quarta-feira, 11 de março de 2015

FMA IA-58 PUCARÁ. A solução argentina para apoio aéreo aproximado.


FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade de cruzeiro: 430 km/h
Velocidade máxima: 500 km/h
Razão de subida: 5,5 m/min
Fator de carga: +6, -3 Gs
Raio de ação/ alcance: 350 km (Hi Lo Hi)/ 3710 km (travessia com maximo combustível)
Propulsão:  2 motores  Turbomeca Astazou  com 978cv cada
DIMENSÕES
Comprimento: 14,25m
Envergadura: 14,50 m
Altura: 5,36 m
Peso: 4020 kg (vazio)
ARMAMENTO
O Pucará pode transportar externamente até 1.500 kg (3.307 libras)  de armas que podem ser bombas da Família MK-81 e MK-82, lançadores de foguetes 70 mm LAU-68  e LAU- 69 lançadores de granada de 40 mm e pods equipados com canhões de 30 mm.
Interno: quatro metralhadoras FM M2-20 em calibre. 30 (7,62 mm) com uma carga de 900 munições cada. Dois canhões Hispano-Suiza HS.404 de 20 milímetros com uma carga de 270 munições cada.

HISTÓRICO DE DESENVOLVIMENTO
Por Anderson Barros
A experiencia de combate na guerra do Vietnam deixou bem claro que aviões de combate a reação não eram efetivas contra tropas em terra levando as empresas aeronáuticas a pesquisarem e desenvolver aeronaves que tivessem um perfil mais adequado a esse emprego. Dois exemplos de modelos que resultaram desse trabalho foram os modelos norte americanos OV-1 Mohawk, fabricado pela Grumman e o mais famoso OV-10 Bronco, da Rockwell. Em 1966, a Força Aérea Argentina através da DINFIA - Dirección Nacional de Fabricación e Investigación Aeronáutica estabeleceu parâmetros para o desenvolvimento de uma aeronave de ataque leve e de baixo custo que poderiam ser empregadas em missões de, apoio a infantaria, Apoio Aéreo Aproximado (CAS), contra-insurgência (COIN), e  funções de reconhecimento, sendo  capaz de operar a partir de aeroportos não convencionais ou pistas de pouso irregulares (pistas não pavimentadas) e levar uma carga bélica pesada de munições ar-terra. O projeto do novo avião ficou a cargo da Fábrica Militar de Aviones (FMA) e foi liderado diretamente pelo vice-diretor da estatal argentina o engenheiro Aeronáutico Hector Eduardo Ruiz.
Nota do editor: Nesse período a DINFIA já acumulava uma grande experiência na criação de aeronaves de combate. Em 1947 foi construído o primeiro avião de caça a jato na América Latina o I.Ae. 27 Pulqui I, concebidos pelo famoso designer francês Émile Dewoitine,  e em 1950, o designer alemão Kurt Tank (- ex-diretor técnico da empresa alemã "Focke-Wulf") juntamente com o Engenheiro argentino Norberto Morcchio  - construíram I.Ae. 33 Pulqui II – no qual era muito avançado para o seu tempo, o avião e desenvolveu nos testes a velocidade máxima de 1045 km.
Acima: O Pucará foi uma solução argentina para uma necessidade de um avião de apoio aéreo aproximado.

GESTAÇÃO
A pedido da Força Aérea Argentina a DINFIA acelerou o desenvolvimento da aeronave utilizando como base o projeto do FMA IA 50 Guaraní II (Um pequeno bimotor para transporte projetado pela DINFIA). Como o modelo seria baseado em um projeto de um avião civil a DINFIA decidiu em um design simples de tamanho intermediário, para ser alimentado por dois motores turboélice, com um cockpit para duas pessoas e Canopy em vidro. O programa começou em 1966. A fim de testar o layout proposto e a aerodinâmica, a DINFIA inicialmente construiu um veiculo planador não motorizado para testes, tendo voado rebocado por um Fokker F-27 da Força Aérea Argentina pela primeira vez em 26 de dezembro de 1967 sendo designado como AX-2 Delfin a aeronave não obteve o desempenho esperado. Para melhorar, o desempenho Após os testes com o Planador se iniciou a construção de um protótipo motorizado, dada à designação FMA IA 58 Delfin. A construção dos protótipos e testes em voo ficou a cargo da Fábrica Militar de Aviones (FMA) estatal Argentina responsável pela fabricação de aeronaves. O primeiro protótipo designado FMA IA 58 Delfin fez seu voo inaugural em 20 de agosto de 1969, Após testes em voo o mesmo passou por modificações sendo construído um segundo protótipo agora designado FMA IA 58 Pucará, voando em seis de setembro de 1970, seguido de um terceiro, protótipo/pré produção em 1973. As primeiras unidades foram entregues em 1975 à força aérea de Argentina sendo produzido até 1986.
Acima: Os primeiros Pucará entraram em serviço em 1975 e foi produzido por 11 anos antes do encerramento de sua linha de produção.

PROJETO
A estrutura do Pucará é quase toda em metal (principalmente alumínio) devido à necessidade de se manter um baixo peso. Sua fuselagem possui cauda em formato de “T”, os motores estão alojados nas asas e seu nariz possui um perfil inclinado.  O IA-58 possui uma cabine pressurizada fechada por uma única peça que abre para cima, possui um arranjo em tandem (um tripulante atrás do outro) com o piloto-comandante à frente e o navegador - WSO (Weapon System Operator - Operador do Sistema de Armas) à atrás a configuração da cabine permite aos pilotos um excelente campo de visão à frente e para os lados, enquanto o nariz propositadamente caído deu a tripulação uma boa linha de visão para o chão. O cockpit possui blindagem para proteger a tripulação e os sistemas eletrônicos da aeronave. Os tripulantes possuem assentos ejetáveis Martin-Baker Mk 6AP6A  do tipo zero/zero (zero altitude/zero velocidade) O púcara possui comandos duplos permitindo que o segundo tripulante (WSO) possa pilotar a aeronave em caso de uma eventual impossibilidade do piloto. Os sistemas da aeronave são analógicos, configuração típica dos anos 50/60 e a aeronave não possui HUD (Head Up Display), nem equipamentos de visão noturna e radar para operação em condições adversas. O programa do púcara previa operações em pistas curtas e irregulares para isso se escolheu uma configuração para o trem de pouso em triciclo retrátil possuindo uma roda frontal, sob a parte da frente, e rodas duplas nos traseiros, dispostos sob as asas alojados nas naceles dos motores. Os pneus são de baixa pressão para facilitar sua operação em pistas não preparadas enquanto as pernas do trem de pouso estão em uma posição mais altas em relação ao solo para dar espaço entre a fuselagem e o solo permitindo que o Pucará leve cargas externas.
Acima: O cockpit do Pucará é totalmente analógico acarretando uam elevada carga de trabalho para o piloto poder executar a missão.

PROPULSÃO
O primeiro protótipo, chamado AX-2 Delfin foi equipado com dois motores de origem americana Garret TPE-331- U-303 sua designação militar é T-76 (Esse motor foi projetado e fabricado pela Garrett AiResearch  e produzido atualmente pela Honeywell Aerospace ). Esse pequeno turboélice gera uma potencia de 900 HP. Porem esse motor não apresentou um desempenho ideal, pois a aeronave não obteve os requisitos esperados. Para melhorar, o desempenho, o segundo protótipo teve seus motores Garret substituídos pelos propulsores de origem francesa Turbomeca Astazou XVIG que gera uma potencia de cerca de 1000 HP cada. Com a adoção dos motores franceses os FMA IA-58 Pucará conseguiram um desempenho que permite o Pucará alcançar uma velocidade máxima de 500 km/h. e um alcance de 3.700 km (com tanques extras de combustível) e um alcance de 350 km com carga completa de armas.
Acima: A configuração bimotor do Pucará garante uma maior segurança, mesmo contra danos de combate, caso um motor seja atingido.

ARMAMENTO
O IA-58 Pucará tem como missão primordial o apoio a forças terrestres, combate anti-helicópteros e missões de contra-insurgência – COIN.  Seu projeto priorizou o uso de armamentos interno de tubo. Para isso o mesmo foi equipado com quatro metralhadoras FM M-2-20 em calibre. 30 (7,62 mm) com uma carga de 900 munições cada. Dois canhões Hispano-Suiza HS.404 de 20 milímetros com uma carga de 270 munições cada. Alem do armamento interno o Pucará pode transportar externamente até 1.500 kg (3.307 libras)  de armas que podem ser bombas da Família MK-81 e MK-82, lançadores de foguetes 70 mm LAU-68  e LAU- 69 lançadores de granada de 40 mm e pods equipados com canhões de 30 mm.  Vale ressaltar que a versão IA-58B foram equipadas com Dois Canhões de origem francesa DEFA 553 30 mm, em vez de 20 milímetros HS-804. Com isso a fuselagem inferior apresentou um inchaço para abrigar a câmara do canhão. É interessante que durante a guerra das Malvinas a Força Aérea Argentina, em colaboração com a Marinha através do Comando de Aviación Naval Argentina, COAN, modificou um dos protótipos (AX-04) com suportes para o transporte e lançamento para torpedos Mark 13. Objetivo era transformar o Pacurá em uma plataforma de transporte de torpedos afim de melhorar as capacidades antinavio e anti-submarino das forças Argentina. Porem a guerra terminou antes que fosse avaliado a viabilidade do projeto.
Acima: Aqui podemos ver as configurações de armamento do Pucará. Observem que ele faz extenso uso de cachos múltiplos em seus cabides para aproveitar melhor o espaço para armas.

MODERNIZAÇÃO
Durante a década de 1990 a Força Aérea Argentina analisou diversas possibilidades de modernização dos Pucará  que se encontravam em serviço. Os estudos para a modernização englobava a troca dos motores franceses Turbomeca Astazou XVIG por outros mais modernos e econômicos, além da inclusão de contramedidas e equipamentos eletrônicos. Entretanto não foi tomada nenhuma decisão nesse sentido sendo posteriormente abandonada por falta de fundo. Em 2009 a Força Aérea Argentina iniciou os planos para a modernização do seu inventario de Pucará e o projeto definido  abrange a atualização dos aviônicos como sistema de comunicações, HUD, comandos HOTAS, INS/GPS, Chaff. Flares, RWR, ECM. Instalação de novos armamentos como o canhão, DEFA 554, Revisão geral da estrutura do avião, substituição do antigo motor Turbomeca Astazou pelo mais moderno PT6A-62. Com essa modernização a Força Aérea pretende manter o Pucará no serviço ativo até 2045. Porem questões burocráticas e econômicas está atrasando a conversão de toda a frota. Nesse sentido a Força Aérea do Uruguai também demonstrou interesse no, programa de manutenção reparo e revisão (MRO) e instalação de novos motores oferecidos pela FAdeA. Falando no Uruguai o mesmo modernizou seus aviões no qual receberam novos sistemas de navegação e GPS alem de modificações estruturais visando o transporte de bombas MK-82 Snakeye e um novo tanque de combustível externo com capacidade de 1000 litros. Porem com a crise econômica que assola a Argentina e suas Forças Armadas fizeram que o projeto de modernização ficasse em estagio vegetativo
Acima: O Pucará desta interessante foto foi capturado pelas forças armadas britânicas durante a guerra das Malvinas e levado para testes.

VERSÕES
AX-2 Delfin – protótipo de testes;
AX-4 - protótipo de aeronave anti-submarino carregada com um torpedo Mark 45;
IA-58A - Primeira versão operacional, produzida em serie;
IA-58B - A aeronave era dotada de Dois Canhões DEFA 553 30 mm, em vez de 20 milímetros HS-804. Com isso a fuselagem inferior apresentou um inchaço para abrigar a câmara do canhão.
IA-58C - Muito melhorada a versão eliminava o cockpit dianteiro. Possuía um incremento na blindagem do piloto e nos tanques de combustível. No nariz havia a previsão para a instalação de um único canhão DEFA de 30 milímetros. Também seria equipado com um HUD mais moderno, capacidade de transportar mísseis Matra Magic ou sidewinder, além de mísseis ar terra Martin Pescador.
IA-58D - Modernização da versão A, Atualmente sendo implantada pela Força Aérea Argentina.
IA-66 - Modernização do IA-58A, com novos motores Garrett TPE331, voou em 1980.

CONCLUSÃO 
Por Carlos E.S.Junior
O Pucará foi uma interessante iniciativa da força aérea argentina e de sua industria para se conseguir uma solução de apoio aéreo aproximado nos anos 70 e 80 do século passado. Com sua simplicidade, o modelo poderia ser usado, naquela época sem grande resistência de um inimigo mal equipado. Porém, nos dias atuais, o emprego de mísseis MAMPADs altamente disseminado obriga a força aérea argentina a modernizar seu Pucará para que consiga ter alguma chance de sobreviver em um teatro de operações (TO) muito agressivo para aeronaves de baixa velocidade e altitude, justamente o perfil de emprego do Pucará.




ABAIXO UM VÍDEO DO PUCARÁ FAZENDO UM RASANTE.

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sexta-feira, 6 de março de 2015

CLASSE FREEDOM. O problemático navio de combate litorâneo dos Estados Unidos.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Navio de combate litorâneo/ Corveta.
Tripulação: 50 tripulantes, porém há acomodação para 75 tripulantes..
Data do comissionamento: Novembro de 2008
Deslocamento: 3200 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 118,6 m.
Boca: 17,5 m.
Propulsão: CODAG com 2 turbinas a gás Rolls Royce MT-30, 2 motores a diesel Colt-Pielstick que movem 4 propulsores jatos de água Rolls Royce que produzem, juntos 113600 hp de potência.
Velocidade máxima: 47 nós (87 km/h).
Alcance: 7408 Km em velocidade econômica
Sensores: 1 radar tridimensional de busca aérea e de superfície EADS TRS-3D com 180 km de alcance máximo, Sonar rebocado Lockheed Martin  AN/SQR-20.
Armamento: Um canhão BAE Systems MK-110 de  57 mm MK3, um lançador MK-49  para 21 mísseis antiaéreos RIM-116 RAM, Lançador de mísseis BGM-176 Griffin Block II B, dois canhões automáticos Bushmaster MK-44 em calibre 30 mm, 4 metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7 mm.
Aeronaves: dois helicópteros MH-60R Seahawk ou uma composição de um MH-60R Seahawk e três UAVs MQ-8 Fire Scout.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A Marinha dos Estados Unidos (US Navy), no início do seculo XXI solicitou uma nova classe de navio, com o porte de uma corveta, que serviria a missão de combate litorâneo com vistas ao aumento da guerra assimétrica para os conflitos que estava sendo delineados no horizonte previsível. Assim, um programa chamado LCS (Littoral Combat Ship) ou navio de combate litorâneo foi iniciado e dois concorrentes, a Lockheed Martin e a General Dynamics, ficaram responsabilizados para apresentar suas propostas e um protótipo  para avaliação onde, inicialmente, apenas uma delas seria escolhida e encomendada, nos mesmos moldes que vemos na força aérea dos Estados Unidos, onde esse tipo de concorrência é corriqueira. Porém, diferentemente do que vemos nessas concorrências da força aérea, a marinha dos Estados Unidos decidiu dar o contrato de produção aos dois concorrentes. O modelo do LCS que vou apresentar nesse artigo é o da classe  Freedom, modelo da Lockheed Martin.
Acima: O desenho do Freedom tem forte influencia da tecnologia stealth, com estruturas em ângulos para evitar o retorno do eco radar. 
Com o tamanho que se aproxima de uma fragata, mas com capacidade limitada a de um navio menor, no caso, uma corveta, o navio classe Freedom apresenta um diferencial em relação a outras embarcações de seu porte: Sua elevada velocidade. O navio consegue atingir 47 nós, ou cerca de 87 km/h, o que representa cerca de 36% mais velocidade do que outros navios de guerra da esquadra norte americana. Nada mau para um navio cujo deslocamento atinge, quando carregada, 3200 toneladas. Esse desempenho é conseguido com o uso de uma propulsão do tipo CODAG (combinação de motores a diesel com turbinas a gás) composta por duas turbinas Rolls Royce MT-30 com dois motores a diesel Colt-Pielstick que movem 4 sistemas de jatos de água fornecidos pela Rolls Royce. A autonomia do Freedom, em velocidade de cruzeiro econômico chega a 7408 km, dando assim, capacidade de operação oceânica.
Acima: O Freedom está entre as mais rápidas embarcações de seu porte em todo o mundo. Essa velocidade lhe dá uma vantagem tática importante.
O Freedom, assim como o Independence, o outro navio do projeto LCS que trataremos em uma outra ocasião, são navios projetados para operarem em apoio de outras unidades da esquadra, sendo que, devido a isso, tem seus sistemas eletrônicos e sensores, relativamente mais limitados do que encontramos em navios maiores da marinha norte americana. O Freedom está equipado com um sistema de apoio eletrônico Argon ST WBR-2000 que permite interceptar sinais de radares hostis, identificando estes sinais e fornecendo relatórios para aumentar o nível de consciência situacional da tripulação d navio. O Freedom está equipado, também, com um sistema de iscas para despistar mísseis guiados a radar e torpedos SKWS. O radar usado no Freedom é o modelo europeu TRS-3D fabricado pela EADS. Trata-se de um radar tridimensional de busca aérea e de superfície com alcance máximo de 200 km contra alvos de maiores dimensões voando alto (um avião patrulha, por exemplo). Por se tratar de um radar de alta precisão e que fornece dados do alvo instantaneamente, ele é usado para controle de fogo para os armamentos defensivos do navio, descartando a necessidade de um radar de controle de fogo dedicado.
A suíte de sensores conta, ainda, com um sistema de sonar rebocado AN/SQR-20 que faz busca passiva e ativa de submarinos inimigos.

Acima: O passadiço da Freedom é bastante moderno, embora o navio seja relativamente limitado em recursos de sistemas.
Uma das maiores diferenças entre os navios do programa LCS, do qual a classe Freedom faz parte, e os outros navios de guerra do mundo, é que o armamento do navio é modular. Você pode estar se perguntando o que significa isso, não é mesmo? Bom, vamos dizer que o navio pode ser configurado para 3 perfis de missão trocando seu módulo de missão. Cada módulo tem uma composição de armamentos. Esses módulos são o SUW, o ASW e o MCM e podem ser substituídos em apenas 24 horas. O módulo SUW (anti surface Warfare) ou guerra anti superfície, por exemplo, é composta por um lançador de mísseis MK-60 para mísseis BGM-176 Griffin Block II B guiados por laser, GPS ou INS, e com alcance de 6 km. Esta arma é usada contra pequenas e rápidas embarcações como as usadas por piratas. Nesse modulo também está incluso dois canhões automáticos MK-44 em calibre 30 mm que disparam a uma cadência de 200 tiros por minuto com alcance de 5000 metros. Os helicópteros MH-60R apoia a missão anti superfície fazendo buscas e podendo ser empregado em combate com até 8 mísseis AGM-114 Hellfire, contra pequenas embarcações, além de também estar armado com metralhadoras pesadas M-3 em calibre .50 (12,7 mm) ou metralhadoras de uso geral M-240 em calibre 7,62X51 mm.
Acima: Parte da capacidade ofensiva do Freedom é fornecida pelos seus dois helicópteros MH-60R Seahawk que podem ser armados com mísseis AGM-114 Hellfire, como o que está sendo lançado nesta foto.
Já o módulo ASW (Anti-Submarine Warfare) ou guerra anti submarino, tem uma configuração composta por sistemas eletrônicos dedicados a esse perfil de missão, sendo o sistema Lockheed Martin MFTA composto pelo sonar de operação ativa e passiva, rebocado AN/ SQR-20, seus sistemas de controle e diversos subsistemas. O sistema MFTA tem incorporado um subsistema de contramedidas torpédicas LWT (Light Weight Tow) para interceptar torpedos lançados contra o navio que recebe dados do subsistema de interceptação acústica ACI, também parte do sistema MFTA. O braço armado para ataque contra submarinos, nessa configuração é fornecido pelo uso do helicóptero MH-60R Seahawk que são armados, nesse caso, com o torpede leve MK-54 MAKO cujo alcance chega a 11 km e é guiado por sonar ativo ou passivo. É interessante observar que o helicóptero MH-60R, tem seus próprios sistemas de detecção de submarinos, podendo operar sem apoio do navio, se isso for necessário. E o terceiro módulo de missão é o MCM (Mine Countermeasures Mission) ou missão de contra minagem onde o objetivo é limpar a área de minas navais para que o grupo de batalha possa opera em segurança. Nesse módulo, a Freedon é configurada com o sonar caça minas AN/AQS-20A. São usados veículos multimissão remotamente controlados RMMVs e veículos de contramedidas anti minas SMCM UUV. O helicóptero MH-60R Seahawk, opera com um avançado sensor laser detector de minas ALMDS e um sistema de neutralização de minas AMNS.

Acima: O Freedom foi projetado para ser configurado em módulos de missão, que permitem uma especialização em três tipos de missão: Anti superfície, Anti submarino e anti minas.
Embora o navio tenha seus módulos de operação que acabam personalizando cada configuração de armamento, ainda sim, algumas das armas e sistemas são comuns a qualquer uma dessas configurações. Assim, o Freedom está armado com um canhão de fogo rápido BAE MK-110 em calibre 57 mm. Este canhão é capaz de disparar 220 tiros por minuto contra alvos distantes até 14 km. Outro armamento onipresente em todas as configurações do Freedom é o lançador de mísseis antiaéreos MK-49 com seus 21 mísseis RIM-116 RAM, que são usados contra ameaças de curto alcance, principalmente mísseis antinavio de cruzeiro que ataquem o navio. O míssil RIM-116 pode ser guiado por infravermelho de modo duplo, ou ainda uma combinação de infravermelho e comando por radio. O alcance é de 9 km. Além do helicópteros MH-60R, presente em qualquer uma das configurações de missão como apresentado anteriormente, o Freedom pode operar veículos aéreos não tripulados MQ-8B Fire Scout que podem ser usados para reconhecimento ou combate, armado com foguetes ou mísseis AGM-114 Hellfire.

Acima: O canhão MK-110 em calibre 57 mm é um dos armamentos que estão presente em qualquer uma das configurações de missão do Freedom.
Os dois navios do programa LCS apresentaram graves problemas relacionados a qualidade dos materiais usados em sua construção, assim como de projetos. No caso do Freedom, houve problemas relacionados a rachaduras em seu casco e também uma elevação nos custos de operação, algo que está pesando bastante para o orçamento de defesa dos Estados Unidos que hoje passa por profunda reformulação devido as condições financeiras desfavoráveis da economia norte americana. Ainda sim, eu considero que o armamento instalado no Freedom (e em seu irmão Independence) são fracos considerando as dimensões do navio que poderia receber mais armamentos ofensivos. Embora o objetivo dos navios do programa LCS esteja restrito a operações litorâneas e preveja que as embarcações sempre operem com apoio de um navio maior, ainda sim considero interessante que houvesse uma capacidade antinavio mais robusta, com pelo menos, 4 mísseis do porte do AGM-84 Harpoon, o que daria uma melhor capacidade de defesa contra navios de superfície. O departamento de defesa dos Estados Unidos, no entanto, solicitou uma revisão das capacidades do programa LCS tendo em vista a encomenda de navios mais capazes que os já entregues. A Lockheed martin, fabricante da Freedom, tem um projeto baseado no próprio Freedom, que hoje responde pela sigla SSC que possui capacidades similares a de uma moderna fragata e que, poderia ser operada dentro desse novo contexto.
Acima: O SSC é um projeto de maior porte e mais capaz que o Freedom que poderá ser usado pela marinha na revisão do programa LCS.
Acima: O Freedom tem um hangar capaz de operar dois helicópteros de médio porte MH-60R Seahawk ou uma combinação de um Helicóptero MH-60R mais três veículos aéreos remotamente pilotados MQ-8B Fire Scout.

ABAIXO UM VÍDEO PROMOCIONAL COM O USS FREEDOM. 

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

CAC/ PAC JF-17 Thunder. Um moderno caça para orçamentos apertados.

FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade máxima: Mach 1.6
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.90.
Razão de subida: 14000m/min.
Potência: 0,95.
Carga de asa: 74,71 lb/ft².
Fator de carga: +8,5 e -3,5.
Taxa de giro instantânea: 19º/s (instantânea).
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de serviço: 16920 m.
Raio de ação: 1352 km/ 3480 km.
Alcance do radar: NRIET KLJ-7 com 75 km de alcance.

Empuxo: 1 motor RD-93 com 8450kgf de empuxo com pos combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 14,97 m.
Envergadura: 9,46m.
Altura: 4,77m.
Peso: 6586 kg.
Combustível Interno: 5130 lb.
ARMAMENTO
Carga externa: 3629 kg
Ar Ar : Míssil de curto alcance AIM-9L/M Sidewinder, PL-5, PL-7, PL-8, MAA-1 Piranha e  PL-9. Míssil de médio alcance PL-12.
Ar Terra: Míssil AGM-65 Maverick, Míssil anti radar MAR-1, Durandal, Bombas guiadas a laser GBU-10 e GBU-12, LT-2, Bombas  MK-82/83/84, míssil anti navio C-802A, bombas guiadas por GPS LS-6 e bombas eletro-óptica H-2 e H-4.
Interno: 1 canhão GSH 23 de cano duplo e 23 mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
No início de 2015, algumas notícias veiculadas na imprensa especializada em defesa, davam conta sobre a possibilidade da Argentina adquirir novas aeronaves de combate de fabricação chinesa. As notícias, sem confirmação na época de sua publicação falava na aquisição de caças J-10B ou de modelos mais simples, o JF-17, cuja produção é compartilhada entre China e Paquistão. A notícia em si causou um certo "alvoroço" pois como sabemos a força aérea argentina se encontra sucateada e ainda tem o agravante de que o país reivindica sua soberania sobre as Ilhas Falklands (Malvinas, do ponto de vista argentino)  sob a bandeira Inglesa que manteve sua soberania sobre as ilhas depois de uma breve, mas violenta guerra com os argentinos em 1982.
Voltando ao foco deste artigo, vamos tratar sobre um dos modelos que apareceram nessas notícias, o caça JF-17 (FC-1 na nomenclatura chinesa).
Acima: O J-7F é a aeronave do qual o JF-17 deriva. Assim, de certa forma, o JF-17 é o ultimo membro da extensa família do MIG-21 soviético.
A história sobre o JF-17 começa em um empreendimento da empresa chinesa Chengdu que estava desenvolvendo, em 1986, um caça derivado de seu J-7 (versão local do MIG-21) sob o nome Super 7. Este desenvolvimento tinha apoio da empresa norte americana Grumman (fabricante do super caça F-14 Tomcat) e seria um produto conjunto. A Grumman, porém, se retirou desse projeto devido aos acontecimentos na praça da paz celestial causando um massacre de civis chineses e que tinha colocado a China sob embargo internacional. A Chengdu manteve o programa independentemente nos anos seguintes, quando o Paquistão identificou que esse projeto poderia servir a suas necessidades de uma aeronave de combate cuja produção seria compartilhada com sua industria e que se tornaria isenta de embargos de fornecedores norte americanos que haviam causado problemas sérios aos paquistaneses com embargos  por motivos políticos.
Assim, em 1995, China e Paquistão assinaram uma carta de intenção para o desenvolvimento conjunto do novo caça que passou a ser chamado JF-17 no Paquistão e FC-1 na China. O contrato definitivo para produção do JF-17 se deu em 1999 em que ficou definido que 50% do caça seria desenvolvido por cada um das nações envolvidas.  Mais tarde, em agosto de 2003, o primeiro protótipo fez seu primeiro voo. Durante a fase de testes, algumas modificações aerodinâmicas foram incorporadas ao projeto do JF-17 e o avião se tornou operacional na força aérea paquistanesa em março de 2007. A China optou por não adquirir o modelo, o qual foi considerado abaixo do desempenho que os chineses queriam para caças do mesmo tipo em sua força aérea.
Acima: Com um desenho convencional, aerodinamicamente. o JF-17 é um caça de baixo custo que traz um desempenho superior a de modelos desenvolvidos na década de 50 e 60 do século passado e que ainda estão em serviço em nações com orçamentos militares limitados.
O JF-17 é considerado uma aeronave de 3º geração (sim, você não leu errado. Ele não é de 4º e nem de 5º geração, como os últimos caças ocidentais), dado a sua maior simplicidade. O objetivo do projeto foi fornecer um caça supersônico capaz de executar missões ar ar e ar solo, sem as complexidades dos caças de 4º geração e com isto, conseguir um custo muito mais baixo (cerca da metade de um caça de 4º geração). Assim sendo, o JF-17 tem uma configuração aerodinâmica bem convencional com asas a frente, e tailerons, e uma deriva. A estabilidade, porém, é artificial, proporcionada por um sistema Fly By Wire, o que garante um desempenho de manobra bastante superior ao de uma aeronave naturalmente estável. O resultado dessas características somadas a uma relativamente baixa carga de asa de 106,61 lb/ft² levam a capacidade de curva instantânea de 19º/ seg. Esse valor reflete um desempenho de curva levemente inferior a da primeira versão do Falcon, o F-16A (e bem melhor do que consegue um caça F-5EM Tiger II usado pela força aérea brasileira (FAB) que atinge 14º/seg a baixa altitude. A fuselagem do JF-17 é capaz de suportar cargas de 8,5 Gs positivos ou até 3,5 Gs negativos em manobras, o que o coloca bem próximo da maioria dos caças de 4º geração também.
O motor instalado no JF-17 é de origem russa, o Klimov RD-93 que é uma versão de exportação do motor RD-33 usado no MIG-29, mas com algumas melhorias, como o aumento da potencia, por exemplo. O motor RD-93 atinge 8450 Kg de empuxo máximo com pós-combustão. O JF-17 é um caça com uma relação empuxo-peso de 1,05 quando estiver apenas com o combustível interno. Na pratica, quando se instalar misseis nele, esse valor cairá um pouco para algo em torno de 0,95, o que ainda é muito bom, e proporciona uma boa capacidade de aceleração. As entradas de ar do motor apresentam uma solução moderna, a diverterless Inlets, usada em caças de 5º geração para controlar o fluxo de ar turbulento em seus motores para melhorar o funcionamento do motor, principalmente em velocidades supersônicas O sistema pode ser usado para substituir os métodos convencionais de controle da camada limite de fluxo de ar durante o voo supersônico a velocidades de até Mach 2 e ainda, de quebra, fornece uma diminuição da seção reta de radar o que dificulta sua detecção a maiores distancias pelos radares inimigos. Nesse ponto, vale observar que o RCS do JF-17 é de 3m2, pouco abaixo da média para aeronaves de combate de sua geração. 
Em demonstrações acrobáticas que foram feitas em feiras aéreas internacionais, o JF-17 causou uma boa impressão geral, devido a sua agilidade, tipica de aeronaves de combate leves.
Acima: O JF-17 apresenta estabilidade relaxada, e o uso de um sistema FBW para garantir sua estabilidade. Assim, ele tem um desempenho acrobático particularmente surpreendente para um modelo tão simples.
O JF-17 está equipado com um radar NRIET KLJ-7, com alcance de 105 km contra um alvo do tamanho de um caça convencional (5m2 de RCS) voando alto e 85 km contra o mesmo alvo voando baixo. Este radar pode atacar 2 alvos simultaneamente além de rastrear 10 alvos ao mesmo tempo. A suíte de guerra eletrônica é particularmente completa e conta com um sistema de alerta de iluminação de radar RWR, um sistema de detecção de aproximação de mísseis MAWS que dá cobertura de 360º informando o piloto quando um míssil foi lançado contra a aeronave, a direção de onde vem e o tempo previsto de impacto, dando melhores condições para o piloto tomar medidas evasivas. A aeronave possui um sistema de lançadores de iscas chaffs e flares para desorientar os mísseis guiados a radar e a infravermelho. O avião tem a disposição um HUD (display na altura da cabeça) como quase todos os caças, porém existe a previsão de instalação de um sistema HMS (mira montada no capacete) está sendo instalado para permitir que o piloto engaje alvos fora da linha de visada com mísseis de 4º geração, e ainda mantenha a atenção nos dados de navegação, mesmo quando tiver que movimentar a cabeça. O cockpit é composto por 3 telas multifuncionais, típico de uma aeronave de 4º geração, não sendo, a ultima palavra em painéis de controle, mas ainda sim, muito mais fáceis de operar que os painéis analógicos típicos dos caças de 3º geração. Foi instalado um sistema de barramento de dados MIL-STD-1553B que facilita a integração de armamentos e sistemas ocidentais na aeronave. E por ultimo, o JF-17 pode receber um casulo WMD-7  de designação eletro/ óptico com apontador laser para guiagem de armamentos guiados a laser como bombas planadoras e mísseis.
Acima: O painel de controle do JF-17 segue a configuração de caças de 4º geração e promove uma boa diminuição de carga de trabalho para o piloto, para que ele possa focar nos elementos da missão.
O JF-17 pode transportar até 3629 kg de armas divididos em 7 pontos fixos entre asa e fuselagem. Há um canhão instalado de cano duplo GSH 23-2 de 23 mm que dispara 3600 tiros por minuto e é efetivo contra alvos a 1500 metros. Informações do fabricante dão conta de que este canhão poderia, caso o cliente assim quiser, ser substituído por um canhão GSH-30-2 de 30 mm.
O JF-17, é usado exclusivamente pelo Paquistão, atualmente, e mesmo tendo uma interface de dados para armamentos padrão MIL- STD 1760, que permite a integração de armas ocidentais com facilidade, por enquanto a maioria do armamento já integrado ao caça sino paquistanês é de origem chinesa e paquistanesa mesmo. Assim, para missões ar ar, o JF-17 pode ser armado com mísseis de curto alcance guiados a infravermelho PL-5 (versão chinesa do AA-2 Atoll) cuja eficácia é bastante questionável, tendo efetividade maior apenas nas ultimas versões o qual se aproxima do desempenho do míssil AIM-9L norte americano, também considerado uma arma ultrapassada; Os mísseis PL-7 e PL-8, ambos de curto alcance e derivados de de modelos como o R-550 francês e o Python III israelense, também podem ser usados no JF-17.Míssil de curto alcance PL-9, este mais sofisticado e com capacidade de engajamento off boresight (fora da linha de visada) de cerca de 60º. Para tanto, este míssil precisa ser operado em conjunto a um sistema HMS (mira montada no capacete). O PL-9 tem alcance de 18 km contra alvos se aproximando pelo setor frontal. O Brasil forneceu ao Paquistão o míssil de curto alcance MAA-1 Piranha, com capacidade de atacar uma aeronave inimiga a 10 km de distancia. O modelo, porém tem limitada capacidade de engajamento, sendo capaz de atacar o alvo apenas pelo quadrante traseiro. Para engajamento fora do alcance visual (BVR) o único armamento integrado é o míssil chinês PL-12, com desempenho similar a do norte americano AIM-120 Amraam, sendo guiado por radar ativo e com alcance de 70 km.
Acima: O JF-17 é capaz de transportar uma carga externa de 3629 kg entre armas, casulo de sensores ou tanques de combustível externos.
para missões ar superfície, pode ser usado o míssil anti radar MAR-1, fabricado no Brasil. O míssil segue o sinal do radar inimigo (guiagem passiva por radar) ou pode ser guiado pela fonte de interferência, caso algum sistema tente sabotar a guiagem do míssil (Home on jam). O alcance do MAR-1 é confidencial, porém, estima-se que o modelo de exportação, usado pelos paquistaneses, tenha um alcance de 60 km, entregando uma ogiva de 90 kg de alto explosivo. Embora não seja confirmado que o míssil AGM-65 Maverick esteja integrado ao JF-17, é bem provável que ele ainda venha a ser, pois o Paquistão usa este míssil em seus F-16. O míssil Maverick tem alcance de 27 km e sua guiagem varia de acordo com a versão podendo ser feita por TV , infravermelho e laser.. é uma arma muito usada para destruir alvos blindados como um carro de combate e bunkers reforçados. Para atacar navios, o míssil chinês C-802A está integrado ao JF-17 e permitirá ele afundar navios do porte de destróieres a distancias de 180 km. O míssil é guiado por radar ativo e transporta uma carga explosiva de 165 kg. 
Com relação a bombas, a variedade é ampla e o JF-17 é capaz de operar desde bombas burras da familia MK (todas), bombas guiadas a laser GBU-10 e GBU-12 e LT-2 (chinesa) de 570 kg, bombas guiadas por GPS LS-6 (chinesa) e bombas guiadas por sensor eletro óptico H-2 e H-4.

Acima: O JF-17 desta foto está armado com o míssil PL-12 de médio alcance. Observem como se assemelha ao modelo AIM-120 Amraam norte americano.
O caça JF-17 é uma aeronave de combate leve que tem um desempenho que excede com boa margem o encontrado em caças antigos como o F-5E Tiger II, MIG-21 Fishbed e o Mirage III. Se pensarmos em um custo unitário que pode variar de U$ 25 milhões a U$35 milhões de dólares (fonte: Deagel), temos um caça zero quilometro que custa metade dos caças de 4º geração e que representa uma solução interessante a nações com orçamentos muito reduzidos para sua defesa, mas que não abrem mão de ter uma capacidade de combate atualizada. Hoje só o Paquistão opera a aeronave com 49 unidades entregues e com um total de 110 exemplares encomendados. Para os argentinos, nação que foi protagonistas dos diversos boatos de compra de caças chineses que hora davam conta de ser o modelo JF-17, hora mencionavam o mais capaz J-10B, o modelo deste artigo seria uma solução legitima, pois a força aérea da Argentina está sucateada e necessita, urgentemente, de um caça mais atual para poder executar a defesa de seu espaço aéreo. Porém, duas ultimas observações devem ser feitas: Premeiro é que o JF-17 é incapaz de proporcionar capacidade crível para a Argentina tentar alguma aventura militar nas ilhas Falklands uma vez que a defesa aérea desta ilha está nas mãos de um dos melhores caças do mundo, o Typhoon II, muito superior em absolutamente todos os aspectos ao JF-17. E segundo lugar, a própria China optou por não usar o modelo, investindo seu orçamento em caças J-10, mais capazes e um  verdadeiro caça de 4º geração.
Acima: O JF-17 fornece uma solução cuja relação custo benefício é particularmente favorável, principalmente para países onde o orçamento de defesa for muito limitado.
Acima: Um JF-17 decola com potencia máxima. Seu motor RD-93 é uma versão do motor RD-33 usado no caça MIG-29 de fabricação russa.


ABAIXO PODEMOS VER UM VÍDEO COM A APRESENTAÇÃO DO JF-17.

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

FUZIL M-82A1 - Atualização Full Metal jacket


O blog Full Metal Jacket foi atualizado com uma matéria sobre o potente fuzil M-82A1. para acessar o artigo clique na foto.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

HECKLER & KOCH HK-45. Uma nova pistola em um calibre clássico.

FICHA TÉCNICA HK-45 (Standard)
Calibre: 45 ACP.
Peso: 770 gramas.
Capacidade: 10 tiros.
Comprimento do cano: 4,53 pol.
Comprimento total: 191 mm.
Gatilho: Ação dupla / Simples ou somente ação dupla (DAO).
Sistema de operação: Recuo curto trancamento do ferrolho.
Mira: Fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A moderna pistola HK-45 é o resultado para um programa militar estabelecido pelo exército dos Estados Unidos chamado Joint Combat Pistol (JCP), que teve o objetivo de substituir a M-9 (Beretta 92F), em calibre 9 mm Parabellum, por uma pistola semiautomática de calibre 45 ACP. O programa foi cancelado em 2006 devido a questões econômicas, e a pistola M-9 continua a ser a arma padrão das Forças Armadas Norte Americanas. Mesmo que o programa JCP estivesse terminado, a Heckler & Koch decidiu fazer a HK-45 disponível no mercado comercial militar, policial e civil. A HK já tem um produto nesse calibre em seu portfólio que responde pelo nome de USP, uma arma que se tornou bastante popular principalmente devido a qualidade intrínseca aos produtos desta companhia.
Acima: A pistola HK-45 traz a uma série de aperfeiçoamentos em relação ao modelo USP que já era uma excelente pistola.
A HK resolveu desenvolver uma pistola nova para o programa JCP ao invés de oferecer um de seus produtos em linha de produção, para aproveitar o inventivo e desenvolver uma arma que estivesse a frente de sua USP. A HK-45, como foi batizada a nova pistola, traz uma significativa melhoria na ergonomia tornando a arma muito mais confortável para ser utilizada. Um dos elementos integrados ao projeto que resulta nessa melhoria é a utilização dos "backstraps" que é uma peça montada na parte anterior da empunhadura e que pode ser facilmente substituída por peças de dimensões diferentes para se adaptar as dimensões das mãos do usuário. Esta solução, já é encontrada na pistola P-2000, um produto anterior ao modelo HK-45, porém de dimensões menores e sem variante em calibre 45 ACP. Além disso, a HK-45 apresenta um sistema de amortecimento de recuo em sua armação de polímero que diminuir a força do recuo e consequentemente o stress de disparos consecutivos.

Acima: A HK-45 é uma arma fácil de desmontar o que ajuda na hora de fazer a limpeza depois de seu uso.
Uma outra solução interessante que podemos ver na HK-45 em termos de ergonomia é o botão liberador do carregador montado na junção do guarda mato e a empunhadura, no melhor estilo das mais recentes pistolas alemãs da marca Walther, o que facilita muito a troca de carregador, principalmente em situações mais tensas como as que podemos ter em combate. Essa tecla é ambidestra podendo ser montada dos dois lados da arma, assim como a tecla de trava e de desarmar o cão. A armação é feita em polímero, como muitas das novas pistolas do mercado, o que lhe garante maior leveza também. Na parte da frente da armação, a HK-45 apresenta trilhos picatinny padrão MIL-STD-1913 para fácil instalação de acessórios como lanternas táticas e apontadores laser. A HK-45 pode disparar, pelo menos, 20000 tiros antes de precisar trocar qualquer peça, segundo a Heckler & Koch.
Acima: A tecla liberadora do carregador é ambidestra e de fácil acesso otimizando seu uso em situações de combate.
A HK-45 opera no sistema de recuo curto usando o sistema browning modificado o que garante alta confiabilidade a arma. Seu carregador permite 10 disparos, que somado com a munição que vai na câmara, dá 11 tiros de capacidade. Embora seja uma vantagem frente a modelos mais clássicos como as consagradas Colt M-1911  e suas clones, ainda fornece menor capacidade de fogo que sua concorrente FNX-45 da belga FN Herstal que tem capacidade para 15 munições no carregador mais um na câmara. O cano da HK-45 tem 4,53 polegadas, pouco menor que o de uma M-1911, arma de referência para pistolas em 45 ACP, porém, a arma apresenta precisão superior graças á qualidade da produção de seu cano com sua alma raiada em forma poligonal.
O sistema modular do gatilho permite versões da HK-45 que operem em dupla ação/ ação simples (como em uma PT-58, por exemplo), ou somente dupla ação (como em uma PT-24/7), cabendo ao cliente escolher o sistema que melhor se encaixe com sua preferência. Eu, pessoalmente, gosto da versão dupla ação/ ação simples, provavelmente por estar muito acostumada com esse padrão de funcionamento nas armas que uso.

Acima: Uma sessão de tiro no estande e o resultado abaixo. Notem a elevada precisão da HK-45, apresentando agrupamentoss com muito tiro sobre tiro.

A HK-45 é fabricada em quatro variantes que são:
HK-45: Modelo padrão, descrito nesse texto.
HK-45 Tactical: Modelo com um alongador no cano que pode ser rosqueado um supressor de ruído (os famosos silenciadores) e miras com sistema tridot de tritiun (tem efeito luminescente para disparos em condições de baixa visibilidade.
HK-45 Compact: Modelo  de dimensões reduzidas cujo cano foi diminuído para 3,93 polegadas e carregador para 8 cartuchos. Arma de objetivo para porte velado e/ ou backup gun.
HK-45 Compact Tactical: Modelo compacto com os mesmo recursos da HK-45 Tactical full size, e alongador de carregador para comportar 10 cartuchos.

Acima: Todas as 4 versões da HK-45 aparecem nessa foto. Notem que a armação em coloração de areia. Além deste acabamento e da negra, a arma pode ser encontrada com a armação em coloração verde.
A HK-45 é uma pistola muito precisa, confiável, e extremamente robusta. essas qualidades somada a sua excelente ergonomia a coloca em um status de produto premium, top de linha. A HK não perdeu o tato comercial e logo lançou um modelo de pistola em calibre 9 mm e .40 sob o nome P-30/ P-30L que é baseada no modelo HK-45. Essas pistolas possuem a mesma ergonomia e soluções de funcionamento, porém nos calibres menores.
tanto a HK-45 quanto a P-30, são pistolas caras, sendo que em 2015, no mercado norte americano, estas armas podem ser adquiridas por cerca de U$ 1100,00 dólares. para se ter uma ideia de quanto caro é isso, vamos usar o preço da pistola Glock 17 em calibre 9 mm, extremamente popular no mercado norte americano e que custa cerca de U$ 600,00 dólares. Assim  embora seja armas espetaculares em termos de qualidade e funcionalidade, não são para qualquer bolso.
Acima: Nesta foto podemos ver a HK-45 Tactical, com seu adaptador na boca do cano para rosquear supressores de ruído.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO APRESENTANDO E EXPLICANDO A FUNCIONAMENTO DA HK-45.


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