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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Salto de grande altitude no Ártico


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 20 de agosto de 2021.

Em 27 de abril de 2020, ocorreu o salto de uma unidade de reconhecimento da VDV em algum lugar do Ártico de uma altura de 33.000 pés, o que é aproximadamente a marca prática superior de uma inserção HALO/HAHO. Segundo os russos, esta foi a primeira vez em sua história que eles saltaram daquela altura. Uma vez no solo, eles realizaram um assalto simulado contra um "alvo de inteligência".

O vice-ministro da Defesa da Federação Russa, Tenente-General Yunus-bek Yevkurov, um ossétio que se formou na escola do Comando Aerotransportado de Ryazan em 1989, na era soviética, estava na Zona de Lançamento (ZL).




Bibliografia recomendada:

Wings of War:
Airborne Warfare 1918-1945.

Leitura recomendada:



sábado, 14 de agosto de 2021

GALERIA: Cadetes femininas paraquedistas da Escola Superior de Ryazan


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 14 de agosto de 2021.

Cenas de treinamento das cadetes femininas da Escola Superior de Comando Aerotransportada de Guardas de Ryazan (RGVVDKU), fotografadas por Igor Rudenko em março de 2016.

A Escola Superior de Comando Aerotransportada de Guardas de Ryazan é um instituto educacional militar do Ministério da Defesa da Rússia. Foi formada pela primeira vez como Cursos de Infantaria de Ryazan em 13 de novembro de 1918 - portanto, é uma das mais antigas academias militares ativas na Rússia moderna. É a academia militar oficial e o centro de treinamento avançado das Forças Aerotransportadas Russas.

Cadetes posando com fuzis sniper SVD Dragunov.

Cadete com um traje ghillie e fuzil SVD Dragunov.

Seu nome completo é Escola Superior de Comando Aerotransportada de Guardas de Ryazan Ordem de Suvorov e duas vezes Ordem da Bandeira Vermelha em homenagem ao General do Exército V.F. Margelov (Ряза́нское гвардейское вы́сшее возду́шно-деса́нтное о́рдена Суво́рова два́жды Краснознамённое кома́ндное учи́лище и́мени генера́ла а́рмии В. Ф. Марге́лова, RGVVDKU).

O militar precedido pelo pomposo nome da escola é o General Vasiliy Filippovich Margelov, Herói da União Soviética e pai das Forças Aerotransportadas Soviéticas. Em agosto de 1959, o então Vice-Comandante das Forças Aerotransportadas, Tenente-General Vasily F. Margelov foi nomeado presidente da comissão de exame final da escola e, na graduação, de 129 novos oficiais, 119 tenentes foram enviados para as Forças Aerotransportadas (VDV). Com a maioria dos graduados sendo destacados para as Tropas Aerotransportadas, a escola foi renomeada como Escola Superior Aerotransportada de Ryazan Ordem da Bandeira Vermelha em 23 de março de 1964.








Cadete paraquedista cavalgando junto a um blindado.
Hipismo é uma atividade da academia.


Documentário: O Batalhão Paraquedista Feminino


O primeiro curso feminino da escola ocorreu em 2013. De 2014 a 2015, a RT russa produziu um documentário em 27 episódios chamado "O Batalhão Feminino", e dublado em inglês, acompanhando um grupo de cadetes femininas paraquedistas.


Mulheres nas forças armadas russas-soviéticas não são uma novidade, são até uma tradição em certa medida. Dos Batalhões da Morte Femininos no final da Primeira Guerra Mundial (1917-1918) às unidades snipers na Segunda Guerra Mundial. Em 14 de janeiro de 1942, paraquedistas soviéticos em manobras foram fotografados por Oleg Knorring do jornal Krasnaya Zvezda (Estrela Vermelha), nº 11, durante um exercício de inverno.

O matéria destaca duas paraquedistas com o texto:

"Paraquedistas soviéticas: Heroína paraquedista, portadora da Ordem da Bandeira Vermelha Galya Metlyaeva (à esquerda) e Zhenya Leonovaya. Fotocor instantâneo. Estrela Vermelha. O. Knorring."

Paraquedistas femininas fotografadas durante o exercício.

Outras imagens da matéria.

Bibliografia recomendada:

A guerra não tem rosto de mulher.
Svetlana Aleksiévitch.

Leitura recomendada:










FOTO: General paraquedista, 2 de outubro de 2020.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

FOTO: Paraquedista "All American" mirim

Menininha francesa vestida como um paraquedista da 82nd, 4 de junho de 2015.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 11 de agosto de 2021.

Uma menininha francesa, vestida com um uniforme vintage da 82ª Divisão Aerotransportada (82nd Airborne Division, "All American") do Exército dos EUA da Segunda Guerra Mundial, posa em frente a um memorial dedicado aos aviadores do Comando de Transporte de Tropas da 9ª Força Aérea e paraquedistas da 82ª e 101ª Divisões Aerotransportadas em Picauville, na França.

Os paraquedistas perderam a vida quando seu avião caiu na cidade na noite de 5 para 6 de junho de 1944. Mais de 600 residentes franceses, veteranos da Segunda Guerra Mundial e militares dos Estados Unidos, França e Alemanha participaram da cerimônia. Mais de 380 militares americanos servindo na Europa e unidades históricas afiliadas ao Dia D também participaram.

Bibliografia recomendada:

US Airborne Divisions in the ETO 1944-45.
Steven Zaloga.

Até Berlim:
As Batalhas de um Comandante Pára-quedista 1943/1946.
General James M. Gavin (2 volumes).

Leitura recomendada:

FOTO: All American no Egito, 1º de agosto de 2020.

FOTO: General paraquedista, 2 de outubro de 2020.


FOTO: Irmandade paraquedista,  20 de abril de 2021.

101st Airborne, a "Nossa" Divisão", 29 de janeiro de 2020.

Exército dos EUA usa porto francês como novo ponto de partida para missão na Europa, 14 de julho de 2020.

Rússia: "Patriotas devem ser criados desde a infância", 11 de maio de 2021.


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

GALERIA: Salto com máscaras de gás do 2e REP


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de abril de 2021.

Legionários paraquedistas do 2e REP (Régiment Étranger de Parachutistes / Regimento Estrangeiro de Paraquedistas) com máscaras de gás e luvas em Calvi, na Córsega, 30 de maio de 2020.

O exercício de salto com máscaras de gás e luvas foi um gesto de propaganda durante o início da pandemia de coronavírus publicado pelo jornal Corse Matin, da Córsega, em 30 de maio de 2021. O comandante da unidade, Coronel Christophe de La Chapelle, desejava mostrar os cuidados que o regimento de elite estava tomando durante a quarentena.

Fila de legionários paraquedistas prontos para o embarque.

Uma das imagens da reportagem foi a transformação da oficina reparadora de pára-quedas em oficina de máscaras.

Outros regimentos paraquedistas franceses já haviam feito reportagens de comunicação social com as tropas saltando com máscaras para demonstrar apoio e dar o exemplo para a população - incluindo a escola paraquedista - mas a Legião é conhecida por sempre avançar um quilômetro a mais, com o ethos da Força sendo sempre de mais rusticidade, então os legionários saltaram logo com máscaras de gás mesmo.

Os legionários se orgulham de serem mais rústicos que os demais.

Vídeo recomendado:


Bibliografia recomendada:

A Legião Estrangeira.
Douglas Boyd.

Leitura recomendada:

FOTO: Salto de Quarentena, 25 de maio de 2020.

FOTO: Salto noturno na chuva26 de setembro de 2020.



sábado, 17 de julho de 2021

Forças Especiais: Inovação de suboficial do 13e RDP melhora a segurança dos saltadores operacionais

Por Laurent Lagneau, Zone Militaire OPEX 360, 17 de julho de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 17 de julho de 2021.

Durante a sua última viagem a Biscarrosse, no centro de “Teste de Mísseis” da Direção-Geral dos Armamentos (Direction générale de l’armementDGA), a Ministra das Forças Armadas, Florence Parly, citou a palavra “inovação” 19 vezes… e em particular para insistir na “inovação participativa”, ou seja, sobre a capacidade dos militares de imaginar soluções para os problemas operacionais com os quais são regularmente confrontados.


Assim, e no sentido de fomentar ainda mais esta inovação participativa, que já é tema do "prix de l’Audace" ("Prêmio da Audácia”), atribuído a cada dois anos pela Fundação Maréchal Leclerc de Hauteclocque, a Sra. Parly anunciou a criação, no próximo mês de Novembro, do “Troféu dos Inovadores da Defesa”, sob a égide da Agência da Inovação da Defesa (Agence de l’innovation de défenseAID). Este troféu "terá como objetivo premiar inovadores de todos os estatutos, civis ou militares, pertencentes ao ministério" e a sua primeira edição "terá como tema" operações em campos intangíveis", seja ciber, inteligência, luta por influência, ou capacidades cognitivas e psicológicas”, disse a Ministro.

De qualquer forma, 2020 terá sido um ano "dinâmico" para a inovação participativa. Excluindo aqueles relacionados com a Covid-19, a AID investigou 75 projetos, 32 dos quais foram financiados. E o DAPCO, para "Dispositivo de auxílio à aterragem para saltadores operacionais", foi distinguido na última edição do DROID (Document de référence de l’orientation de l’innovation de DéfenseDocumento de referência para a orientação da inovação em defesa).

Saltadores operacionais do 13e RDP.
Saltadores livres qualificados em saltos HALO e HAHO.

Concretamente, o DAPCO visa melhorar a segurança dos saltadores operacionais. Portanto, trata-se principalmente das forças especiais. Assim, em uma zona desértica e em condições de visibilidade zero, um paraquedista não percebe o solo quando está no final de suas linhas. Daí a ideia de avisá-lo que está prestes a pousar por meio de um sinal sonoro, para evitar o risco de perder velocidade ou chegar numa velocidade muito alta.

Este é, portanto, o princípio do DAPCO, desenvolvido por um chefe de gabinete do 13º Regimento de Dragões Paraquedistas (13e Régiment de Dragons Parachutiste, 13e RDP), com a ajuda da empresa de Bordéus BE Électronique. Em detalhes, este dispositivo tem a forma de uma "caixa que emite ondas de rádio na direção do solo e um receptor conectado à caixa V60 INVISIO, que emite sons no fone de ouvido PELTOR [anti-ruído]" do operador.

INVISIO V60.

Este projeto inovador recebeu um financiamento de 45.000 euros no âmbito da inovação participativa do Ministério das Forças Armadas.

Salto livre/operacional das forças especiais francesas


Bibliografia recomendada:

Commandos Parachutistes:
Au coeur de l'action.
Louis-Frédéric Dunal.

French Airborne Troops Wings and Insignia:
From the origins to the present day.
Jacques Baltzer e Éric Michéletti.

Leitura recomendada:



O primeiro salto da América do Sul, 13 de janeiro de 2020.



GALERIA: Reencenação do salto no Passo de Mitla, 31 de março de 2020.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

O Exército Francês está testando arneses para lançar seus cães soldados de paraquedas

O exército adquire cerca de 300 cães por ano que acompanham as forças francesas, bem como os ministérios e administrações.

Para Simon Chodorge, L'Usine Nouvelle, 8 de janeiro de 2021.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 23 de junho de 2021.

O cachorro, o melhor amigo do homem na terra e no céu. O Exército Francês revelou imagens impressionantes de cães soldados saltados de paraquedas com seus donos.


Você deve estar familiarizado com o trabalho em andamento no sucessor do Rafale ou no tanque do futuro. Outros projetos menos conhecidos unem a França e a Alemanha no setor de defesa. Inclusive em áreas de nicho como a criação de cães (cynotechnie)... Em dezembro de 2020, o Exército Francês apresentou dois projetos que devem permitir facilitar o salto de paraquedas de seus cães-soldados.

“Até hoje, o único arnês para cães paraquedistas datava da década de 1990 e não era mais adequado para o uso operacional moderno”, disse o Ministério das Forças Armadas em um comunicado. Um capitão do 132º Regimento de Infantaria Cinotécnica (132e Régiment d’infanterie cynotechnique132e RIC) trabalha desde 2015 com a empresa alemã Paratec para desenvolver um arnês mais ergonômico para o cão soldado e seu tratador.


Cães usados ​​para neutralização


Instalado em Suippes (Marne), o 132e RIC adquire cerca de 300 animais por ano, que apoiam as forças francesas, bem como os ministérios e administrações. Os cães soldados não procuram apenas explosivos ou munições. Eles também operam em teatros de operações sensíveis no exterior para detectar e neutralizar adversários.

O dispositivo pode assustar os amantes de cães. No entanto, o exército insiste na sua importância na absorção de choques durante a queda e ao abrir a vela. As patas do cão, por exemplo, permanecem protegidas no arnês para evitar uma fratura na aterrisagem. Com peso vazio de cinco quilos, o equipamento permite que o cão seja liberado em menos de 10 segundos para realizar, por exemplo, uma ação de neutralização.

“Uma mochila, um paraquedas, uma arma, um cão. Uma vez no solo, o soldado está pronto para um combate de alta intensidade”, explica o Exército Francês. Um vídeo de outubro de 2019 mostra um teste de vôo.


Uma máscara de respiração para cães

O projeto Arcane foi testado pela primeira vez em um manequim representando um cachorro.
(Força Aérea e Espacial 
Francesa)

O arnês sozinho não era suficiente. Ao mesmo tempo, o exército teve que desenvolver um sistema para lançar cães de paraquedas de altitudes muito elevadas, onde o oxigênio é escasso. Uma unidade das forças especiais da Força Aérea trabalhou por dois anos no Projeto Arcane (Adaptador de respiração canina em evolução).

Os militares explicaram que tiveram que passar por estudos sobre a respiração canina em grandes altitudes, em colaboração com um hospital veterinário especializado. “A pesquisa existente sobre esse tipo de salto se limitou ao estudo da hipóxia em cães colocados em condições extremas em altas montanhas. Portanto, não tínhamos conhecimento de como manter as aptidões olfativas, atléticas ou acústicas do cão para esse tipo de salto”, explica o tenente por trás do projeto no site da Força Aérea e Espacial Francesa.



Adaptado à morfologia do cão, foi feito um protótipo em impressão 3D. Os primeiros testes de salto foram realizados com um manequim canino. Então, em novembro de 2020, o cão soldado Laos foi lançado com seu treinador de um C160 Transall. “Depois de cada salto, o Laos fazia exercícios de mordidas ou busca de explosivos, tudo sob controle veterinário”, explicou o tenente.

De acordo com o Exército Aéreo e Espacial Francês, essas inovações tornam a França o único exército do mundo a saltar sob oxigênio com uma equipe canina. “Ao saltar a uma altitude de 7.500 metros, eles podem ser lançados a mais de 20 quilômetros de seu alvo. Por ser tão furtivo, o inimigo não consegue detectar a presença dos comandos”, sublinha o Exército Francês.

Um tenente do Comando Paraquedista Aéreo Nº 10, ou CPA 10, iniciou o Projeto Arcano.
(Força Aérea e Espacial Francesa)

Post-script: D-Dog paraquedista

D-Dog lançado de paraquedas.

D-Dog, o famoso cão soldado dos Diamond Dogs.

Bibliografia recomendada:

AIRBORNE:
A Guided Tour of an Airborne Task Force,
Tom Clancy.

Leitura recomendada:


domingo, 23 de maio de 2021

GALERIA: Demonstração da Cia Recon da Divisão Kantemirovskaya


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 22 de maio de 2021.

Reportagem fotográfica da Companhia de Reconhecimento da 4ª Divisão de Guardas Kantemirovskaya em Naro-Fominsk, no Oblast de Moscou, 2 de novembro de 2011. A manobra foi fotografada por Vitaly Kuzmin para o blog Vitaly Kuzmin Military Blog.

Os conscritos da Companhia de Reconhecimento (Razvedka, significando tanto reconhecimento quanto batedor) demonstraram uma prática de tiro individual e em grupo com lançadores RPG-7 e RPG-26, fuzis de assalto AK-74M, além de metralhadoras e pistolas. Eles também mostraram emprego de uma dupla de atiradores de elite, superando o "caminho do batedor" e uma emboscada; os snipers estão armados com o fuzil SVD Dragunov. A companhia também demonstrou a organização do posto de observação e locais de descanso para os soldados.


Os razvedchiki pertencem à pomposamente intitulada 4ª Divisão de Tanques de Guarda Ordem de Lênin e da Bandeira Vermelha Kantemirovskaya, comumente chamada Kantemirovka; seu lema é "Honra e Glória". Batedores de unidades de elite (como a Kantemirovka) são treinados e equipados em níveis comparados às Spetsnaz (forças especiais).

Disparos com lança-foguetes

Disparo de RPG-7.

Lança-rojão RPG-7.

RPG-26 Aglen descartável.

Disparo com a explosão de retaguarda.

Manobra de fuzileiros

Empunhadura "Escorpião", com a mão no carregador.

Disparo com o fuzil AK-74M.



Demonstração de contra-emboscada.



Contra-ataque com disparo de RPG-26.

Pistola Makarov (Pistolét Makárova, PM).

Disparo com a Makarov.

Snipers

Sniper camuflado e com traje ghillie.

SVD Dragunov.


Disparo contra o alvo, a tinta representa sangue.





Metralhadora Pecheneg

Metralhadora PKP Pecheneg.

Alimentação com a tampa aberta.

Disparo com a Pecheneg.


Incursão de emboscada







Veículo de combate de infantaria BMP-2.









Caminhão KrAZ-255B.




Local de repouso do grupo de batedores



Comandante do grupo de reconhecimento com o rádio 169P-1.

Pista de obstáculos




















Telêmetro de vidro de campo a laser 1D18, também conhecido como dispositivo de reconhecimento a laser LPR-2.

Visão de trás do telêmetro com a marcação "1Д18" (1D18) do lado direito.

Dispositivo de reconhecimento de curto alcance SBR-3.

Painel de controle do SBR-3.

Dispositivo portátil de reconhecimento terrestre PSNR-5.

Dispositivo portátil de reconhecimento terrestre PSNR-5.

Natação Utilitária









Treinamento paraquedista







O Razvedka na cultura russa


Criados em um ambiente de subversão e paranóia, os batedores militares russos (voyennyye razvedchik) modernos possuem uma longa e orgulhosa tradição começando com a polícia política bolchevique da Revolução Russa (1917). Formações de "reconhecimento ativo" (aktivki) operavam atrás das linhas inimigas, regularmente por meios dissimulados, e rapidamente tornaram-se uma marca do Exército Vermelho dos Operários e Camponeses (Рабо́че-крестья́нская Кра́сная армия / Rabóche-krest'yánskaya Krásnaya armiya, RKKA). Este Exército Vermelho, criado em janeiro de 1918, precisou lutar e vencer uma guerra civil multilateral de 1918-1922 contra facções russas e não-russas rivais entre si, e dessa forma precisava manter seus adversários em situação de desequilíbrio. Era necessário saberem quando e onde concentrar suas forças (frequentemente em inferioridade numérica) de forma a derrotar seus adversários em detalhe, isolando pequenas unidades inimigas.

Uma das respostas foi o emprego de unidades de reconhecimento e sabotagem profundos na retaguarda do inimigo, especialmente unidades da Cavalaria Vermelha e do serviço de segurança política (Tcheka, OGPU e depois NKVD); estas últimas formadas e Unidades de Propósitos Especiais (Chasti osobogo naznacheniya, ChON). Da revolta islâmica Basmachi nos anos 1930 à Guerra Civil Espanhola (1936-1939), os soviéticos usaram unidades de cavalaria e polícia política. Na Espanha, foram formadas unidades especiais de tropas "diversionárias" e de sabotagem e assassinatos mirados, e unidades de contra-revolucionária que aterrorizavam e controlavam os próprios aliados espanhóis republicanos, comandadas pela NKVD e pelo GRU (inteligência militar).

Em 1930, durante um exercício de salto de combate das novas Tropas de Assalto Aéreo (Vozdushno-desantnye voiska, VDV), ocorreu a inserção de uma equipe "diversionária" de 12 homens atrás das linhas inimigas para fins de sabotagem e reconhecimento. A manobra foi considerada um sucesso e uma companhia foi formada, com uma brigada completa criada em 1932 - a 3ª Brigada de Assalto Aérea de Propósitos Especiais. Sua missão era aproveitar oportunidades táticas, tomar e destruir objetivos na retaguarda inimiga, e assassinar alvos de alto valor e executar sabotagens de forma a desorganizar as operações inimigas. Quando da invasão nazista em 1941, as VDV tinham 5 divisões ativas chamadas Corpos de Assalto Aéreo (com o objetivo de expansão para 10), e cada uma incluindo ao menos um batalhão de propósito especial (Spetsnaz) reservada para operações de secretas ou de distâncias particularmente longas.


A inteligência, simplesmente definida como conhecimento do inimigo e de suas intenções, raramente é um fator decisivo na guerra. Não altera a força dos exércitos em conflito e os objetivos gerais de guerra dos Estados em conflito, e pode ter pouco efeito no planejamento e na condução das operações. Uma força que carece de boa inteligência ainda pode ter sucesso por causa de sua força, planejamento sólido e eficiência militar. O inverso também é verdadeiro. Inteligência sólida, entretanto, pode afetar a decisão de uma nação de ir à guerra em primeiro lugar; e, uma vez que a nação esteja em guerra, pode revelar as intenções e disposições do inimigo. Ao mesmo tempo que fornece uma base para um planejamento sólido, também constitui uma base para conduzir e verificar os efeitos da dissimulação. Conseqüentemente, a inteligência fornece alavancagem para acentuar os efeitos positivos das ações militares, sejam elas ofensivas ou defensivas. A coleta, análise e exploração de inteligência é um processo difícil, ainda mais pela névoa da guerra e pelo acaso, que torna seus efeitos ainda menos previsíveis.

Poucas nações desenvolveram um respeito mais saudável pela relação entre inteligência e guerra do que a União Soviética. Os quatro anos de guerra na Frente Oriental durante a Segunda Guerra Mundial, conhecida pelos soviéticos como a Grande Guerra Patriótica, foram sem precedentes em escala e intensidade. Desde o início de Barbarossa em 22 de junho de 1941 até o fim da guerra europeia em maio de 1945, a inteligência desempenhou um papel significativo no curso e no resultado das operações: o fracasso da inteligência soviética em junho de 1941 e o aparente sucesso dessa mesma inteligência em Kursk em 1943 são exemplos opostos dessa espada de dois gumes.

Em uma cultura tão enraizada na dissimulação e paranóia, tanto na ex-URSS quanto na atual Federação Russa, os elementos de reconhecimento permanecem como ponto focal dos esforços militares e orçamentários. Putin aumentou exponencialmente as forças de reconhecimento e especiais, inclusive criando unidades spetsnaz para os comandos militares regionais com base nas lições da Guerra da Geórgia em 2008.

Na cultura popular russa, soldados de reconhecimento ou spetsnaz são sempre mostrados em filmes e séries como heróicos combatentes enfrentando forças nazistas, ou grupos terroristas modernos em missões de resgate de reféns. Um personagem especificamente descrito como batedor é o Major Semyon Strogov da trilogia russa baseada na série de sucesso Hitman, sendo o protagonista nos jogos Death to Spies, Death to Spies: Moment of Truth e Alekhine's Gun, servindo em operações militares e de inteligência envolvendo os típicos temas de sabotagem, sequestro e assassinato na retaguarda do inimigo. Death to Spies significa "Morte aos Espiões", o nome literal de uma agência de contra-inteligência soviética criada após a invasão alemã - a SMERSH.

O batedor Semyon Strogov, com o uniforme típico de camuflagem das forças de reconhecimento, infiltrando um castelo nazista na Noruega ocupada.

Geralmente iniciando as missões com o uniforme camuflado das tropas de reconhecimento soviéticas, o razvedchik Semyon geralmente se disfarça com uniformes inimigos de modo a poder se infiltrar até mesmo em plena vista do inimigo, às vezes falando em alemão. De especial interesse é a trajetória do personagem entre ações contra os invasores nazistas sendo intercaladas com espionagem dos próprios aliados ocidentais, que eram aliados dos soviéticos na época. O jogador participa de operações contra diplomatas britânicos, infiltrando na própria embaixada do Reino Unido em Moscou, e até mesmo participando de uma infiltração no projeto atômico americano no laboratório de Los Alamos, no estado do Novo México.

Semyon disfarçado de soldado americano espionando o projeto atômico em Los Alamos, nos Estados Unidos.

Bibliografia recomendada:




Leitura recomendada: