terça-feira, 5 de agosto de 2014

US ORDENANCE M-60 - atualização Full metal Jacket blog


O blog Full Metal Jacket foi atualizado com uma matéria sobre a famosa metralhadora M-60 fabricada nos Estados Unidos. Visite o Full Metal Jacket, um blog com a qualidade WARFARE blog. Para conhecer basta clicar na foto.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

PROJETO 941 AKULA (CLASSE TYPHOON). O leviatã dos oceanos


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 172 m.
Largura: 23,3m.
Calado: 11,5 m.
Deslocamento: 33800 toneladas quando submerso
Velocidade máxima: 27 nós 50 Km/h (submerso)
Profundidade: 500 m
Armamento: 4 Tubos para torpedos de 533 mm, 2 tubos para torpedos de 650 mm, somando 12 torpedos;  20 mísseis SS-N-20 Sturgeom SLBM (míssil balístico lançado de submarino). Míssil anti submarino RPK-2 Viyuga SS-N-15 Starfish (lançados dos tubos de torpedo de 533 mm.
Tripulação: 150
Propulsão: 2 reatores nucleares OK-650 que produz 254800 Hp de potencia cada um, e duas turbinas a vapor VV que produzem mais 49600 hp de potencia cada.

ORIGENS
Por Sergio Santana
As especificações preliminares para o “Cruzador Submarino Estratégico Pesado” (como são denominados os submarinos de propulsão nuclear lançadores de mísseis balísticos, ou SSBN, na nomenclatura soviético-russa) da classe “Projeto 941-Akula” foram aprovadas em dezembro de 1972. 
A finalidade era produzir uma embarcação suficientemente grande para disparar o míssil 3M65/SS-N-20 “Sturgeon”, de combustível sólido, com dez ogivas independentes (MIRV) com potência de 100 quilotons cada, margem de erro (CEP) de 500 m e alcance de 8300 km, cujo desenvolvimento começara no ano anterior. A arma e a sua plataforma lançadora deviam ser mais poderosas que os SSBN da classe “Ohio” e os seus misseis Trident C-4 então em desenvolvimento para a marinha norte-americana naquela época.
Um decreto governamental de 19 de dezembro de 1973 determinou o começo do projeto e construção do “Akula” (tubarão), a serem concretizados pelo estaleiro Rubin, sob a direção de S.N. Kovalev.
Acima: Nesta foto pode-se notar com facilidade as enormes dimensões deste verdadeiro monstro do mar. São 172 metros de comprimento e 23,3 metros de largura.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
O submarino resultante possui uma estrutura em catamarã, única dentre as embarcações submersíveis soviético-russas, caracterizada por dois cascos de pressão separados, com 7.2m de diâmetro cada, localizados paralelamente um ao outro no plano horizontal e duas cápsulas pressurizadas.
O casco de pressão interno e as cápsulas são conectados entre si por passarelas, com aqueles sendo confeccionados em titânio, assim como o compartimento de torpedos (com dois tubos de 650mm e quatro de 533mm) e a sala de controle, esta sendo posicionada recuada, junto com a ponte de comando, enquanto que o casco interno é produzido em aço.
Nos tubos de 533 mm, o torpedo usado é o poderoso VA-111 Shkval, capaz de velocidades elevadíssimas chegando a 200 nós (isso mesmo, você não leu errado... são duzentos nós, ou cravados 370 km/h). Esse desempenho inigualável é conseguido através do efeito de supercavitação onde o torpedo navega em uma bolha de ar produzido pela própria propulsão.  Na prática o efeito da cavitação é obtido pela combinação de parte dos gases produzidos pelo propulsor com gases emitidos pela seção frontal da arma, produzindo uma bolha que a torna imune à resistência hidrodinâmica. Sua ogiva possui 210 kg de alto explosivo e devido a sua alta velocidade, o torpedo precisa ser lançado em linha reta pois não há efetiva manobrabilidade a esta velocidade.

Acima: Aqui temos uma rara foto do carregamento de um míssil SLBM SS-N-20 Sturgeon em um submarino Akula. Com esta arma, o Akula poderia atacar qualquer cidade dos Estados Unidos de, praticamente qualquer ponto do oceano pacífico ou do mar do norte
O compartimento de misseis é localizado entre os cascos de pressão na proa do navio, contendo o sistema D-19, com vinte misseis 3M65 "SS-N-20 Sturgeon”.
Outro armamento usado pelo Typhoon é o míssil de cruzeiro RPK-2 Viyuga (SS-N-15 Starfish pela OTAN) que é lançado dos tubos de torpedos de 533 mm. Este míssil é usado para destruir outros submarinos com uma carga nuclear de profundidade de 200 quilotons. O míssil lança sua carga próximo a área onde um submarino inimigo foi detectado, e a carga de profundidade detona no fundo do mar. O poder de destruição permite que o submarino alvo possa estar relativamente distante do ponto de detonação e ainda sim ser destruído. O alcance deste míssil é de 45 km e seu sistema de guiagem é inercial. Existe a possibilidade da carga de profundidade ser substituída por um torpedo 82R.
Para reduzir o nível de ruído, um sistema pneumático, emborrachado, de absorção de choque de dois estágios, foi instalado no navio, para isto também contribuindo o arranjo modular interno e novos revestimentos de absorção de som. A nova classe foi projetada para ser equipada com o então novo sistema hidroacústico “Skat”, com quatro sonares, que podia rastrear entre 10 e 12 alvos simultaneamente.
A propulsão ficava por conta de dois reatores nucleares OK-650 refrigerados a água moderada, gerando 190 megawatts (254800 hp) cada, complementados por duas turbinas a vapor VV (que geram individualmente 49.600 hp), assegurando a velocidade de 16 nós (29.6km/h) na superfície e 27 nós (50 km/h) submerso, valores impressionantes para um barco com deslocamento máximo de 33.800 toneladas quando submerso, ainda hoje maior que o de qualquer submarino da categoria em serviço. O comprimento é de 172 m, com tripulação de 150 homens, capazes de permanecer em patrulha por um mínimo de 90 dias. A profundidade máxima é de 500 metros.
Acima: Um submarino Akula passa perto da praia, em gerando esta interessante fotografia. Os submarino destra classe foram substituídos pela novíssima classe Borei que em breve será apresentada neste blog.
LANÇAMENTO E REPERCUSSÃO
O primeiro exemplar da classe de oito navios (dois mais tarde seriam cancelados), o TK-208 “Dmitriy Donskoy”, foi lançado em setembro de 1980 e comissionado 14 meses depois, como parte da 18ª Divisão da 1ª Flotilha de Submarinos da Frota do Norte, na Base Naval de Nerpichiya, em Zapadnaya Litsa.
A entrada em serviço da belonave desencadeou uma onda de busca por informações por parte dos serviços secretos ocidentais e a OTAN acabou por codificar a classe como “Typhoon” (“tufão”, em lembrança à palavra dita num discurso em 1974 pelo então Secretário-Geral Leonid Brezhnev para classificar um novo submarino então em desenvolvimento, o “Taifun”). Nesse ponto é interessante observar que a OTAN chama de "Akula" um submarino nuclear de ataque Project 971 Shchuka B, que é um dos mais silenciosos submarinos nucleares do mundo, mas que não tem relação com o "Typhoon" aqui tratado. É uma questão de denominação dada pela OTAN.
A partir do seu surgimento, o temor e o desconhecimento quanto ao seu potencial geraram jogos de computador (o “War Games”, de 1983), livros e filmes (como o famoso “Caçada ao Outubro Vermelho”, escrito por Tom Clancy em 1985 e transformado em sucesso de cinema cinco anos depois, no qual o “Typhoon” era caracterizado como um submarino stealth).
Acima: Outra imagem rara. Aqui temos 5 submarinos da classe Akula juntos na base Naval de Nerpichiya.
CARREIRA OPERACIONAL
Todos os seis submarinos da classe são identificados pelas letras “TK” (“Tyazholyi Korabl”, navio pesado), um número e o um nome de batismo, geralmente em honra a personagens históricos ou a cidades. Assim, ao TK-208 seguiram-se o TK-202, o TK-12 “Simbirsk”, o TK-13, o TK-17 ”Arkhangelsk”, e o TK-20 “Severstal”. O TK-210 foi sucateado ainda no estaleiro em 1990, devido ao tratado START.
Em que pese o inegável impacto provocado pela sua introdução, o Typhoon teve vida operacional extremamente curta, abreviada pelo desmantelamento do império soviético e, ironicamente, o desenvolvimento de uma versão mais precisa do SS-N-20, iniciado meros cinco anos após a introdução do míssil original, a ser introduzida na atualização de meia-vida do “Akula/Typhoon”, marcada para 1998, ano em que a nova arma enfrentou o seu quarto teste malsucedido, o que determinou não apenas o seu cancelamento, mas acelerou também a desativação do submarino projetado para carregá-la. Portanto, aos TK-12, TK-13 e TK-202 descomissionados respectivamente em 1996, 1997 e 1999, os TK-20 e TK-17 passaram pela mesma situação em 2004 e 2006. A vida útil do “Sturgeon” chegou ao fim em 2012.  
O único Typhoon ainda operacional é o “Dimitry Donskoi”, empregado em testes do míssil “Bulava”, embora o TK-17 e o TK-20 sejam mantidos na reserva para eventual uso como plataformas de inserção de tropas especiais ou lançadores de misseis de cruzeiro SS-N-15 a partir dos seus tubos de torpedo, ainda que seu sucateamento esteja marcado para começar em 2018.


ABAIXO TEMOS UM VÍDEO DO AKULA.

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segunda-feira, 28 de julho de 2014

ALMAZ-ANTEY BUK M-1/ M-2/ M-3. Mobilidade e eficiência para defesa antiaérea.


FICHA TÉCNICA
Motor:  Foguete de propelente sólido.
Velocidade: (9M38M) 3060 km/h (9M317) 4320 Km/h.
Alcance: (9M38M) 32Km, (9M317) 45Km.
Altitude: 9M38M 22000 m, (9M317) 25000 m
Comprimento: (9M38M) 5,5 m, (9M317) 5,53 m.
Peso: (9M38M) 690 Kg (9M317) 720 kg.

Ogiva: Fragmentada de alto explosivo com 70 kg e detonação por aproximação feita por uma espoleta controlada por radar.
Lançadores: veículo de lançamento 9A310M1, Navio Classe Sovremmenny, e classe Krivak-5.
Guiagem: Radar semi-ativo e possuem um sistema de data link para atualizações, e um radar ativo, que é usado na fase terminal do voo.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
No dia 17 de julho de 2014 um avião de passageiros modelo Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines sumiu dos radares sob a região de Donetsk, leste ucraniano e em pé de guerra com o governo da Ucrânia pela independência da região. Os destroços do avião e seus 298 passageiros mortos foram encontrados em uma grande área bem espalhados. Tudo indica que o causador da destruição do Boeing foi um moderno míssil antiaéreo Buk M1 lançado por engano pelos separatistas de Donetsk contra o Boeing confundido com uma aeronave de transporte de tropas AN-26 Curl. A partir de agora vamos conhecer melhor a família de mísseis do sistema BUK, protagonista desta tragédia aérea.

Acima: O sistema BUK se tornou famoso depois de protagonizar uma das mais graves tragédias da história da aviação derrubando, por engano uma aeronave civil Boeing 777-200ER sobre o leste ucraniano. Aqui podemos ver um BUK M1 do exército finlandês, igual ao usado na trágica história do Boeing da Maylasia .
Muitos que gostam de ler sobre história das guerras modernas e sobre táticas empregadas, já devem ter encontrado matérias sobre o “estrago” que as defesas antiaéreas da Síria fizeram na força aérea israelense na guerra do Yom Kipur. E os israelenses só foram bem sucedidos, devido ao muito forte esquema de reposição de equipamentos perdidos, feito com a ajuda dos Estados Unidos. A maior estrela desta batalha foi um sistema móvel de mísseis antiaéreos de fabricação russa 2K12 Kub, mais conhecidos como SA-6 “Gainful” pela nomenclatura de identificação usada pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Naquele conflito foi muito difícil tomar medidas para evitar a derrubada dos caças de Israel por esses excelentes mísseis. Ainda hoje algumas nações o usam e, mais recentemente um F-16C norte americano foi abatido por um míssil desses na guerra da Iugoslávia.

Acima: O sistema SA-6 Gainful (2K12 Kub) foi um tremendo sucesso na guerra do Yon Kipur, destruindo muitos aviões de combate de israel. Porém, um sucessor se tornou necessário para poder combater os avanços tecnológicos dos caças depois dessa época.
Porém, o tempo passou e os sistemas de guerra eletrônica foram muito melhorados, tornando possível a diminuição de eficácia deste sistema de armas. A empresa Novator, hoje parte da Almaz Antey, foi chamada a desenvolver um sucessor do SA-6, e o resultado foi o sistema BUK que entrou em serviço em 1980, e o míssil era um KUB-5, derivado do SA-6. Em 1983 entrou em operação a versão BUK-M1, que foi um míssil totalmente novo. O míssil usado pelo BUK-M1 é o 9M38M (SA-11 Gadfly, pela nomenclatura da OTAN) que possui um alcance máximo de 32 Km, se enquadrando na categoria de míssil de médio alcance. Uma bateria do sistema BUK é formado por de uma estação de radar 9S18M1 ("Snow Drift" para a OTAN),  6 veículos de lançamento (9A310M1) com 4 mísseis (9M38M) cada, de 2 a 4 veículos de recarga 9A39M1 sendo que cada um transporta 4 mísseis lançáveis e mais 4 de recarga e 1 veículo de comando e controle (9S470M1).

Acima: Nessa foto podemos ver um veiculo de recarga 9A39M1 com 4 mísseis prontos para lançamento e mais 4 mantidos abaixo do trilho de lançamento. Estes veículos podem fazer o lançamento dos mísseis e recebendo a orientação de guiagem de um radar 9S18M1 Snow Drift como o mostrado na foto abaixo.
Os mísseis 9M38M são guiados por radar semi-ativo (precisam da iluminação do alvo pelo radar do veículo ou de um outro radar de controle de fogo externo) e possuem um sistema de data link para atualizações de curso. A detonação da ogiva se dá por uma espoleta de aproximação, permitindo uma grande capacidade de acerto logo no primeiro lançamento. Posteriormente, uma atualização disponibilizou uma nova versão do míssil para esse sistema. O míssil 9M38M1 que é usado pelo sistema BUK M1-2 não difere, esteticamente, do 9M38, porém tem alcance aumentado para 42 km contra alvos aerodinâmicos (aeronaves) e é capaz de destruir um míssil de cruzeiro a 20 km. O sistema de guiagem é o mesmo que a versão original, ou seja, radar semi ativo.
A versão BUK M2 usa o mesmo veículo lançador do sistema BUK M1, o 9A310M1. Porém o míssil usado é o mais moderno 3M317 (SA-17 Grizzly na nomenclatura da OTAN) guiado por sistema inercial, recebendo atualização por data link no meio do curso e radar semi ativo na fase final do ataque. O alcance deste míssil chega a 45 km contra uma aeronave e 20 km contra mísseis de cruzeiro ou mísseis balísticos.

Acima: O veículo lançador acima é o do sistema BUK M1-2, capaz de operar o míssil 3M317, mais capaz que o míssil 3M38M da versão inicial do BUK.
O veículo lançador modelo 9A310M1 é baseado no chassis GM-569, já usado em outros sistemas russos como o TOR Missile System, de curto alcance e confere uma grande flexibilidade tática que o comandante do campo de batalha pode usar para posicionar suas baterias antiaéreas no momento e lugar que melhor lhe convier. Cada veículo do BUK M1 e do BUK M1-2 está equipado com seu próprio radar 9S35M1 Fire Dome cujo alcance chega a 32 km e com capacidade de detectar alvos a uma altitude de até 22000 metros. Mesmo assim, a bateria tipica que usa o sistema BUK é composta por sistema de radar móvel 9S18M1 (Snow Drift pela OTAN) que faz a detecção e designação dos alvos para toda a bateria. Este radar tem alcance máximo contra alvos de grande porte (uma aeronave de carga, por exemplo), de 160 km e está equipado com um sistema IFF (identificação amigo/ Inimigo) sendo que o alvo pode estar voando a uma altitude de até 25000 metros. 
Cada radar 9S18M1 pode controlar até 6 veículos lançadores simultaneamente. É interessante notar aqui, que o BUK M1 pode engajar, simultaneamente até 6 avos, usando o míssil 9M38, enquanto que o BUK M2, usando o míssil 3M317, pode engajar até 24 alvos simultaneamente com seu moderno radar NIIP 9S36 do tipo PESA (varredura eletrônica Passiva) cujo alcance contra um alvo do tamanho de um caça chega a 100 km, dando a uma bateria do sistema BUK M2, capacidade de enfrentar ataques de saturação relativamente intensos.  

Acima: Nessa foto podemos ver um BUK M2. Percebam que o radar do sistema é bastante diferente do BUK M1, sendo mais compacto e de antena plana, uma característica tipica de radares de varredura eletrônica.
Existe uma versão para exportação chamada BUK M2E que usa uma veículo sobre rodas com tração 6X6 modelo MZKT-6922. O radar usado no veículo deste sistema é o mesmo do sistema BUK M2 padrão, ou seja, o modelo 9S36. O BUK M2E é fornecido com o míssil 3M317 e é a versão utilizada pela nossa vizinha Venezuela, que junto com outros 13 países, engrossam o numero de clientes deste extremamente bem sucedido sistema de defesa antiaérea. 
O sistema BUK pode ser usado em navios de guerra para defesa de área.  Para tanto existe dois mísseis desenvolvidos para esta função, sendo eles o SA-N-7 Gadfly, que é operado pelo sistema naval Uragan e pelo sistema Ezh, e o míssil SA-N-12 Grizzly que é operado pelo sistema Shtil e pelo novo sistema Smerch. O SA-N-7 é um míssil 9M38 navalizado e o SA-N-12 Grizzly é um míssil 3M317 navalizado. O alcance desta versão é de 32 km contra uma aeronave e seu sistema de guiagem é o mesmo, radar semi ativo das outras versões.
Acima: O sistema Shtil, de lançamento vertical para a versão naval do BUK dá uma flexibilidade de emprego importante para este moderno sistema de defesa antiaérea. Muitas modernas fragatas russas, chinesas e da marinha da Índia, estão sendo equipados com este armamento.
O sistema BUK continua em desenvolvimento. Em 2016 está previsto a entrada em serviço da ultima versão, chamada de BUK M3 que será recheado de muitos novos componentes eletrônicos, sendo que o radar, porém, será o mesmo do BUK M2. O míssil do sistema está montado em tubos, diferentemente dos modelos M1 e M2 cujos mísseis ficavam expostos. O míssil será o 9M317ME  do sistema Shtil naval, lançado de silos verticais, porém, no caso do BUK M3, os mísseis não serão lançados verticalmente O sistema BUK M3 terá 6 mísseis por veículo, ao invés de 4 como nos modelos atuais.
Acima: A ultima versão do sistema BUK é a versão M3 que deve entrar em serviço por volta de 2016 e dará maior poder de fogo para este sistema.
O sistema BUK de defesa antiaérea representa um dos melhores sistemas do tipo para médio alcance do mercado. Com 14 nações usando o sistema, e com boas chances de aumentar essa carteira de clientes, o sistema BUK continuará a ser parte integrante da defesa antiaérea do campo de batalha moderno por décadas ainda. O Brasil, em especial, com seu esforço de modernização de suas forças armadas, está estreitando seus laços co os russos, justamente no segmento de defesa antiaérea e deveria aproveitar esse relacionamento para estudar com carinho o sistema BUK, pois considero ele ideal para nosso teatro de operações. 

Acima: Um míssil 9M38M é lançado de seu lançador BUK M1. 

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O SISTEMA BUK EM AÇÃO.

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segunda-feira, 21 de julho de 2014

CLASSE OHIO. Fogo do mar, destruição em terra firme.

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 170,69 m.
Largura: 12,8 m.

calado: 11,1m
Deslocamento: 18750 toneladas (Submerso e totalmente carregado)
Velocidade máxima: 25 nos (46 Km/h) submerso
Profundidade: maior que 500 metros
Armamento: 4 Tubos para torpedos 533 mm (13 torpedos), 24 mísseis balísticos intercontinentais Trident II D-5.
Tripulação: 155 homens
Propulsão: Um reator nuclear General Electric S8G e duas turbinas a vapor que produzem 60000 hp de potencia.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Atualmente a Marinha dos Estados Unidos (US Navy) possui apenas uma classe de submarino SSBM (submarino nuclear com mísseis balísticos): A classe Ohio. Esta classe representa o maior submarino que já foi construído nos Estados Unidos com seus 170,69 metros de comprimento e com um deslocamento, quando submerso, de 18750 toneladas. 
O Ohio começou a tomar forma no início dos anos 70 do seculo passado, quando a General Dynamics Electric Boat  foi contratada pelo governo dos Estados Unidos  para fabricar um novo submarino nuclear  lançador de mísseis balísticos para substituir os submarinos da classe Benjamin Franklin e o da classe Lafaiette. A ideia era ter um submarino novo que fosse capaz de lançar o mais novo míssil do arsenal nuclear da Marinha dos Estados Unidos, o Trident I C-4. Como esse míssil era maior que os mísseis anteriores, e os idealizadores da marinha queriam um submarino que transportasse 24 mísseis ao invés de 16 dos submarinos anteriores, o obvio aconteceu: O custo se mostrou estratosférico e o congresso norte americano teve uma forte resistência em liberar verba para o programa. Porem, os soviéticos fizeram um teste bem sucedido de um lançamento de um míssil SLBM (míssil balístico lançado de submarino) de longo alcance SS-N-8, cujo alcance atingia 6760 km, o que fez o pessoal da burocracia legislativa ficar mais "doce" com a ideia de construir uma frota de poderosos submarinos da classe Ohio.
A princípio estavam programada a construção de 24 unidades desta classe, mas 6 foram cancelados totalizando 18 submarinos da classe Ohio que entraram em serviço.

Acima: O Ohio está operacional a 33 anos. Seu poder destrutivo tem permitido um equilibrio com as forças russas, evitando uma guerra total entre os dois países.
As vantagens de submarinos nucleares são sua capacidade de permanecer submerso por tempo indeterminado, sem necessidade de subir a superfície para alimentar de ar os motores a diesel que recarregam suas baterias elétricas e a sua maior velocidade, graças a muito maior disponibilidade de potência. O Ohio é propulsado por duas turbinas a vapor que são alimentadas por um reator nuclear de água pressurizada (PWR) General Electric S8G. Este sistema movimenta uma hélice com 7 pás que fornece 60000 hp de potência que levam o Ohio a uma velocidade máxima de 25 nós (46km/h) quando submerso. O reator precisa ser recarregado a cada 9 anos e o processo de recarga leva cerca de 12 meses. Cada missão de patrulha do Ohio tem duração de 70 dias. Já, o preparo para cada missão costuma levar cerca de 25 dias que envolvem o carregamento de alimentos e medicação para a população, armamento e planejamento de missão.

Acima: O Ohio é uma "usina de força". Seu sistema de propulsão fornecido pela General Electric faz o Ohio navegar rápido, mesmo com seu elevado peso.
A suite de sensores do Ohio é composta por um radar BPS-15A que faz busca de superfície e tem alcance de 65 km contra navios de grande porte. O Ohio opera um sonar ativo/ passivo de casco  BQQ-6, capaz de detectar sons a uma distancia máxima de 74 km em modo passivo e 5,5 km no modo ativo. Mais dois sonares, um BQS-13 e um BQS-15 que operam ativa e passivamente em alta frequência. Por ultimo, um sonar rebocado BQR-15, fica instalado na popa do submarino. Um programa de modernização para os submarinos desta classe vai substituir os sonares BQQ-6 por um sistema mais capaz modelo BQQ-10 (V4) que opera passiva e ativamente. No modo passivo, este novo sonar tem capacidade de detecção de 128 km e no modo ativo, o alcance é de 37 km.
O  Ohio foi equipado com sistema de auto proteção como os 8 lançadores MK-2 de iscas para torpedo e uma suite de guerra eletrônica WLR-10 que faz o alerta de ameaças contra o submarino. O sistema de vigilância eletrônica WLR-8 permite detectar os sistemas eletrônicos inimigos e um sistema AN/ WLU-1 de interceptação acústica e de contramedidas  opera respostas de defesa automaticamente para proteger o submarino.
Acima: O Ohio está equipado com uma completa suite de sensores e sistemas de guerra eletrônicas para permitir sua capacidade de sobrevivência em caso de guerra. A grande esfera na proa mostrada nesse desenho em corte é o sonar principal BQQ-6.
O armamento principal do Ohio são seus poderosos mísseis balísticos intercontinentais Lockheed Martin UGM-133 Trident II, ou como é mais conhecido, Trident II D-5. Transportado em numero de 24 mísseis, esta arma representa a versão mais atual do míssil original Trident I C-4. Seu alcance  é de 12000 km, o que lhe permite ser lançado do meio do oceano, bem distante do alvo, o que torna sua detecção quase impossível. O sistema de guiagem, é inercial com o sistema MK-6 Stellar  que tem apoio de um GPS. Com esse aparato de guiagem, a margem de erro (CEP) de cada uma das 6 ogivas W-88 é de 90 metros do ponto de impacto previsto. Cada uma dessas ogivas tem um rendimento (potencia) de 475 kt (quilotons). Para os amigos menos inteirados do que representa essa potência, pode se usar como referência a bomba atômica que mandou Hiroshima para os ares. A bomba atômica jogada na cidade japonesa tinha meros 16 kt. 
Para auto defesa o Ohio está armado com 4 tubos de torpedos pesados de 533 mm, que estão carregados com o torpedo MK-48 ADCAP. Estes torpedos podem ser guiados por um fio ligado ao submarino lançador ou mesmo, ser guiado pelo seu próprio sonar. O alcance chega a 50 km, no modo de velocidade reduzida  (mais econômica) de 40 nós ou 74 km/h. Sua carga explosiva tem 295 kg e é capaz de afundar, praticamente, todos os navios de superfície e submarinos que existem.
Em 2002 estava prevista a retirada de serviço dos 4 primeiros submarinos da classe Ohio. Porém, se obervou que esses submarinos poderiam ser modificados para um novo tipo de submarino. A ideia foi transformar os SSBN em SSGN (Submarino lançador de misseis de cruzeiro). A modificação fez com que 22 dos 24 tubos de mísseis Trident recebessem, cada um, 7 mísseis de cruzeiro UGM-109 Tomahawk. Este míssil se tornou famoso durante a guerra do Golfo Pérsico por ter sido lançado de navios de superfície e de submarinos contra alvos em terra causando um sério estrago na estrutura iraquiana. O Tomahawk tem alcance de 1600 km e sua ogiva pode ser unitária com 450 kg do tipo fragmentada, ou uma ogiva com submunições compostas por 166 pequenas bombas BLU-97 que se espalham, bombardeando a área alvo. O sistema de guiagem se dá por sistema inercial, GPS e por TERCON, que é um sistema em que o míssil voa contornando o terreno, em voo baixo, de acordo com informações do relevo pré carregadas em seu computador de voo.

Acima: Nesta foto podemos ver um Trident II D-5 no momento em que inicia seu motor. O míssil é ejetado do seu silo, dentro do Ohio, e só quando se encontra totalmente fora da agua que seus motor é ligado.
O submarino nuclear lançador de mísseis balísticos, ou apenas "SSBN" na sigla em inglês é o mais poderoso elemento dissuasório que uma nação pode ter. Atualmente Além dos Estados Unidos, a Inglaterra, França, Russia, China e Índia tem submarinos deste tipo. Esse tipo de arma, pode destruir muitas cidades e ainda se manter escondido, praticamente invulnerável no meio do oceano, dada sua capacidade de lançar suas armas a milhares de quilômetros dos seus alvos. O Ohio, na sua versão SSBN, transporta 24 mísseis balísticos sendo que cada um pode destruir 6 cidades, o que dá uma capacidade de destruição de 144 cidades num só ataque! Por isso eu considero esse tipo de sistema de armas como o mais destrutivo da Terra.

Acima: O Ohio faz patrulhas pelo globo constantemente. Sempre há navios em missão em lugares cuja localização exata é uma informação secreta.






ABAIXO TEMOS UM VÍDEO DOCUMENTÁRIO SOBRE O OHIO.

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domingo, 13 de julho de 2014

DASSAULT RAFALE. O caro e sofisticado sucessor da dinastia Mirage.



FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95 (1150 km/h)

Velocidade máxima: Mach 1.8 (2000 km/h)
Razão de subida: 18288 m/min.
Potencia: 1.06.
Carga de asa: 41,8 lb/ft²
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 31º/s
Taxa de rolamento: 270º/s.
Teto de Serviço: 15235 m
Raio de ação/ alcance: 1850km/ 3700 Km (com 3 tanques externos).
Alcance do Radar: RBE2 AESA 200 km (alvo de 3m2 de RCS).
Empuxo: 2 X motores SNECMA M-88-2 com 7439 kgf de empuxo máximo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,30 m
Envergadura: 10,90 m
altura: 5,34 m
Peso vazio: 9850 kg
Combustível Interno: 10360 lb.
ARMAMENTO

Até 9500 kg de cargas externas distribuídos por 14 pontos fixos entre fuselagem e asas.
Ar Ar: Míssil Mica, R-550 Magic 2, Missil MBDA Meteor.
Ar terra: Bombas guiadas a laser GBU 12 Paveway II, Bomba AASM Hummer, mísseis Apache, AS-30. Missil SCAP-EG, Míssil antinavio AM-39 Block 2 Exocet.
Ao todo existem 14 pontos fixos para armamentos no Rafale baseado em terra e 13 pontos de cargas no Rafale naval.
Interno: Um canhão Nexter M-791 de 30 mm


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O Rafale é o caça multifuncional que está substituindo todos os aviões de combate franceses atuais, desde o Sepecat Jaguar de ataque até os Mirage 2000-5 de defesa aérea e ataque e os caças navais Super Etendard. Esse caça é uma amostra de como o desempenho dos caças pode evoluir de forma imprevisível. Digo isso porque a 20 anos atrás era impossível imaginar uma aeronave que pudesse superar as marcas de desempenho manobrado de um F-16 de forma tão absoluta como o Rafale foi capaz.
O Rafale foi produzido na versão Rafale M (naval) que é usada no porta aviões Charles De Gaulle e foi a primeira a entrar em serviço no ano de 2001, a versão Rafale C, que é a versão monoplace (um piloto) usada pela força aérea que tem o peso reduzido devido a ausência de alguns sistemas necessários para operações navais, e a versão Rafale B, biplace (2 tripulantes), que é usada para conversão (treinamento) e para ataques a alvos terretres, embora seja totalmente qualificada para combate aéreo.
Acima: O Rafale é um caça do porte de um F-16, porém, com capacidade que se assemelha a de um F-15, uma aeronave bem mais pesada e capaz.
Os Rafales atuais estão equipados com um radar de varredura sintética passiva Thales RBE-2 com um alcance de 135 km, um pouco menor que seu antecessor RDY do Mirage 2000, mas que é capaz de uma varredura aérea e terrestre simultaneamente, característica que é uma vantagem sobre os demais radares dos atuais caças que possuem a necessidade de mudar de modos ou ainda mesmo, ter que mudar alguns módulos do hardware em terra para poderem atuar em missões específicas. Esse radar, no modo ar ar, rastreia 40 alvos e pode atacar 4 alvos simultaneamente, com os mísseis MICA de alcance médio.
A versão F-3 do Rafale, que deve se tornar a versão padrão das forças armadas da França, tem um novo radar RBE-2 AESA (varredura eletrônica ativa) que além de ter o alcance aumentado para 200 km contra alvos com RCS de 3m², também será capaz de engajar 8 alvos simultaneamente. Esse radar tem melhor desempenho para detectar alvos de RCS reduzidos como aeronaves furtivas.
Acima: O novo radar RBE-2 AESA mostrado nessa foto permitirá um grande incremento na capacidade de combate do Rafale.
Além do radar, o Rafale é equipado com um poderoso sensor IRST OSF (Optroniques Secteur Frontal) fabricado pela Thales/Sagen que detecta de forma passiva, pela radiação infravermelha, um avião inimigo à até 80 km pelo quadrante frontal, ou até 130 km se o alvo estiver em fuga (com as saídas de escape dos motores expostas), que permite manter o radar desligado, dificultando para o inimigo sua identificação e ainda podendo monitorar a posição do seu adversário.
De fato o Rafale foi projetado para ser difícil de detectar, mas sem a capacidade furtiva do F-22. Mesmo assim, o Rafale tem maior poder de invisibilidade do que os outros caças de 4º geração. O RCS (Seção Cruzada de Radar) do Rafale é de cerca de 0,75 m2, que já é se mostra mais difícil de se detectar que um F-16 ou um F/A-18E Super Hornet, cujo RCS é de cerca de 1 m2.
O Rafale está equipado com um sistema de comunicação MIDS-LVT integrado ao link 16 que permite ao caça opera em uma rede NCW (Network- Centric Warfare) ou Guerra centrada em rede, onde os participantes do grupo de combate trocam informações em tempo real, com alta resistência a interferência sobre as posições dos inimigos no campo de batalha. Com esse sistema de datalink, o Rafale permite ao piloto ter expandida sua consciência situacional dando maior suporte a uma vantagem tática para vencer o combate.
Acima: O sistema de IRST OSF usado no Rafale tem desempenho superior a os seus similares russos, com alcance de detecção que chega a 130 km contra o alvo em seu quadrante traseiro.
Ainda o Rafale F-3 será equipado com um sistema DVI (Direct Voice Imput) onde muitas funções poderão ser executadas por simples comando de voz do piloto, agilizando e facilitando o trabalho de pilotar o caça durante uma tensa missão de combate.
A capacidade de guerra eletrônica, também foi pensada pelos projetistas da Dassault na concepção do Rafale. O sistema Spectra, desenvolvido pela Thales / MBDA, é um dos mais completos e eficazes sistemas de contramedidas eletrônicas ECM  já instalado em um caça. O Spectra fornece alerta de iluminação de radar hostil (RWR), assim como alerta de iluminação de laser (LWS) e alerta de aproximação de mísseis (MLWS). O Spectra ativa automaticamente o sistema de iscas flares e chaff assim que detecta a aproximação de um míssil.

Acima: Embora seja inegável que o painel do Rafale seja extremamente moderno, ele já se encontra atrás dos painéis com uma tela full touch screen que temos no F-35, e no JAS-39 Gripen E.
Os sistemas do rafale são integrados por um barramento de dados (databus) padrão MIL-STD 1553, que facilita a integração de sistemas e armamentos de outras origens.
Outro sistema projetado ara ser usado com o Rafale é o capacete com mira montada na viseira HMSD (Helmet Mounted Sight Display) Topsight-E que permite ao piloto visualizar informações de navegação e do alvo diretamente na viseira do capacete e ainda apontar os mísseis só com o movimentar da cabeça e olhos.
O painel de controle possui 3 telas de cristal liquido multifunção MFDs que fornecem todos os dados de navegação e combate como mapas e dados de radar. A arquitetura de comando é o HOTAS ou mãos no manete e no mache, onde o piloto tem os principais controles da aeronave em botões situados no manche e manete para agilizar e facilitar as operações de combate aéreo.
Acima: O Rafale B é a versão biplace usada preferencialmente para ataques a alvos de superfície, onde o oficial de trás, opera os sistemas de armas do avião, deixando o piloto a frente livre para pilotar.
O armamento do Rafale é formado pelo moderno e manobrável míssil MBDA Mica que tem alcance de 60 km e com total capacidade de combate de curta distancia graças a sua vetoração de empuxo que lhe garante alta agilidade em manobras de curto alcance, quando a queima do combustível ainda está ativa. O MICA pode ser equipado com um sistema de guiagem por radar ativo ou por um sistema de guiagem por infravermelho IR. É interessante notar que esta ultima versão tem duas vantagens de emprego. A primeira é contra aeronave stealth, que embora não reflitam bem as ondas de radar, não conseguem esconder a assinatura térmica com a mesma eficiência. A outra vantagem é que a versão IR não emite sinais, dificultando à aeronave alvo uma medida evasiva ou defensiva.
Logo, o Rafale, será homologado para lançar o novo míssil MBDA Meteor que terá alcance maior que a do míssil Mica (cerca de 100 Km.) e será guiado por radar ativo, sendo capaz, também, de combates a curta distancia. O míssil R-550 Magic 2 também pode ser transportado, mas esse míssil está sendo substituído pelo Mica IR. Para missões Ar Terra, o Rafale pode usar o míssil de cruzeiro Apache que é capaz de atingir o alvo a 140 km, com uma ogiva de submunições com 10 bombas Kriss anti pista com 50 kg cada. O míssil de cruzeiro multinacional SCALP EG (Storm shadow) fabricado pela MBDA e desenvolvido anteriormente pela Inglaterra Itália e França é uma arma mais capaz que o Apache, descrito acima, por ter maior alcance (500 km). A ogiva do SCALP EG, também difere do Apache. No SCAPL EG ela é unitária de penetração com 450 kg de alto explosivo. O objetivo é a destruição de alvos reforçados como um Bunker, por exemplo.
Acima: O Rafale dispõe de 14 pontos fixos para armamentos e cargas externas de apoio como tanques externos e pods de reconhecimento ou designação de alvos.
Outra arma disponível é o AASM Hummer, cujo alcance pode chegar a 55 km se o lançamento ocorrer a altas altitudes. Com guiagem inercial assistida por GPS/INS o Hummer foi idealizado para destruir alvos fortificados do mesmo tipo que o SCALP EG. Uma recente versão ainda tem apoio de guiagem a laser semi ativa na fase final do ataque. Que lhe garante ainda maior precisão.
O Hummer tem um peso unitário de 340 kg podendo ser transportado, e sua ogiva pode ser uma bomba MK-82 de 227 kg ou uma bomba penetradora BLU-11. A Hummer pode ser transportado  em cabides triplos no Rafale.
A bomba norte americana guiada a laser GBU-12 também faz parte do arsenal do Rafale. Esta arma foi bastante usada nas ações francesas no Afeganistão e na Libia.
Para ataque nuclear, o armamento usado é o míssil ASMP-A, um míssil de cruzeiro equipado com uma ogiva nuclear TN-81 co rendimento variável de 150 a 300 KT (quilotons). Para efeito de comparação, a bomba que explodiu em Hiroshima tinha 15 KT.  O alcance do ASMP-A é de 500 km e seu sistema de guiagem é inercial com um mapa carregado em um computador do míssil antes do ataque.
O Rafale pode atacar navios de guerra do porte de fragatas e destroieres com o míssil AM-39 Block 2 Exocet guiado por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil tem uma ogiva de 165 kg de explosivos.
Um canhão Nexter M-791 de 30mm é o armamento orgânico do Rafale sendo especialmente eficaz contra veículos terrestres. Sua cadencia de tiro é de, até, 2500 disparos por minuto podendo ser diminuída para 1500, 600 ou até 300 tiros por minuto através de um controle disponível para o piloto.
Acima: O Rafale tem um excelente desempenho de voo, principalmente em curvas fechadas, onde poucos aviões do mundo rivalizam com ele.
O Rafale é propulsado por dois motores Snecma M-88-2, que rendem 7439 kg de empuxo com pós combustão. Trata-se de um motor confiável de 3º geração, em relação a os motores franceses. Este motor permite uma relação empuxo peso de 1,15, dando muito boa capacidade de aceleração ao Rafale. Segundo a Snecma, este motor produz menos calor que os motores anteriores contribuindo para uma discrição infravermelha. A boa relação empuxo peso somado a baixa carga alar (62,8 lb/ft2) , sua estabilidade artificial, e com canards ativos, dão ao Rafale uma capacidade de curva difícil de bater. Na verdade o Rafale e seus primos Typhoon e Gripen, são as aeronaves com melhor desempenho em curva dentre todos os aviões de combate do mundo. No caso do Rafale, ele consegue uma taxa de giro instantânea de 31º/ seg e uma taxa sustentada de 24º/ seg. Esses dados superam com folga a capacidade de curva do F-16, e mesmo do caças da família Flanker. Outro aspecto de desempenho que se destaca na qualidade de voo do Rafale é sua velocidade de ascensão. Ele consegue subir a 18288 m/min, ou seja, sobre como um foguete!  O F-16 que tem uma boa razão de subida também, sobe a 15240 m/ min. Esse aspecto dá ao Rafale uma vantagem em missões de interceptação
O insucesso do Rafale no mercado internacional se dá pelo preço elevado que é pedido por ele. Porém deve-se observar que ele é uma aeronave com capacidade elevada de combate que faz frente a aeronaves maiores. Certamente, porém, que se os requisitos de um cliente que seja muito exigente, o Rafale acabará sendo adquirido. O Rafale é uma solução bastante completa para uma aeronave de combate multifunção de alto desempenho.

Acima: O Rafale tem uma boa autonomia e graças a o sistema de reabastecimento em voo pode voar missões intercontinentais.


Acima: Um desenho em corte do Rafale B, versão biplace usado para missões de ataque a alvos terrestres e navais.
Abaixo: Um desenho em 3 vistas do Rafale B.




Acima: Nesse desenho podemos ver as armas já integradas ao Rafale.