quinta-feira, 16 de julho de 2015

ENTENDENDO O POLÊMICO F-35. Uma análise sobre o que esperar do novo caça leve dos Estados Unidos

MUDANÇA NO EQUILÍBRIO MILITAR MUNDIAL
Por Carlos E.S Junior
Os Estados Unidos é a maior democracia do mundo e dentre vários aspectos que marcam a personalidade dessa nação está sua grande capacidade militar. Seu orçamento de defesa é, de longe, o maior do mundo. Na verdade o orçamento de defesa dos Estados Unidos, algo em torno de U$ 600 bilhões de dólares, tem a representatividade de mais de 40% de todo o gasto com armamentos do mundo. Por isso, suas forças armadas, além de contarem com recurso humano e material extremamente numerosos, ainda costuma  dispor de um elevado nível de qualidade e capacidade de seus meios. Todo mundo se acostumou a ouvir que determinado equipamento de fabricação norte americana era o melhor que se tinha no mundo, ou que estava entre os mais eficazes sistemas de armas.
Acima: Caças F-16C e F-15C da USAF reinaram como as melhores aeronaves de combate aéreo por quase duas décadas. Com o fim da primeira guerra fria, russos, chineses e europeus diminuíram muito a desvantagem e em alguns casos, até superaram esses modelos americanos.

UMA NOVA REALIDADE PARA A USAF
Desde o fima da primeira guerra fria (digo primeira, pois entendo que estamos revivendo uma corrida armamentista atualmente, porém com a participação de um novo ator, no caso aqui, é a China), muita coisa mudou e países europeus, russos e chineses, melhoraram drasticamente a qualidade e capacidade de seus equipamentos militares de uma forma geral. No campo da arma aérea, a aviação de combate destes países tirou o atraso em relação ao que se encontravam frente a moderna industria aeroespacial norte americana e conseguiram igualar, e muitas vezes superar o equipamento de fabricação norte americano. Se compararmos caças de 4º geração, veremos que os caças europeus delta canards como o Rafale, da França, o Typhoon do consórcio europeu Eurofighter, ou o russo Sukhoi S-35S Flanker E, apresentaram superioridade de desempenho e capacidade de combate frente aos caças da mesma geração dos Estados Unidos. Isso não é de se espantar uma vez que os norte americanos chegaram na quarta geração a cerca de 40 anos, e todos os outros países, a cerca de 25 anos, agregando em seus projetos de 4º geração muitos avanços indisponíveis na época em que os caças F-15, F-16 e F/A-18 dos Estados Unidos. Até ai, tudo bem. Você, leitor mais atento e atualizado vai argumentar: "Mas os Estados Unidos já operam caças de 5º geração!". Realmente isso é um fato. A Força Aérea norte americana (USAF) opera desde 2005 o poderoso F-22A Raptor, um caça de 5º geração, considerado o melhor avião de combate do mundo em termos de letalidade. O F-22, projetado inicialmente pensando-se em um substituto para o extremamente bem sucedido super caça F-15 Eagle acabou sendo uma aeronave de elite com apenas 195 unidades produzidas, devido a seu custo elevado mesmo para o grande orçamento de defesa dos Estados Unidos. Ele é uma espécie de "bala de prata" da USAF. Não é o ideal e muito menos, o que o comando da USAF desejava. Mas é o que ocorreu. F-22 e F-15 operam juntos atualmente e isso deve permanecer assim por muitos anos.
Acima: O F-22 (em primeiro plano) foi projetado para ser o substituto do F-15 (o avião que está curvando), porém o custo extremamente alto do do F-22 inviabilizou concretizar os planos da USAF. Atualmente ambas as aeronaves operam juntas e isso deve permanecer assim até a entrada em serviço de uma nova geração (a 6º geração) de caças em 2030.

EM BUSCA DE UM NOVO CAÇA
A USAF começou a projetar, em novembro de 1996, um novo caça de 5º geração que seria um avião mais leve que o F-22, e que deveria substituir duas de suas aeronaves de combate: O F-16, um ágil caça multifuncional capaz de realizar pesados ataques a alvos de superfície, assim como superar muitos dos caças inimigos contemporâneos na arena ar ar; e o avião de ataque A-10C Thunderbolt II como aeronave de apoio aéreo aproximado. Como o corpo de fuzileiros navais estava precisando de um substituto para seus velhos jatos Jumpjet AV-8B Herrier II, a única aeronave de combate VSTOL de asas fixas em operação e a marinha dos Estados Unidos, precisavam de um sucessor de seus caças F/A-18C para operações de ataque embarcados, decidiu-se pela fusão dos respectivos programas de desenvolvimento com o da Força Aérea, criando o Joint Strike Fighter (Caça de ATAQUE conjunto) também conhecido pelo acrônimo JSF. Nesse ponto que começa a solução de um dos maiores erros que observo nos conceitos que as pessoas tem sobre o F-35. O programa JSF pediu uma aeronave de combate furtiva (invisível aos radares), supersônica e que tivesse um grande raio de ação com combustível interno e que fosse, antes de qualquer coisa, um avião de ataque a alvos de superfície e que, tivesse uma capacidade SECUNDÁRIA para combate ar ar, fazendo uso de sua furtividade e de armas de médio/ longo alcance, para vencer o inimigo a longa distancia. Vendo os dois protótipos que concorreram para o programa JSF, a ausência da exigência de que a aeronave fosse um super caça ultra manobrável e ágil como é um F-16, estava bem clara. Não se requereu uma aeronave com super desempenho de voo.
Acima: A esquerda temos o Boeing X-32 e a aeronave da direita é o Lockheed Martim X-35, vencedor do programa JSF. Observem que não são aeronaves de aerodinâmica complexa desenhada para alto desempenho manobrado.
O F-35, da Lockheed Martin, venceu a concorrência através da apresentação de seu protótipo X-35 que se mostrou mais confiável que o X-32 da Boeing. Começa ai a fase de desenvolvimento, onde os aprimoramentos do projeto são instalados na aeronave para que ela atinja todos os requisitos estabelecidos pela cliente, o serviço militar dos Estados Unidos. Muita coisa deu errada e dificuldades marcaram essa fase do programa JSF. Problemas graves de rachaduras na raiz das asas, excesso de peso, falhas de motor, problemas com o software do sistema de armas e com o capacete HMDS. Tudo isso encareceu muito o programa que já era considerado o mais caro programa de aquisição de um avião de combate de toda a história, e ainda levaram a um grave atraso na entrada de serviço destas aeronaves. Hoje, a grande maior parte dos problemas que ocorreram foram resolvidos e a aeronave está se tornando amadurecida e a versão F-35B, de decolagem curta e pouso vertical que será usada pelas fuzileiros navais americanos, deverá sua ter capacidade operacional inicial (IOC) declarada no começo do segundo semestre de 2015. Curiosamente esta versão do F-35, foi a que mais problemas apresentou devido a natural complexidade de seus sistemas, pois é a versão que faz decolagens curtas e pouso vertical.
Acima: O F-35B pousando verticalmente no navio de desembarque anfíbio WASP. Esta versão será a primeira a ser declarada operacional, o que deve ocorrer no começo do segundo semestre de 2015.

MISSÃO DO F-35.
O F-35 foi projetado, como já disse, para ser um caça de ataque contra alvos de superfície. Ele vai fazer o que o F-117, primeira aeronave de combate furtiva ( stealth) fazia, porém com muito maior velocidade que o velho jato negro, e com capacidade de se defender de aeronaves inimigas através de seus mísseis de médio/ longo alcance AIM-120C/D Amraam, capacidade, esta, que o F-117 não tinha. Em nenhum momento, ou em nenhuma fase do projeto JSF se exigiu que o F-35 fosse mais manobrável ou ágil que seu predecessor F-16. A missão dos dois caças não é a mesma. Uma analogia que gosto de usar para que você, leitor, compreenda para que serve um F-35, é comparar com nosso avião de ataque A-1 AMX. Muita gente considera, equivocadamente o AMX um caça. Ele não é isso. Ele até tem seus mísseis ar ar nas pontas das asas, mas ele é, essencialmente um avião de ataque com limitada capacidade de combate aéreo de curto alcance. O F-35 é um avião de ataque mas com maior capacidade de combate ar ar que o A-1 AMX. É evidente para mim, que os Estados Unidos tem uma ideia bastante forte de que a guerra aérea das próximas décadas será vencido de uma forma diferente da que eles fariam nos anos 80 e 90. Desta vez, os Estados Unidos estão apostando alto na capacidade de seus F-22 como aeronaves de supremacia aérea (é um conceito superior ao de superioridade aérea), e na capacidade de sobrevivência de seus F-35 que devem entrar em espaço aéreo inimigo sem serem visto, destruir seus alvos com extrema precisão e voltar sem ser atacados.
Acima: F-35A de produção já com boa parte dos problemas que marcaram o desenvolvimento desta aeronave, resolvidos. 

CONCLUSÃO
Por isso que o F-35 não é tão rápido, manobrável ou ágil quanto um F-16. A USAF não solicitou uma aeronave com essas características. A Lockheed está entregando um produto muito próximo do que foi requisitado. Se é ou não, um erro o desenvolvimento desse caça, com essas características, o culpado é a USAF que emitiu uma lista de requisitos específicos para esse projeto. Eu, particularmente, acredito que a USAF deveria ter exigido uma aeronave com desempenho de voo, no mínimo, idêntico do F-16. É um pensamento que muitos podem pensar ser de uma pessoa conservadora, mas quando lidamos com aeronaves de centenas de milhões de dólares, não há margem para apostas arriscadas. prefiro adotar uma postura mais segura, e um caça que é ágil, funciona bem quando a tecnologia do inimigo se desenvolve e iguala a nossa. Quando a tecnologia stealth puder ser detectada de longe por outras aeronaves de combate, e isso estão bem próximo de se tornar uma realidade, o F-35 não será um caça capaz de sobreviver em um ambiente de média e alta intensidade. Os caças atuais de 4º geração, e os de 5º geração em desenvolvimento na Rússia e China contam com sensores de detecção passiva infravermelha IRST que detectam o alvo pelo calor a dezenas de quilômetros, anulando a capacidade furtiva dos caças stealth como o F-35. 
Os estudos para um caça de 6º geração da Marinha e da Força Aérea dos Estados Unidos já foi iniciado, e os erros que ocorreram no programa F-35 deverão ser estudados a fundo para se evitar o enfraquecimento das forças armadas norte americanas depois de 2030. Pelos poucos desenhos publicados sobre essa futura geração de caças, já é claro que o desempenho de voo voltou ao centro da lista de requisitos.
Acima: O F-16C supera o desempenho de voo do F-35, tanto em manobras quanto em velocidade, porém, o objetivo do F-35 nunca foi vencer seu antecessor nesses aspectos. Em uma guerra real, um caça como o F-16 seria derrubado pelo F-35 (abaixo) sem perceber o que o atingiu na maioria absoluta das vezes.


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quarta-feira, 15 de julho de 2015

REMINGTON 870 - Atualização Full Metal Jacket


Olá amigos. A atualização Full Mertal jacket de hoje traz a apresentação da espingarda mais vendida da história. A Remington 870. Para conhecer esta clássica espingarda norte americana entre em: http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2015/07/remington-870-um-icone-norte-americano.html
Abraços

sábado, 11 de julho de 2015

TAR-21 TAVOR - Atualização Full Metal Jacket


O blog Full Metal Jacket foi atualizado com uma matéria sobre o fuzil israelense TAR-21, mais conhecido como "Tavor". para conhecer melhor esta moderna arma entre em: http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2015/07/iwi-tar-21-tavor-uma-solucao-israelense.html
Abraços

sábado, 4 de julho de 2015

UNITED DEFENSE M-2/ M-3 BRADLEY. O veículo de combate de infantaria bom de briga.


FICHA TÉCNICA 
Velocidade máxima: 66 Km/h.
Alcance máximo: 483 Km.
Motor: Cummins VTA-903T a diesel, com 8 cilindros e com 600 hp de potencia.
Peso: 22,94 Toneladas.
Altura: 2,97 m.
Comprimento: 6,55 m.
Largura: 3,61 m
Tripulação: 3+6 soldados equipados.
Armamento: 1 canhão Bushmaster M-242 Chain Gun em calibre 25 mm com 900 granadas; 1 metralhadora coaxial M-240 cal 7,62X51 mm  com 2400 munições, 1 lançador duplo de mísseis BGM-71 TOW com 6 mísseis para recarga. 8 granadas de fumaça.
Trincheira: 1,65 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 4
Obstáculo vertical: 0,91 m
Passagem de vau: Anfíbio.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O veículo de combate e transporte de tropas sobre lagartas M-2 Bradley e seu irmão M-3 usado em missões de reconhecimento e combate, representam um dos principais blindados sobre lagartas do exercito do Estados Unidos atualmente. Ele foi projetado no final dos anos 70 e colocado em serviço no começos dos anos 80 do século passado para poder combater e sobreviver no teatro de operação europeu durante a fase final da guerra fria, quando se esperava um campo de batalha de alta intensidade composto por uma forte oposição de muitos blindados MBT soviéticos em uma eventual ocupação da Europa ocidental. Seguindo essa ideia, o Bradley é protegido por uma blindagem de alumínio capaz de resistir a impactos de projéteis perfurantes de blindagem em calibre 14,5 mm perfurantes de blindagem (armor piercing), muito comum nas metralhadoras pesadas usadas pelo extinto Pacto de Varsóvia.  Versões mais recentes deste veículo, como a M-2A3 possui uma blindagem melhorada com a instalação de placas de blindagem passiva de titânio ou de blindagens reativa ERA, para poder resistir a impactos de projéteis de 30 mm, foguetes RPG e mísseis ATGW (antitanque). O habitáculo do Bradley é preparado para operar em ambiente NBC (nuclear, químico e bacteriológico).

Acima: Os Estados Unidos são, naturalmente, o maior operador do M-2 Bradley com 2300 unidades além de 468 unidades do M-3, a versão de reconhecimento do Bradley.
O Bradley substituiu os antigos blindados M-113 que ainda são usados pelo exercito e marinha do Brasil. As diferenças entre o Bradley e o M-113 são bastante grandes, começando pela proteção blindada, que no M-113 é bastante fraca e pela capacidade, efetiva, do Bradley participar, ativamente, do combate, que com o M-113 não ocorria, uma vez que o M-113 é um mero transportador de tropas, com poucos recursos ofensivos, normalmente composto por uma metralhadora M-2 calibre 12,7 mm (. 50). 
A propulsão do Bradley é composta por um motor a diesel fabricado pela Cummins, dos Estados Unidos, modelo VTA-903T com 8 cilindros e que produz 600 hp de potencia capazes de levar esse blindado de 22,94 toneladas a uma velocidade máxima de 66 km/h. O Bradley tem uma autonomia de 483 km e possui capacidade anfíbia, sendo capaz de navegar a uma velocidade de 7,2 km/h. A versão M-2, de transporte de tropas, tem capacidade de transportar 6 soldados totalmente equipados, mais sua tripulação composta por três homens que são o comandante, o artilheiro e o motorista. Já versão M-3, de reconhecimento transporta cinco tripulantes, sendo eles, dois batedores, o comandante, o artilheiro e o motorista.

Acima: O Bradley consegue uma velocidade máxima de 66 km/h graças a seu potente motor Cummins VTA-903T que produz 600 Hp de potência.
O armamento do Bradley é particularmente pesado para um veículo de combate de infantaria e conta com uma torre  armada com um canhão automático M-242 de 25 mm, do tipo Chain Gun, fabricado pela Bushmaster. Este canhão dispara a uma cadencia de 200 tiros por minuto, normalmente, porém pode ter essa cadência acelerada para até 500 tiros por minuto. A granada de 25 mm usada é capaz de penetrar em diversos tipos de blindagens, a uma distancia efetiva máxima de 3000 metros, sendo um sério problema para viaturas blindadas leves do inimigo. O M-2 Bradley transporta 900 granadas de 25 mm para o seu canhão enquanto que o M-3, versão de reconhecimento e combate, transporta até 1200 granadas. Destas, 300 estão prontas para o disparo.
Uma metralhadora coaxial do modelo M-240 (FN Mag) em calibre 7,62X51 mm está montado a direita do canhão de 25 mm. Para a metralhadora, há 2200 munições. Já para destruir tanques inimigos, o Bradley está armado com um lançador duplo para mísseis BGM-71 TOW. Este famoso míssil é guiado por fibra óptica e seu alcance é de 3750 metros. Sua ogiva pesa 6 kg e é capaz de fazer um sério estrago na blindagem dos carros de combate atuais. O Bradley transporta, ao todo, 6 mísseis TOW. Esse armamento permite ao Bradley impor respeito a qualquer tipo de carro de combate no campo de batalha.

Acima: Esta foto mostra o momento do lançamento do míssil anti tanque BGM-71 TOW. Com esta arma, o Bradley pode ser uma dor de cabeça até para um MBT inimigo.
Os blindados Bradley receberam, recentemente, uma atualização em seus sistemas eletrônicos, com a instalação do sistema IBAS (Improved Bradley Acquisition Subsystem), composto por um moderno FLIR de segunda geração que fornece imagem em qualquer situação climática, de dia ou de noite. Além do FLIR, há uma câmera de TV com imagem eletrooptica e um telêmetro laser. O computador de controle de fogo calcula os parâmetros de tiro através da avaliação do tipo de munição, e dados recebidos do telêmetro a laser e outros sensores.  O veículo possui, ainda, um sistema de navegação que usa dados recebidos da rede de satélites GPS e de uma unidade de navegação inercial. O motorista conta com um sistema de visão noturna AN/VVS-2 fornecido pela Northrop Grumman, que permite a ele dirigir o veículo em condições de baixíssima visibilidade.

Acima: O veículo desta foto é uma das variantes menos conhecida do Bradley, e é chamada M-6 Linebacker que teve os mísseis TOW substituídos por um lançador quadruplo de mísseis Stinger. Este modelo não está em serviço.
Com a mudança na doutrina militar aplicada às forças terrestres, visando a mobilidade, acima de tudo e a capacidade de combate em áreas urbanas, o M-2/ M-3 Bradley, tem sentido uma diminuição na sua importância no arsenal do exercito dos Estados Unidos. Porém, nos desertos do oriente médio, a Arábia Saudita possui 400 unidades do M-2A2 Bradley sendo ó único operador estrangeiro deste blindado, ainda pode contar com a maquina de guerra formidável que é o Bradley, em combates em áreas abertas. O governo iraquiano está negociando a possível aquisição de 200 unidades do M-2A2 ODS, mas ainda não assinou um contrato de aquisição.

Acima: O M-2A2 Bradley transporta 3 tripulantes mais 6 soldados totalmente equipados. O espaço interno não é dos maiores, porém o veículo tem uma proteção blindada mais espessa. 



ABAIXO TEMOS UM DOCUMENTÁRIO EM VÍDEO SOBRE O M-2 BRADLEY. 


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domingo, 28 de junho de 2015

CLASSE SKJOLD. Uma nova geração de patrulheiros navais.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Barco rápido de patrulha.
Tripulação: 15 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2009.
Deslocamento: 270 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 47,5 m.
Boca: 13,5 m.
Propulsão: 2 motores Pratt & Whitney ST-18M com 2417 hp de potencia cada, 2 turbinas a gás Pratt & Whitney ST-40M com 5070 kg hp de potencia cada.
Velocidade máxima: 60 nós (110 km/h).
Alcance: 1480 Km em velocidade econômica
Sensores: 1 radar Thales MRR 3D NG com 180 km de alcance. Sistema Multisensor Ceros 200 com um radar de controle de tiro apoiado por sensores optronicos e telêmetro a laser.
Armamento: 2 lançadores quádruplos para 8 mísseis antinavio Kongsberg NSM, 1 lançador de mísseis duplos Simbad para mísseis antiaéreos Mistral (8 mísseis), um canhão OTO Melara 76 mm/ 62 super rapid..

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A marinha norueguesa, assim como a marinha sueca, possui uma criatividade notável. A embarcação que trataremos agora traz algumas características que as colocam em uma condição de destaque. Chamada de Skjold (escudo, em norueguês), nome bastante estranho, assim como seu igualmente estranho aspecto, este barco patrulha fabricado pelo estaleiro Umoe mandal AS norueguês pode ser considerado a mais veloz embarcação de combate em serviço no mundo atualmente. Num momento em que as atenções se voltam para a guerra litorânea, a Skjold aparece como uma espécie de “sonho de consumo” das embarcações de guerra que se encaixam como uma luva na tarefa, Além de veloz, ela é pesadamente armada e extremamente furtiva devido a seu desenho projetado para reduzir ao máximo a reflexão de radar.

Acima: O barco patrulha Skjold foi projetado para ser furtivo, ou em outras palavras, ser difícil de ser detectado pelos radares inimigos. Esse aspecto de seu projeto levou a Skjold apresentar um desenho bastante limpo e diferente de qualquer outra embarcação de patrulha usada antes dele.
A propulsão da Skjold é do tipo COGAG (combinação gás e gás) composta por dois motores Pratt & Whitney ST-18M, derivadas do motor de aviação PW-100. Cada turbina ST-18M produz 2417 hp de potencia. Junto com estes motores, outras duas turbinas a gás Pratt & Whitney ST-40M que produzem 5070 kg hp cada. Para conseguir a velocidade máxima, que chega a 60 nós (110 km/h), além das 4 turbinas, um colchão de ar infla no casco, tipo catamaram, da Skjold com auxilio de dois motores a diesel MTU-12 12V TE92. Esse colchão, somado a característica de ser um casco tipo catamaram, faz com que o calado do Skjold seja de apenas 1 m o que somado ao sistema de jatos de água, no lugar das hélices convencionais, facilita a agilidade de navegação e dá a Skjold uma melhor resposta contra ondas. A Skjold é capaz de executar curvas extremamente fechadas, mesmo em alta velocidade, outro beneficio dado pelo sistema de jatos de água. Outra facilidade dada pelo uso do colchão de ar é a maior imunidade a minas navais, permitindo com que a Skjold possa operar com segurança em zonas minadas e até mesmo caçar minas.
Porém o “calcanhar de Aquiles” da Skjold é sua autonomia, considerada baixa. O alcance da Skjold chega a 1480 km (800 mn). Devido a essa limitação, um país de grandes dimensões como o Brasil, por exemplo, precisaria de um numero grande de unidades dessa embarcação para poder patrulhar suas vastas águas territoriais.

Acima: Quando em a Skjold navega a velocidade máxima, que chega a incríveis 60 nós (110 km;h), um colchão de ar infla deixado a embarcação alta em relação a água e diminui sua resistência hidrodinâmica.
A estrutura da Skjold é revestida de matérias absorventes de radar RAM, assim como o próprio desenho da embarcação visa influenciar a reflexão das ondas de radar para longe da fonte emissora. Os lançadores de mísseis, por exemplo, ficam ocultos no convés do barco até o momento do lançamento. Graças a esse tipo de medida adotada em sua construção, a Skjold apresenta um desenho limpo, lembrando uma “balsa”. O esforço para manter a furtividade foi levado tão a sério que até detalhes como as bordas das janelas da Skjold foram tratadas com material radar-absorvente.
A suíte eletrônica da Skjold tem no radar francês Thales MRR 3D NG seu principal elemento. Este radar é capaz detectar um alvo aéreo a 180 km de distancia dando todos os parâmetros de posicionamento do alvo. Para controle de fogo é usado um sistema multi-sensor Ceros 200 composto por um radar, um telêmetro a laser e sensores optronicos que permitem traquear alvos aéreos como aeronaves ou mísseis antinavio, que normalmente voam rente ao mar (sea skimming), o que dificulta sua detecção e consequentemente a resposta de defesa a esse tipo de arma.
O Skjold possui uma suíte de guerra eletrônica baseada num sistema de busca e reconhecimento EDO composto por antenas de interferência, um radar tático CS-3701 e um sistema de alerta radar RWR que avisa quando um radar inimigo estiver rastreando a Skjold. Um sistema de iscas MASS (Multi Ammunition  Soft Kill) fabricado pela Buck Neue Technologien da Alemanha dispara projéteis que emitem sinais que atraem o sensor dos mísseis antinavio inimigos, evitando, assim, um impacto contra a Skjold. O sistema MASS é eficaz contra mísseis guiados a radar, infravermelho IR, laser e sistemas eletroopticos.
Acima: O painel de comando do Skjold é extremamente moderno e garante agilidade a seus navegadores para lutar e navegar.
O armamento transportado na Skjold é consideravelmente pesado, principalmente por conta dos 8 mísseis antinavio Kongsberg NSM. Esses modernos mísseis são lançados de dois lançadores quádruplos que ficam ocultos até a hora do lançamento na popa do navio e possuem um alcance máximo de 150 km. Sua ogiva é de 125 kg de alto explosivo. Guiado por um sistema GPS para navegação de meio curso e sistema infravermelho IR na fase final do ataque, este moderno míssil antinavio se beneficia, ainda de um desenho furtivo dificultando a tarefa das defesas antimíssil inimigas e impedir seu ataque. Para defesa antiaérea a Skjold usa os famosos mísseis portáteis MBDA Mistral, guiados por calor e com alcance de 4 km. Estes mísseis são montados em um lançador duplo Simbad e são transportados 8 mísseis, ao todo.

Além dos mísseis, um canhão italiano OTO Melara 76 mm/ 62 super rapid dispara projéteis de 6 kg a um alcance de 16 km à uma taxa de tiro de 120 tiros por minuto.
Acima: O míssil NSM é o principal armamento a bordo da Skjold. Com seus 8 mísseis que ficam oculto dentro do casco do navio, a Skjold pode afundar navios bem maiores e sair da zona de batalha rapidamente.
A marinha dos Estados Unidos, sempre ligada nas novidades militares que poderiam servir a seus objetivos, mostrou grande interesse na classe Skjold e chegou a bancar o envio da Skjold aos Estados Unidos para fins de estudos conceptuais. O interesse norte americano era o de empregar alguma solução do projeto em seus navios LCS e mesmo em embarcações da guarda costeira. A Skjold permaneceu em testes por um período de um ano, sendo posteriormente reintegrada a marinha norueguesa. Eu considero esta embarcação a mais adequada para missões de patrulha marítima costeira para a marinha brasileira devido a sua extrema velocidade e capacidade de combate convincente. Sua furtividade seria útil em não alertar eventuais intrusos de nossas águas e assim poder dar uma sólida resposta a eles. Porém, a doutrina brasileira é menos agressiva e os requisitos para um navio patrulha visam muito mais a autonomia do que sua capacidade de combate propriamente dita.


ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM A APRESENTAÇÃO DA SKJOLD.

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quarta-feira, 24 de junho de 2015

NORTHROP B-2 SPIRIT. A dissuasão do invisível.


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: 870 km/h
Velocidade máxima: 1010 km/h
Alcance: 11100 km.
Teto de serviço: 15200 m.
Propulsão: 4 motores General Electric F-118-GE-110 com 7847 Hp de potencia cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 21,03 m
Envergadura: 52,43 m
Altura: 5,18 m
Peso: 71700 kg (vazio)
ARMAMENTO
Até 18300 kg em armamento. As armas integradas ao B-2 são: Misseis de cruzeiro nucleares AGM-129 ACM, Bombas nucleares B-61 e B-83, bombas convencionais MK-82 e MK-83, Bombas guiadas por GPS JDAM e JSOW, bombas EGBU-28 anti bunker, bombas de fragmentação CBU-87 e CBU-97, minas terrestres GATOR, míssil de cruzeiro AGM-158 JASSM.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
No final do período conhecido como guerra fria em meados dos anos 70 do século passado os Estados Unidos estavam atras de um bombardeiro estratégico que pudesse substituir os velhos B-52 pois estes aviões não teriam a menor chance de sobreviver as fortes defesas antiaéreas que a União Soviética estavam colocando em operação. Inicialmente, se pensou em um bombardeiro que voasse alto e em velocidades supersônicas para que assim as defesas antiaéreas não conseguissem interceptar o bombardeiro levando a construção do protótipo do XB-70 Valkyre. Porém, a tomada de conhecimento por parte da inteligência dos Estados Unidos deixou claro que essa ideia não daria certo, pois os russos estavam com novos mísseis com capacidade de interceptar e destruir uma aeronave em alta velocidade e alta altitude. Naquela época um outro bombardeiro de nova geração, o B-1A, uma aeronave mais simples que o XB-70, era a aeronave que os Estados Unidos estavam desenvolvendo para atingir esse objetivo e depois que se obteve o conhecimento do poder dos soviéticos em lidar com esse perfil de ataque, se optou por modificar o B-1 para que ele pudesse ser empregado em infiltração de baixa altitude e em velocidade supersônica, dificultando sua detecção pelos sistemas de radares soviéticos e seus mísseis. Porém, os soviéticos ainda começaram a apresentar aeronaves de combate com capacidade look Down/ Shot Down (capacidade de ver para baixo e atirar para baixo), em aeronaves como o Su-27 Flanker, o MIG-29 Fulcrum e o gigante MIG-31 Foxhound. Este novo cenário mostrou que a tática de penetração a baixa altitude não seria útil naquele ponto também. A partir dai, estava claro que para superar a formidável rede de defesa antiaérea soviética seria necessário dar um passo a frente e revolucionar totalmente a guerra aérea.
Acima: O bombardeiro XB-70 Valkyrie foi uma tentativa de criar uma aeronave imune a capacidade defensiva soviética através da exploração da altíssima velocidade acima de mach 3 e alta altitudes. Essa abordagem do assunto se mostrou ineficaz frente ao ganho de capacidade dos soviéticos em sua capacidade antiaérea.
Surge em 1979 um programa de desenvolvimento de um bombardeiro de nova geração conhecido pela sigla ATB (Advanced Tactical Bomber, ou Bombardeiro Tático Avançado) que visava fornecer um bombardeiro que além do longo alcance, fosse capaz de operar com baixíssima reflexão a radar, uma tecnologia que foi chamada de "stealth" e já era usada em um outro programa que levaria concepção do jato de ataque invisível F-117. Os estudos foram levado a cabo pela Boeing, a Lockheed Martim, e a Northrop e em todas estas empresas, a forma de suas propostas mostrava uma aeronave em forma de asa voadora. Em 1981 a Northrop acabou sendo selecionada pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) para dar continuidade a sua proposta para o ATB e a construir o novo bombardeiro estratégico dos Estados Unidos que foi batizado de B-2A Spirit. Embora houvesse informações do andamento de um programa para construir um novo bombardeiro para a USAF, poucos dados sobre as características da futura aeronave haviam sido liberadas e por isso a "invisibilidade" que caracteriza este projeto não era de conhecimento do grande público. O B-2 foi apresentado para o mundo em novembro de 1988 e seu formato de asa voadora, sem cauda, chamou bastante a atenção dos que estavam presentes e estava claro que a "invisibilidade" era parte do "pacote" desse projeto.
Acima: Muitos dos avistamentos de OVNIs na região da base de Edwards foi responsabilidade do B-2 e suas formas "diferenciadas"
Diferentemente do caça F-117, primeira aeronave "invisível", o B-2 não apresenta as formas facetadas, cheia de ângulos que se pode observar no F-117. O B-2 tem linhas mais fluidas e seu projeto foi feito com ajuda de supercomputadores que calculavam o angulo de reflexão das ondas de radar, além do uso de materiais que absorvem as ondas não refletidas. O resultado prático é que o B-2, mesmo sendo muito maior que um F-117, consegue ser mais difícil de ser detectado que o pequeno caça. As entradas de ar dos motores ficam posicionadas acima da aeronave e possuem formas cerrilhadas embaixo e em "W" em cima, característica que ajuda a desviar as ondas de radar para longe da antena emissora. As saídas dos motores apresentam uma solução diferenciada que é uma extensão da fuselagem, logo depois do escape dos motores, que são revestidas de carbono para resfriar o calor do ar que sai do motor e assim reduzir a assinatura infravermelha. O B-2 está equipado com 4 motores tipo turbofam modelo General Electric F-118-GE-100 sem pós combustores e com empuxo máximo de 7847 Hp. Sua velocidade máxima é de 1010 km/h e sua velocidade de cruzeiro é de 870 km/h. Já, seu alcance pode chegar a 11100 km, o que lhe permite atacar alvos em qualquer continente do mundo,.
Acima: O B-2 é um grande avião cuja envergadura chega a 52,43 metros e isso traz um arrasto aerodinâmico considerável. Sua velocidade é subsônica em qualquer altitude.
O B-2 está equipado com um radar AN/APQ-181 que for recentemente modernizado e recebeu uma antena de abertura sintética (AESA) que fornece dados de navegação através do modo de seguimento de terreno, o que permite ao B-2 voar em alta velocidade em baixa altitude em total segurança. O radar fornece dados sobre a localização de alvos em terra para ataques precisos. O sistema de navegação opera com apoio de um sistema de GPS e de um sistema inercial NAS-26. O sistema de comunicação usa o link 16 para operação intercambio de dados permitindo com que o B-2 opere em rede com outras aeronaves, satélites e bases em terra. O B-2 possui um sistema de alerta de aproximação de mísseis (MAWS) AN/AAR-54 desenvolvido pela própria Northrop. Este sistema avisa os pilotos sobre o lançamento, aproximação e a direção de mísseis que estejam atacando o B-2. Para contramedidas eletrônicas, é usado o sistema de gerenciamento de defesa da Lockheed Martin AN/APR-50. 
Os controles de voo do B-2 são do tipo Fly By Wire (FBW) com redundância quadrupla, o que significa que se um sistema de controle de voo falhar, há mais 3 para manter a aeronave voando.

Acima: O cockpit do B-2 traz muitos displays multifuncionais para facilitar a vida de seus dois tripulantes na atividade de navegação e ataque.
O armamento do B-2 é transportado dentro de dois compartimentos internos localizados no centro da aeronave e é capaz de transportar uma carga de até 18300 kg. Cada compartimento pode ser equipado com um lançador rotativo chamado de CRSL (Common  Rotary, Strategic Launcher) capaz de ser carregado com 8 mísseis de cruzeiros AGM-129 ACM, com uma ogiva nuclear W-80 com potência de 150 kt (quiloton) o que equivale a 8 vezes a potência da bomba que destruiu Hiroshima na segunda guerra mundial. O AGM-129 tem alcance de 3700 km e sua guiagem se dá por sistema inercial e TERCOM (sistema de seguimento do terreno) que permite o míssil voar rasante contornando o relevo do terreno cujo mapa é previamente carregado no computador de voo do míssil. Outras armas nucleares que o B-2 está habilitado a lançar são as bombas atômicas B-61 e B-83 que tem uma potência de 340 kt e 1,2 Mt (megaton) respectivamente. Além das armas estratégicas (as nucleares), o B-2 tem um grande leque de armamentos convencionais. Fazem parte do arsenal as bombas MK-82 e MK-84 que são transportadas em um rack que substitui o lançador rotativo e pode transportar até 80 (sim!!! oitenta) bombas MK-82 ou 16 bombas MK-84 de 2000 libras nos dois lançadores rotativo. As bombas guiadas por GPS da família JDAM e as bombas planadoras da família JSOW que permitem atacar os alvos em condição stand off (longe das defesas antiaéreas) a distancias de 115 km também foram integradas ao B-2. Para destruir alvos reforçados ou subterrâneos o B-2 é armado com bombas EGBU-28 guiadas a laser e com apoio do GPS com 5000 libras de peso. Esta bomba é capaz de penetrar cerca de 30 metros de terra ou 6 metros de concreto antes de detonar sua potente ogiva. Por ultimo, o novo míssil AGM-158 JASSM com uma ogiva WDU-42 de 450 kg de alto explosivo e com capacidade de penetração também faz parte do arsenal do B-2. O AGM-158 é guiado por um sistema de GPS e guiagem inercial, além de um sensor infravermelho que reconhece o alvo previamente carregado na memória do computador do míssil. O alcance desta arma é de 370 km o modelo padrão, e de 1000 km  a versão com alcance estendido  JASSM-ER.
Acima: O B-2 possui uma grande capacidade de transporte de armas. Nesta foto um B-2 despeja sua carga de 80 bombas de queda livre MK-82 sobre uma área alvo. O B-2 porém, é caro demais para ser usado como um bombardeiro de bombas burras. O melhor aproveitamento de seu potencial é através do uso de armas inteligente com longo alcance.
A capacidade de se esconder dos radares que o B-2 apresenta é impressionante, principalmente se levarmos em consideração seu tamanho. Um radar capaz de detectar um B-52 a 180 km, só vai conseguir ver um B-2 quando ele estiver a 5 km do alvo. Ou seja, tarde demais para reagir. O B-2 aumenta em muito a capacidade de dissuasão do EUA, tornando muito arriscado se envolver em uma disputa bélica com os americanos. Um B-2 pode realizar sozinho uma missão que seria necessária um esquadrão inteiro de F-16, graças a sua capacidade de transportar uma grande quantidade de armas de precisão. Mesmo com a melhora da tecnologia dos radares que começam a conseguir detectar um avião furtivo como o B-2 a distancias um pouco maiores que os radares convencionais, o B-2 ainda pode operar com imunidade pois ele ainda usa armamentos que podem ser lançados de distancias muito grandes. Com apenas 19 unidades operando, devido a seu elevado custo e a perda de 2 exemplares desde que a aeronave entrou em serviço, o B-2, em breve, terá uma companhia para as missões estratégicas. O novo bombardeiro do programa LRS-B  (Long Range Strike Bomber), que provavelmente será batizado de B-3, terá mais unidades construídas e deve operar lado a lado com o B-2 por muitos anos.
Acima: Aqui temos uma imagem interna das partes do B-2A Spirit.


ABAIXO PODEMOS ASSISTIR A UM DOCUMENTÁRIO SOBRE O B-2.

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quarta-feira, 17 de junho de 2015

CZ P-09 DUTY - Atualização Full Metal Jacket

Olá amigos.
O blog Full Metal Jacket traz esta semana uma matéria sobre a nova pistola CZ P-09. Para conhecer melhor esta excelente pistola entre em: http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2015/06/cz-p-09-duty-as-melhores-qualidades-que.html
Abraços

CZ-P-09 DUTY. As melhores qualidades que uma pistola pode ter inseridas em um único produto.

FICHA TÉCNICA
Calibre: 9x19 mm, .40 S&W.
Peso: 860 g.
Capacidade: 19+1 em 9x19 mm, 15+1 em .40 S&W.
Comprimento do cano: 4,53 polegadas.
Comprimento total: 20,8 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Recuo curto.
Mira: Fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O universo das armas é extremamente rico em variedades de modelos. Graças a grande competitividade entre os fabricantes, hoje temos um alto padrão de qualidade que permite a escolha de uma arma ser muito mais pessoal do que propriamente técnica, uma vez que os níveis de confiabilidade mecânica atingiu níveis bem altos. Embora eu tenha uma forte admiração pelos produtos da Heckler & Koch, ou "HK", minha pistola preferida é de uma outra grande fabricante, a Ceska Zbrojovka ou simplificando, "CZ", orgulho da Republica Checa, a fábrica de armas CZ produz algumas das mais bem sucedidas pistolas do mundo. O produto de maior sucesso da CZ é sua pistola CZ-75 projetada em 1975 e em linha de produção até os dias de hoje, é reconhecida como sendo a pistola com a empunhadura de melhor ergonomia já projetada, o modelo se mantém em produção até os dias de hoje. A CZ-75 foi sendo aperfeiçoada no decorrer desses 39 anos de existência, sendo que a variante mais recente, responde pelo nome de CZ-75 P07 Duty. A P-07 é uma pistola compacta com armação em polímero que agrega as melhores características de operação, segurança, mira e ergonomia que se pode encontrar em uma pistola moderna. 
A pistola cuja minha predileção eu expus no começo deste artigo é uma variante de P-07, chamada CZ P-09. 

Acima: A CZ P-09 ao lado de sua irmão mais velha e mais compacta CZ P-07 Duty.
A P-09, na pratica, é uma P-07 com todas as dimensões aumentadas para uma arma em tamanho full, cujo objetivo é uma arma de porte ostensivo dada suas dimensões, sendo portanto, pensada para uso tático policial ou militar embora possa ser usada para defesa pessoal também. A P-09 é fabricada com sua armação em polímero, seguindo uma forte tendência para esse tipo de armamento atualmente. A empunhadura conta com o recurso de substituição de seus calços traseiros (backstraps) de forma que a arma vem acompanhada em sua caixa, de 3 calços de tamanhos diferentes para garantir uma melhor adaptação da empunhadura as dimensões das mãos dos seus usuários. A armação, em sua parte frontal possui um trilho para instalação fácil de acessórios como apontadores a laser ou lanternas táticas. A armação pode ser em acabamento negro ou com cor "desértica" lembrando areia.
Outro ponto que chama a atenção na P-09 é seu sistema de segurança que pode ser facilmente substituído pelo próprio usuário, sem a necessidade de levar a arma a um armeiro. A tecla de trava da armadilha, posicionada na parte posterior da armação, pode ser substituída por uma tecla que funcione como desarmador do cão (decocking lever), simplesmente trocando a peça na desmontagem de primeiro escalão. A peça é vendida nas lojas de armas como acessório.

Acima: A tecla de trava pode ser substituída pelo uma tecla de desarmar o cão sem necessidade de uma mão de obra técnica. Observe a tecla atras da arma e os calços (backstraps) da empunhadura abaixo da P-09.

Acima: A armação em cor desértica com uma lanterna tática presa ao trilho. Este padrão de acabamento tem se tornado popular no mercado norte americano.
O seu sistema de operação ocorre por recuo curto com cano pivotante, o que significa que no momento do disparo, com o movimento de retrocesso do ferrolho, o cano também se movimenta, levando a câmara para uma posição mais baixa, para facilitar a entrada de uma nova munição na câmara. O gatilho da P-09 é do tipo ação dupla/ ação simples, ou seja, a arma faz o primeiro disparo em ação dupla e os demais em ação simples, como ocorre nas pistolas da Taurus modelo PT-58 amplamente conhecida em nosso mercado civil. É interessante notar, também, que o guarda mato do gatilho é de boa dimensão permitindo seu uso mesmo com o uso de luvas, o que mostra a preocupação da CZ em facilitar o uso da arma em situações táticas.
A P-09 é fabricada em dois calibres, sendo o 9x19 mm e o popular calibre .40 S&W, muito usado por departamento de policias norte americanos e brasileiros. A capacidade do carregador é de 19 munições que se soma a mais uma munição que pode ser colocada diretamente na câmara, para o calibre 9 mm enquanto que para o calibre .40 S&W, o carregador comporta 15 munições, que também se soma a mais uma munição direto na câmara. O sistema de mira que vem na P-09 é do tipo tridot, com alça fixa e massa. A alça é substituível e pode ser "zerada" com o uso de uma ferramenta que alinha ela.

Acima: Nessa foto podemos perceber o tamanho da P-09.  Trata-se de uma pistola em tamanho full comparável a uma Colt M-1911 ou a Beretta M-92.

Em testes feitos com a P-09 o modelo apresentou um funcionamento impecável, sem apresentar qualquer tipo de falha de alimentação ou precursão, se mostrando extremamente confiável, qualidade esta, que já se tornou rotina nos produtos da CZ. A precisão é demonstrada nos alvos que aparecem na foto deste artigo sendo considerada muito boa. O modelo foi lançado, inicialmente no mercado norte americano, e as características que a CZ procurou inserir nesse projeto deixam claro para mim que o publico norte americano de fato era o principal alvo deste modelo. Porém, aqui no Brasil, o modelo poderia ser muito útil para o policial ser fosse possível importar e usar, operacionalmente a P-09 para seu uso profissional, Porém, nossa legislação obriga aos policiais usarem apenas armas fabricadas em solo nacional.. No mercado norte americano, a P-09 pode ser considerada uma arma relativamente barata (pelo menos bem mais barata que suas concorrentes da HK P-30 FN FNX ou Sig Sauer P-226), sendo que as pistolas Glock são as mais fortes concorrentes devido a seu preço equivalente (U$650,00). Aqui no Brasil, com as taxas todas, a arma não sairia por menos que R$ 10000,00, um verdadeiro absurdo para quem precisa de uma arma para trabalhar.  

Acima: O sistema de mira tridot, tem sido usado amplamente pelos principais fabricantes do mundo. Este sistema permite rápida visada com boa precisão em situações de combate.


Acima: A desmontagem de primeiro escalão da P-09 é fácil e possui poucas peças, o que facilita o processo de limpeza.


Acima: Teste com a P-09 com diversas marcas de munição em 9 mm. A precisão desta arma é considerada muito boa.

ABAIXO TEMOS UM TESTE COM A CZ P-09.