecendo. As explosões nos sacudiram em nossas tocas; nós éramos regados com sujeira; e pareceu uma eternidade antes que as bombas parassem de cair ao nosso redor! Na verdade, pelo que me lembro, parece que perdi todo o conceito de tempo durante todo aquele fogo de artilharia alemã que se aproximava, e não poderia contar a ninguém quanto tempo durou! Certamente não me lembrava de ter sido tão longo quanto mais tarde me disseram que era, mas eu poderia muito bem estar parcialmente em estado de choque por parte do bombardeio!

A barragem começou por volta das 22h00 e continuou por algo entre uma hora e noventa minutos. Krear e seus homens de alguma forma sobreviveram em suas tocas rasas, mas o homem no buraco anterior de Krear foi gravemente ferido por um tiro de morteiro.

Gebirgsjäger em esquis, 1942-44.
(
Darko Pavlovic/ Osprey Publishing)

Após a barragem, os alemães lançaram seu principal contra-ataque. O Hauptmann Dürfeld conduziu seus homens silenciosamente ao redor do Monte Della Torraccia até o desnível que leva à face posterior da montanha. Enquanto eles contornavam o dedo do terreno elevado guarnecido pela Companhia K, um dos gebirgsjäger (caçador de montanha) tropeçou num sinalizador que havia sido colocado no desnível mais cedo naquele dia. Enquanto todo o céu se iluminava na encosta oeste da montanha, os homens da Companhia K ouviram o desnível ganhar vida com o som de dezenas de alemães gritando ordens freneticamente para seus homens. Logo, uma grande quantidade de tiros estava acontecendo, com linhas traçantes rasgando a escuridão em ambas as direções, pontuadas pelo flash de granadas detonando e tiros de morteiro.

Os ataques diversionários foram lançados contra outras partes da linha. A equipe de assalto do Grenadier-Regiment 1044 sofreu um fogo feroz das alturas antes mesmo de avistar as linhas americanas. Flares dispararam para o céu para iluminar a paisagem, e as Companhias I e K atiraram com urgência apavorada contra sombras e silhuetas. Vários prisioneiros foram feitos e enviados ao Tenente Dave Brower para informações. Ele se relembrou que,

O esforço inicial rendeu alguns prisioneiros, um deles um tenente que se esqueceu de descartar a ordem de batalha e o mapa que tinha no bolso interno da parka. Liguei para um germano-americano da Companhia “I” para me ajudar a entender o que aquele bolso da parka tinha a dizer. Ele não entendia o alemão militar. É melhor eu me acalmar e descobrir por mim mesmo.

O que eu deveria fazer em vez disso, eu sabia, era enviar o prisioneiro de volta a uma autoridade mais elevada, e mais inteligente. Mas eu era holandês o suficiente para ser teimoso por natureza, e é claro que não mandaria ninguém de volta ainda. Além disso, quando ele voltasse e eles começassem a fazer qualquer coisa a respeito dele, tudo que eu precisava saber agora seria de pouca utilidade. Não tinha motivos para esperar sobreviver ao contra-ataque total.

Então eu disse ao meu comandante, Major Jack Hay, com o mapa nas mãos: “É aqui que eles estão. E nós somos os próximos”. Ele imediatamente chamou a artilharia, deu as coordenadas, e eles responderam instantaneamente.

Tiros de artilharia disparados por ambos os lados começaram a cair por toda parte e além da montanha. O flanco esquerdo da Companhia K resistiu a um ataque pesado, mas os alemães continuaram a se deslocar pelo desnível que levava à retaguarda do 3º Batalhão.

Perto do topo do desnível ficava a casa da fazenda onde o posto médico do 3º Batalhão havia sido estabelecido. O prédio estava cheio de homens feridos que foram tratados à luz de velas por médicos sobrecarregados. O Capitão Albert Meinke, cirurgião do batalhão, relembrou que,

Eu era capaz de ouvir fragmentos de obuses zunindo através do nosso quintal e batendo com força no prédio. À medida que o bombardeio aumentava, o caminho para a nossa retaguarda ficou sob fogo de uma tal intensidade que se tornou impossível evacuar as baixas da estação médica para a retaguarda, porque seria suicídio alguém se expor ali na trilha... a situação médica logo se tornou crítica. Bandagens ensanguentadas estavam à vista por toda a sala e eu estava tendo problemas para controlar o sangramento em dois dos casos mais críticos de maca. Eles foram colocados nas mesas de operação improvisadas no centro da sala sob a luz ofuscante do lampião de gasolina no teto, e com esta luz totalmente branca brilhando em seus rostos pálidos e cadavéricos, tenho certeza de que eles apresentaram uma imagem assustadora para o resto dos homens na sala.

Lembro-me de um homem em particular, que foi atingido na perna e no ombro por fragmentos de obuses. Suas feridas não pareciam ser fatais, mas eram dolorosas e ele estava claramente assustado. Ele ficava repetindo: “Eu vou morrer! Eu vou morrer! Isso dói! Isso dói!" Em pouco tempo, a generosa dose de morfina que recebera começou a fazer efeito e ele não se queixou mais de dor, mas continuou a repetir continuamente: “Vou morrer! Vou morrer! Ó Deus, eu vou morrer!" À medida que seus gritos continuavam e os obuses explodindo continuavam a cair ao nosso redor, fiquei preocupado que essa atitude estivesse tendo um efeito negativo sobre os outros na sala. Eu disse a ele que achava que ele se recuperaria bem, mas ele não estava ouvindo. Quanto mais eu tentava, mais alto seu choro parecia se tornar.

Nesse momento, o capelão se ajoelhou e começou a falar com ele em termos religiosos. Quase imediatamente, essa abordagem pareceu ser mais silenciosa do que meus esforços... Nesse ínterim, o bombardeio se intensificou. Mais fragmentos de obuses do que nunca estavam atingindo as paredes externas de nosso prédio. Alguns obuses caíram perto o suficiente para que as explosões sacudissem as fundações do prédio e expelissem poeira e sujeira do teto, que choveu sobre nós.

Então, quando o tumulto ao nosso redor parecia estar no seu pior, a porta se abriu e um soldado entrou correndo, gritando: “OS KRAUTS ESTÃO NO DESNÍVEL LOGO AQUI FORA! PREPAREM-SE! A ESTAÇÃO MÉDICA SERÁ CAPTURADA!”

O que eu mais temia era um soldado inimigo chutando a porta e jogando granadas dentro ou invadindo a sala e metralhando por toda parte com uma submetralhadora, então pedi a um dos homens para olhar o lado de fora e certificar-se de que a grande cruz vermelha que tínhamos colocado no prédio perto da porta ainda estava no lugar. Também me certifiquei de que cada um de nossos médicos usasse a braçadeira da cruz vermelha, bem como o capacete da cruz vermelha. Havia bastante curativos ensanguentados visíveis e equipamento médico suficiente em uso, de modo que seria difícil alguém nos confundir com outra coisa que não uma instalação médica.

O Hauptmann Dürfeld conduziu seus homens a cerca de cinquenta metros do posto de socorro do 3º Batalhão. Às 02h30, os homens da Companhia K pediram pelo rádio uma barragem de artilharia no desnível. Em muito pouco tempo, as explosões devastaram a vala às dezenas. Os gebirgsjäger não tinham onde se esconder e sofreram muitas baixas. Depois de vários minutos, o fogo de artilharia diminuiu e os homens da Companhia K notaram uma redução acentuada na quantidade de metralhadoras e armas portáteis. Gradualmente, o tiroteio parou.

Este mapa mostra a defesa do 3º Batalhão do Monte Della Torraccia contra contra-ataques alemães na noite de 24 para 25 de fevereiro de 1945.

O ataque alemão no centro da linha também fracassou. Muitos dos granadeiros foram atingidos e doze prisioneiros foram feitos. Os sobreviventes restantes se desmaterializaram na escuridão. Houve mais ataques de sondagem em diferentes pontos da linha, com bombardeios quase constantes e tiroteios esporádicos até o amanhecer.

No Felicari, a escuridão proporcionou a oportunidade de derrubar uma equipe de metralhadora e um rádio substituto. Os feridos e prisioneiros foram evacuados para a retaguarda. Completamente exausto, o T/Sgt. Snell e o Sgt. Louis Wesley compartilhava uma cama no quarto do andar de cima da casa da fazenda. Enquanto eles dormiam, um padrão de fogo de morteiro caiu na área, e uma granada atravessou o quarto com um estrondo. Snell correu para fora para se certificar de que todos estavam bem, mas quando contaram as cabeças, notaram que o Sgt. Wesley estava faltando. O tiro de morteiro que explodiu no quarto lançou estilhaços em sua cabeça e o matou na cama ao lado de Snell.

O Sgt. Louis Wesley foi morto por fogo de morteiro inimigo enquanto dormia ao lado do T/Sgt. Dillon Snell.
(Biblioteca Pública de Denver)

O que restou da 1ª Companhia do Hauptmann Dürfeld ficou preso sob o flanco do Monte Della Torraccia pela topografia e fogo de artilharia incessante, e não pôde se desengajar. Eles permaneceriam no desnível até a noite seguinte, quando tentaram escapar furtivamente. Alguns dos homens da Companhia K perceberam movimento morro abaixo e abriram fogo. O Staff Sergeant (3ºsargento) Stewart da Companhia K lembrou que, assim que o fogo começou,

Foi um verdadeiro inferno. Parecia que havia um milhão de alemães embaixo do barranco, todos dando ordens ao mesmo tempo. Todo o pelotão se concentrou na ravina que corria paralela à nossa seção... Sabíamos o que algumas dessas ordens deviam significar porque fomos salpicados pela artilharia inimiga e fogo de morteiro que durou toda a extensão do combate de vinte minutos que se seguiu.

O fogo da artilharia Aliada foi convocado no desnível e eles martelaram o local com intensas e bem colocadas barragens de obuses. Quando o bombardeio parou, os gritos dos feridos alemães puderam ser ouvidos descendo a colina. O Sargento Stewart continuou,

Começamos a gritar pra eles em todas as línguas imagináveis; não sabíamos alemão. Tentamos fazer com que os que restavam lá embaixo saíssem. Então ouvimos uma voz nos responder em um inglês razoavelmente bom. Dizia que ele estava tentando reunir seus homens e se entregar em grupo. Ele deixou claro para nós que tinha muitos feridos. Ele demorou quinze minutos tentando reunir seus homens, então o ameaçamos com mais artilharia. Qualquer coisa menos isso, disse a voz, e eles saíram.

O Hauptmann Dürfeld se rendeu com vinte e quatro de seus homens restantes. Ao ser questionado, Dürfeld disse que após a barragem alemã de noventa minutos na noite do dia 24, ele esperava cercar e capturar o Monte Della Torraccia com relativa facilidade. Ele ficou chocado com a resistência que encontrou. Os prisioneiros foram conduzidos para a retaguarda, embora muitos dos feridos tenham permanecido no desnível até o dia seguinte, quando a maioria já havia sucumbido aos ferimentos no ar frio da noite.

As perdas americanas durante a captura e defesa do Monte Della Torraccia de 24 a 26 de fevereiro foram 23 mortos e 121 feridos. Um dos feridos foi o 1º Sgt. Bill Brown, da Companhia L, que recebeu ferimentos por estilhaços no peito e na cabeça, além de um braço quebrado. Ele foi evacuado para o hospital para tratamento. Apesar dos conselhos dos médicos e dos protestos das enfermeiras, o 1º Sgt. Brown se recusou a ficar na cama. Depois de alguns dias, ele simplesmente deixou o hospital e voltou para sua companhia.

O Hochgebirgsjäger Lehr-Bataillon Mittenwald teve 7 mortos, cerca de 50 capturados e um número desconhecido de feridos. Outras unidades anexas também sofreram perdas significativas, e parece provável que o total de baixas alemãs quase igualou as do 3º Batalhão do 86º Regimento de Infantaria de Montanha. Que assim fosse, apesar dos defensores americanos terem a vantagem de cavar nas defesas em terreno elevado, apoiados pela artilharia e com total supremacia aérea, fala muito bem das habilidades de luta dos montanhistas alemães.

Fontes:
  • “3rd Battalion, 86th Infantry Regiment Killed and Wounded in Action.” Planilha Excel fornecida em 2013 pelo arquivista Dennis Hagen. 10th Mountain Division Resource Center. Biblioteca Pública de Denver. Denver, CO.
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  • Boucsein, Heinrich. Bomber, Jabos, Partisanen: Die 232. Infanterie-Division 1944/45. Kurt Vowinckel-Verlag, 2000.
  • Brower, David. Remount Blue: The Combat Story of the Third Battalion, 86th Mountain Infantry, 10th Mountain Division. Manuscrito não publicado, c. 1948. Versão digitalizada editada e disponibilizada na Biblioteca Pública de Denver por Barbara Imbrie, 2005.
  • Burtscher, Hans. A Report from the Other Side. Traduzido por Roland L. Cappelle. Seekonk, MA: Edição de John Imbrie, 1994.
  • Carlson, Bob. A History of L Company, 86th Mountain Infantry. Manuscrito publicado pela própria pessoa, 2000.
  • _____. First Addendum to A History of L Company, 86th Mountain Infantry. Manuscrito publicado pela própria pessoa, 2001.
  • _____. A History of L Company, 86th Mountain Infantry, expandido no ano de 2002. Manuscrito publicado pela própria pessoa, 2002.
  • _____. Third Addendum to A History of L Company, 86th Mountain Infantry. Manuscrito publicado pela própria pessoa, 2003.
  • Fisher, Ernest F. Jr. Cassino to the Alps: United States Army in World War Two: The Mediterranean Theatre of Operations, Book 4. Editado por Maurice Matloff. Washington, DC: Escritório de impressão do governo dos EUA, 1993.
  • Goldenberg, Norman. Papéis pessoais não processados, TMD309, Caixa 3, Coleção da 10ª Divisão de Montanha, Biblioteca Pública de Denver.
  • Günther, Matthias. “Die 114. Jäger-Division (714. ID) Partisanenbekämpfung und Geiselerschießungen der Wehrmacht auf dem Balkan und in Italien” Fontes e pesquisas de arquivos e bibliotecas italianos. Publicado pelo Instituto Histórico Alemão em Roma 85 (2005): 395-424. (2005): 395-424.
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  • Krear, H. Robert. The Journal of a US Army Mountain Trooper in World War II. Estes Park, CO: Editoração Eletrônica de Jan Bishop, 1993.
  • Marzilli, Marco. “Il Battaglione Hochgebirgsjäger.” Acessado em 11 de fevereiro de 2013. Historiamilitaria.it.
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  • Sulleormedeinostripadri.it. L’operazione Encore vista dalla 232a divisione di fanteria tedesca – La conquista di monte della Torraccia. Acessado em 29 de setembro de 2013. http://www.sulleormedeinostripadri.it/it/documenti-storici/linea-gotica/98-encore-232a.html.
  • Tengelman, Hans. The Mittenwald Battalion: Formation, Composition, Tasks and Combat Action During World War Two. Traduzido por Roland L. Capelle. Seekonk, MA: edição de John Imbrie, 1994.
  • Departamento do Exército dos EUA. Seção G-3, 15º Grupo de Exércitos. A Military Encyclopedia, Based on Operations in the Italian Campaigns 1943-1945Quartel-General, 15º Grupo de Exércitos.
  • _____. Fifth Army History: Part VIII, The Second Winter. 21 de outubro de 1947.
  • Wellborn, Charles. History of the 86th Mountain Infantry Regiment in Italy. Editado por Barbara Imbrie em 2004. Denver, CO: Bradford-Robinson Printing Co., 1945.
  • Woodruff, John B. History of the 85th Mountain Infantry Regiment in Italy. Editado por Barbara Imbrie em 2004. Denver, CO: Bradford-Robinson Printing Co., 1945.
Bibliografia recomendado:

Gebirgsjäger:
German Mountain Trooper 1939-45.
Gordon Williamson e Darko Pavlovic.

Leitura recomendada:




GALERIA: Mulas ou Blindados?, 12 de abril de 2021.