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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

GALERIA: Armas do golpe militar na Venezuela em 1958

Tanques do exército durante o golpe militar em 23 de janeiro de 1958.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de fevereiro de 2021.

O golpe de estado venezuelano de 1958 ocorreu em 23 de janeiro de 1958, quando o ditador General Marcos Pérez Jiménez foi derrubado, reestabelecendo a democracia no país. Um governo de transição primeiro sob o Almirante Wolfgang Larrazábal e depois Edgar Sanabria foi estabelecido até as eleições de dezembro de 1958, onde o candidato da Ação Democrática, Rómulo Betancourt, foi eleito e assumiu o cargo em 13 de fevereiro de 1959.

Na madrugada do dia 23 de janeiro, apesar de contar com o apoio de um importante setor das Forças Armadas, Pérez Jiménez decidiu abandonar o Palácio de Miraflores e se deslocar para o aeroporto La Carlota, localizado na cidade de Caracas, para embarcar em um avião para o República Dominicana. Com a notícia da derrubada, a população saiu às ruas, saqueando as casas dos partidários do regime, atacando a sede da Segurança Nacional e linchando funcionários.

Notícia do British Pathé sobre a derrubada do General Pérez Jiménez

Também foi destruída a sede do jornal governamental El Heraldo. Além disso, em poucas horas o Palácio de Miraflores tornou-se o ponto de encontro dos rebeldes e de muitos líderes políticos, que procederam à nomeação de uma Junta de Governo Provisório que substituiu o regime deposto.

O Conselho constituiu o Almirante Wolfgang Larrazábal, Comandante-Geral da Marinha, como presidente junto com os coronéis Luis Carlos Araque, Pedro José Quevedo, Roberto Casanova e Abel Romero Villate. Na madrugada de 23 de janeiro, os venezuelanos celebraram a queda de Pérez Jiménez, protestando contra a presença de membros do perejimenismo do Conselho de Administração, incluindo Romero Casanova Villate, que acabou sendo forçado a renunciar e posteriormente substituído em 24 de janeiro pelos empresários Eugenio Mendoza e Blas Lamberti.

Jipes e blindados nas ruas de Caracas em 23 de janeiro de 1958.

O General Pérez Jiménez fora o 6º ditador latino-americano deposto ou assassinado em menos de seis anos em 1958. Um dos bairros de Caracas, Barrio 23 de Enero (Bairro 23 de Janeiro), é nomeado em homenagem ao evento.

Para facilitar o trabalho do Conselho Diretor e o restabelecimento da democracia na Venezuela, foi criado um gabinete provisório, composto por advogados, empresários e executivos e pelo Coronel Jesús María Castro León, do Ministério da Defesa. Posteriormente, o Conselho Diretor convocou eleições para dezembro daquele ano, libertou presos políticos em todo o país, ampliou o Conselho Patriótico com representantes de setores independentes, nomeando o jornalista Fabrício Ojeda como presidente.

Também deu início ao processo de punição dos exilados jimenistas que retornavam.

Um exército bem armado

General Marcos Evangelista Pérez Jiménez.
Entre outras coisas, Jiménez usou o petróleo da Venezuela para financiar um exército muito bem equipado, e o país foi um dos primeiros a adotar os fuzis FN49 e FAL.

A Venezuela fez uma encomenda de 5.000 fuzis FAL fabricados pela FN em 1954, no calibre 7x49,15mm Optimum 2; este 7x49mm, também conhecido como 7mm Liviano ou 7mm venezuelano, é essencialmente um cartucho 7x57mm encurtado para comprimento intermediário e mais perto de ser uma verdadeira munição intermediária do que o 7,62x51mm OTAN.

Este calibre incomum foi desenvolvido em conjunto por engenheiros venezuelanos e belgas motivados por um movimento global em direção aos calibres intermediários. Os venezuelanos, que usavam exclusivamente a munição 7x57mm em suas armas leves e médias desde a virada do século XX, sentiram que era uma plataforma perfeita para basear um calibre feito sob medida para os rigores particulares do terreno venezuelano. Eventualmente, o plano foi abandonado, apesar de ter encomendado milhões de munições e milhares de armas deste calibre. Com a escalada da Guerra Fria, o comando militar sentiu que era necessário alinhar-se com a OTAN por motivos geopolíticos, apesar de não ser um membro, resultando na adoção do cartucho 7,62x51mm OTAN. Os 5.000 fuzis do primeiro lote foram recalibrados em 7,62x51mm.

O FAL e FAP venezuelanos do modelo 7mm Liviano.

Pacote de munição 7mm Liviano.

Silhueta de um soldado venezuelano com o FAL 7mm.
(Forgotten Weapons)

O mesmo soldado mais visível enquanto pega uma carona em um blindado.
(Forgotten Weapons)

Soldados venezuelanos em posição com o FAL 7mm e o FN BAR Modelo D.
O quebra-chama distinto do FAL venezuelano é visível próximo ao carregador do BAR.
(Forgotten Weapons)

Esse primeiro modelo de FAL venezuelano em 7mm também era equipado com um quebra-chama de três pontas distinto. Em 1961, um segundo lote de fuzis FAL foi encomendado no calibre 7,62mm OTAN, e as armas existentes também foram convertidas para esse calibre, com o FAL de 7mm existindo apenas brevemente, de 1954 a 1961, com a sua única ação real na Venezuela no golpe de 1958.

Um outro exemplo foi na Revolução Cubana. Ao marchar vitoriosamente em Havana em 1959, Fidel Castro carregava um FN FAL venezuelano em 7mm Liviano.

A Venezuela foi o primeiro país a encomendar o FN49, com um lote de 4.000 fuzis em 1948 e outro de 4.000 em 1951. Estes foram calibrados no cartucho 7x57mm Mauser, que fora a munição padrão na Venezuela por muitos anos. Essas armas serviram ao lado de fuzis de ferrolho FN 24/30 Mauser de mesmo calibre 7mm Mauser.

Soldados venezuelanos com fuzis FN 24/30 Mauser e FN49 em 7mm Mauser.
(Forgotten Weapons)

Tropas armadas com fuzis FN 24/30 Mauser em 7mm Mauser em meio à população.
(Forgotten Weapons)

Soldados com a baioneta longa do fuzil FN 24/30 Mauser.

Outra arma rara que tomou parte no golpe foi a submetralhadora francesa Hotchkiss Universal, que é dobrável. A Venezuela é um dos poucos países que comprou essa arma. Dois militares são vistos com a Hotchkiss Universal atrás de um oficial empunhando um microfone.

A coronha distinta de um Hotchkiss Universal aparece na extrema esquerda. O oficial atrás do homem com o microfone também está segurando uma Universal pelo cano. Um guarda-costas com uma submetralhadora M1A1 Thompson está em pé no fundo.
(Forgotten Weapons)

Os mesmos homens tomando posições na varando pouco depois. As submetralhadoras Hotchkiss Universal e M1A1 Thompson estão claramente visíveis.
(Forgotten Weapons)

Dobragem da Hotckiss Universal

O canal Forgotten Weapons fez um vídeo demonstrando esse sistema de dobragem da submetralhadora Hotchkiss Universal.

Legado

Pérez Jiménez se recusou a resistir o golpe. Quando incitado a bombardear com artilharia a academia militar sublevada, Pérez respondeu "eu não mato cadetes". O ex-ditador se exilou na República Dominicana de Trujillo e depois em Miami, nos Estados Unidos. Ele depois se mudaria para a Espanha de Franco, morrendo em Alcobendas, no distrito de Madri, aos 87 anos em 20 de setembro de 2001. 

Pérez Jiménez (mais conhecido como "P.J.") é considerado um dos melhores presidentes que a Venezuela já teve. Seu sucessor, Rómulo Betancourt, continuou seus projetos nacionais e crescimento do poder de compra dos venezuelanos. Betancourt permaneceu alinhado aos Estados Unidos e foi alvo de um atentado à bomba por terroristas comunistas em 1960.

Soldado armado com o primeiro modelo do FAL venezuelano vigiando a limusine do presidente Rómulo Ernesto Betancourt Bello, danificada por uma bomba em 1960.
(Daniel/ Forgotten Weapons)

O General Pérez Jiménez iniciou sua carreira militar em 1931, quando ingressou no Colégio Militar da Venezuela, graduando-se como Segundo Tenente em 1933, com as melhores notas de sua turma, sem ter ultrapassado sua média na história da Academia Militar da Venezuela. Em 1941 fez cursos de especialização na Escola Militar de Chorrillos, em Lima, Peru, junto com o ex-Ministro do Desenvolvimento e Obras Públicas, General de Brigada José del Carmen Cabrejo Mejía durante o governo militar do General Manuel A. Odria, sendo promovido a capitão ao retornar à Venezuela.

Pérez Jiménez fez uso do aumento do preço do petróleo para iniciar e concluir muitos projetos de obras públicas, incluindo estradas, pontes, prédios governamentais e moradias públicas, bem como o rápido desenvolvimento de indústrias como hidroeletricidade, mineração e aço. A economia da Venezuela desenvolveu-se rapidamente enquanto Jiménez estava no poder, com a inflação controlada entre 0,84% a 1,67%.

Um dos mais ousados projetos de Jiménez foi o Plano Ferroviário Nacional, que uniria quase todo o território nacional venezuelano pela malha ferroviária, solucionando assim um dos principais problemas dos países subdesenvolvidos: a integração territorial. Apenas a primeira etapa foi realizada - a união de Puerto Cabello com Barquisimeto - e a segunda foi cancelada por Betancourt.

Outra frente foi a criação de grandes blocos urbanos, com enormes conjuntos habitacionais públicos e o simbólico Humboldt Hotel & Tramway com vista para Caracas. A Venezuela, nessa época, era chamada de "A Jóia da América do Sul", e os venezuelanos tiveram a maior renda per capita sul-americana até a década de 1980.

O esforço modernizante de Jiménez também incentivou a imigração européia à Venezuela, fazendo uso do nível de instrução e cultural dos novos imigrantes para o desenvolvimento imediato da sociedade venezuelana.

A década de 50 é considerada a época em que começa a institucionalização da ciência e o desenvolvimento de uma verdadeira política científica na Venezuela que deu lugar à produção de conhecimento científico sistemático, financiado, com reconhecimento social e com apoio direto. estatal ou da empresa privada. Durante esses anos iniciais, a política científica na Venezuela deu maior peso às ciências básicas do que as ciências aplicadas e o desenvolvimento tecnológico.

Em 29 de abril de 1954, o Instituto Venezuelano de Neurologia e Pesquisa do Cérebro (IVNIC) foi fundado nas terras dos Altos de Pipe sob a direção de Humberto Fernández-Morán. Vários pesquisadores estrangeiros especializados principalmente em pesquisa biomédica foram contratados, bem como bem como a compra e instalação de um Reator Nuclear do Centro de Física, o primeiro do gênero na América Latina.

A origem do golpe de 1948 que acabaria levando PJ ao poder em 1952 ocorreu pelo temor de cortes nos salários dos soldados e pela falta de equipamento militar modernizado. A Venezuela adquiriu considerável quantidade de material militar e suas forças eram notadamente bem instruídas, sempre notadas pela precisão de marcha durante desfiles.

General Pérez Jiménez na capa da revista TIME.

Em sua edição de 28 de fevereiro de 1955, a revista americana Time homenageou Marcos Pérez Jiménez com sua capa. Junto com o retrato na capa, você pode ler a frase "From buried riches, a golden rule" ("Das riquezas enterradas, um governo de ouro"). O artigo nesta publicação dedicado ao governante foi intitulado "VENEZUELA: Skipper of the Dreamboat" (Venezuela: Capitão do Barco dos Sonhos).

Pérez Jiménez ainda mudou o nome do país, que desde 1864 era "Estados Unidos da Venezuela", para "República da Venezuela". Esse nome permaneceu até 1999, quando foi alterado para República Bolivariana da Venezuela por um referendo constitucional.

Embora as coisas tenham terminado mal para Jiménez entre prisões e exilados, sua imagem para alguns cidadãos passou por uma espécie de reabilitação em ambos os lados do espectro político hoje, de acordo com alguns meios de comunicação e colunas de opinião. O período de Pérez Jiménez no poder é historicamente lembrado como um governo de raízes nacionalistas. Seu governo baseava-se em um pragmatismo ideológico caracterizado pela Doutrina do Bem Nacional (Doctrina del Pozo Nacional), que para o regime se expressava em que o Novo Ideal Nacional (Nuevo Ideal Nacional) seria o farol filosófico que orientaria as ações do governo.

Seu legado político conhecido como Perezjimenismo foi sustentado pelo partido político Cruzada Cívica Nacionalista (CCN), que ocupou cadeiras no Congresso de 1968 a 1978. Nos últimos anos, houve um renascimento do Perezjimenismo e do Nuevo Ideal Nacional, com vários grupos revisando e mantendo o legado de Marcos Pérez Jiménez.

Hugo Chávez falando sobre Pérez Jiménez


Em 25 de abril de 2010, o presidente Hugo Chávez comentou em uma das edições do seu programa semanal Aló Presidente

“Acredito que o General Pérez Jiménez foi o melhor presidente que a Venezuela teve em muito tempo. (...) Foi melhor que Rómulo Betancourt, ele era melhor do que todos eles. Não vou citar. (...) Eles o odiavam porque ele era militar”. (...) “Veja, se não fosse pelo General Pérez Jiménez, você acha que teríamos o Forte Tiuna, a Academia, o Efofac, o Círculo Militar, Los Próceres, a rodovia Caracas-La Guaira, as superquadras de '23 de enero'?, Rodovia Centro, Teleférico, Siderúrgica, Guri?"

Canção patriótica sobre o então Coronel Pérez Jiménez


Bibliografia recomendada:

Latin America's Wars:
The Age of the Professional Soldier, 1900-2001.
Robert L. Scheina.

Leitura recomendada:

O Fuzil FN49 - Uma Breve Visão Geral30 de março de 2020.

GALERIA: FN49 do contrato egípcio9 de maio de 2020.

PERFIL: General Germán Busch Becerra - Herói do Chaco e presidente da Bolívia (1937-1939)22 de outubro de 2020.

GALERIA: Snipers no Forças Comando na República Dominicana3 de novembro de 2020.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Irã envia a maior frota de petroleiros de todos os tempos para a Venezuela

Fortune, navio-tanque de bandeira iraniana, depois de atracar na refinaria El Palito em Puerto Cabello, estado de Carabobo, Venezuela, em 26 de maio de 2020. (Folheto via Anadolu/ Getty Images)

Por Fabiola Zerpa, Ben Bartenstein e Peter Millard, Al-Jazeera, 6 de dezembro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 15 de dezembro de 2020.

Desafiando as sanções dos EUA, o Irã envia uma flotilha de cerca de 10 navios para ajudar a nação latino-americana a lutar contra a escassez de combustível.

O Irã está enviando sua maior frota de petroleiros para a Venezuela, desafiando as sanções dos EUA para ajudar a nação isolada a enfrentar uma terrível escassez de combustível, de acordo com informações internas. Algumas das flotilhas de cerca de 10 navios iranianos também ajudarão a exportar petróleo venezuelano depois de descarregar o combustível, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas porque a transação não é pública.

O regime de Nicolas Maduro está ampliando sua dependência do Irã como um aliado de último recurso depois que até mesmo a Rússia e a China evitaram desafiar a proibição dos EUA ao comércio com a Venezuela. A crise de combustível do país segue-se a décadas de má gestão, corrupção e sub-investimento na estatal Petroleos de Venezuela, desde a época do falecido mentor e antecessor de Maduro, Hugo Chávez. O país que já foi um grande fornecedor de petróleo para os EUA e ostentava um dos menores preços domésticos da gasolina no mundo, agora mal consegue produzir qualquer combustível.

Os últimos carregamentos de combustível iraniano enviados no início de outubro em três navios estão se esgotando, ameaçando uma escassez mais acentuada em todo o país com filas de horas nos postos de gasolina. A atual frota à caminho tem quase o dobro do tamanho daquela que surpreendeu os observadores internacionais pela primeira vez em maio [de 2020], cruzando um Mar do Caribe patrulhado pela Marinha dos Estados Unidos, para ser saudada pelo próprio Maduro na chegada.

“Estamos observando o que o Irã está fazendo e garantindo que outros carregadores, seguradoras, armadores e capitães de navios percebam que devem ficar longe desse comércio”, disse Elliott Abrams, representante especial dos EUA para o Irã e a Venezuela, em setembro.

Vários navios que transportaram combustível para a Venezuela no início deste ano, incluindo Fortune e Horse, desligaram seu sinal de satélite pelo menos dez dias atrás, de acordo com dados de rastreamento de petroleiros da Bloomberg. Desligar transponders é um método comumente usado por navios na esperança de evitar a detecção. Em outros casos de ajuda iraniana à Venezuela, os nomes dos navios foram ocultados e alterados para ocultar o registro do navio. O ministério do petróleo em Teerã não quis comentar o assunto. As mensagens enviadas a vários funcionários da PDVSA, como é conhecida a estatal de petróleo da Venezuela, não foram respondidas imediatamente.

Uma fila de carros espera para reabastecer em frente a um posto de gasolina da PDVSA em Caracas. (Bloomberg)

Ficando sem dinheiro

Além de importar combustível, a Venezuela também precisa exportar petróleo bruto suficiente para liberar espaço de armazenamento e evitar paradas de campo, uma tarefa dificultada pelas sanções contra o regime de Maduro.

A produção da rede de seis refinarias da Venezuela entrou em declínio constante, com derramamentos e acidentes se tornando rotina. O governo de Maduro aumentou a pressão sobre a infraestrutura mal mantida para garantir a produção para o consumo local. As sanções dificultaram a importação de peças ou a contratação de empreiteiros, e o regime de Maduro está ficando sem dinheiro.

Consequentemente, os dois países também estão discutindo maneiras do Irã ajudar a Venezuela a reformar sua refinaria Cardon, a última usina de combustível lá ainda operando mais ou menos regularmente, disseram fontes internas. Em 2018, as empresas petrolíferas chinesas também procuraram ajudar a Venezuela a consertar suas refinarias, mas perderam o interesse após uma revisão das instalações, disseram fontes a par dos planos.

Não está claro se os iranianos seriam capazes de alcançar o que os chineses não conseguiram. As refinarias da Venezuela foram construídas e operadas por décadas pelas grandes petrolíferas dos EUA e da Europa até a nacionalização na década de 1970. Mesmo assim, a PDVSA contava com tecnologia e peças americanas para manutenção e ampliações. Isso significa que os iranianos precisarão fazer certas peças do zero para realizar os principais reparos. Algumas reparações feitas em junho e julho ainda não foram bem-sucedidas e quatro empreiteiros locais ainda estão realizando os reparos, disse uma das fontes internas.

Maduro está sob renovada pressão internacional depois que a oposição decidiu boicotar as eleições de 6 de dezembro para a Assembléia Nacional, que são amplamente consideradas como supervisionadas por partidários de Maduro. Maduro espera um grande comparecimento para alegar que tem apoio público.

Vídeo recomendado:


Jack Ryan Is Lying About Venezuela
Jack Ryan está mentindo sobre a Venezuela

Bibliografia recomendada:

A Obsessão Antiamericana:
Causas e Inconseqüências.
Jean-François Revel,
da Academia Francesa.

Leitura recomendada:

A Venezuela está comprando petróleo iraniano com aviões cheios de ouro, 8 de novembro de 2020.

Poderia haver uma reinicialização da Guerra Fria na América Latina?4 de janeiro de 2020.

Um olhar mais profundo sobre a interferência militar dos EUA na Venezuela4 de abril de 2020.

GALERIA: Ativação do Comando de Operações Especiais venezuelano, 30 de agosto de 2020.

Os Mercenários e o Ditador: Ex-Boinas Verdes americanos são condenados por golpe fracassado quixotesco na Venezuela9 de agosto de 2020.

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

FOTO: Sniper com baioneta calada, 9 de dezembro de 2020.

O papel da América Latina em armar o Irã16 de setembro de 2020.

GALERIA: Competição de fuzileiros navais estrangeiros na Rússia

Fuzileiros navais venezuelanos saltando obstáculos.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 15 de dezembro de 2020.

É um longo caminho do Caribe, do Mar da China Meridional e do Golfo, mas ainda assim Venezuela, China e Irã desembarcaram fuzileiros navais na costa do Báltico em agosto de 2019 para uma rodada de jogos de guerra hospedados pela Rússia, que fomentou laços de defesa com os três países.

Eles exibiram sua competência na areia e na água de um campo de testes no enclave de Kaliningrado. Fotos de Vitaly Nevar para a Reuters.

Fuzileiro naval venezuelano negociando a pista de Khmelevka.

O corpo de fuzileiros navais venezuelano tem cerca de 5 mil fuzileiros.

Fuzileiros venezuelanos formando uma escada humana em um poste.

Fuzileiros navais chineses correndo na praia com uma baixa simulada.

As "baixas" são entregues a uma unidade médica russa.

Naval chinês rastejando por debaixo de arame farpado.

O corpo de fuzileiros navais chinês conta com cerca de 20 mil fuzileiros, mas é previsto que se expanda consideravelmente.

Fuzileiros navais iranianos ultrapassando um paredão.

O corpo de fuzileiros navais iraniano conta cerca de 2.600 fuzileiros.

Navais iranianos saltando um obstáculo com arame farpado.

Bibliografia recomendada:

World Special Forces Insignia.
Gordon L. Rottman.

Leitura recomendada:

PINTURA: Assalto anfíbio soviético nas Ilhas Curilas24 de novembro de 2020.

Equipe nº 1 vietnamita no segundo lugar do Grupo 2 no Biatlo de Tanques na Rússia28 de novembro de 2020.

GALERIA: Manobra dos Fuzileiros Navais russos em Kaliningrado, 11 de novembro de 2020.

GALERIA: Exercício conjunto de fuzileiros navais russos e sírios em Tartus18 de fevereiro de 2020.

GALERIA: Comandos Anfíbios brasileiros e argentinos na Operação Fraterno XXXI, 28 de setembro de 2020.

GALERIA: Comandos Anfíbios Argentinos com o FAMAS17 de julho de 2020.

GALERIA: Ativação do Comando de Operações Especiais venezuelano30 de agosto de 2020.

GALERIA: A Guarda Presidencial Emirática no MCAGCC5 de julho de 2020.

GALERIA: Guerra na Selva em Okinawa31 de outubro de 2020.

FOTO: Fuzileiro naval com lança-chamas28 de setembro de 2020.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

FOTO: Sniper com baioneta calada

Fuzileiro naval venezuelano usando um traje ghillie e carregando um fuzil sniper Dragunov com baioneta calada, 2016.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de dezembro de 2020.

O fuzil Dragunov do naval venezuelano tem uma baioneta porque os russos sempre tiveram uma atração pelo uso da baioneta e sempre enfatizaram o seu emprego em combate. O grande general russo Alexander Vasilyevich Suvorov disse "A bala é uma loucura; só a baioneta sabe o que está fazendo" e "Ataque com o aço frio! Avance com força com a baioneta!". Essa mentalidade permaneceu por muito tempo, e mesmo os fuzis de atiradores de elite mantiveram os reténs das baionetas até o século XXI.

Um dos estudos mais detalhados sobre o estilo de guerra russo foi publicado como "Baionetas antes de balas: O Exército Imperial russo, 1861-1914" (Bayonets Before Bullets: The Imperial Russian Army, 1861-1914, de Bruce W. Menning).

Cabe lembrar que o SVD (Snayperskaya Vintovka Dragunova, literalmente Fuzil Sniper Dragunov) foi o primeiro fuzil projetado para essa função ao invés de ser adaptado para ela. A Venezuela comprou um lote de mil fuzis Dragunov em 2007.

Nos anos 1920 e 30, a União Soviética iniciou um massivo rearmamento e os snipers foram um ponto focal dessa evolução. O exército, chamado na época "Exército Vermelho dos Operários e Camponeses" (Raboche-Krest'yanskaya Krasnaya Armiya, RKKA), era deixado à míngua e subfinanciado em favor das forças de segurança internas, como o NKVD (e o OGPU, que foi passado para o NKVD em 1934), que investiu pesadamente em equipamentos e treinamento para atiradores de elite nesse período, com lunetas baseadas nos modelos Zeiss. À partir de 1926 os soviéticos produziram lunetas baseadas nos modelos Zeiss-Jena e Emil Busch. À partir de 1932 os soviéticos produziram a luneta PE, uma versão melhorada do modelo Busch, e com as experiências da Guerra Civil Espanhola foi criado o modelo PEM, a melhor luneta dos snipers soviéticos. De 1932 a 1938, cerca de 54 mil lunetas foram produzidas e entregues ao exército e NKVD, e o culto ao sniper - snayperskaya - foi amplamente promovido nas forças soviéticas; todos mantendo uma baioneta.

Bibliografia recomendada:

Bayonets before bullets:
The Imperial Russian Army, 1861-1914.
Bruce W. Menning.

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.

Leitura recomendada:

GALERIA: Snipers no Forças Comando na República Dominicana, 3 de novembro de 2020.

GALERIA: Competição Jäger Shot 2020 na Alemanha, 2 de dezembro de 2020.

FOTO: Sniper separatista na Ucrânia16 de maio de 2020.

FOTO: Sniper vietnamita durante a Operação Mouette15 de outubro de 2020.

FOTO: Posto sniper na Chechênia15 de outubro de 2020.

FOTO: Tocando a baioneta28 de fevereiro de 2020.

PINTURA: Ataque à baioneta, 1915, 23 de fevereiro de 2020.

domingo, 8 de novembro de 2020

A Venezuela está comprando petróleo iraniano com aviões cheios de ouro


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 8 de novembro de 2020.

O Irã recebeu ouro da Venezuela pelas cargas de combustível que Teerã enviou ao país latino-americano, disse um comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) no fim de semana, conforme noticiado pelo Middle East Monitor em setembro.

Cinco meses depois que as autoridades iranianas negaram o recebimento do pagamento pelo combustível enviado para a Venezuela, o mais alto assessor do líder supremo Ali Khamenei confirmou, em 27 de setembro, que o Irã recebeu ouro pelos carregamentos. Em 30 de abril desse ano, o representante especial dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams afirmou que “Os aviões que estão vindo do Irã e trazendo coisas para a indústria do petróleo estão voltando com os pagamentos por essas coisas: ouro”.

Notícias da época do relatório de Abrams afirmavam que havia uma ponte aérea entre o Irã e a Venezuela já em abril, quando as linhas aéreas iranianas Mahan realizaram vários vôos. A Mahan Air está sob sanções dos Estados Unidos por transportar armas e ser usada pela Guarda Revolucionária em suas operações no exterior. O Ministério das Relações Exteriores do Irã e outras autoridades rejeitaram os comentários de Abrams na época, dizendo que o objetivo de tais acusações era "exercer mais pressão" sobre o Irã.

Sem dinheiro e desesperado por ajuda para sustentar sua indústria de petróleo, a Venezuela está saqueando seus cofres de ouro e entregando toneladas de barras para seu exótico aliado, o Irã. De acordo com o Major General Yahya Safavi do IRGC, o Irã transportou o ouro da Venezuela para Teerã por meio de aviões a fim de "prevenir qualquer acidente durante o trânsito".

O Irã tem uma relação estreita com o governo venezuelano anti-EUA desde os dias do presidente Hugo Chávez, em meados dos anos 2000.

General Yahya Rahim-Safavi, IRGC.

Aviões no lugar de navios

Depois que o Irã entregou condensado à Venezuela por meio de um navio-tanque com bandeira do Irã, o mesmo navio-tanque carregou petróleo bruto venezuelano em um terminal no país latino-americano, informou a Bloomberg em setembro de 2020, citando um relatório de embarque. Irã e Venezuela também trocaram recentemente petróleo bruto, desafiando as sanções dos EUA.

Além de ajudar com os serviços de petróleo, o Irã declarou estar pronto para ajudar a Venezuela a lidar com sua severa escassez de gasolina e no início deste ano conseguiu enviar cargas de combustível para o país latino-americano, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos interceptou e apreendeu quatro desses carregamentos de gasolina com destino à Venezuela em agosto. Isso forçou a mudança do modal de transporte marítimo para o aéreo. A transportadora Mahan Air, com sede em Teerã, já vôou com mais de meia dúzia de jatos para o país sul-americano apenas na última semana de abril.

A maioria entregou aditivos para gasolina, peças e técnicos para ajudar a consertar uma refinaria importante ao longo da costa noroeste da Venezuela. Enquanto isso, Mahan enviou outros aviões para o aeroporto internacional fora de Caracas, onde são carregados com as barras de ouro para serem levados de volta a Teerã, disseram fontes internas que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente sobre as transações.

Com grande parte do pessoal do banco central isolado em casa, o transporte das barras de ouro em carros blindados para serem levados ao aeroporto foi discreto e conduzido por funcionários e oficiais de segurança fortemente armados à partir dos cofres localizados no centro de Caracas.

Só na última semana de abril a Venezuela carregou 9 toneladas de ouro, no valor de cerca de US$ 500 milhões, em aviões para o Irã, em troca da ajuda iraniana para consertar refinarias em ruínas na Venezuela, disseram fontes internas à Bloomberg.

Com o colapso dos preços do petróleo, o ouro em Caracas é agora uma fonte ainda mais importante de riqueza para a Venezuela, que caiu na pobreza extrema sob o governo socialista de Maduro. Embora o país tenha cerca de 70 toneladas de ouro em seus cofres, vendê-lo está cada vez mais difícil, conforme noticiou o Bloomberg em sua seção de economia.

Depois de uma breve - e rara trégua - a moeda da Venezuela está mais uma vez em queda livre e a inflação recomeçou a subir, com a taxa anual subindo para cerca de 3.500%. Uma quarentena estrita para combater a pandemia do coronavírus está começando a apresentar rachaduras e o risco de maior agitação social está crescendo enquanto a Venezuela tenta freneticamente garantir comida e combustível.

Uma aliança, no mínimo, exótica

Comandos venezuelanos ativação do Comando Geral de Operações Especiais "General em Chefe Félix Antonio Velásquez" como parte da Operación Soberanía Bolivariana 2017; uma operação de defesa contra "a agressão imperialista" dos Estados Unidos.

As duas nações - ambas párias nos círculos internacionais - estão trabalhando juntas ainda mais enquanto tentam resistir às duras sanções dos EUA e ao colapso do preço do petróleo causado pelo coronavírus, sua principal fonte de receita. Para o Irã, os acordos fornecem uma nova fonte de receita. Para a Venezuela, eles garantem que seu fornecimento de gasolina não acabe totalmente.

Quando o antecessor de Maduro, o falecido Hugo Chávez, estava no poder, ele e o então líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad fecharam acordos em uma variedade de projetos de energia, agrícolas e financeiros. Eles até abriram uma fábrica conjunta de montagem de automóveis a oeste de Caracas. O Irã também está ajudando a Venezuela na prevenção de ataques cibernéticos, disse o oficial militar iraniano. Irã e Venezuela, ambos sob sanções dos Estados Unidos que visam cortar suas exportações de petróleo, aumentaram a cooperação nos últimos anos.

O conselheiro de Khamenei também disse: “Hoje os venezuelanos são comunistas, mas se mantiveram firmes contra os americanos, então vamos ajudá-los”. Rahim-Safavi também revelou que Teerã está ajudando Caracas com softwares, “estabelecendo forças de mobilização popular” e “prevenindo ataques cibernéticos”. Ele acrescentou que “qualquer país muçulmano ou não-muçulmano que precisar de ajuda [contra os americanos], nós ajudaremos, mas eles terão que pagar por isso”.

Spetsnaz russo em um prédio público sírio.
Atrás dele os retratos do atual ditador Bashar al-Assad e seu pai, Hafez al-Assad.

Continuando seus comentários, o general do IRGC disse: “Recebemos dólares em dinheiro por cada assistência que prestamos ao Iraque. Com a Síria temos um acordo e recebemos certas coisas. Claro, os russos se beneficiam mais com a Síria do que nós.”

O Irã luta na Síria quase desde o início da guerra civil do país em 2011. Teerã mobilizou dezenas de milhares de forças de fachada que equipa, alimenta e paga. Algumas estimativas dizem que mais de US$ 15 bilhões foram gastos para apoiar o homem forte sírio Bashar al-Assad.

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Bibliografia recomendada:

A Obsessão Antiamericana:
Causas e Inconseqüências.
Jean-François Revel,
da Academia Francesa.

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O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

A influência iraniana na América Latina15 de setembro de 2020.

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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O papel da América Latina em armar o Irã

Pela equipe do TIO, Center for Security Policy, 16 de março de 2015.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 16 de setembro de 2020.

Já se passaram quase cinco anos desde que as Forças Especiais da Colômbia detiveram Walid Makled Garcia. Depois de extraditar o chefão do tráfico para seu país natal, a Venezuela, um juiz finalmente decidiu sobre seu destino no mês passado [fevereiro de 2015]. O narcotraficante foi condenado a 14 anos de prisão por tráfico de drogas e financiamento do grupo guerrilheiro conhecido como Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Fuerzas Armadas Revolucionarias da Colômbia, FARC). Vinte e quatro horas após a sentença, o presidente Nicolas Maduro mandou prender o juiz governante por ser muito leniente.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, havia informado inicialmente aos Estados Unidos em 2009 que Walid Makled havia sido detido; no entanto, o governo dos EUA não viu necessidade de extraditar o criminoso. Segundo o presidente Santos, os Estados Unidos não acreditavam que ele fosse uma pessoa de interesse. Como a administração estava errada!

Relatos de ex-confidentes de Hugo Chávez confirmam que o regime venezuelano realmente esteve envolvido na mediação de negócios entre o Irã e a Argentina. Walid Makled havia professado sua disposição de ajudar a inteligência americana a expor o apoio do governo venezuelano aos cartéis de drogas, organizações terroristas e várias nações hostis - principalmente a da República Islâmica do Irã.

Em 2007, o presidente Chávez foi uma figura-chave no estabelecimento de pagamentos para a campanha do regime iraniano à então candidata presidencial Cristina Kirchner. Em troca, os iranianos receberiam know how nuclear do ministro da Defesa argentino.

"Isso é uma questão de vida ou morte. Preciso que você seja um intermediário com a Argentina para obter ajuda para o programa nuclear do meu país. Precisamos que a Argentina compartilhe sua tecnologia nuclear conosco. Será impossível avançar com nosso programa sem a cooperação da Argentina."

Foi noticiado que a atual embaixadora argentina na Organização dos Estados Americanos e ex-militante de esquerda, Nilda Garre, atuou como principal negociadora entre os departamentos de defesa iraniano e argentino.

Os informantes afirmaram que nunca testemunharam a troca direta de tecnologia nuclear. No entanto, após um exame mais aprofundado, o reator de água pesada localizado fora de Arak no Irã e Atucha na Argentina compartilham muitas semelhanças estruturais e tecnológicas. Coincidentemente, o reator em Arak foi concluído após o acordo proposto entre as duas nações.

Atentado à bamba na Associação Mútua Israelita-Argentina (Asociación Mutual Israelita Argentina, AMIA) em 18 de julho de 1994.

Além de acordos secretos entre o Irã e a Argentina, foi divulgada a notícia de que o Irã tem enviado ajuda financeira abertamente a organizações muçulmanas para influenciar a sociedade argentina. Yussef Khalil, pessoa interessada no assassinato de Alberto Nisman, declarou que Mohsen Rabbani, o mentor do atentado à AMIA de 1994 em Buenos Aires, tem enviado dinheiro para a Argentina para continuar a disseminar o islamismo xiita iraniano - assim como a ideologia revolucionária islâmica.

Só podemos imaginar como os acontecimentos no Oriente Médio poderiam ter sido diferentes se a transferência de tecnologia nuclear entre a Argentina e o Irã tivesse sido interrompida. Os Estados Unidos deveriam ter aproveitado a oportunidade para questionar Walid Makled Garcia.

As informações que Walid Makled tinha na época poderiam ter impedido o regime iraniano de desenvolver sua tecnologia nuclear atual. Agora o mundo aguarda os detalhes de um acordo nuclear que inevitavelmente levará o Irã a obter uma arma nuclear.

Bibliografia recomendado:

O Mundo Muçulmano.
Peter Demant.

Leitura recomendada:

A influência iraniana na América Latina15 de setembro de 2020.

O desafio estratégico do Irã e da Venezuela com as sanções13 de setembro de 2020.

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