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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

NOVO R-105 - Um golpe contra o direito do cidadão brasileiro

É inadmissível que o Exército Brasileiro tenha uma postura igual a dos políticos do país e joguem também contra seu povo, nos tratando com humanos de segunda categoria. Muitos civis entendem mais de armas, e sabem manusear melhor que 90% do efetivo do Exército Brasileiro. Todos deveríamos ser do mesmo time.... jogar do mesmo lado. Porém não é isso que a pessoa que teve o azar de nascer no Brasil tem que encarar. Aqui, o povo tem que lutar CONTRA o Estado e contra o EXÉRCITO que nos tratam como se fôssemos idiotas e não TIVÉSSEMOS O DIREITO INALIENÁVEL a defesa e a posse de armas.

terça-feira, 15 de março de 2016

AERONAVES DE COMBATE DO FUTURO. A revolução conceitual no combate aéreo


Para pessoas que procuram estudar, conhecer e entender os conceitos de como a aviação de combate tem executado suas missões tanto contra alvos aéreos como para alvos de superfície, tem se acostumado com a mania de ficar pensando sobre qual será o próximo passo na aviação de combate. No período pós II Guerra, até meados da década de 70, você podia esperar que a próxima geração fosse sempre mais rápida que a anterior. As aeronaves tinham que transporta mais armas, e estas, com maior alcance de engajamento. Podia esperar sensores mais complexos de operar, mas com maior alcance. Depois dessa fase, vimos uma mudança nos requisitos das novas aeronaves de combate. Agora, além da da boa velocidade e boa quantidade de armas, as aeronaves tinham que ser manobráveis e ágeis, e ter uma relação empuxo peso igual ou superior a unidade, para garantir boa aceleração, necessária a recuperação de manobras violentas em combate corpo a corpo. Essa dura lição que os americanos tiveram que aprender da pior forma no sudeste asiático, durante a guerra do Vietnã, serviu para o mundo todo, pois todos os grandes fabricantes desenvolveram aeronaves que traziam essas características em seus caças de 4º geração. A 5º geração é hoje representada por aeronaves que são difíceis de serem detectadas por radares a longas distancias. Alguns argumentam que a super manobrabilidade faz parte das características dos caças de 5º geração, porém o novo caça F-35 dos Estados Unidos tem manobrabilidade em um nível que fica entre o F/A-18 Hornet de primeira geração e os F-16. Ou seja, não tem super manobrabilidade. Os russos estão em fase de testes com seu Sukhoi T-50 Pak Fa, onde a aeronave se apresentou em duas MAKS, com presença de militares da força aérea dos Estados Unidos que puderam assistir in loco o novo caça russo que demonstrou um desempenho soberbo em manobrabilidade, sendo muito similar ao caça Su-35S Flanker E, referência nesse quesito para qualquer aeronave de combate atual ou em fase de desenvolvimento, com o detalhe de que o T-50 é uma aeronave furtiva. Porém, o próximo passo é a 6º geração, onde os Estados Unidos deram seus primeiros passos para uma nova geração de caças. Todavia, dado ao grande salto tecnológico que os adversários dos Estados Unidos deram, especificamente Rússia e China, os requisitos de capacidades que a 6º geração de aeronaves de combate aéreo ainda não foram claramente definidos, ainda que os três grandes fabricantes norte americanos andaram dando umas dicas de suas linhas de estudos. As outras nações. como Coreia do Sul, Índia e Japão, estão desenvolvendo suas aeronaves de 5º geração, sendo que em todas elas, é visível que o nível de furtividade é menor que nos caças americanos e russos e mesmo chineses do mesmo tipo, porém, focaram em agilidade ainda. Neste artigo vou apresentar os projetos que estão em andamento para as próximas décadas. Dois dos modelos que serão apresentados foram foco de um artigo especial nesse site, o F-35 dos Estados Unidos e o Sukhoi T-50, porém, por serem aeronaves que estão em fase final de desenvolvimento, considerei justo a menção deles nessa listagem. Farei algumas considerações de cunho pessoal sobre cada um dos modelos. Elenquei, também aeronaves de ataque, como os bombardeiros B-21 norte americano e o Pak Da russo.

SUKHOI T-50 PAK FA (Rússia)
A Sukhoi, famosa fabricante russa de aeronaves de combate como o Su-27 Flanker e seus derivados, está em uma avançada fase de testes do seu caça de 5º geração batizado de T-50 "Pak Fa" (Futuro Complexo Aéreo para as Forças Aéreas Tácticas). O modelo foi descrito em uma artigo dedicado a ele nesse site e quem quiser mais detalhe pode clicar  AQUI que será direcionado ao artigo sobre o modelo.
Os russos deram uma resposta ao F-22 Raptor com o programa Pak Fa e estão desenvolvendo uma aeronave que inova em seus sensores, através de um sistema de radar com capacidade de varredura lateral, algo inédito e que aumenta fortemente o angulo de busca do avião. Colocaram esse recurso em uma aeronave de baixa detecção e altíssimo desempenho de voo. Por causa disso, a supremacia aérea desejada pelos Estados Unidos com seu poderoso F-22 acabou sendo desafiada. É claro que a força aérea dos Estados Unidos identificou o problema e já começou a flertar com os fabricantes de aeronaves militares para que comecem a pensar em como será o substituto do F-22 em meados de 2035.

TUPOLEV PAK DA (Rússia)
O projeto PAK DA está em sua fase inicial ainda e tem o objetivo de fornecer um novo bombardeiro estratégico com tecnologia de baixa detecção e voo subsônico. Na verdade as informações disponíveis sobre o programa são bastante escassas e muitas são conflitantes. O que se lê em sites e revistas hoje, sobre esse projeto, dá uma ideia sobre uma aeronave com grande autonomia e capacidade de transporte de grandes cargas de armas e com um RCS bem menor que de um bombardeiro comum, mas ainda menos eficiente neste ultimo quesito que o B-2 ou ou novo B-21 americano. O modelo pode estar em testes na próxima década e teremos que esperar para conhecer maiores detalhes. Os russos são muito bons em esconder os detalhes de seus projetos e só apresentam esse dados quando está próximo de iniciar os testes de voo de seus protótipos.

PAK DP (Rússia) - fabricante ainda não selecionado
O interceptador MIG-31BM, foco de uma recente modernização, também está  na mira de um futuro sucessor. Os russos atribuem (justificadamente, diga-se de passagem) uma grande importância a seu poderoso interceptador Mach 3. Por isso o programa PAK DP, nome dado ao projeto que visa desenvolver um substituto para o MIG-31 e que, deverá ser ainda mais rápido do que o poderoso jato da MAPO MIG, deverá tomar seu lugar em algum momento na década de 2030. Por ser o programa em estágio mais inicial do que os outros, e que nem foi escolhido o fabricante que o desenvolverá, os dados ainda são bastante restritos.

F/A-XX (Estados Unidos - Marinha)
Os Estados Unidos estão estudando uma nova aeronave de combate multi-função para substituir os caças F/A-18E/F Super Hornet por volta de 2030. Este projeto é considerado como sendo uma aeronave de 6º geração e a Boeing foi a primeira a apresentar desenhos para este modelo. A Northrop Grumman mostrou um vídeo recentemente em que aparece um conceito desse um caça de 6º geração e uma coisa em comum entre todos os desenhos, dos dois fabricantes, é que se trata de uma aeronave sem cauda ou "tail less", o que revela que o nível de furtividade pretendida para o modelo é maior que dos caças stealths atuais. Outro ponto em comum em todos os conceitos que foram divulgados é que a aeronave é híbrida, pois permitirá operar de forma autônoma como um UCAV ou tripulado como nos caças atuais. Alias, é bem provável que essa seja uma característica que classifique a aeronave como de 6º geração. Por ultimo, o armamento pensado para esse projeto é baseado em um canhão laser interno. Para isso, os Estados Unidos estão com um projeto em andamento, cuja responsabilidade é da Northrop Grumman, que visa miniaturizar um canhão laser para instalar em um pod externo em caças atuais de 4º geração, sendo que um F-15 deverá testar esse armamento em 2018 segundo o cronograma. O F/A-XX é previsto ter uma arma laser orgânica como parte de seu armamento principal e isso é observável em alguns dos desenho apresentados pela própria Northrop Grumman e que deve se beneficiar deste projeto.

FX (Estados Unidos - Força Aérea)
Acima: Modelo conhecido como "Miss November" da Lockheed Martin para o programa FX.
O programa FX  é o nome atual (isso pode mudar) para um programa da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) de caça de 6º geração com objetivo de substituir o F-22 Raptor em meados de 2030 e 2040. Dependendo dos acontecimentos esse cronograma poderá ser revisto e antecipado, uma vez que a quantidade de caças F-22 é pequena e o custo de se reabrir a linha de montagem do modelo é bem alto, além de que, os F-15, mesmo modernizados, podem não ter folego para chegar em 2030. Outro ponto é o custo operacional do F-22 e sua baixa disponibilidade (em torno de 65%) que representa um índice abaixo do que os outros modelos da USAF apresentam, e mesmo que o desejo desta solicitou. Até o momento, a Lockheed Martin, projetista do F-22, apresentou um desenho para esse projeto, e a Northrop Grumman , também mostrou um modelo, que aliás parece ser uma variante do seus F/A-XX da marinha, com modificações para a força aérea. Assim, sendo muito do que foi dito a respeito do F/A-XX acima, se aplica ao FX, principalmente no que tange a parte do armamento. A Boeing também chegou a mostrar um conceito para esse programa que traz uma aeronave com tailerons, mas sem deriva vertical.
Abaixo: Essa concepção foi apresentada em um vídeo pela Northrop Grumman e mostra uma ideia do fabricante de um modelo que pudesse ser usado no programa FX e no F/A-XX. Porém, é quase certo que os dois programas sigam em paralelo devido a todos os graves problemas que o programa F-35 apresentou.



Acima: Esta é a única imagem de um conceito artístico do que a Boeing tem em mente para o programa FX da USAF.

UCLASS (Estados Unidos - Marinha)
O programa UCLASS (Unmanned Carrier-Launched Airborne Surveillance and Strike) ou aeronave sem piloto lançada de porta aviões para vigilância e ataque que teve no programa UCAS-D uma de suas fontes de estudo para desenvolvimento de uma aeronave de combate com capacidade similar a de um jato de ataque tático, porém sem piloto operado de um porta aviões parece estar na iminência de ser cancelado para dar lugar a um projeto menos ambicioso, que é o de fornecer uma aeronave de reabastecimento aéreo sem piloto para apoiar aeronaves de ataque tripuladas para missões de longo alcance CBARS. Porém, é claro que muito foi aprendido e provado ser totalmente viável para operar através do jato X-47B. A era das aeronaves sem piloto está ainda no começo, mas certamente tomarão a maior parte das missões na segunda metade deste século.

F-35 Lightining II (Estados Unidos - Força Aérea, Marinha e Fuzileiros Navais)
O F-35 é um "velho" conhecido nosso por ter sido foco de duas matérias nesse site (para ler a matéria clique AQUI). O caça foi desenvolvido para assumir o lugar do F-16 e do A-10 na força aérea americana, do F/A-18A e C (Hornets da primeira e segunda geração) na Marinha e Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e os AV-8B Harriers II dos Fuzileiros navais dos Estados Unidos. O F-35B, justamente a versão dos fuzileiros que substituirá os Harriers americanos e britânicos, já teve seu IOC  (Initial operational capability ), ou capacidade operacional inicial declarada. Porém é fato conhecido que a aeronave apresentou sérios problemas que ainda não foram solucionados e ao que tudo indica, ainda demorará para serem resolvidos em definitivo. De qualquer forma, na segunda metade da próxima década, o F-35 será, certamente, o principal avião de combate da força aérea dos Estados Unidos e o de muitas nações aliadas dos norte americanos.

B-21 ( Estados Unidos - Força Aérea)
O novo bombardeiro da Northrop Grumman em desenvolvimento para a Força Aérea dos Estados Unidos deverá substituir os bombardeiros B-1B Lancer e o B-52, e possivelmente o próprio B-2 Spirit nos próximos anos. A aeronave deverá ser apresentada até o final desta década e a USAF planeja adquirir 100 unidades do modelo. O avião terá muita tecnologia já disponível para poder manter os custos em um patamar aceitável, embora um bombardeiro com tecnologia stealth nunca será algo que poderemos classificar como "barato". A aeronave será bimotor, algo incomum em se tratando de bombardeiros estratégicos norte americanos, onde se costuma usar 4 motores. Estuda-se a possibilidade de empregar o motor Pratt &Whitney F-135, usado nos caças F-35 comentados acima, para propulsar esta moderníssima aeronave de longo alcance. Assim que houver mais dados certos sobre o B-21 haverá uma matéria dedicada sobre ele no WARFARE.

FCAS (Inglaterra e França)
O FCAS é um projeto cujo estudo de viabilidade recém contratado de um avião sem piloto para missões de de ataque que deverá substituir alguns modelos de aeronaves tripuladas como os Tornados IDS GR4 ingleses e possivelmente alguns caças Rafales franceses em missões de ataque, principalmente. O projeto fará uso dos conhecimentos adquiridos nos testes dos protótipos Taranis desenvolvido pela BAe Systems, da Inglaterra e o nEUROn, projetado e desenvolvido por um consorcio composto pela França (fabricado pela poderosa Dassault Aviation), Grecia, Suécia (com a Saab), Itália, Espanha e Suíça. Se basearmos nos modelos Taranis e nEUROn, o FCAS terá velocidade na casa de mach 0,7 a mach 0,9, será uma aeronave stealth com RCS menor a dos aviões de 5º geração como F-22 e F-35 e terá capacidade de transportar duas bombas de 907 kg guiadas ou 8 pequenas bombas SDB GBU-39 em seu compartimento interno de armas.

J-20 Black Eagle (China)
O J-20 é o primeiro avião com características stealth desenvolvido na China e o primeiro caça de 5º geração desta nação. Embora poucos dados confiáveis tenham sido divulgados, é certo que a aeronave foi pensada para tentar fazer frente ao F-22 norte americano. O J-20 é um caça bombardeiro pesado e deverá ser capaz de executar missões ar ar e ar terra. Devido a sua baixa reflexão de radar,  a entrada em serviço do J-20 vai implicar, de cara, com uma significativa redução da capacidade de impor superioridade aérea de adversários como a marinha dos Estados Unidos que dependerá do F/A-18E Super Hornet por pelo menos até 2030. Independentemente das qualidade do Super Hornet, o fato é que se trata de um caça de 4º geração e ele ficará em desvantagem séria frente a um caça de 5º geração na arena ar ar de médio e longo alcance. O J-20, como vários dos aviões citados nesta matéria deverão ser foco de artigo no futuro próximo aqui no WARFARE.

FC-31 Gyrfalcon (China)
O segundo caça de 5º geração chinês, inicialmente chamado de J-31 e posteriormente batizado de FC-31 é um caça que está sendo desenvolvido para exportação como foi feito com caça leve JF-17, projeto entre o Paquistão e China, do qual a China não adquiriu nenhuma unidade. O desenho do FC-31 é claramente influenciado por técnicas de redução de furtividade. O armamento pode ser transportado em um compartimento interno de armas ou externamente e existe uma certa semelhança com os modelos norte americanos F-35 e F-22, de uma forma geral.

XIAN H-20

Como todos os equipamentos militares chineses, o H-20 é cercado de mistério. As informações são classificadas, porém, sabe-se que os chineses, em busca de consolidar como uma super potência regional (e mundial), tem um programa de desenvolvimento de um bombardeiro de longo alcance com características stealth, hora chamado de H-20 que deverá entrar em serviço em 2025. Alguns desenhos deste projeto foram publicados, mas é quase certo que não devem se aproximar da real aparência que o modelo deverá ter. Os chineses são relativamente competentes em esconder seus projetos. Outros dados que foram publicados dão conta que a força aérea chinesa deseja uma aeronave com autonomia de 8000 km sem reabastecimento aéreo, capaz de transportar uma carga maior do que 10 toneladas de armamentos.

AMCA (India)
A Índia tem uma das maiores e bem preparadas forças armadas do mundo atualmente. Com sua rivalidade com a crescente super potencia chinesa, nada mais natural que eles procurarem se manter atualizados e independentes na medida do possível com relação a suas armas. O programa AMCA levado a cabo pela empresa estatal HAL busca desenvolver um caça médio de 5º geração para equipar a força aérea indiana. O modelo já teve varias modificações desde que começou a ser projetado e deve fazer seu primeiro voo no começo da próxima década. Trata-se de um caça de médio porte, com característica stealth, inclusive a capacidade de transporte de armas em compartimento interno. Ele deverá substituir o MIG-27, Mirage 2000 e o Sepecat jaguar na força aérea hindu.

ATD-X Shinshin (Japão)
A programa ATD-X está testando um protótipo de uma aeronave de combate stealth da qual, os conhecimentos adquiridos nessa fase serão usados no desenvolvimento de um caça de 5º geração japonês que deverá modernizar a força aérea japonesa, que hoje conta com bons caças, mas que estão em processo de envelhecimento. O ATD-X deve fazer seu primeiro voo ainda no primeiro semestre de 2016. A aeronave conta com vetoração tridimensional de empuxo com uma tecnologia empregada no antigo protótipo Rockwell/ MBB X-31, que usa 3 "pétalas" para direcionar o fluxo de saída de ar do motor para qualquer direção em um arco de 15 º que lhe garantirá alta manobrabilidade e bom controle a velocidades reduzidas.

KF-X (Coreia do Sul e Indonésia)
A Coreia do Sul está desenvolvendo um projeto com apoio da Indonésia de um caça de 4,5º geração que deverá tomar o lugar do F-5E Tiger II e os F-4E Phanton II usados pela sua força aérea. A Indonésia embarcou nesse projeto como parceira e vai aproveitar o know how da KAI para agregar conhecimento e transferência de tecnologia para um moderno caça leve que também deverá preencher as fileiras da força aérea da Indonésia. O modelo deverá ser um caça bimotor, monoplace, com duas derivas com desenho que lembra levemente o F-35. Na verdade, a Coreia do Sul, adquiriu um lote de F-35 e deve receber algumas tecnologias que muito provavelmente deverão ser empregadas no projeto de seu KF-X,



quinta-feira, 16 de julho de 2015

ENTENDENDO O POLÊMICO F-35. Uma análise sobre o que esperar do novo caça leve dos Estados Unidos

MUDANÇA NO EQUILÍBRIO MILITAR MUNDIAL
Por Carlos E.S Junior
Os Estados Unidos é a maior democracia do mundo e dentre vários aspectos que marcam a personalidade dessa nação está sua grande capacidade militar. Seu orçamento de defesa é, de longe, o maior do mundo. Na verdade o orçamento de defesa dos Estados Unidos, algo em torno de U$ 600 bilhões de dólares, tem a representatividade de mais de 40% de todo o gasto com armamentos do mundo. Por isso, suas forças armadas, além de contarem com recurso humano e material extremamente numerosos, ainda costuma  dispor de um elevado nível de qualidade e capacidade de seus meios. Todo mundo se acostumou a ouvir que determinado equipamento de fabricação norte americana era o melhor que se tinha no mundo, ou que estava entre os mais eficazes sistemas de armas.
Acima: Caças F-16C e F-15C da USAF reinaram como as melhores aeronaves de combate aéreo por quase duas décadas. Com o fim da primeira guerra fria, russos, chineses e europeus diminuíram muito a desvantagem e em alguns casos, até superaram esses modelos americanos.

UMA NOVA REALIDADE PARA A USAF
Desde o fima da primeira guerra fria (digo primeira, pois entendo que estamos revivendo uma corrida armamentista atualmente, porém com a participação de um novo ator, no caso aqui, é a China), muita coisa mudou e países europeus, russos e chineses, melhoraram drasticamente a qualidade e capacidade de seus equipamentos militares de uma forma geral. No campo da arma aérea, a aviação de combate destes países tirou o atraso em relação ao que se encontravam frente a moderna industria aeroespacial norte americana e conseguiram igualar, e muitas vezes superar o equipamento de fabricação norte americano. Se compararmos caças de 4º geração, veremos que os caças europeus delta canards como o Rafale, da França, o Typhoon do consórcio europeu Eurofighter, ou o russo Sukhoi S-35S Flanker E, apresentaram superioridade de desempenho e capacidade de combate frente aos caças da mesma geração dos Estados Unidos. Isso não é de se espantar uma vez que os norte americanos chegaram na quarta geração a cerca de 40 anos, e todos os outros países, a cerca de 25 anos, agregando em seus projetos de 4º geração muitos avanços indisponíveis na época em que os caças F-15, F-16 e F/A-18 dos Estados Unidos. Até ai, tudo bem. Você, leitor mais atento e atualizado vai argumentar: "Mas os Estados Unidos já operam caças de 5º geração!". Realmente isso é um fato. A Força Aérea norte americana (USAF) opera desde 2005 o poderoso F-22A Raptor, um caça de 5º geração, considerado o melhor avião de combate do mundo em termos de letalidade. O F-22, projetado inicialmente pensando-se em um substituto para o extremamente bem sucedido super caça F-15 Eagle acabou sendo uma aeronave de elite com apenas 195 unidades produzidas, devido a seu custo elevado mesmo para o grande orçamento de defesa dos Estados Unidos. Ele é uma espécie de "bala de prata" da USAF. Não é o ideal e muito menos, o que o comando da USAF desejava. Mas é o que ocorreu. F-22 e F-15 operam juntos atualmente e isso deve permanecer assim por muitos anos.
Acima: O F-22 (em primeiro plano) foi projetado para ser o substituto do F-15 (o avião que está curvando), porém o custo extremamente alto do do F-22 inviabilizou concretizar os planos da USAF. Atualmente ambas as aeronaves operam juntas e isso deve permanecer assim até a entrada em serviço de uma nova geração (a 6º geração) de caças em 2030.

EM BUSCA DE UM NOVO CAÇA
A USAF começou a projetar, em novembro de 1996, um novo caça de 5º geração que seria um avião mais leve que o F-22, e que deveria substituir duas de suas aeronaves de combate: O F-16, um ágil caça multifuncional capaz de realizar pesados ataques a alvos de superfície, assim como superar muitos dos caças inimigos contemporâneos na arena ar ar; e o avião de ataque A-10C Thunderbolt II como aeronave de apoio aéreo aproximado. Como o corpo de fuzileiros navais estava precisando de um substituto para seus velhos jatos Jumpjet AV-8B Herrier II, a única aeronave de combate VSTOL de asas fixas em operação e a marinha dos Estados Unidos, precisavam de um sucessor de seus caças F/A-18C para operações de ataque embarcados, decidiu-se pela fusão dos respectivos programas de desenvolvimento com o da Força Aérea, criando o Joint Strike Fighter (Caça de ATAQUE conjunto) também conhecido pelo acrônimo JSF. Nesse ponto que começa a solução de um dos maiores erros que observo nos conceitos que as pessoas tem sobre o F-35. O programa JSF pediu uma aeronave de combate furtiva (invisível aos radares), supersônica e que tivesse um grande raio de ação com combustível interno e que fosse, antes de qualquer coisa, um avião de ataque a alvos de superfície e que, tivesse uma capacidade SECUNDÁRIA para combate ar ar, fazendo uso de sua furtividade e de armas de médio/ longo alcance, para vencer o inimigo a longa distancia. Vendo os dois protótipos que concorreram para o programa JSF, a ausência da exigência de que a aeronave fosse um super caça ultra manobrável e ágil como é um F-16, estava bem clara. Não se requereu uma aeronave com super desempenho de voo.
Acima: A esquerda temos o Boeing X-32 e a aeronave da direita é o Lockheed Martim X-35, vencedor do programa JSF. Observem que não são aeronaves de aerodinâmica complexa desenhada para alto desempenho manobrado.
O F-35, da Lockheed Martin, venceu a concorrência através da apresentação de seu protótipo X-35 que se mostrou mais confiável que o X-32 da Boeing. Começa ai a fase de desenvolvimento, onde os aprimoramentos do projeto são instalados na aeronave para que ela atinja todos os requisitos estabelecidos pela cliente, o serviço militar dos Estados Unidos. Muita coisa deu errada e dificuldades marcaram essa fase do programa JSF. Problemas graves de rachaduras na raiz das asas, excesso de peso, falhas de motor, problemas com o software do sistema de armas e com o capacete HMDS. Tudo isso encareceu muito o programa que já era considerado o mais caro programa de aquisição de um avião de combate de toda a história, e ainda levaram a um grave atraso na entrada de serviço destas aeronaves. Hoje, a grande maior parte dos problemas que ocorreram foram resolvidos e a aeronave está se tornando amadurecida e a versão F-35B, de decolagem curta e pouso vertical que será usada pelas fuzileiros navais americanos, deverá sua ter capacidade operacional inicial (IOC) declarada no começo do segundo semestre de 2015. Curiosamente esta versão do F-35, foi a que mais problemas apresentou devido a natural complexidade de seus sistemas, pois é a versão que faz decolagens curtas e pouso vertical.
Acima: O F-35B pousando verticalmente no navio de desembarque anfíbio WASP. Esta versão será a primeira a ser declarada operacional, o que deve ocorrer no começo do segundo semestre de 2015.

MISSÃO DO F-35.
O F-35 foi projetado, como já disse, para ser um caça de ataque contra alvos de superfície. Ele vai fazer o que o F-117, primeira aeronave de combate furtiva ( stealth) fazia, porém com muito maior velocidade que o velho jato negro, e com capacidade de se defender de aeronaves inimigas através de seus mísseis de médio/ longo alcance AIM-120C/D Amraam, capacidade, esta, que o F-117 não tinha. Em nenhum momento, ou em nenhuma fase do projeto JSF se exigiu que o F-35 fosse mais manobrável ou ágil que seu predecessor F-16. A missão dos dois caças não é a mesma. Uma analogia que gosto de usar para que você, leitor, compreenda para que serve um F-35, é comparar com nosso avião de ataque A-1 AMX. Muita gente considera, equivocadamente o AMX um caça. Ele não é isso. Ele até tem seus mísseis ar ar nas pontas das asas, mas ele é, essencialmente um avião de ataque com limitada capacidade de combate aéreo de curto alcance. O F-35 é um avião de ataque mas com maior capacidade de combate ar ar que o A-1 AMX. É evidente para mim, que os Estados Unidos tem uma ideia bastante forte de que a guerra aérea das próximas décadas será vencido de uma forma diferente da que eles fariam nos anos 80 e 90. Desta vez, os Estados Unidos estão apostando alto na capacidade de seus F-22 como aeronaves de supremacia aérea (é um conceito superior ao de superioridade aérea), e na capacidade de sobrevivência de seus F-35 que devem entrar em espaço aéreo inimigo sem serem visto, destruir seus alvos com extrema precisão e voltar sem ser atacados.
Acima: F-35A de produção já com boa parte dos problemas que marcaram o desenvolvimento desta aeronave, resolvidos. 

CONCLUSÃO
Por isso que o F-35 não é tão rápido, manobrável ou ágil quanto um F-16. A USAF não solicitou uma aeronave com essas características. A Lockheed está entregando um produto muito próximo do que foi requisitado. Se é ou não, um erro o desenvolvimento desse caça, com essas características, o culpado é a USAF que emitiu uma lista de requisitos específicos para esse projeto. Eu, particularmente, acredito que a USAF deveria ter exigido uma aeronave com desempenho de voo, no mínimo, idêntico do F-16. É um pensamento que muitos podem pensar ser de uma pessoa conservadora, mas quando lidamos com aeronaves de centenas de milhões de dólares, não há margem para apostas arriscadas. prefiro adotar uma postura mais segura, e um caça que é ágil, funciona bem quando a tecnologia do inimigo se desenvolve e iguala a nossa. Quando a tecnologia stealth puder ser detectada de longe por outras aeronaves de combate, e isso estão bem próximo de se tornar uma realidade, o F-35 não será um caça capaz de sobreviver em um ambiente de média e alta intensidade. Os caças atuais de 4º geração, e os de 5º geração em desenvolvimento na Rússia e China contam com sensores de detecção passiva infravermelha IRST que detectam o alvo pelo calor a dezenas de quilômetros, anulando a capacidade furtiva dos caças stealth como o F-35. 
Os estudos para um caça de 6º geração da Marinha e da Força Aérea dos Estados Unidos já foi iniciado, e os erros que ocorreram no programa F-35 deverão ser estudados a fundo para se evitar o enfraquecimento das forças armadas norte americanas depois de 2030. Pelos poucos desenhos publicados sobre essa futura geração de caças, já é claro que o desempenho de voo voltou ao centro da lista de requisitos.
Acima: O F-16C supera o desempenho de voo do F-35, tanto em manobras quanto em velocidade, porém, o objetivo do F-35 nunca foi vencer seu antecessor nesses aspectos. Em uma guerra real, um caça como o F-16 seria derrubado pelo F-35 (abaixo) sem perceber o que o atingiu na maioria absoluta das vezes.


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sábado, 25 de abril de 2015

MATÉRIA SOBRE DESARMAMENTO DA REVISTA ÉPOCA - meu ponto de vista sobre a matéria.


Hoje eu comprei a revista Época por causa de seu artigo principal (de capa) sobre o tema desarmamento. Por se tratar de um veículo impresso da Editora Globo, eu já esperava uma matéria tendenciosa a favor do banditismo e com comentários imbecis a favor da “paz”. Bingo!!!!! Eu não estava errado. Realmente a matéria apresenta um texto igualzinho aos lixos que esta mesma editora apresentava antes do estatuto do desarmamento em que expõe diversas mentiras sobre a realidade do mundo das armas e seu uso legítimo em defesa pessoal. 

A matéria apresenta um texto defendendo a anulação do desarmamento, essa de autoria do professor de filosofia Denis Rosenfield da Universidade Federal, e que fez uma defesa de nosso ponto de vista de forma clara, com dados de credibilidade e com argumentos indestrutíveis. Já pelo lado do não, um texto a favor do desarmamento total da população civil foi escrito pelo atual secretário de segurança do Estado do Rio de Janeiro, o senhor José Mariano Beltrame. Os argumentos deste senhor são fracos e focam em detalhes como “diminuição do numero de disparos” e não na verdadeira causa da violência que é justamente o acesso a armas ilegais. Alias ele até comenta sobre o problema da facilidade de aquisição de armas ilegais, mas faz esse comentário desvirtuando o assunto que são as armas legais. Os comentários dele me levam a pensar (não estou acusando ele de nada, apenas conjecturando) que ele, de alguma forma, se beneficia da ação de bandidos como traficantes e milicianos para tomar medidas como a retirada de fuzis de assalto de batalhões da PM na zona sul da cidade (o que do meu ponto de vista é uma loucura, uma irresponsabilidade total e quem sabe, até um ato de má fé mesmo). O argumento maior, que eu senti no texto dele, diz que ele pretende defender a vida por ser o “bem maior” das pessoas, o que me pareceu que ele iguala, também de forma irresponsável, a vida do bandido com a de suas vitimas. O fato de que ele está a 8 anos no cargo, para mim não quer dizer absolutamente nada uma vez que a situação do Rio não melhorou nada e não é o povo que vota nele para estar ali, e sim o fato de ele ter “amigos importantes e influentes” que o colocaram nesse cargo. 
Por fim, a revista manifestou ao fim da matéria sua posição, baseada em “estudos” (feitos onde e com quais fontes de pesquisas????). e com mentiras imbecis, que apenas aumentam o grau de descrédito que a publicação tem entre as pessoas que, de fato, detém conhecimento sobre qualquer assunto. É evidente que este não é o único assunto que a revista Época escreve e publica asneiras, inverdade, e imbecilidades. Mas apenas mais um dos tantos. Só o fato de não terem convidado o professor Bene Barbosa, maior autoridade nacional no assunto, e terem consultados dados da ONG “Instituto Sou da Paz”, sempre viciada, já deixa claro a malícia da matéria escrita de forma parcial e fora dos padrões de isenção que qualquer matéria jornalística precisa ter por princípio.