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terça-feira, 27 de julho de 2021

PERFIL: O filho do general

General de Lattre condecorando o Tenente de Lattre, seu filho, com a Croix de Guerre no dia 11 de maio de 1951, por suas ações na Batalha de Dien Mai, na Indochina.
O Tenente de Lattre morreria na Batalha do Rio Day apenas 19 dias depois dessa foto.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 27 de julho de 2021.

Bernard de Lattre de Tassigny (11 de fevereiro de 1928 - 30 de maio de 1951) foi um oficial do exército francês que lutou na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Indochina, recebendo várias medalhas durante sua carreira militar, incluindo a Médaille Militaire e a Croix de Guerre 1939-45 e dos Teatros Exteriores. Ele foi morto em ação aos 23 anos, lutando perto de Ninh Binh. Na época de sua morte, seu pai, o General Jean de Lattre de Tassigny, era o comandante geral das forças da União Francesa na Indochina.

Ainda com apenas 16 anos, Bernard recebeu permissão especial do General Charles de Gaulle para se juntar ao exército que estava sendo montado para invadir a França e, posteriormente, lutou na libertação do sul da França após a Operação Dragoon e também na Alemanha. Ele foi gravemente ferido em 8 de setembro de 1944, em Autun, retornando mais tarde para lutar novamente na Alemanha. Foi por suas ações nessas campanhas que ele recebeu a sua primeira Croix de Guerra e a Médaille Militaire - o mais jovem a receber essa medalha.

O jovem Cabo Bernard com seu pai, o General d'Armée Jean de Lattre de Tassigny, em 1945.
Bernard usa o distintivo do 2º Regimento de Dragões no peito.

O Pós-Guerra e a Indochina

Bernard entrou na Escola Militar Interarmas em 1º de agosto de 1945 (promoção "Victoire" - Vitória), escolhendo a arma blindada e de cavalaria (arme blindée et cavalerie, ABC). Em 26 de novembro de 1945, ele era um aspirante. Estagiário na Escola de Cavalaria de Saumur, foi nomeado segundo tenente em 26 de novembro de 1946. Depois foi designado para o 4º Regimento de Couraçados, em Mourmelon-le-Grand. Foi promovido a tenente em 26 de novembro de 1947.

Ele deixou a metrópole para a Indochina em 1º de julho de 1949. Chefe de um pelotão blindado do 1º regimento de caçadores, era comandante do posto de Yen My, que controlava quinze vilarejos e uma população de cerca de 20.000 habitantes. Ele foi citado pela ordem da brigada em 21 de abril de 1950.

Em 6 de dezembro de 1950 o seu pai, o General de Lattre, tornou-se Alto Comissário, Comandante-em-Chefe na Indochina e Comandante-em-Chefe da Força Expedicionária Francesa no Extremo Oriente. Bernard de Lattre assumiu o comando de um esquadrão formado em grande parte por voluntários vietnamitas em 1º de março de 1951.

Após os combates em Maï Dien, ele foi citado na ordem do corpo de exército em 11 de maio e recebeu sua segunda Croix de Guerre das mãos do pai em 11 de maio de 1951.


Ele foi morto em ação 19 dias depois, perto de Ninh Binh, durante a Batalha do Rio Day. Ele morrera obedecendo às ordens de seu pai de manter a cidade a todo custo, enfrentando três divisões regulares do Viet Minh; essa batalha travada teimosamente é creditada com a interrupção do avanço do Viet Minh na ofensiva do General Giap no Delta do Rio Vermelho. A ofensiva, que visava tomar Hanói, duraria ainda três semanas até perder força e ser repelida completamente. A citação das ações de Bernard na batalha concluiu:

"Ele tombou heroicamente, dando um exemplo das melhores virtudes militares".

Após a morte de seu filho, o General de Lattre organizou uma missa católica na catedral Saint-Joseph de Hanói, a catedral dos Mártires de Hanói. Dois dias após a batalha, o corpo de Bernard de Lattre foi transladado de volta para a França, acompanhado por seu pai, e o jovem soldado foi enterrado com honras militares. Os túmulos de todos os três de Lattre estão agora localizados lado a lado no cemitério de Mouilleron-en-Pareds, o local de nascimento de Jean de Lattre. A morte de Bernard de Lattre recebeu ampla cobertura da imprensa na época, incluindo artigos nos jornais Le Figaro, Le Monde, The New York Times e na revista Time. Seu funeral foi apresentado na revista Life como "Picture of the Week" (Imagem da Semana).

"Beijo para um filho soldado".
Imagem da Semana da LIFE Magazine.

Bernard Fall, em seu clássico Street Without Joy, faz um ode aos vários soldados - do general ao soldado raso - combatendo na Indochina, lutando e morrendo ao lado de seus camaradas nas selvas sufocantes do Sudeste Asiático.

"Em uma tal guerra sem frentes, ninguém estava seguro e ninguém era poupado. Tenentes morriam pelas centenas, e era calculado que para manter linhas de comunicação principais ao longo do Viet-Nã do Norte custa em média três ou quatro homens por dia para cada centena de quilômetro de estrada. Oficiais superiores morriam também. O General Chanson foi assassinado por um terrorista no Viet-Nã do Sul. O General da Força Aérea Hartman foi derrubado sobre Langson; os Coronéis Blankaert, Edon e Érulin foram mortos por minas enquanto lideravam seus grupos móveis através dos pântanos e arrozais. E a guerra não poupou os filhos dos generais, também. O Tenente Bernard de Lattre de Tassigny foi morto na defesa do ponto rochoso que era a chave para o forte de Ninh-Binh. Ele era o único filho do Marechal de Lattre e a sua morte partiu o coração do homem. O Tenente Leclerc, filho do Marechal Leclerc, morreu em um campo de PG comunista; e o Tenente Gambiez, filho do chefe de estado-maior do General Navarre, foi morto em Dien Bien Phu.

Estes homens, e milhares de outros, da Martinica ao Taiti e de Dunquerque ao Congo, de todas as partes da península indochinesa, e legionários estrangeiros de Kiev na Ucrânia a Rochester, Nova Iorque, compuseram as Forces de l'Union Française - sem dúvida o maior, e último, exército francês a lutar na Ásia."

- Bernard Fall, Street Without Joy, pg. 252.

A Batalha de Ninh Binh

Durante a noite de 28 a 29 de maio de 1951, o General Von Ngyuen Giap lançou sua terceira ofensiva contra o Delta do Rio Vermelho desde o início do ano, iniciando a Batalha do Rio Day, pela posse do delta do rio de mesmo nome que flui a sudoeste de Hanói.

A batalha foi a primeira campanha convencional de Giap, e viu suas forças do Exército Popular do Vietnã (Armée Populaire Vietnamienne, APVN) de Viet Minh atacarem a região dominada pelos católicos do Delta para quebrar sua resistência à infiltração de Viet Minh. Depois de duas derrotas em empreendimentos semelhantes durante março e abril daquele ano, Giap liderou três divisões em um padrão de ataques de guerrilha e dissimulação em Ninh Bình, Nam Dịnh, Phu Ly e Phat Diem começando em 28 de maio, que viu a destruição do Comando François, um comando naval, enquanto atrasavam os regulares Viet Minh.

Comandos navais do Comando François, aniquilado na igreja de Ninh Binh.

As rochas de Ninh-Binh (hoje Cuc Phûong), que se projetam sobre o rio, constituem um bloqueio estratégico. Para o General Giap, é uma questão de destruir a linha de defesa protegendo o delta criada pelo General de Lattre de Tassigny (comandante em chefe da Indochina) e, assim, alcançar o celeiro de arroz que representa a planície fértil do baixo rio Vermelho.

A área é mantida pelo Comando François sob as ordens do Tenente Labbens. As tropas francesas não têm outro refúgio que uma igreja e a formação rochosa com vista para o rio. O ataque de milhares de Bô Doï da Daï Doan (divisão) é particularmente violento e os pitons de Ninh Binh são tomados pelos combatentes Viet Minh. Os soldados resistiram a noite toda até o fim de munição. A unidade foi aniquilada, com relatos de prisioneiros franceses sendo mortos a tiros pelos captores Viet Minh. Entre os reforços está um esquadrão do 1er Chasseur, composto por tropas indochinesas comandadas pelo Tenente Bernard de Lattre de Tassigny.

A situação foi assim descrita por Bernard Fall:

"O ataque inicial Viet-Minh, que começou em 29 de maio, se beneficiou, como quase sempre acontecia, de uma surpresa completa. Ao amanhecer, a maior parte da 308ª Divisão de Infantaria tomou de assalto as posições francesas em e ao redor de Ninh-Binh, penetrando na cidade e prendendo os sobreviventes franceses restantes na igreja. Durante aquela primeira noite caótica da batalha, um batalhão de reforços vietnamitas reunidos às pressas da vizinha Nam-Dinh foi lançado na batalha. Uma de suas companhias, chefiada pelo único filho do comandante-em-chefe francês, o Tenente Bernard de Lattre, foi obrigado a manter a todo custo um forte francês situado em um penhasco com vista para Ninh-Binh. Apesar do intenso bombardeio de morteiros, a companhia de de Lattre resistiu, mas quando amanheceu , o jovem de Lattre e dois de seus mais graduados suboficiais jaziam mortos na falésia. (Antes do fim da guerra da Indochina, mais vinte filhos de marechais e generais franceses morreriam como oficiais; outros vinte e dois morreram na Argélia mais tarde.)"

 - Bernard Fall, Street Without Joy, pg. 45.

Tomado de surpresa, o Comando francês rapidamente reagiu e em 48 horas mobilizou três grupos móveis (grupamentos mecanizados de armas combinadas semelhantes a equipes de combate regimentais), quatro grupos de artilharia, um grupamento blindado e o 7º Batalhão de Paraquedistas Coloniais (7e Bataillon de Parachutistes Coloniaux, 7e BPC), bem como uma dinassaut. O fluxo e refluxo de posições capturadas e retomadas continuaria até que as linhas de suprimento de Giap foram cortadas por volta de 6 de junho. O ponto culminante da batalha ocorreu na noite de 4 para 5 de junho com o posto-chave de Yen Cu Ha mudando de mãos várias vezes. Giap com suas forças, movendo-se em grandes números e durante o dia, eram vulneráveis ao poder de fogo francês e às forças terrestres francesas apoiadas por uma milícia católica local amigável. Com a artilharia, embarcações ribeirinhas e aviões que massacravam as centenas de pequenos juncos e sampanas que constituíam a linha de suprimentos Viet Minh cruzando o rio Day, as unidades do exército Viet Minh foram forçadas a se retirar entre 10 e 18 de junho, deixando 1.000 prisioneiros nas mãos dos franceses e 9.000 baixas para trás.

Os últimos defensores Viêt-Minh no rochedo de Ninh-Binh são capturados pelos tirailleurs do 2e BM/1er RTA.

O corpo do Tenente de Lattre foi recuperado por um golpe-de-mão do Comando 24 "Tigres Negros".

La Noblesse Oblige

O Major Médico Grauwin em seu livro J’étais médecin à Dien Bien Phu (Eu fui médico em Dien Bien Phu) faz um ode aos filhos de oficiais-generais que, ao invés de aceitarem postos confortáveis em unidades administrativas, decidiram que la noblesse oblige (a nobreza tem obrigações) e voluntariam-se para lutar e morrer na defesa do império francês na Ásia.

No sistema francês, o comandante da unidade é chamado pela tropa como "Le Patron", o patrão ou patrono. O culto aos patronos tão enraizado no Exército Brasileiro deriva desse costume por influência direta da Missão Militar Francesa vinda em 1920. Grauwin menciona os comentários de "Ó, o filho do patrão...", quando estes jovens oficiais de "dinastias" militares eram avistados nos quartéis.
 
"O que todos esses tenentes tinham?

Conheço dezenas e dezenas de todas as armas e todas as unidades. Em uma primeira estadia na Indochina é chefe de pelotão, em uma segunda estadia, comandante de companhia, mas a terceira estadia geralmente terminava com um membro a menos ou em um cemitério militar perdido no mato.

Da antiga equipe de tenentes do terceiro estrangeiro, quantos ainda restam até hoje? Onde estão enterrados Benoistel, Hamacek, Guillemin, Palissère, Fontaine?...

Na primavera de 1947, ainda em Nam Dinh; havia três oficiais de cavalaria que mantinham a comida, eu os via todas as noites, eles se chamavam: de Lassus, Mercier e Monroe. Eles foram enterrados todos os três em intervalos de um ano não muito distantes um do outro.

Os filhos dos generais pagam a grande honra de ostentarem um nome glorioso: o Tenente Leclerc, o Tenente de Lattre ou o Tenente Preau...

Por que eles recusam um cargo tranqüilo depois de terem cumprido grandemente seu tempo como chefe de pelotão ou comandante de companhia? O medo que se diz: "Ó, o filho do patrão..." Não! O amor simplesmente, como os camaradas de nomes desconhecidos; o amor de sua profissão de soldado e pelo país."

- Major Médico Grauwin, J’étais médecin à Dien Bien Phu.

J’étais médecin à Dien Bien Phu.
Major Médico Grauwin.

A morte de Bernard de Lattre teve um grande impacto em seu pai e sua mãe. Seu pai, em particular, fora profundamente afetado e ele morreu de câncer menos de oito meses depois. Sua mãe, agora com o direito de se chamar Madame la Maréchale após a promoção póstuma de seu marido, foi descrita em um obituário publicado em 2003 como tendo "se dedicado à memória de seu filho e à história de seu marido e dos exércitos que ele havia comandado".

Em 1952, foi publicado um livro de 308 páginas intitulado Un destin héroïque: Bernard de Lattre (Um destino heróico: Bernard de Lattre). O livro é uma coleção de histórias da vida de Bernard, junto com cartas que ele escreveu. O livro foi escrito e editado pelo professor francês de filosofia Robert Garric. Outra resposta escrita à morte de Bernard de Lattre foi fornecida por sua mãe em sua obra em dois volumes sobre o marido: Jean de Lattre: mon mari (Jean de Lattre: meu marido, Paris, 1972). Nesta obra, Madame de Lattre escreve sobre a reação de seu marido à morte de seu filho, mas também escreve sobre seus próprios sentimentos e o idealismo de uma geração de soldados franceses morrendo tal como seu filho.

Um dos memoriais duradouros a Bernard de Lattre é uma pequena capela ao ar livre na comuna de Wildenstein, no departamento do Haut-Rhin, na Alsácia, no nordeste da França. Hoje conhecida como Capela de São Bernardo, essa estrutura foi inaugurada em 1955. É constituída por um altar e um pequeno abrigo ao lado de uma trilha de caminhada. A construção do local começou em 1954, usando plantas aprovadas por Madame de Lattre. O material de construção usado foi arenito rosa da vizinha Rouffach. O site é dedicado à memória de Bernard de Lattre, de seu pai Jean de Lattre e das forças francesas que lutaram na área em 1944 para libertar a Alsácia dos alemães na Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, a capela ficou em mau estado, mas foi renovada e reinaugurada durante uma missa de 20 de agosto de 2004, dia dedicado a São Bernardo de Claraval. Há um serviço anual realizado lá em homenagem a Bernard de Lattre de Tassigny, com a presença de associações de veteranos, dignitários locais e parentes dos de Lattre.

Também localizado em Wildenstein está o Centre Bernard de Lattre, que inclui um memorial a Jean de Lattre. Este memorial estava originalmente localizado na Argélia, mas foi transferido para Wildenstein em 1962 após a Argélia se tornar independente da França. Uma comemoração adicional do nome de Bernard de Lattre veio quando a turma de 1984-1985 da École Militaire Interarmes, a escola militar em que ele estudou, foi nomeada "Promoção Tenente Bernard de Lattre de Tassigny" em sua homenagem. Um serviço anual também ocorre nos túmulos dos de Lattre em Mouilleron-en-Pareds.

Historiadores e outros autores que escreveram sobre a Primeira Guerra da Indochina comentaram sobre o simbolismo da morte de Bernard de Lattre. Em Soldats perdus: de l'Indochine à l'Algérie, dans la tourmente des guerres (Soldados perdidos: da Indochina à Argélia, 2007), a jornalista e autora francesa Hélène Erlingsen diz que a morte de Bernard de Lattre foi um símbolo "do mundo moderno devastado pela guerra" e que sua vida foi “representativa do nosso tempo”. A morte de Bernard de Lattre foi contextualizada em relação a outras mortes nesta guerra, com Brian Moynahan, na sua obra The French century: an illustrated history of modern France (O século francês: uma história ilustrada da França moderna, 2007), observando que "ao todo 21 filhos de marechais e generais franceses morreram na Indochina", conforme registrado por Bernard Fall em 1961.

Post-script: Suspense militar

O título deste artigo é uma paráfrase do filme A Filha do General (The General's Daughter, 1999), um filme de investigação militar onde o investigador Paul Brenner (John Travolta) ao lado de sua parceira Sara Sunhill (Madeleine Stowe) investigam a misteriosa morte da oficial de guerra psicológica Capitã Elisabeth Campbell (Leslie Stefanson), filha do comandante da base: o General Joe Campbell (James Cromwell).

Outros personagens marcantes sendo o Coronel Bob Moore (James Woods), o oficial comandante e mentor da Capitã Elisabeth Campbell, e o Coronel George Fowler (Clarence Williams III), o leal segundo em comando do General Campbell. Além da investigação e da discussão sobre mulheres no exército em uma época onde este era um conceito novo, o filme ainda apresenta a estética esverdeada dos antigos uniformes BDU americanos.

Recomendação do Warfare.


A Filha do General ainda gerou um filme de suspense e investigações militares, Violação de Conduta (Basic, 2003), dessa vez com John Travolta contracenando com a futura rainha Hipólita, Connie Nielsen, como a investigadora Capitão Júlia Osborne e com o titã Samuel L. Jackson interpretando o implacável Sargento Nathan West.

Bibliografia recomendada:

Street Without Joy:
The French Debacle in Indochina.
Bernard Fall.

Leitura recomendada:












Armas vietnamitas para a Argélia, 14 de dezembro de 2020.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

GALERIA: Cerimônia de mobilização total na Indochina

Guarda-bandeira vietnamita durante a cerimônia na presença do Imperador Bao Dai, 16 de abril de 1954.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 23 de julho de 2021.

Em 8 de março de 1949, após os Acordos do Eliseu, o Estado do Vietnã foi reconhecido pela França como um país independente governado pelo imperador vietnamita Bảo Đại. O Exército Nacional Vietnamita ou Exército Nacional do Vietnã (vietnamita: Quân đội Quốc gia Việt Nam, "Exército Nacional do Vietnã", francês: Armée Nationale Vietnamienne, "Exército Nacional Vietnamita" - ANV) foi a força militar do Estado do Vietnã criada pouco depois disso. Era comandado pelo general vietnamita Nguyen Van Hinh e era leal a Bảo Đại, com uma força inicial de 25 mil homens apoiados por 10 mil irregulares.

O ANV lutou em operações conjuntas com o Corpo Expedicionário Francês do Extremo Oriente (Corps Expéditionnaire Français en Extrême-Orient, CEFEO) da União Francesa contra as forças comunistas do Việt Minh lideradas pelo general Võ Nguyên Giáp e por Ho Chi Minh. Diferentes unidades dentro do ANV lutaram em uma ampla gama de campanhas, as mais célebres:
  • Batalha de Na San (1952),
  • Operação Hautes Alpes (1953),
  • Operação Atlas (1953)
  • Batalha de Dien Bien Phu (1954).

O General-de-Exército Nguyen Van Hinh ao microfone durante a cerimônia, Hanói, 16 de abril de 1954.

Legenda original:

Indo China: Vietnã mobiliza todos os homens de 21 a 25. Durante uma recente revista de oficiais do Vietnã, Nguyen Van Hinh, Chefe do Estado-Maior do Vietnã e um dos homens responsáveis pela nova ordem drástica de mobilização, é mostrado, esquerda, primeiro plano, oficiais líderes no juramento de lealdade. A nova inscrição total é a primeira de uma série de medidas de longo alcance desenvolvidas para ajudar os franceses a esmagar os rebeldes do Viet Minh liderados pelos comunistas na Indochina. Até 15 de maio, todos os cidadãos do sexo masculino entre 21 e 25 anos serão admitidos. É a primeira vez na guerra de sete anos entre a Indochina que o Vietnã ordenou uma convocação total.

Oficiais em continência.

A missão do ANV era manter a ordem e a segurança interna no Estado do Vietnã, lutar contra as tropas comunistas ao lado do CEFEO e defender as fronteiras da União Francesa. Em 1952 foi criado o Estado-Maior Geral Conjunto vietnamita, assim como quatro Regiões Militares (RM) vietnamitas com funções administrativas, mantendo as operações militares nas mãos de autoridades francesas. O ANV operava no nível de batalhão e possuía então 57 batalhões de infantaria, 5 batalhões paraquedistas, 3 batalhões de artilharia, 6 esquadrões de reconhecimento blindados e várias unidades de apoio.

Efetivos em combate na Indochina no final de 1952:

- CEFEO: 174.736.
  • Metropolitanos: 54.790.
  • Legionários: 19. 079.
  • Norte-africanos: 29.532.
  • Africanos: 18.153.
  • Nativos: 53.182.
- Forças Auxiliares: 59.090.

Total da União Francesa menos o ANV: 233.826.

- Exército Nacional Vietnamita: 147.800.
  • Forças Regulares: 94.520.
  • Forças Auxiliares: 53.280.
Total da União Francesa: 381.626.

- Viet Minh: 425.000.
  • Forças Regulares: 270.000.
  • Forças Auxiliares: 155.000.

O Imperador Bao Dai passa as tropas em revista, 16 de agosto de 1954.

Legenda original:

Bao Dai recebe juramento de fidelidade na cerimônia de Hanói. Hanói, Vietnã do Norte: Em uma cerimônia militar imponente em Hanói, o rei vietnamita Bao Dai recebe um juramento de lealdade do Exército Nacional do Vietnã. Numerosas autoridades da França, Vietnã e outras nações estavam presentes. Aqui (à esquerda), Sua Majestade Bao Dai passa em revista uma unidade do exército conforme o General Hinh os indica.

Soldados do ANV de joelhos durante a cerimônia.

Auxiliares femininas administrativas do ANV assistindo à parada.

Tropa do ANV durante a cerimônia.
O oficial no centro da foto tem o brevê paraquedista e uma grossa passadeira de medalhas.

O Imperador Bao Dai, o General Nguyen Van Hinh e outros dignatários vietnamitas em evidência.

Efetivos do ANV em julho de 1954:
  • 167.700 regulares.
  • 37.800 auxiliares.
  • Total: 205.500 homens.
Os exército particulares que haviam sido declarados exércitos independentes dentro do ANV por Bao Dai foram ordenados a se incorporarem à estrutura regular por Diem; com a maioria obedecendo. Este ANV recém-independente então lutou e venceu o mais poderoso exército particular, o Binh Xuyen, na Batalha de Saigon (28 de abril a maio de 1955). Depois venceu o exército particular do secto Hoa Hao, unificando e consolidando as forças do Vietnã do Sul para o confronto com o Norte comunista. Após o referendo nacional de 26 de outubro de 1955, o então primeiro-ministro Ngo Dinh Diem derrubou Bai Dai e tornou-se o primeiro presidente da República do Vietnã, com capital em Saigon.

O Exército Nacional Vietnamita tornou-se o Exército da República do Vietnã (conhecido como ARVN) no ano seguinte, e começaria a trocar a influência francesa pela americana. O ARVN luta até a morte por mais duas décadas e seria destruído em um "Crepúsculo dos Deuses" em 1975, quando o Exército Popular do Vietnã tomou a capital Saigon e venceu a guerra unificando o Vietnã sob a liderança de Hanói.

Bibliografia recomendada:

The Twenty-Five Year Century:
A South Vietnamese General remembers the Indochina War to the Fall of Saigon.
General Lam Quang Thi.

Army of the Republic of Vietnam 1955-75.
Sargento Gordon L. Rottman.

Leitura recomendada:



domingo, 13 de junho de 2021

FOTO: Crianças guerrilheiras no Tonquim

"Jovens guerrilheiros usam granadas no cinto, preparando-se para lutar contra as forças invasoras do Viet-Minh no Delta do Rio Vermelho, norte do Vietnã, 1954."
(Howard Sochurek / The LIFE Picture Collection)

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 13 de junho de 2021.

A foto tirada por Howard Sochurek para a LIFE Magazine mostra uma das muitas instâncias da brutalidade dos mais de 30 anos da guerra no subcontinente da Indochina. Três crianças-soldados, dois meninos e uma menina, levemente equipados e assumindo responsabilidades militares. Até a queda de Saigon em 1975, os dois lados usariam combatentes em idades inferiores a 15 anos (a idade militar mínima segundo a ONU).

Tania Sochurek, viúva do fotógrafo Howard Sochurek:

O conflito no Vietnã durou quase 20 anos. Howard era fotógrafo da equipe da LIFE no início dos anos 1950, quando foi designado para cobrir os combates no que então era a Indochina. Ele esteve presente na queda brutal - e histórica - de Dien Bien Phu, que marcou o fim do envolvimento francês na região.

É uma loucura pensar que essas três crianças com granadas estavam partindo para lutar contra o exército Viet-Minh. Infelizmente, eles provavelmente morreram rapidamente na guerra. Esta é uma foto que Howard achou muito poderosa.

Em 1954, Howard estava novamente em missão no Vietnã quando foi chamado para casa em Milwaukee para ficar com sua mãe, que estava com uma doença terminal. O aclamado fotógrafo Robert Capa veio para substituí-lo e cobrir o combate. Pouco tempo depois, Capa foi morto por uma mina terrestre enquanto estava em missão com as tropas americanas. Com o passar dos anos, Howard costumava contar essa história e se lembrar com tristeza de que Capa morrera cobrindo sua missão. Ele estava imensamente orgulhoso de receber o prêmio Medalha de Ouro Robert Capa Robert por "fotografia superlativa que exige coragem excepcional e iniciativa no exterior" do Overseas Press Club em 1955.

Reverso e anverso da Medalha de Ouro Robert Capa.
Howard Sochurek foi seu primeiro recipiente.

Outro correspondente famoso, Bernard Fall - até hoje referência sobre a Guerra da Indochina e a cultura no Vietnã, Camboja e Laos - também morreu no Vietnã enquanto cobria o conflito na "fase americana", em 21 de fevereiro de 1967. Ironicamente o bastante, ele morreu na "Rua Sem Alegria" (La rue sans joie / Street Without Joy), na região da Rota Colonial/Nacional 1 entre Hue e Quang Tri, e que dá nome ao seu livro mais famoso:

Street Without Joy:
The French Debacle in Indochina.
Bernard B. Fall.

O Vietnã permanece envolvido em conflito intermitente - com muitos períodos de conflito permanente - da invasão japonesa de 1940 até a queda de Saigon em 1975, os expurgos comunistas no Sul conquistado, na guerra do Camboja e na invasão chinesa de 1979.

O caráter provinciano e localizado das vilas vietnamitas e montanhesas - minorias "Moi" ("selvagem") vivendo nas terras elevadas - favorecia esse tipo de ocorrência. Esse tipo de organização tribal é comum na Ásia, com a ideia de proteção da infância uma característica especificamente ocidental. Em uma ocasião narrada pelo general sul-vietnamita Lam Quang Thi, uma aldeia montanhesa foi atacada por vietcongues. A força de auto-defesa da vila entrou em ação e segurou o ataque. Durante a batalha, uma menina de 4 anos pegou um cunhete de munição e correu para o pai que operava a metralhadora da vila, cruzando pesado fogo inimigo para fazê-lo.

A ação da menina foi essencial para a defesa da vila.

Bibliografia recomendada:

Meninos soldados:
Quando as crianças vão à guerra.
Jimmie Briggs.

Leitura recomendada:




domingo, 6 de junho de 2021

GALERIA: Operação de limpeza em Bui Chu pelo 1º batalhão do 2e REI

Progressão de soldados do 1º batalhão do 2e REI em um arrozal inundado em Bui Chu, 10 de outubro de 1953.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 6 de junho de 2021.

Operação de "limpeza" (eliminação do adversário em determinada região) ocorrida em Bui Chu em 10 de outubro de 1953; participou o I/2e REI (1º batalhão do 2º Regimento Estrangeiro de Infantaria). A operação foi fotografada para o ECPAD por Ferrari Pierre.

O I/2e REI desembarcou na Indochina em fevereiro de 1946, participando da pacificação de Annam, a área central da Indochina. Enviado ao Tonquim em dezembro de 1946, participou do socorro a Huai Duang - formando o núcleo da coluna de socorro vinda de Haiphong para Hanói. Após quatro dias de dura resistência, os franceses entraram em Huai Duang no natal. Após batalhas menores, a rota terrestre de Haiphong e Hanói foi estabelecida em 7 de janeiro de 1947.

Soldados do 1º Batalhão do 2e REI cruzam uma ponte durante a operação de limpeza em Bui Chu.

Um comandante e um capitão do 1º batalhão da 2ª REI estudam um mapa durante a operação em Bui-Chu.

O batalhão serviu no Tonquim até 1954, quando foi enviado para Dien Bien Phu, onde seria aniquilado. À partir de março de 1954, Dien Bien Phu contava com uma guarnição de 11 mil homens, incluindo 12 batalhões de combate: três argelinos, um marroquino, dois indígenas, um de paraquedistas franceses; da Legião havia o I/2e REI, o III/3e REI, I e II do 13e DBLE, e o 1er BEP.

Retrato de um veterano do 1º Batalhão do 2e REI durante a operação de limpeza em Bui Chu.

Um fuzileiro-metralhador FM 24/29 do 1º batalhão de 2 REI durante a operação em Bui-Chu.

Um camponês oferece uma bebida a um legionário do 1º batalhão da 2ª REI durante a operação em Bui-Chu.

Bibliografia recomendada:

French Foreign Legion:
Infantry and Cavalry since 1945.
Martin Windrow e Mike Chappell.

Leitura recomendada:

sábado, 5 de junho de 2021

GALERIA: Operações na região de Nghia Lo, com o 8e BPC e o 2e BEP

O Capitão-médico Chataigneau, do 2e BEP, gravemente ferido durante os combates em Nghia-Lo, é transportado por legionários (armados com fuzis dobráveis ​​MAS 36 CR 39) em direção ao posto de Gia-Hoi para sua evacuação médica, outubro de 1951.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 5 de junho de 2021.

Operação na região de Nghia Lo em que participam o 8e BPC (8e Bataillon de Parachutistes Coloniaux8º Batalhão Colonial de Paraquedistas) e o 2e BEP (2e Bataillon Étranger de Parachutistes2º Batalhão Estrangeiro de Paraquedistas), parte da Batalha de Hoa Binh, no Tonkin. Essa operação foi típica das batalhas pelo controle do Viet Bac, o coração do Tonquim, no norte da Indochina.

O posto de Nghia Lo era defendido pelo 1er bataillon Thaï (1º Batalhão Tai) do Major Girardin, contando 1.000 homens. Também lançado com o 8e BPC foi a antena cirúrgica n° 1 (antenne chirurgicale n° 1PCA n° 1) do Tenente-médico Fourès.

Durante os combates em Nghia Lo, o major Rémy Raffalli, comandando o 2e BEP, compartilha um café com um cabo. Amado pelo batalhão, Raffali seria ferido por um sniper em 1º de setembro de 1952 durante uma operação de rotina. Evacuado para Saigon, morreria devido aos ferimentos no dia 10 do mesmo mês. Ele dá nome ao quartier do atual 2e REP.

No âmbito da batalha de Nghia Lo, o General Salan assumindo, na ausência do General de Lattre de Tassigny, o comando das Forças Francesas na Indochina, decidiu lançar o 8e BPC de pára-quedas em Gia-Hoï (20km a noroeste de Nghia Lo) no dia 2 de outubro, a fim de tomar de surpresa as forças Viet-Minh da Divisão 312, atacando pela sua retaguarda.

Os vietminhs lançaram seu ataque a Nghia Lo na noite de 2-3 de outubro e colocaram o 8º BPC em uma posição crítica. A partir daí, o General Salan engajará o 2e BEP que se encontrava em Gia-Hoï no dia 4 de outubro (operação “Thérèse”).

Um legionário de origem espanhola do 2e BEP coloca um capacete de fibra na cruz de bambu marcando o local do túmulo de um camarada que caiu durante a luta em Nghia Lo, outubro de 1951

O Tenente-Coronel de Rocquigny, comandante do grupo operacional formado pelo 8e BPC e o 2e BEP e o Major Raffalli, comandante do 2e BEP, se reúnem junto ao túmulo do legionário caído em Nghia Lo, outubro de 1951.

Um legionário de 1ª classe húngaro do 2e BEP vigia um piton (elevação) atrás de sua metralhadora Browning M1919A4 calibre .30. É lá que se localizava o posto de comando da Divisão 312 (Daï Doan 312) do Viet-Minh, no auge do confronto, outubro de 1951.

Durante os combates em Nghia Lo, quadros do 2e BEP avançam pelo rio Nam Minh, outubro de 1951. Em primeiro plano, o Capitão Coat (que será morto em 15 de outubro de 1951), vestido com o raro traje de camuflagem americano M42. O segundo legionário usa um casquete (calot) de infantaria da Legião Estrangeira (verde com fundo vermelho), considerado cobertura de descanso, no lugar da boina verde usada desde 1949. Essa prática cessará em 1952 com a adoção definitiva da boina verde.

Durante as batalhas de Nghia Lo, em outubro de 1951, um sargento-chefe de origem belga (à esquerda) e o Sargento Thater, de origem alemã, da 2e CIPLE (2e Compagnie Indochinoise Parachutiste de la Légion Étrangère) do 2e BEP, descansam e fumam cigarros entre as árvores de bambu. O sargento Thater foi morto em uma emboscada perto da vila de Xuong Si em 24 de dezembro de 1951.

O esforço dos dois batalhões seria reforçado pelo 10e BPCP (10e Bataillon Parachutiste de Chasseurs à Pied / 10º Batalhão Paraquedista de Caçadores a Pé), que saltara em apoio em 6 de outubro. Os efetivos indígenas (10e CIP) desse batalhão formariam depois o 3e BPVN.

As forças do Viet-Minh são compostas principalmente pela divisão de montanha 312 do Coronel Lê Trọng Tấn que incluía os três batalhões (Tien Doan, TD) 209, 141 e 165. As forças envolvidas nas batalhas foram 12.000 Bo Dois (regulares), 3.000 coolies, 30 canhões de 75, 80 morteiros e 200 bazucas.

Para o General Nguyen Giap, é uma derrota. Forçado a retirar sua Divisão 312, ele não pôde continuar sua campanha do noroeste. Do ponto de vista tático, o uso de paraquedistas, apoiados pela Força Aérea e operando na retaguarda do inimigo tornou-se um modelo desse tipo operação.

As perdas francesas, segundo o General Salan, foram 36 mortos, 96 feridos e 163 desaparecidos. As perdas do 2e BEP foram de 7 mortos, dentre os quais o Tenente Lecoeur, 27 feridos e 19 desaparecidos. As perdas do Viet-Minh, segundo Salan e Pierre Montagnon, são 1.000 mortos e 2.500 feridos. Para Erwan Bergot, as perdas seriam de 4.000 mortos e 1.300 prisioneiros.

Parada militar e condecoração dos vencedores de Nghia Lo pelo General de Lattre de Tassigny.

O Tenente Calixte, assistente do comandante da 4ª companhia (ex-2ª companhia) do 2º BEP, foi condecorado pelo General de Lattre de Tassigny por sua conduta durante a luta de Nghia-Lo. Podemos ver no ombro do oficial a insígnia do 1º Exército "Reno e Danúbio" cujo traje comemorativo está reservado aos ex-soldados desta formação, novembro de 1951.

Em seu retorno da França, o general de Lattre de Tassigny, alto comissário da França e comandante-em-chefe na Indochina, recompensa os vencedores de Nghia-Lo, durante uma parada militar imponente em Ninh-Giang, em novembro de 1951.

Durante uma cerimônia em Ninh-Giang, o Major Raffalli, comandante do 2e BEP, acaba de ser promovido a oficial da Legião de Honra e condecorado com a Croix de guerre des Théâtres d'Opérations Extérieures pelo General de Lattre de Tassigny. Gravemente ferido por um tiro enquanto acompanhava seu batalhão pela última vez em operação, dois dias depois do fim do seu comando, ele morreu em Saigon em 10 de setembro de 1952.

O guião do 3/5e REI (3º Batalhão do 5º Regimento Estrangeiro de Infantaria), apresentado pelo Comandante Dufour, é condecorado pelo General de Lattre de Tassigny, novembro de 1951.

No passo caracteristicamente lento da Legião Estrangeira, o 5e REI (Regimento Estrangeiro de Infantaria) marcha durante uma parada em Ninh Giang. Em primeiro plano, um praça que acaba de receber a Croix de Guerre des TOE das mãos do general.

O General de Lattre de Tassigny condecora um sargento do 2e BEP cujo quepe de suboficial (podemos distinguir a tira de queixo de ouro das armações) é coberto com um cobre-quepe branco de soldado, prática comum em desfile. À direita, quadro do serviço médico do 2e BEP portando, no bolso esquerdo da camisa, a insígnia do Serviço de Saúde indicando sua especialidade.

Um sargento do 2e BEP é condecorado pelo General de Lattre de Tassigny. Usando um képi de oficial não-comissionado, mas coberto com um cobre-quepe branca de soldados e cabos, esse sargento também usa um cinto branco de desfile, de fabricação local e específico para os 1er e 2e BEP.

Após os combates de Nghia Lo, onde se destacou, o Capitão Hélie Denoix de Saint Marc, líder da 2e CIPLE (Compagnie Indochinoise Parachutiste de la Légion Étrangère) do 2e BEP, foi condecorado pelo General de Lattre de Tassigny durante uma parada militar em Ninh-Giang. Hélie de Saint Marc é até hoje um dos mais respeitados e estudados militares nas academias francesas.

Bibliografia recomendada:

Manual da Estratégia Subversiva,
General Vo Nguyen Giap.

Leitura recomendada: