Coronel Abdullah Faraj Al-Azzawi, Força Aérea Iraquiana, piloto de MiG-25 vestindo o traje de pressão parcial de grande altitude nos anos 80, durante a guerra contra o Irã. |
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
FOTO: Tom Celek iraquiano
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Operação Haboob: E se a França tivesse engajado-se no Iraque em 2003?
Fuzileiros navais americanos posando com um retrato do ditador Saddam Hussein, 2003. |
Soldados franceses do 3e RIMa diante de um retrato do ditador Saddam Hussein doze anos antes, em 1991. |
*Nota do Tradutor: Ucronia, história de eventos fictícios a partir de um ponto de partida histórico; "counter-factual".
*NT: Um Groupement Tactique Interarmes (GTIA) é uma força de armas combinadas de valor regimento que incorpora elementos de infantaria, cavalaria, artilharia e engenharia em uma força de combate auto-suficiente, para objetivos táticos definidos. O GTIA é geralmente uma unidade temporária, formada para cumprir uma missão - ou várias missões - durante um período fixo.Cada uma das unidades de combate de um GTIA (companhia ou esquadrão) provavelmente constituirá um subconjunto de armas combinadas denominado SGTIA (sous-groupement tactique interarmes/ subgrupo tático de armas combinadas). Um exemplo de uma configuração possível seria uma companhia de infantaria reforçada por um pelotão de carros de combate, mais elementos de engenharia.
Derrubada de uma estátua do ditador Saddam Hussein em Badgá, 2003. |
Elementos do GTIA de Kapisa no Vale do Alasei, em 2009. Em primeiro plano um AMX-10RC e ao fundo alguns VAB. |
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
FOTO: Fuzileiros navais americanos em combate urbano
domingo, 9 de agosto de 2020
O aprendizado chinês sobre a Guerra do Golfo
Por Robert Farley, The National Interest, 2 de maio de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 8 de agosto de 2020.
Eles aprenderam muito com ela.
Aqui está o que você precisa lembrar: A Guerra do Golfo forneceu aos tomadores de decisão civis e militares chineses um exemplo imediato de como era a guerra moderna e deu algumas lições sobre como lutar (e como não lutar) no futuro. O PLA se tornou uma organização radicalmente mais sofisticada - com capacidade de aprendizado muito mais eficaz - do que era em 1991. Ainda temos que ver, entretanto, como todas as peças se encaixarão em um combate real.
Soldados americanos observando um cadáver iraquiano diante de um cenário de poços de petróleo em chamas, 1991. |
Em 1991, oficiais militares chineses assistiram aos Estados Unidos desmantelarem o Exército Iraquiano, uma força com mais experiência de batalha e sofisticação técnica um pouco maior do que o Exército de Libertação do Povo (PLA). Os americanos venceram com baixas que eram triviais para os padrões históricos.
Isso levou a um exame de consciência. O PLA ainda não estava no piloto automático na década de 1980, mas o ritmo das reformas no setor militar não tinha correspondido ao da vida social e econômica na China. Dado o péssimo desempenho do PLA na Guerra Sino-Vietnamita de 1979, bem como o colapso da União Soviética, algo estava fadado a mudar. A Guerra do Golfo forneceu um catalisador e uma direção para essa mudança.
Aprendizado
Para ter uma ideia de por que a Guerra do Golfo é importante para o PLA, precisamos fazer um rápido desvio para a teoria organizacional. Os exércitos aprendem de várias maneiras diferentes; experimentos, experiência, enxertia (retirando membros de outras organizações semelhantes), aprendizagem vicária e exploração. Em 1991, o PLA carecia de qualquer experiência relevante na guerra moderna desde a desastrosa campanha contra o Vietnã em 1979. Faltava-lhe os fundos e os meios políticos para empreender o tipo de exercícios em grande escala necessários à guerra moderna. A enxertia é notoriamente difícil para as organizações militares modernas, já que se tornou difícil simplesmente contratar sargentos e coronéis de países estrangeiros.
Miliciana vietnamita guardando prisioneiros chineses, 1979. |
Isso impede a exploração e o aprendizado indireto, que envolvem tentar aprender o máximo possível com o ambiente (exploração) e com as experiências de outros exércitos. Em 1991, a Guerra do Golfo deixou claro o que funcionou (as forças armadas dos Estados Unidos) e o que não funcionou (as forças armadas iraquianos). Não é surpreendente, neste contexto, que a Guerra do Golfo teria um efeito tão grande no PLA.
Equipamento
Um grande problema veio do lado do equipamento.
Tipo 69 iraquiano, uma evolução do Tipo 59 (cópia chinesa do T-54A) com tecnologia do T-62, destruído pela 1ª Divisão Blindada Britânica na Batalha de 73 Easting, 26-27 de fevereiro de 1991. |
Em 1990, a sofisticação técnica do PLA havia se deteriorado a ponto das forças iraquianas desfrutarem de uma vantagem considerável sobre suas contrapartes chinesas. A Força Aérea iraquiana incluía caças MiG-23, MiG-25 e MiG-29, enquanto a PLAAF contava com cópias do MiG-21 produzidos na China, bem como aeronaves mais antigas como o MiG-19. Da mesma forma, o sistema de defesa aérea iraquiana, que não causou grandes danos em ondas de ataques de aeronaves americanas, era pelo menos tão sofisticado quanto os sistemas que a China era capaz de empregar.
Os chineses também descobriram, por meio do acesso aos tanques iraquianos capturados pelos iranianos na Guerra do Golfo Pérsico, que os T-72 iraquianos, que não representavam nenhum desafio para o Exército dos EUA, eram consideravelmente superiores aos tanques chineses existentes. Embora a Guerra do Golfo não tenha envolvido um combate naval sério, não foi difícil inferir que os problemas provavelmente afetaram o setor naval também.
T-72 iraquiano destruído. |
O equilíbrio entre qualidade e quantidade mudou historicamente. Na Guerra Civil Chinesa e na Coréia, o PLA aproveitou os números e a eficácia tática para derrotar (ou pelo menos nivelar o terreno com) oponentes mais sofisticados tecnologicamente. No Vietnã, as injeções de tecnologia crítica anti-acesso ajudaram a neutralizar as ofensivas aéreas americanas. Historicamente, o PLA esperava que a vantagem numérica ajudasse a equilibrar o campo de jogo contra uma das superpotências, mas a coalizão liderada pelos EUA cortou através das forças iraquianas quantitativamente superiores como uma faca quente na manteiga. O Iraque demonstrou que, pelo menos no que diz respeito à guerra convencional, o equilíbrio havia mudado fortemente em favor da tecnologia.
Essa compreensão da Guerra do Golfo ajudou a impulsionar a modernização do PLA. Especialmente nas forças aéreas e navais, a China tomou medidas imediatas para atualizar sua tecnologia militar, geralmente por meio da compra de hardware soviético mais avançado. Sem dinheiro, a Rússia estava ansiosa para fazer negócios e não se preocupava muito com as consequências de longo prazo da transferência de tecnologia. A China também tentou adquirir tecnologia com aplicações militares da Europa, mas as sanções associadas ao massacre da Praça de Tiananmen prejudicaram esse esforço. Finalmente, a China acelerou os esforços para aumentar a sofisticação da pesquisa e do desenvolvimento em sua própria base militar-industrial.
Um líder de movimento estudantil falando na Praça de Tiananmen (Praça da Paz Celestial), durante as manifestações lideradas por estudantes em 1989. |
Doutrina
Junto com as mudanças na tecnologia, vieram mudanças na doutrina e nas expectativas de como a guerra terminaria. O PLA começou a enfatizar o poder aéreo mais do que o poder terrestre e, em particular, investigou o potencial de ataque de precisão de longo alcance. Historicamente, o PLA nunca teve a oportunidade de realizar ataques significativos e operacionalmente relevantes atrás das linhas inimigas, não obstante a cooperação com a formação de guerrilheiros na Guerra Civil. Na verdade, o PLA ainda carece de experiência com a tradicional guerra de manobra de “batalha profunda”, na qual a exploração de avanços dá às pontas de lança blindadas a capacidade de interromper a logística e o comando do inimigo.
Tanques de batalha principais M1A1 Abrams da 3ª Divisão Blindada avançam em formação durante a Batalha de Medina Ridge, 27 de fevereiro de 1991. |
Embora a Guerra do Golfo não tenha demonstrado que um ataque profundo pode ganhar decisivamente as guerras modernas, sem dúvida mostrou que o ataque de precisão de longo alcance poderia ajudar a interromper as operações inimigas e até mesmo atritar seriamente as forças inimigas em campo. O PLA imediatamente começou a desenvolver sua capacidade nesta área. A Marinha do Exército de Libertação do Povo (PLAN) e a Força Aérea do Exército de Libertação do Povo (PLAAF) cresceram em importância em relação às forças terrestres do PLA (embora, isso tenha tanto a ver com o desaparecimento da ameaça soviética e o declínio em importância da Coréia do Norte, quanto faz com uma nova compreensão da tecnologia), e ambos começaram a se concentrar em plataformas que ofereciam oportunidades de ataque de longo alcance. Os dois serviços também começaram a mudar para um número menor de sistemas de alta tecnologia.
Por sua vez, a Segunda Artilharia mudou seu foco da dissuasão nuclear para o ataque de precisão de longo alcance, com mísseis balísticos e de cruzeiro. Desenvolvendo uma apreciação moderna da integração de sistemas militares, o PLAN, a PLAAF e a Segunda Artilharia também enfatizaram as operações combinadas, com foco no desenvolvimento de procedimentos de comando, controle e comunicações que permitem o uso eficiente e coordenado da força militar. No entanto, é difícil avaliar o sucesso de tal planejamento na ausência de experiência em tempo de guerra.
Fuzileiro naval americano passa por um cadáver carbonizado não-identificado. No fundo, um tanque iraquiano destruído. |
Conclusão
Os chineses exageraram as implicações da Guerra do Golfo? Sim e não. A bolsa de estudos revisada sobre a Guerra do Golfo deixou claro que qualquer que seja o impacto do "choque e pavor", a superioridade militar convencional da coalizão venceu. As forças americanas e britânicas tinham vantagens técnicas significativas, mas também tinham um treinamento muito melhor do que os iraquianos, apesar da experiência da Guerra Irã-Iraque. A guerra aérea preparou o terreno para a vitória da coalizão, mas a coalizão ainda precisava se destacar na guerra de manobra convencional para ter sucesso.
Legionários do 2e REI em combate urbano no aeroporto de As-Salman, no Iraque, em 25 de fevereiro de 1991. |
Ainda assim, a Guerra do Golfo forneceu aos tomadores de decisão civis e militares chineses um exemplo imediato de como seria a guerra moderna e deu algumas lições sobre como lutar (e como não lutar) no futuro. O PLA se tornou uma organização radicalmente mais sofisticada - com capacidade de aprendizado muito mais eficaz - do que era em 1991. Ainda temos que ver, entretanto, como todas as peças se encaixarão em um combate real.
Vários membros das Forças Especiais dos EUA segurando uma bandeira dos EUA comemoram sua vitória sobre o exército iraquiano, ao lado de um combatente kuwaitiano armado com o fuzil FAL, em 27 de fevereiro de 1991, na Cidade do Kuwait. |
Robert Farley é professor sênior na Escola de Diplomacia e Comércio Internacional de Patterson. Título original do texto "Why Chinese Military Leaders Cannot Get Over The 1991 Gulf War".
Bibliografia recomendada:
Arabs at War: Military Effectiveness, 1948-1991. Kenneth M. Pollack. |
China's Evolving Military Strategy. Joe McReynolds. |
Leitura recomendada:
A Guerra Sino-Vietnamita de 1979 foi o crisol que forjou as novas forças armadas da China, 1º de maio de 2020.
A guerra de fronteira com o Vietnã, uma ferida persistente para os soldados esquecidos da China, 7 de janeiro de 2020.
O Elemento Humano: Quando engenhocas se tornam estratégia, 25 de agosto de 2019.
Os EUA precisam de uma estratégia melhor para competir com a China - caso contrário o conflito militar será inevitável, 5 de fevereiro de 2020.
Essa "modinha" de que Clausewitz-é-irrelevante não é uma blasfêmia. É simplesmente errada, 5 de janeiro de 2020.
Sim, a China estaria disposta a travar outra Guerra da Coréia caso necessário, 21 de junho de 2020.
A guerra no Estreito de Taiwan não é impensável, 2 de junho de 2020.
As Forças Armadas chinesas têm uma fraqueza que não podem consertar: nenhuma experiência de combate, 6 de janeiro de 2020.
sexta-feira, 5 de junho de 2020
O perigo de abandonar nossos parceiros
Um soldado dos EUA supervisiona membros das Forças Democráticas Sírias enquanto eles erguem uma bandeira do Conselho Militar de Tal Abyad. (Reuters) |
Combatente curdo com OVN. |
Soldados americanos e russos se encarando na Síria. |
Patrulha americana passando por um blindado turco na Síria. |
Soldados turcos na Síria. |
domingo, 24 de maio de 2020
COMENTÁRIO: 36 anos depois, a Guerra Irã-Iraque ainda é relevante
Iraniano posando em um tanque T-62 iraquiano destruído no Cuzestão, no Irã, do outro lado da fronteira com o Iraque. |
Soldado iraniano com máscara de gás em uma trincheira durante a guerra. |
*NT: O Partido Socialista Árabe Baath ou Ba'ath (حزب البعث العربي الاشتراكي, Ḥizb Al-Ba‘ath Al-‘Arabī Al-Ishtirākī) foi um partido político fundado na Síria por Michel Aflaq, Salah ad-Din al-Bitar e associados de Zaki al-Arsuzi. O partido defendia o Baathismo (Al-Ba'ath) que é uma mistura ideológica de nacionalismo árabe, pan-arabismo, socialismo árabe e anti-imperialismo. O Baathismo pedia unificação do mundo árabe em um único estado. Seu lema, "Unidade, Liberdade, Socialismo", refere-se à unidade árabe, e liberdade de controle e interferências não-árabes. O golpe de 1966 na Síria separou o partido Baath em dois movimentos, um na Síria e outro no Iraque. Por conta disso, a Síria foi um dos únicos países árabes a apoiar o Irã na Guerra Irã-Iraque.
Árabes em Guerra: Eficiência Militar, 1948-1991, de Kenneth M. Pollack. |
Relações Soviéticas-Iraquianas, 1968-1988: Na sombra do conflito Iraque-Irã, de Haim Shemesh. |