domingo, 6 de março de 2016

NORTHROP GRUMMAN E-2 HAWKEYE. O primeiro avião projetado desde o começo para alerta aéreo na história


FICHA TÉCNICA (E-2D)
Velocidade de cruzeiro: 474 km/h
Velocidade máxima: 648 km/h
Autonomia: 6 horas
Teto operacional: 10576 m.
Alcance de travessia: 2708 km
Empuxo: 2 motores turbo propulsores Allison/ Rolls-Royce T-56-A-427 A com 5100 shp de potência
Radar: AN/APY-9 com 555 km de alcance
DIMENSÕES
Comprimento: 17,60
Envergadura: 24,56 m
Altura: 5,58 m
Peso: 18900 kg (vazio).


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Embora existam diversos modelos de aeronaves usadas em missões de alerta aéreo antecipado, a única projetada especificamente para esta missão foi o Grumman E-2 Hawkeye usado pela marinha dos Estados Unidos (US Navy) desde abril de 1961, quando o primeiro protótipo com capacidade total voou pela primeira vez. O E-2A Hawkeye substituiu o avião E-1 Tracer que era uma adaptação do velho Grumman S-2 Tracker usado para caça antissubmarino, do mesmo tipo que foi usado pela nossa força aérea nos anos 70 e 80. O E-1 apresentava fraco desempenho em suas tarefas de detecção e a US Navy precisava de uma aeronave de melhor desempenho com certa urgência.
Desde a sua entrada em serviço, que ocorreu em janeiro de 1964, o Hawkeye passou por diversas modificações para se manter como uma plataforma atualizada frente a evolução da tecnologia adversária no campo de batalha. As versões produzidas do Hawkeye fora a E-2A, E-2B, E-2C (ainda em uso), e a atual E-2D, que representa a modificação mais extensa do Hawkeye.
Nesse artigo, em especial, vou focar na versão C e na atual D que deverá assumir todos os porta aviões da US Navy em breve.

 
Acima: O primeiro avião de alerta aérea antecipado operado em navios aeródromos foi o E-1 Tracer, uma adaptação do S-2 Tracker de patrulha antisubmarino.



Acima: Aqui temos uma foto do E-2A Hawkeye ao lado de um E-1 Tracer, que foi substituido.


GRUMMAN E-2C HAWKEYE
O primeiro protótipo do E-2C, na verdade um E-2A modificado com novos sensores e novo radar AN/APS-120, fez seu primeiro voo no início de 1971. Além da parte eletrônica, os motores foram substituídos por motores Allison T-56-A-425 que usava hélices de material composto. Esse propulsor permite ao Hawkeye uma velocidade máxima de 648 km/h, porém, em missão, o avião voa a velocidade mais baixa para poder se manter na área de combate por mais tempo. Uma limitação que se pode observar no Hawkeye é sua autonomia reduzida pela menor capacidade de transporte de combustível, imposto pelo menor tamanho da aeronave que foi projetada para operar nos apertados espaços de um navio aeródromo. O alcance de travessia dele chega a 2700 km, e o interessante é que ele não pode ser abastecido em voo.
Mesmo assim, a importância desse avião para a capacidade de combate e sobrevivência do navio é elevadíssima, sendo muito maior do que se pensa entusiastas iniciantes nas pesquisas de sistemas de armas.
Desde que entrou em serviço, o modelo E-2C recebeu muitas melhorias e atualizações, tendo sido substituído seu radar 4 vezes, sendo que o modelo C atual usa o radar AN/APS 145 cujo alcance máximo é de 550 km podendo rastrear 2000 alvos de 20000 contatos e controlar a interceptação de 40 deles. O radar fica no rotodome  acima da fuselagem do Hawkeye e que tem um movimento rotativo variável entre 5 e 6 rotações por minuto, de acordo com a necessidade de acompanhamento do alvo. O E-2C possui um sistema IFF modelo AN/APX-100 (identificação amigo inimigo) aperfeiçoado e tem instalado o sistema de intercambio de dados (Data Link) Link 16 JTIDS (Joint Tactical Information Distribuition  System), padrão usado pela OTAN, usado para enviar e receber informações dos sensores de outros participantes da missão assim como dos seus próprios sensores.

 
Acima: O E-2C Hawkeye é a versão construída em maior numero desta aeronave de alerta aéreo antecipado. Também é a versão mais exportada.
Atualmente o modelo E-2C Hawkeye é usado pela marinha dos Estados Unidos (que está substituindo esta versão pela mais moderna E-2D que trataremos a seguir), França, Taiwan, Japão e México (comprados de Israel) e Egito. Foi oferecido algumas unidades dos E-2C norte americanos para a Índia, mas ainda não foram adquiridos.
O E-2C foi fabricado com algumas modificações que geraram 5 variantes. São elas:
  • E-2C básico, equipado com um radar AN/APS-120 com alcance de 222 km, posteriormente substituído por um radar um pouco mais potente, o AN/APS-125 cujo alcance chega a 249 km. Esse radar é instalado dentro do compartimento rotativo (aquele disco acima do avião), junto com um sistema de identificação amigo inimigo IFF.
  • E-2C Group 0, que é equipado com o mesmo radar da versão anterior, mas tem um sistema de data link AN/ASW-25, um sistema de identificação amigo inimigo IFF AN/APX-72, um sistema de detecção passiva de radio AN/ALR-73, sistema de navegação AN/ARN-84 TACAN.
  • E-2C Group I, que tem tudo da versão anterior, mais um novo radar AN/APS-139.
  • E-2C Group II, esta variante recebeu uma atualização eletrônica mais abrangente, começando pelo radar AN/APS-145, sistema de intercambio de dados atualizado AN/ARC-158 UHF (compatível com Link 4A, 11 and 16, padrão OTAN), um sistema comum de distribuição de informações táticas (JTIDS) AN/ARC-34 HF, sistema de GPS AN/ARN-151(V)2, um sistema ALS (sistema automático de pouso) AN/ASW-25B que é usado para facilitar os pousos em porta aviões.
  • E-2C Group II Plus, versão mais avançada antes do modelo D, mantém o eficiente radar AN/APS-145, mas recebeu um sistema de contramedidas AN/ALQ-217  que identifica e localiza o ponto de emissão de radares hostis, Sistema de comunicação voa satélite AN/ARC-210.
Acima: O E-2 Howkeye é uma aeronave projetada para operar a bordo de navios porta aviões cujo espaço é bastante limitado. Por isso, soluções como a dobragem das asas foram necessárias para acomodar a aeronave dentro do navio.

E-2D ADVANCED HAWKEYE
Em 2003 foi iniciado o desenvolvimento da versão avançada do E-2, conhecida com o E-2D Advanced Hawkeye, com objetivo de equipar a marinha dos Estados Unidos, substituindo os modelos C. Um conceito mais avançado ainda estava sendo estudado, o CSA (Common Support Aircraft) para ocupar o lugar dos E-2C e de outros modelos em uso como o E/A-6B Prowler de guerra eletrônica, E-2C Greyhound  (transporte), S-3 Viking (Guerra anti submarino e reabastecimento aéreo) e o ES-3 Shadow (aeronave de reconhecimento eletrônico ELINT), porém, o elevado custo projetado do programa, assim como a provável demora no projeto, levou a US Navy a contratar o desenvolvimento da versão E-2D.
Acima: As diferenças estéticas entre o E2C e o E-2D, Advancer Hawkeye, mostrado nessa foto, são minimas e requer que o observador seja extremamente detalhista. Pode-se observar um triangulo na frente do cone negro da aeronave (um delta) que informa tratar-se de um E-2D.
O E-2D voou pela primeira vez em agosto de 2007, e deverão ser entregues 75 unidades do modelo, segundo os planos iniciais da US Navy. O modelo incorpora melhorias substanciais, algumas já usadas no modelo Hawkeye 2000, uma versão do C atualizada produzida com foco em clientes estrangeiros potenciais. O motor foi atualizado para lidar com o aumento do peso da aeronave. Assim foram instalados dois turbo propulsores Allison/ Rolls-Royce T-56-A-427 A com 5100 shp de potência e com novas hélices com 8 pás. No E-2D foi integrado um sistema que permitirá a possibilidade de se instalar a capacidade de reabastecimento em voo, embora os aviões estejam sendo entregues sem o sistema.
Acima: O E-2D tem um novo motor T-56-A-427 A que que produz mais força para compeçar o aumento do peso de aeronave.
O radar, novamente, foi substituído por um avançado modelo AESA chamado AN/APY-9, muito mais capaz que o anterior AN/APS-145. Seu alcance é classificado, porém estima-se, que esteja em cerca de 555 km, contra alvos grandes (bombardeiros). Embora o radar tenha varredura eletrônica, ainda sim, existe o movimento mecânico da antena para otimizar o acompanhamento de determinados alvos. Esse radar tem capacidade de observar três vezes mais espaço que o radar anterior além de ser muito mais ágil em lidar com os contatos, classificando-os de acordo com a ameaça específica de cada um.
O sistema de comunicação se manteve com o data link JTIDS que usa o link 11 e 16, essencial para as operações conjuntas centrada em rede com a OTAN.
Outro interessante equipamento que foi instalado no Advanced Hawkeye foi o SIRST (infrared emission detector) ou detector de missões infravermelhas para buscar alvos pela sua emissão de calor. Esse sensor passivo não existe em nenhuma outra versão do E-2 e no E-2D foi instalado na na frente do trem de pouso frontal..

Acima: O E-2D foi projetado desde o começo para poder receber uma lança para reabastecimento aéreo. Uma vantagem significativa frente aos modelos anteriores, israel fez  uma modificação em seus exemplares do E-2C para poderem ser reabastecidos em voo, mas é uma particularidade dos exemplares que israel usou.

O E-2D Advanced Hawkeye entrou em operação em 2014, dando continuidade a uma história operacional longa e muito bem sucedida deste já clássico avião. Muitos pilotos da US Navy fazem grandes elogios ao Hawkeye, devido as excelentes qualidades e capacidades da aeronave. Por isso a Grumman chegou a usar estes pilotos para apresentar o E-2 Hawkeye a nações que mostraram interesse. Nada melhor para o marketing de um produto sendo feito por usuários muito satisfeitos, e foi isso que aconteceu. Embora esse tipo de avião seja relativamente caro, ainda sim, pode-se dizer que o Hawkeye foi bem sucedido até nas exportações.



ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM OS TESTES DE ADEQUAÇÃO DO E-2D PARA OPERAÇÕES ABORDO DE PORTA AVIÕES.


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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

“UM PAÍS SEMPRE TEM UM EXÉRCITO, PODE SER O DELE OU DE OUTRO PAÍS” - CÉLEBRE FRASE!


O texto que se segue é de autoria do meu amigo Pallazo, paraquedista veterano do Exército Brasileiro, Piloto civil e Jornalista, que publicou em seu blog TARAUACÁ NOTÍCIAS. Por considerar de extrema relevância para os temas abordados no WARFARE, solicitei a licença para postar seu texto no WARFARE. 

Por Reginaldo Bassul Palazzo
Lendo a matéria sobre o Porta-Aviões São Paulo que terá tripulação reduzida para "cortar gastos" (aqui), e o sucateamento das “nossas” Forças Armadas só me vem à mente, a emblemática, mas verdadeira frase que encabeça o título dessa matéria cujo autor não consegui identificar.

Os cidadãos de bom senso que não se deixam levar por rixas antigas e que principalmente gostam de ler, verificarão sobre o que eu estou falando se lerem a excelente coleção do Jornalista Júlio Mesquita – A GUERRA 1914/1918 que você pode encontrar aqui mesmo na biblioteca estadual. Isto é, se ainda existir essa biblioteca por aqui.

São quatro volumes grossos que podem ser adquiridos temporariamente por quem, como já disse, gosta de ler. 

Mas, vou me ater a umas pequenas páginas que 100 anos depois é o retrato do Brasil, e pior, é o quadro real das Forças Armadas de nossa nação.

Trata-se de um discurso do Senador Charles Humbert, relator da comissão do exército (um francês patriótico e que não era ingênuo), em que na ocasião apontava as dificuldades das Forças Armadas do seu país já quando os sinais da I guerra mundial despontavam no horizonte.  O que para o Ministro da Guerra Sr. Messimy foi classificado como “críticas carregadas” provou-se no futuro que ele estava certo acerca de suas fortes palavras, no que resumidamente se transformou em troca de acusações, um querendo apontar o culpado, ou, os culpados segundo suas concepções.

O que o Senador Humbert queria imediatamente chamar a atenção é que quando o rufar dos tambores começam a ser ouvidos do outro lado da fronteira e as Forças Armadas não estão preparadas, é tarde demais.

Nesse caso, não adianta mais saber quem estava certo ou quem estava errado. Ter um exército de outro país dentro de seu país deve ser no mínimo uma tortura psicológica indescritível. 

O interessante comparando com nós é que hoje em dia é raro ver parlamentares desta estirpe, parlamentares que sabem que não existem países “amiguinhos” e sim grandes jogos de interesse, muito pelo contrário, o escárnio e a ironia que vem dos ternos e colarinhos sujos contra as forças Armadas aumentam a cada dia no Brasil.

Poderíamos citar um parlamentar nesse nível, chama-se Jair Bolsonaro um patriota que para denegrir sua imagem, o chamam de nacionalista, facista, homofóbico, e pasmem, até de agredir mulheres.

Outra frase, mas não menos célebre, dessa vez com o autor identificado, é uma de Sun Tzu que diz:

“A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.”, mostra o quão importante é o país ter um mínimo de poder dissuasório, e se os leigos começarem a se interessar por esse assunto e deveriam, constatarão que estamos longe, muito longe disso.





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sábado, 20 de fevereiro de 2016

METRALHADORA FN MAG. Atualização Full Metal Jacket


Conheça uma das mais bem sucedidas metralhadoras de uso geral da história! A FN MAG, usada por mais de 70 países! Clique na foto e navegue no Full Metal Jacket, o blog brasileiro das armas de fogo! 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

FUZIL DRAGUNOV SVD - Atualização Full Metal Jacket


Olá amigos.
O fuzil russo Dragunov SVD já é classificada como uma arma clássica que tem seu lugar ao sol na história da guerra moderna. Em produção desde a década de 60 do século passado e com novas versões, o Dragunov continuará a fazer parte do elenco de muitas guerras ainda. Para conhecer esta formidável arma militar entre em: http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2016/02/izhmash-svd-dragunov-o-classico-fuzil.html

Abraços

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

KB MASHYNOSTROYENIYA SS-26 STONE ISKANDER. O martelo de batalha do exercito russo

FICHA TÉCNICA
Tipo: Míssil balístico de curto alcance (SRBM)
Peso: 3800 kg.
Comprimento: 7,3 m.
Diâmetro: 0,92 m.
Propulsão: Motor de combustível sólido de dois estágios
Velocidade: 7560 km/h.
Alcance mínimo: 50 km.
Alcance máximo: 500 Km (Iskander M); 280 Km (Iskander E).
Guiagem: Sistema inercial com sistema DSMAC para guiagem final (Iskander E); GPS/GLONASS com sistema DSMAC (Iskander M).
CEP: 7 m (Iskander M); 30 m (Iskander E).
Ogiva: 700 kg HE fragmentada,Submunições, Penetradora de concreto, PEM (Pulso eletromagnético, termobarica ou nuclear de 50 kt.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
As armas usadas em artilharia mais comuns são os canhões e foguetes, porém alguns países ainda produzem mísseis balísticos de curto alcance (SRBM) que são usados para destruir alvos táticos do inimigo. É verdade que a grande maioria destes mísseis possuem uma precisão sofrível, necessitando de grandes ogivas para melhorar as chances de causar algum dano ao alvo visado, porém, a Rússia, uma tradicional fabricante de mísseis balísticos de curto alcance, manteve seu desenvolvimento através do míssil 9M723 Iskander (SS-26 Stone, pela nomenclatura da OTAN), uma moderna arma de artilharia que entrou em serviço no exercito russo em 2006 para substituir o míssil balístico de curto alcance SS-23 Spider.
Acima: O antigo míssil 9M714 Oka, ou SS-23 Spider, foi o armamento substituído pelo Iskander, um míssil que trouxe maior precisão para a artilharia russa.
O Iskander é o SRBM russo de maior precisão já desenvolvido. Sua guiagem se dá por diversos meios que dependerá da versão. Porém, a versão mais moderna em uso pelo exercito russo conhecida por Iskander M, é guiado por GLONASS (equivalente russo do GPS norte americano), e por um sistema DSMAC para guiagem final  que compara a imagem do alvo com várias imagens capturadas com uso de aeronaves de reconhecimento e outros meios de inteligência e que são previamente carregada na memória do sistema do míssil, antes do lançamento.  Esse sistema permite um CEP (margem de erro) de 7 metros. Esse índice é típico de mísseis de cruzeiro avançados, porém, com a vantagem da enorme velocidade que um míssil balístico possui. O Iskander, especificamente, tem uma velocidade de 7560 km/h, e um alcance de 500 km.
A Rússia exporta uma versão deste míssil, conhecida como Iskander E, que tem seu alcance limitado a 280 km, para estar de acordo com o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR), que limita o alcance máximo dos mísseis exportados em 300 km. Outra limitação que há no Iskander E é sua precisão, bastante degradada, em relação ao modelo em serviço na Rússia. O Iskander E tem um CEP de 30 metros, usando um sistema de guiagem inercial com um sistema DSMAC. Com esse desempenho, as defesas antiaéreas inimigas, teriam muito mais dificuldade de interceptar um Iskander do que um míssil Tomahawk, por exemplo. Porém, os sistemas de defesa antimíssil em desenvolvimento nos Estados Unidos, teriam boas chances de sucesso contra esse tipo de armamento.
Acima: A versão inicial do Iskander, que é, inclusive, exportada, tem desempenho menor que a atual versão usada pela Rússia. O modelo da fotografia é justamente um desses modelos iniciais, cujo alcance é de 280 km e sua margem e erro circular CEP, de 30 metros.
O Iskander pode ser equipado com diversos tipos ogivas, sendo que, a versão M, usado pelo exercito russo pode ser equipado com uma ogiva de fragmentação HE com peso de 700 kg, Sub-munições, uma ogiva penetradora de concreto, a potente ogiva termobarica, extremamente destrutiva ou uma moderna ogiva EMP (pulso eletromagnético) que promove a destruição de sistemas eletrônicos, minimizando a perda de vidas próximas ao alvo. Poucas fontes informam, mas acredita-se que os russos mantenham a possibilidade de instalar uma ogiva nuclear de baixo rendimento (10 a 100 Kt) em seus Iskanders, para poderem ser usadas no campo de batalha, com o objetivo de interdita-lo.
A versão de exportação, Iskander E pode ser equipado com ogivas de fragmentação, HE fragmentada e de penetração.
Acima: O carregamento de um míssil Iskander é feito com ajuda de um veículo de recarga 9T250. Cada veiculo lançador transporta dois mísseis para pronto emprego e o veiculo de recarga mais dois mísseis. Abaixo temos uma foto do 9T250.
O lançamento do Iskander se dá no próprio veiculo transportador TEL (Transporter-Erector-Laucher) do modelo MZKT-7930 com tração 8X8, e que transporta 2 mísseis por vez. Esse caminhão é derivado do MAZ-543, bastante comum no transporte e lançamento de mísseis na Rússia. O MZKT-7930 usa um motor a diesel YaMZ-846 que desenvolve uma potencia de 500 Hp, levando o veículo a uma velocidade máxima de 70 km/h em estrada. A autonomia  está em 1000 km, o que é impressionante sob qualquer ponto de vista.
Acima: A viatura lançadora do Iskander é o caminhão MZKT-7930, muito usado para vários sistemas de armas russos. Trata-se de uma confiável viatura com grande autonomia e alta mobilidade em terrenos acidentados.
O Iskander M foi protagonista da discussão sobre a instalação do sistema antimíssil norte americano na Polônia e na republica Checa, quando o presidente russo ameaçou enviar lançadores de mísseis Iskander M para a fronteira entre a Rússia e a Polônia e a Republica Tcheca com o intuito de neutralizar os lançadores dos Estados Unidos nesses países. Existem afirmações, não confirmadas, sobre a capacidade do Iskander M em superar sistemas de defesa antimíssil, porém não se pode afirmar nada a respeito uma vez que não há nada de oficial sobre essa possível capacidade.
Existe algumas informações pouco detalhadas a respeito de uma nova versão deste míssil chamado Iskander K que faz uso de um míssil de cruzeiro R-500 capaz de atingir um alvo a 2000 km com uma margem de erro (CEP) de 7 metros e que foi idealizado pensando justamente em destruir as instalações do sistema anti missil balistico norte americano no leste europeu. Essas mesmas informações superficiais, dão conta que, a entrada em serviço desta versão se deu em 2012 e que se trata de um armamento considerado "top secret', portanto, não aceito oficialmente sua existência por parte das autoridades russas. Fato é, porém, que a Rússia implantou diversos mísseis Iskanders M próximo a sua fronteira ocidental e que certamente o míssil seria capaz de impactar no equilíbrio militar da região, uma vez que se trata de uma arma sofisticada e bem capaz.
Acima: Neste mapa podemos ver o raio de ação do míssil Iskander M quando posicionado em Kaliningrado.

Acima: O Iskander M é a versão usada pelo exército russo atualmente e tem um alcance aumentado para 500 km e a margem de erro restrita a um circulo de apenas 7 metros.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O ISKANDER M


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sábado, 30 de janeiro de 2016

TRADUÇÃO DE MANUAIS DE AERONAVES CIVIS E MILITARES


Para muitas pessoas o amor pela aviação vai além de ficar apenas vendo fotos ou lendo publicações sobre o tema. Para estas pessoas, o amor pelo assunto é tão grande que elas querem saber como funciona essas maravilhosas maquinas voadoras. Seja transportando pessoas pelos continentes, seja nos modernos campos de batalha, o avião é objeto de adoração dessas pessoas. 
Agora temos a possibilidade de termos acesso a manuais de vários modelos de aeronaves civis e militares, aviônicos e sistemas de armas que se pode baixar na internet. O nosso colaborador Sérgio Santana, estudante de Ciências Aeronáuticas , autor do livro  Embraer EMB-145ISR - Programa, Versões, Operadores e Emprego (2012), editora C&R Editorial, e co-autor do livro Beyond the Horizon - The History of AEW&C Aircraft (2014) da editora  Harpia Publishing, além de ser o autor de vários artigos nesse site e em muitas publicações impressas estrangeiras está aceitando encomendas de versões traduzidas para o Português de manuais técnicos de aeronaves civis e militares, equipamentos aviônicos e armamento para se tornar mais fácil o aprendizado por parte do leitor interessado. Para mais informações entre em contato com o Sérgio no endereço:
srscerqueira@gmail.com

sábado, 23 de janeiro de 2016

FRAGATA CLASSE HORIZON Novos horizontes na cooperação naval europeia

FICHA TÉCNICA  
Tipo: Fragata de escolta antiaérea
Tripulação: 180 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 2007.
Deslocamento: 6700 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 153 m.
Boca: 20,29 m.
Propulsão: 2 turbinas a General Electric LM2500 Avio  que desenvolvem 31280 Hp e dois motores a diesel SENT Pieltick 12 PA6 STC com 5875 Hp.
Velocidade máxima: 29 nós (54 km/h).
Alcance: 12963 Km.
Sensores: Radar multi-função tridimensional Selex SPY 790 EMPAR com 150 km de alcance; radar de busca  Selex/Thales S1850 SMART L com 400 km de alcance: radar de navegação Selex GEM SPN 753G(V)10; radar de controle de fogo Selex NA-30S (Versão francesa) e Selex NA-25X (versão italiana); Sonar Thales UMS 4110 CL
Armamento: AAW: 1 lançador Sylver A-50 de 48 células para mísseis Áster 15/ 30, ASuW :2 lançadores de 4 mísseis anti-navio MBDA MM-40 Exocet Block III (versão francesa) ou MBDA Tesseo (versão italiana), 2 canhões Oto Melara de 76 mm, 2 canhões antiaéreos F-2 em calibre 20 mm (versão francesa) ou Oto Melara/ Oerlikon de 25 mm (versão italiana), e 2 lançadores duplos B-515/3 de torpedos MU-90.
Aeronaves: Um helicóptero Agusta/ Westland EH101 Merlin  ou um NH-90 ASW.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O projeto da fragata de guerra antiaérea da classe Horizon era um programa multinacional com a participação da Inglaterra, França e Itália que teve início em 1992. Porém, a Royal Navy (Marinha da Inglaterra) tinha a necessidade de um navio com armamento um pouco mais pesado, capaz de proteger sua frota em ambientes hostis. Por isso, em 1999 a Inglaterra se retirou do programa seguindo com um desenvolvimento próprio de um navio um pouco mais pesado, a Type 45, já descrita neste site. Assim, a França e a Itália seguiram sozinhas no desenvolvimento do programa Horizon, sendo que cada país encomendou duas unidades desta classe incorporando pequenas diferenças entre suas versões de acordo com suas necessidades. Essas fragatas foram construídas pela Horizon SAS, uma joint venture entre a Armaris  (Thales e DCN) da França e as empresas italianas Fincantieri e Finmeccanica. O primeiro navio, desta classe, o Forbin, começou a ser construído em 2002 e foi comissionado em dezembro final de 2008 para a marinha da França (O primeiro exemplar da marinha italiana "Andrea Doria" foi comissionado um ano antes, embora sua construção tenha começado alguns meses depois).
A missão principal das fragatas da classe Horizon é a defesa antiaérea contra ataques de saturação com mísseis anti-navio. Mesmo o projeto tendo este objetivo, ainda sim, o navio conta com uma poderosa capacidade anti-submarina.  A Horizon está configurada para ser enviada rapidamente e a longas distâncias  e tem quantidade de combustível e suprimentos para 45 dias no mar.
Acima: A Horizon é uma fragata relativamente grande para sua categoria e seu desenho evidencia preocupação com a redução de sua reflexão radar com linhas limpas e em ângulos.
O sistema de comando e controle está sendo desenvolvido pela Eurosysnav, que é uma joint venture entre a Armaris e a Finmeccanica e será baseado no sistema de dados de combate Senit 8. O sistema de transferência de dados (DTS) é fornecido pela Selex Sistemi Integrati. Já o sistema de comunicação totalmente integrado está sendo desenvolvido pela NICCO Comunications  SAS, uma joint venture entre a Thales Commnications e a Marconi Móbile SpA. A suíte de comunicação inclui dois sistemas de Data Link, o link 11 e o link 16 para compartilhamento de dados no padrão OTAN. O sistema de navegação integrado é fornecido pela Sagem e pela Selex. O controle de fogo dos canhões de 76 mm é o Selex NA-25X no modelo Italiano e Selex NA-30S no modelo francês. Está instalado, ainda, o sistema de busca e rastreio infravermelho SAGEM Vampire MB (IRST) que faz busca dos alvos pelo calor que eles emitem.  O sensor principal da Horizon é o radar Thales/ Selex S-1850M SMART-L, de busca de superfície e aérea, com um alcance de 400 km contra alvos grandes voando alto (um bombardeiro, por exemplo), que trabalha de forma integrada com o radar de abertura sintética multi-função Selex SPY-790 EMPAR com capacidade de detectar alvos e rastrear 12 deles a um alcance de 150 km. O radar S-1850 M passa a informação sobre os alvos que se mostrem suspeito ou ameaçadores para o radar EMPAR, para que este faça a mira e controle de fogo para o sistema de mísseis antiaéreo Aster. Para navegação é usado um radar Selex SPN 753(V)10. Para detecção submarina está instalado um sonar de casco Thales UMS 4110 CL de longo alcance.
Acima: O "globo" na parte alta do mastro da Horizon é o radar Selex SPY-790 EMPAR que faz o controle de fogo do principal sistema de combate do navio, seus mísseis Aster.
Os navios da classe Horizon contam com modernos e eficientes sistemas de defesa contra radares inimigos e contra armamentos como mísseis anti-navio e torpedos que eventualmente sejam lançados contra o navio. Os navios franceses são equipados com dois lançadores de iscas Sagen DGDS que operam integrados aos sensores do navio e reagem automaticamente quando uma ameaça for detectada. Este sistema é eficaz contra mísseis anti-navio e torpedos. Já no modelo italiano, o lançador de iscas é fornecido pela Oto Melara/ Selex SCLAR-H que opera da mesma forma.
Para enfrentar ataques de torpedos, especificamente, há um sistema de defesa dedicado chamado Contralto V fabricado pela DCNS que fornece dados para manobras evasivas além de lançar iscas automaticamente. O sistema emite, ainda, uma série de sinais acústicos que saturam o sonar do torpedo inviabilizado a capacidade do torpedo de encontrar o navio.
O navio está equipado com um sistema de interferência ECM Electtronica Nettuno 4100 que opera de forma ativa contra os radares inimigos dificultando a localização exata da Horizon.
Acima: A Horizon possui sistemas desenvolvidos para interferir nos radares inimigos, dando uma agressiva capacidade de guerra eletrônica.
O armamento instalado nos navios da classe Horizon é, primariamente, voltado para a guerra antiaérea. Por isso o principal armamento do navio é o lançador vertical Sylver A-50 da DCNS para 48 mísseis antiaéreos Áster 15 e Áster 30. O primeiro tem alcance de 30 km e o segundo alcança 100 km.  Foram instalados dois canhões de fogo rápido de 76 mm da OTO Melara que atinge uma cadência de 120 tiros por minuto e um alcance de 16 km, quando usando munição de alto explosivo (HE). Alguns armamentos usados nos navios franceses e italianos diferem, embora esses dois armamentos apresentados até aqui sejam comum aos dois navios. Na fragata Forbin, versão francesa da Horizon, há dois canhões automáticos F-2 em calibre 20 mm enquanto que na versão italiana, Andrea Doria, há dois canhões Oto Melara/ Oerlikon de 25 mm. A capacidade anti navio das duas variantes da Horizon é diferente também. No navio francês foi instalado 2 lançadores quádruplos para a ultima versão do famoso míssil MBDA Exocet, a versão MM-40 Block III que teve seu alcance bastante estendido, passando dos tímidos 70 km para 180 km nessa versão. Seu sistema de guiagem se dá por radar ativo com apoio de sistema GPS. Já a fragata italiana, usa o míssil MBDA Otomat / Teseo MK-2 no lugar dos Exocet. O míssil Otomat MK-2 tem alcance de 180 km, sendo um armamento similar ao Exocet francês. Seu sistema de guiagem se dá por radar ativo com suporte por data-link que faz a correção do curso do míssil em direção ao alvo e sua ogiva tem 210 kg de alto explosivo. Para combater submarinos, as Horizon usam dois lançadores duplos B515/3 para torpedos leves Eurotporp MU-90 cujo alcance é de 23 km e sua guiagem se dá por sonar ativo/ passivo.  A Horizon opera um helicóptero médio NH-90 no navio francês e um  AW-101 Merlin no navio italiano. Estes helicópteros podem ser usados para guerra antissubmarino ou busca e salvamento.
Acima: O lançador vertical Sylver A-50 comporta 48 mísseis antiaéreos Aster 15 ou Aster 30 que permitem a Horizon enfrentar ataques aéreos de saturação.
A propulsão da Horizon é do tipo diesel elétrica (CODAG), com 2 turbinas a gás da General Electric LM2500/ Avio que produzem 53 MW de energia cada e que desenvolvem 31280 Hp de potência e 2 motores a diesel SENT Pieltick 12 PA6 STC que produzem 8 MW cada e 5875 Hp de potências. Esse arranjo movimenta duas hélices com 6 laminas que leva a Horizon a uma velocidade máxima de 29 nos (54 km/h). O alcance da Horizon é de 12963 km quando navegando a uma velocidade econômica de 18 nos (33 km/h). Como se pode ver, trata-se de um navio para águas azuis, com total capacidade de escolta de grandes grupos de batalha para qualquer ponto do planeta.
Acima: A Horizon tem excepcional capacidade marinheira. Seu design do casco e seu grupo propulsor permite navegação em qualquer tipo de condição do mar.
Tanto a marinha francesa quanto a italiana são instituições de grande tradição na história. Seus navios são, normalmente referência em termos de capacidade de combate além de exportadores tradicionais de navios de guerra. A classe Horizon mantem a tradição acesa através de um navio cuja classificação de fragata pode até ser considerada subdimensionada uma vez que esses navios tem capacidade análogas a destróieres. Com um elevado custo de cerca de U$ 770 milhões de dólares cada unidade, o navio é considerado caro para essa categoria de navio e por isso cada marinha recebeu apenas duas unidades desta classe, sendo que Itália e França são parceiras em um outro avançado navio, a FREMM, já descrita neste site e que custa cerca de 35% menos e entregam uma capacidade de combate similar.
Acima: O grande alcance das fragatas da classe Horizon permitem a elas operarem em escolta de grandes grupos de batalha centrados em porta aviões.

Acima: A França e a Itália operam um helicópteros NH-90 em suas fragatas Horizon. O AW-101 da Agusta/ Westland é uma opção que também pode ser usada.



ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM CENAS DA CLASSE HORIZON.


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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

PROJETOS SECRETOS BRASILEIROS: o CTA/Heliconair HC-I Convertiplano

A matéria a baixo foi produzida pelo amigo e colaborador Frederico Victor, sócio na empresa Usina dos Kits e da Agência de Marketing Digital. Formado em engenharia de computação pela Universidade federal do Espirito Santo. Plastimodelista apaixonado, é um entusiasta de aviação, navios e carros militares desde pequeno. Seja bem vindo as paginas do WARFARE Frederico Victor!
DESCRIÇÃO
Traduzido por Frederico Victor via USINA DOS KITS
O texto original da IRMA(reproduzido com autorização) pode ser lido aqui.

Apesar de a Alemanha, Reino Unido e França se concentraram com certo sucesso no conceito de convertiplanos antes da IIGM, nenhum deles efetivamente criou nada, nem mesmo durante o conflito. Convertiplanos são aeronaves que contém os motores conteiráveis (geralmente turbo-propulsores) nas asas,  dando às aeronaves capacidade V/STOL(Decolagem e Pouso Verticais/Curtos). Após a guerra, os EUA e a URSS engajaram-se nos estudos de tais aeronaves, assim como os países citados anteriormente.

Praticamente desconhecido do grande público eram os eventos que ocorriam no Brasil e Argentina na mesma época. Após a IIGM o mundo soube que os alemães puseram no ar em 27/8/39 o Heinkel He-178, que foi o primeiro avião com motor com turbojato de fluxo axial do mundo, seguido do italiano Caproni-Campini CC.2/N.1 em 1940. Só mais tarde(ainda que no mesmo ano) chegariam os britânicos com o Gloster E.28/39 Pioneer que teve a primazia no uso do motor de jato centrífugo. Os EUA aparecem em quarto com o Bell P-59 Airacomet que era dotado de dois motores centrífugos seguidos de perto pela URSS com o seu Mikoyan-Gurevich MiG-13 com motorização híbrida(ele contava com um jato e um motor à pistão combinados) em abril de 45. O Japão se uniria a esse grupo com Nakajima J9N1 Kikka e, após o fim das hostilidades, os franceses apresentaram o Sud-Ouest SO-6000 Triton e os suecos vieram com o SAAB J-21R. Mas é aqui que o povo ao norte do Equador ficou chocado com duas novidades surgidas de países totalmente incomuns: a Argentina apresentou o IAe Pulquí com um turbojato centrífugo em agosto de 1947 e o Brasil fez o roll-out do CTA Heliconair(hoje EMBRAER) HC-I Convertiplano motorizado com um turbina Armstrong-Siddeley Double Mamba ASMD! Posteriormente se equipou a aeronave com o motor Wright R-3350DA3. Enquanto os argentinos emplacaram o primeiro caça a jato do Cone Sul, os brasileiros criaram o primeiro convertiplano totalmente funcional do MUNDO.
Acima: Bancada de testes do motor, caixas de transmissão e atuadores.
O kit da IRMA é a primeira reprodução baseada no design inicial da aeronave. O leiaute da aeronave é tal que a cabine é cercada pela entrada de ar, parecida com o Leduc 010 francês. As asas foram extensamente reprojetadas  para comportar o sistema de conteiramento dos motores para o perfil de vôo V/STOL. Essa aeronave foi desenvolvida pelo Dr.Heinrich Focke, que era membro da Focke-Wulf Flugzeugbau AG, que chegou em terras brasilis em 1950. Ele tentou criar o Focke-Achgelis FA-269 antes de a guerra terminar, mas não teve sucesso com a situação caótica em que se encontrava o Terceiro Reich conseguindo apenas montar um protótipo. Ele pôde continuar seus estudos no Centro Técnico Aeroespacial que o ajudou com fundos e infra-estrutura.
Acima: Herr Dr.Focke com a maquete do helicóptero Focke-Achgelis FA-223 Drache (dragão).
Dr.Focke queria uma turbina Armstrong-Siddeley Double Mamba ASMD pelo tamanho compacto mas que entregava um ótimo empuxo. Infelizmente o governo inglês negou exportar o motor para o nosso país (curiosamente foi o mesmo governo que cedeu, poucos anos antes, a turbina Rolls-Royce Nene à URSS). Assim sendo, Dr.Focke repensou seu projeto e decidiu-se por usar o Wright R-3350-DA3 Turbo Compound de 18 cilindros devido à sua disponibilidade num Super Constellation que estava no CTA. Isso, claro, tornou a aeronave muito mais pesada e exigiu admissão de ar bem maiores, assim como novos escapes e naceles. Após o fim dos trabalhos de adaptação o aparelho foi renomeado como HC-Ib e o Brasil teve autorização para importar 4 turbinas General-Electric GE T-58  que eram pequenas e leves o suficiente para o protótipo, que passou a se chamar HC-II. Após esse tempo, o destino da célula ficou incerto, já que houve mudanças de governo, ocasionando a volta do Dr.Focke para a Alemanha. Especula-se que a única célula existente do HC é a Ib, mas o CTA não tem mais recordes do seu paradeiro desde os anos ’60, quando o HC-Ib tinha sido transladado para um aeródromo auxiliar do Centro Técnico apenas com uma pintura verde bambu para proteção das intempéries.
Acima: Esquemático com o motor Wright que fica em posição centralizada na célula. São mostradas as caixas de transmissão e os eixos.

Acima: Modelo em resina da IRMA em 1/72 demonstrando as asas em posição de vôo.

Acima: O mesmo kit com as asas em posição e decolagem/pouso/planeio.
A IRMA(International Resin Modelers Association) gostaria de iniciar um processo de restauração dessa maravilhosa peça da história da aviação e que faz parte do legado técnico brasileiro. Por favor, se você tem alguma informação sobre o status dessa aeronave entre em contato conosco(ou com a IRMA).
Acima: As últimas imagens conhecidas do HC-I.

Acima: Imagens retiradas de algum aeródromo nas imediações do CTA na década de ’60.

Para mais informações sobre o convertiplano, acesse aqui. O preview do kit da IRMA pode ser visto aqui.

O Brasil deve se orgulhar de mais esse capítulo de sua história aeronáutica que começou com o 14-bis e conta com o CBA-123, AMX, Tucano/Super Tucano, Brasília, Bandeirante, o R-99A/B, o 1ºGAvCa e a 1ºELO na Itália.

Para você que é ligado em modelismo, a Usina dos Kits é uma fonte de conhecimento e diversão. Adquira seus kits na Usina dos Kits.