quinta-feira, 20 de outubro de 2016

CLASSE DIPONEGORO. A modularidade da compacta corveta de projeto holandês.

FICHA TÉCNICA
Tipo: corveta.
Tripulação: 80 tripulantes.
Data do comissionamento: julho 2007.
Deslocamento: 1692 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 90,7 mts.
Boca: 13 mts.
Propulsão: 2 motores a diesel SEMT Pielstick 20PA6B STC movimentando duas hélices que produzem 23887 Hp de potencia
Velocidade máxima: 28 nós (52 km/h).
Alcance: 8900 Km em velocidade econômica (14 nós/ 26 km/h)
Sensores: 1 radar Thales Naval Nederland MW-8 tridimensional com 110 km de alcance; 1 radar Sperry Marine BridgeMasterE ARPA; 1 radar de controle de fogo LIROD Mk 2. 1 sonar Thales UMS 4132 Kingclip de casco.
Armamento: 2 lançadores duplos para mísseis MM-40 Exocet Block II; 2 lançadores quádruplos Tetral para mísseis Mistral; Um canhão Oto Melara Super Rapid de 76 mm; 2 canhões Denel Vector Gi-2 em calibre 20 mm; 2 tubos B-515 para torpedos Eurotorp 3A 244S.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
O estaleiro holandês Schelde Naval Shipbuilding produziu uma classe de pequenos navios modulares batizados de Classe Sigma (Ship Integrated Geometrical Modularity Approach) ou simplesmente “Abordagem de modularidade geométrica integrada a navios”, com o objetivo de fornecer uma opção econômica a marinhas com menor orçamento, porém com capacidade efetiva na execução das suas missões. Atualmente a marinha da Indonésia é operadora da versão corveta, conhecida como SIGMA 9113 pelo estaleiro construtor do navio, e batizado de Classe Diponegoro pela Marinha da Indonésia. Embora haja versões maiores deste projeto como o SIGMA 9813 da marinha do Marrocos e as mais modernas SIGMA 10513 e 10514 do Marrocos e da Indonésia, o foco deste artigo é a corveta classe Diponegoro. As outras versões serão abordadas no WARFARE em uma outra matéria.
A Indonésia encomendou 2 corvetas SIGMA 9113 em 2005 sendo que a primeira foi comissionada em 2007. Outros dois navios desta mesma classe foram encomendados em em 2006 e entregues respectivamente em 2008 e 2009.
Acima: Compacta e bem armada, a corveta Diponegoro fornece uma capacidade relvante de defesa costeira para a marinha da Indonésia a um custo baixo de aquisição e manutenção.
Os navios desta classe são adequados a patrulhas costeiras e tem uma capacidade anti-submarino relativamente robusta para uma embarcação deste porte, além de uma capacidade antinavio. Por isso, seu armamento é composto por dois lançadores duplos para mísseis antinavio MBDA MM-40 Exocet, guiados por radar ativo e com um alcance de 70 km.  Para defesa antiaérea há dois lançadores Tetral para 4 mísseis de curto alcance MBDA Mistral cada, cujo alcance é de  5 km sendo seu guiamento por infravermelho (IR). O armamento de tubo é composto por um canhão de tiro rápido Oto Melara Super Rapid de 76 mm cuja cadência de tiro chega a 120 tiros por minuto e com um alcance de 20 km. Mais dois canhões automáticos Denel Vector G-12, em calibre 20 mm também compõe o arsenal do navio. Este canhão leve antiaéreo é uma copia do modelo francês GIAT  F-2, possuindo uma cadência de tiro de 720 tiros por minuto e um alcance de 1500 metros contra alvos aéreos. Para finalizar, há dois tubos B-515 de torpedos Eurotorp 3A 244S cujo alcance máximo chega a 25 km.
Existe um heliporto para operar helicópteros de no máximo 5 toneladas, porém sem hangar. O projeto da SIGMA permite, se o cliente assim desejar, que se instale um hangar para manutenção de um helicóptero.
Acima: O principal armamento de tubo da Diponegoro é o seu canhão Oto Melara Super Rapid de 76 mm montado na proa do navio. Dado a suas compactas dimensões e sua boa cadência de tiro, muitas modernos navios de guerra tem sido armados com este canhão.
A SIGMA possui um radar Thales Naval Nederland MW-8 tridimensional que opera na banda C cujo alcance máximo é de 105 km contra um alvo de grande porte (RCS 100 m² como um bombardeio B-52). Um caça inimigo com 5 m² de RCS, como um MIG-29 pode ser detectado a 60 km. Já o radar de navegação é um Sperry Marine BridgeMasterE ARPA e o radar de controle de fogo é um LIROD Mk 2 usado para designação de alvo para o canhão Oto Melara Super Rapid. Para detecção de ameaças submarinas o SIGMA está equipado com um sonar Thales UMS 4132 Kingklip de média frequência montado no casco cujo alcance máximo é de 64 km.
O sistema de comunicação conta com um data link Linky MK-2 para intercambio de dados com outros navios e aeronaves que estejam operando no campo de batalha.
Acima: O radar Thales Naval Nederland MW-8 tridimensional é o principal sensor do Diponegoro. Comparado aos radares de fragatas usadas pela Europa, este sensor demonstra alcance reduzido. Porém, para a missão a que o navio foi idealizado, ele cumpre o seu papel.
A propulsão é feita por dois motores SEMT Pielstick 20PA6B STC movimentando duas hélices que produzem 23887 Hp de potencia e levam a SIGMA a uma velocidade de 28 nós (52 km/h), e sua autonomia chega a 8900 km, quando navegando em velocidade econômica. De uma forma geral,  o desempenho da classe Diponegoro pode ser considerado pobre, pois o navio não é rápido o suficiente para acompanhar um grupo de batalha, sua autonomia é curta, sendo um navio limitado a operações litorâneas e em guerra de baixa intensidade. Sua qualidade, no entanto, é percebida em sua navegabilidade, que permite operar em mares agitados com segurança.
Acima: A navegabilidade apresentada pelo projeto do navio é sua maior qualidade. Essa característica permite ao Diponegoro estender suas missões para mais distante do litoral.
Como pode se ver pelos dados apresentados nesta matéria, a pequena corveta holandesa em uso pela marinha da Indonésia é uma resposta de baixo custo (U$ 222 milhões cada unidade) a uma necessidade de alta relação custo benefício. A modularidade do projeto tem permitido novas encomendas de versões modificadas, e maiores, já classificadas como fragatas, que agrega alcance e armamento mais pesado. É interessante observar que o projeto básico, traz um desenho de baixa reflexão ao radar, seguindo a tendência dos novos navios do guerra que tem sido apresentados, notoriamente no ocidente.
Acima: Embora a corveta Diponegoro não tenha um hangar para manter um helicóptero, seu heliporto na popa permite usar um helicóptero leve (5 toneladas).


VÍDEO


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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

AUGUSTA/ WESTLAND A-129 INTERNATIONAL. O garanhão italiano de asas rotativas.

FICHA TÉCNICA 
Peso: 3220 kg (vazio)
Altura: 3,04 m.
Comprimento: 12,62 m.
Propulsão: 2 motores  Rolls Royce LHTEC T-800-LHT-802 com 1608 HP de potência cada.
Velocidade máxima: 302 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: 278 Km/h.
Alcance:  561 Km (combustível interno); 1000 km (combustível externo)
Razão de subida vertical: 612 m/min.
Fator de carga: +3,5 Gs
Altitude máxima: 6096 m.
Armamento: Mísseis Ar-Ar: FIM-92 Stinger RMP e MBDA Mistral
Mísseis Ar-Superfície: BGM-71D TOW-2 , Spike-ER, AGM114 Hellfire., Foguetes: Hydra 70 e SNIA BPD 81 mm Medusa.
Interno: 1x General Dynamics M197 de 20 mm com 500 munições.

PREFÁCIO
Por Anderson Barros - uma parceria com o site PLANO BRASIL
Os últimos anos a Europa tem mostrado que vem diminuindo sua dependência dos EUA no campo de sistemas bélicos. Sua forte indústria de defesa vem desenvolvendo tecnologia e sistemas para o campo militar apresentando soluções próprias para suas Forças Armadas.
Um exemplo é o desenvolvimento, pelos italianos, do primeiro helicóptero de combate europeu, o Agusta A-129 Mangusta. Foi projetado em 1978, mas só agora, com a versão A-129 International, fabricado pelo consórcio Agusta-Westland, esse helicóptero tem chamado a atenção, sobretudo depois que a Turquia selecionou o A-129 para servir de base para o seu programa de um Helicóptero de ataque e reconhecimento conhecido como ATAK.
A ORIGEM
O Agusta A-129 Mangusta foi desenvolvido a pedido do exercito italiano que viu a necessidade de dotar suas unidades aéreas com um vetor de ataque dedicado com capacidade antitanque. O A-129 foi o primeiro helicóptero de ataque dedicado totalmente projetado e construído na Europa ocidental. Seu projeto se iniciou em 1978 sendo que seu projeto final ficou pronto apenas em 1982. 
Os requisitos do Exercito italiano apontava para um vetor apto a realizar missões antitanque, escolta e ataque á objetivos em solo. O primeiro voo do protótipo inicial (de um total de cinco) ocorreu em 1983. Seu programa de testes e avaliações se estendeu ate meados de 1987, quando então foi assinado o contrato de produção do modelo que viria gerar diversas versões ao logo de sua carreira.
O nome escolhido pelo exercito italiano e pela Agusta para batizar seu novo Helicóptero de ataque foi Mangusta (O mangusto e conhecido pela sua facilidade em matar cobras venenosas.). Esse nome comercial foi escolhido devido o A-129 ser um concorrente direto do Bell A-1 Cobra que naquela época rivalizava com o projeto da Agusta.
Em 1986, os governos da Itália, Holanda, Espanha e Reino Unido assinaram um memorando de entendimento para desenvolver uma versão melhorada do A129, chamado de “Joint European Helicopter”. O memorando solicitava a instalação de motores mais potentes, um novo sistema de rotor, trem de pouso retrátil, melhores sensores e armamento mais potente. Porém o projeto ruiu em 1990, quando Grã-Bretanha e a Holanda decidiram pela compra do AH-64 Apache, enquanto a Espanha optou pelo Eurocopter Tiger.
No inicio da década de 1990 a Agusta começou a trabalhar em uma variante do A-129 Mangusta voltada para o mercado de exportação. Essa nova versão recebeu melhorias nos motores, avionicos e armamentos para atender as exigências do mercado de exportação. Devido a essas modificações a Agusta (agora AgustaWestland ) alterou o nome de Mangusta para International (segundo o fabricando esse novo nome condiz melhor com o seu objetivo  que e o mercado de exportação).
Acima: O protótipo do A-129 Mangusta apresentava linhas mais simples que os atuais AW-129, mas já demonstrava forte potencial de crescimento da aeronave.

PROTEÇÃO

Um dos pontos mais trabalhados no desenvolvimento do A-129 foi a sua capacidade de sobrevivência e segurança da tripulação. A estrutura da cabine da tripulação e os sistemas vitais tais como motorização, tanques de combustível, rotor principal são blindados e resistentes a impactos de munição calibre 12,7 mm. Os propulsores são posicionados nas laterais da fuselagem bem espaçados um do outro e separados pela caixa de transmissão para reduzir a probabilidade de danos simultâneos. Os  tanques de combustível possuem um sistema anti-explosão e anti-vazamento composto por um sistema auto selante alem de um completo sistema de extinção de incêndio. As pás são construídas em materiais compostos altamente resistentes, aumentando sua resistência balística das mesmas sendo capazes de resistir a vários impactos de munição de canhões calibre 23 mm, fornecendo a capacidade de voo seguro mesmo após ter sido atingida. A estrutura principal do A-129 possui tecnologia anti-crash (antichoque) com capacidade de absorção de impacto, que também é aplicada nos assentos da tripulação, que juntamente com o conjunto de trens de pouso principais que foram projetados para suportar o impacto de uma queda.

Outro sistema de proteção e o supressor de calor nos bocais de exaustão que resfria e direciona o fluxo das turbinas para longe da estrutura da aeronave diminuído a assinatura IR do vetor e a integração do filtro separador de partículas (Pall Vortex Engine Air Particle Separator System), que visa a não ingestão de FODs ou grãos de areia.  O vetor também possui proteção contra ambientes QBN (Químico, biológico e nuclear).
Acima: A proteção do A-129 vai além de placas de blindagens capazes de "segurar" projéteis calibre 12,7 mm. A aeronave conta com um lançador de iscas chaffs e flares atras do rotor principal, que lança iscas contra mísseis guiados a calor (IR) e por radar.

SISTEMAS EMBARCADOS
O AW-129 utiliza unidades de exibição com o conceito de glass cockpit e um elevado nível de automação de seus sistemas, visando à redução da carga de trabalho dos tripulantes nas múltiplas tarefas que este vetor pode realizar.
O vetor possui integração de um sistema de posicionamento global GPS, sistema de navegação inercial (satélite-inercial), novas e poderosas unidades de processamento, novos softwares e a integração do sistema de visão noturna HIRNS (Helicopter Infrared Navigation System).
O vetor também foi compatibilizado com a utilização de óculos de visão noturna. Para a detecção, identificação e designação de alvos o A-129 foi equipado com o sistema HIRNS, que é composto por um sistema FLIR fornecido pela Honeywell, uma câmera CCD TV que substituiu o sistema de mira telescópica TSU (Telescópica Sight Unit), um sistema de telêmetro laser e um designador laser, que são montados em uma torre giratória sobre o nariz e um sensor IR que fica alocado à frente do nariz em uma pequena torre giratória, que fornece uma visão progressiva ao piloto em ambientes noturnos e em, mas condições climáticas.
Este sensor é integrado ao sistema de mira montado no capacete IHADS (integrated helmet and display sighting system), que direciona o sensor IR para onde o piloto estiver olhando, a mira montada fornece informações de navegação que permitem o voo Nap-of-the-earth (NOE) com baixo perfil seguindo a baixa altura, utilizando o mascaramento do terreno, se escondendo atrás das imperfeições do solo e das copas das árvores evitando a detecção pelos radares inimigos.
Este sistema de mira montada no capacete também permite apontar automaticamente o canhão para onde o copiloto-artilheiro estiver olhando. O A-129 está equipado com uma suíte de contramedidas eletrônicas e  descartáveis composta por um sistema de alerta de radar RWR (Radar Warning receiver) Elettronica ELT-156, sistema de alerta de laser LES (laser warning systen) BAE Systems Itália RALM-101, sistema de jammer EM Elettronica ELT-554, sistema de jammer IR BAE Systems IEWS NA/ALQ-144A e dispensadores de Chaff e Flare.
Acima: O A-129 possui uma moderna avionica com conceito Glass cockpit, que reduz a carga de trabalho da tripulação.

SISTEMAS DE ARMAS
O A-129 International pode ser dotado com uma ampla gama de armas em seus quatro pontos de fixação de armamento. Para missões anti superfície e antitanque o mesmo pode ser equipado com mísseis ar-terra AGM-114 Hellfire de origem americana possuindo um alcance máximo de 8 km ou o míssil Rafael Spike-ER (Extender Range) de origem israelenses com alcance máximo de 8 km.
O A-129 também pode ser equipado com a família de mísseis mais antigos Raytheon BGM-71 TOW II (Tube-launched, Optically-tracked, Wire-guided) o seu alcance varia de acordo com a versão podendo chegar ate 4.200 metros.
Outro armamento ar-solo é o foguete Medusa de 81 milímetros no qual o podem ser carregados quatro lançadores com sete foguetes. Outro modelo de foguete empregado e o Hydra 70 (70 mm) podendo receber lançadores do modelo M260 para sete foguetes ou M261 para 19 foguetes.
Outra possibilidade que pode ser integrada ao AW-129 e o novo míssil Turco Roketsan UMTAS, que possui um alcance máximo de 8 km e o foguete guiado Roketsan CIRIT 70 mm, guiado a laser semiativo, que possui um alcance máximo de 8 km ambas as armas equipam a versão Turca do AW-129 Internacional (denominada T-129 ATAK).
O Armamento de tubo consiste em um canhão General Dynamics M-197 20 mm de 3 canos giratórios tipo Gatling  com cadência de 750 tiros por minuto montado em uma torre Otobreda TM 197B.
Alem do canhão  existe provisão para dois  POD  FN Herstal HMP-250 equipado com uma metralhadora  FN Herstal M3P calibre 12.7×99mm (.50 BMG) com capacidade para 250 munições. Para combate ar ar  o mesmo pode ser equipado com  mísseis MBDA Mistral guiados por infravermelho (IR) com alcance de 6 km e FIM-92 Stinger, guiado por infravermelho, com um alcance de 4,5 km.
Acima: O armamento orgânico do A-129 é o canhão General Dynamics M-197 em calibre 20 mm, o mesmo usado no famoso helicóptero de combate norte americano AH-1W/Z Cobra.

PROPULSÃO
O A-129 faz uso de uma nova propulsão que substituiu os antigos motores Rolls-Royce Gem 2-1004D. A nova motorização ficou a cargo dos motores LHTEC T-800 fabricado pela Light Helicopter Turbine Engine Company (joint venture entre a Rolls-Royce e Honeywell).
Originalmente este motor foi desenvolvido para o programa do helicóptero Boeing-Sikorsky RAH-66 Comanche. Porém depois do cancelamento do Comanche a LHTEC começou a oferecer seu motor no mercado no qual foi bem aceito passando a equipar os modelos Agusta Westland  Super Lynx 300 e AW-159 WildCat alem de outros projetos.
Os dois motores LHTEC T-800 (sua variante de exportação e chamada de CTS-800) entregam normalmente uma potência de 1563 hp cada mas caso seja necessário o os motores em caráter de emergência podem desenvolver uma potencia de  1608 hp.
Graças a essa potencia o AW-129 possui uma taxa de subida de 612 m/min podendo atingir uma velocidade máxima de 302 Km/h e velocidade de cruzeiro de 278 Km/h. Seu raio de ação e de  561 km e seu alcance e de 1000 km.
Acima: O novo motor LHTEC T-800 são usado no AW-129 são muito mais potentes que os motores originais Rolls-Royce Gem 2-1004D e dão desempenho superior à aeronave.

VARIANTES
A129A Mangusta – Versão de produção original, alimentado por dois motores Rolls-Royce. Gem 2-1004D.
A-129C (CBT – Combate) – Versão atualizada para o exército italiano, que incorpora os mesmos avanços da versão A-129 internacional,  onde os avionicos foram modernizados e a motorização foi mantida  original, com os Rolls Royce Gem 2-1004D que possuem uma potencia máxima unitária de 1120 HP.
A-129D Mangusta – Versão modernizada do modelo CBT com sistemas desenvolvidos para o AW-129 Internacional. O mesmo recebeu um novo conjunto de rotores de cinco pás, canhão General Dynamics M197, torre EOS (Electro-Optical Systems) Rafael Toplite III e capacidade de lançar mísseis Spike ER.
Além disso, o vetor foi  homologado para uso em operações navais onde futuramente ira receber um sistema de dobragem das pás do rotor.
A-129I Internacional (Renomeado como AW-129 Internacional) – Versão dedicada ao mercado de exportação seu projeto começou no inicio dos anos de 1990. Para atender esse mercado o A-129I foi equipado com os propulsores LHTEC T-800 e a nova torre Otobreda TM 197B equipada com o canhão General Dynamics M197 20 mm de 3 canos giratórios tipo Gatling.
Esta nova versão também apresentava um novo conjunto de rotores de cinco pás ao invés de quatro da versão A-129 A, também possuía maior capacidade de combustível e uma avionica modernizada. Essa variante foi selecionada pela Turquia para seu programa de helicóptero de ataque.
TAI T-129 ATAK – Versão baseado no  Agusta Westland  A-129 internacional (AW-129) para atender as exigências Turcas que incluía entre outras coisas o uso de sistemas/avionicos  e armamentos de Origem Turca.
O mesmo também recebeu melhorias para reduziu substancialmente o RCS do vetor como tinta RAP (Radar Asborbent Paint) e materiais RAM (Radar Absorbent Material) e novos bocais de admissão que escondem o duto de entrada da turbina, mascarando as partes quentes, que juntamente com os supressores IR nos bocais de exaustão que direcionam o fluxo das turbinas para longe da estrutura, reduzem substancialmente a assinatura IR do vetor.
Acima: O T-129 Atak é a versão turca do AW-129, com sistemas desenvolvidos pela industria da Turquia.

CONCLUSÃO
O A-129 incorpora tecnologias e soluções interessantes que englobam um custo de aquisição e operação bem acessível. Um bom exemplo disso foi à Turquia que vendo a necessidade de equipar seu exercito com um helicóptero de ataque dedicado capaz de combater nos novos cenários da guerra moderna escolheu o AW-129 Internacional como o modelo base para o desenvolvimento de seu novo vetor.
O desenvolvimento do programa Turco ficou a cargo da Agusta Westland da Itália e pelas turcas Aselsan e TAI (Turkish Aerospace Industries). Esse exemplo poderia ser seguido pelo Brasil onde o AW-129 Internacional poderia ser adaptado aos requerimentos da Aviação do Exercito, sobretudo para suas operações no teatro amazônico. Seguindo o exemplo Turco empresas brasileiras poderiam se tornar fornecedoras para uma variante nacionalizada do  AW-129.
O A-129 seria um ótimo vetor para operar no Teatro de Operações Brasileiros podendo ser operado pela Aviação do Exercito e pelo Corpo de Fuzileiros navais (graças a capacidade do A-129 de se operar embarcado). Operacionalmente seria uma excelente escolta para os Helicópteros de Manobras da Aviação do EB apoiando os mesmos em missões de assalto aerotransportado, Operações especiais (Infiltração/Exfiltração), Busca e Salvamento em Combate. Alem do fato de que atualmente a AvEx (Aviação do Exercito) carece de um vetor de ataque dedicado no cenário amazônico.
Acima: Imagem em corte do A-129 mangusta das primeiras gerações.

VÍDEO


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terça-feira, 4 de outubro de 2016

SUBMETRALHADORA P-90. Atualização Full Metal Jacket


Conheça os detalhes de uma das mais avançadas submetralhadoras disponíveis no mercado militar/ policial do mundo clicando a foto acima. A submetralhadora FN Herstal P-90 trouxe um nível de inovação no universo das armas de fogo que não se via em décadas. Mais informações no Full Metal Jacket, um blog do WARFARE.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

NOVO JATO DE TREINAMENTO BOEING T-X

VÍDEO PROMOCIONAL DA BOEING PARA SEU T-X

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terça-feira, 27 de setembro de 2016

A-222 BEREG. Fogo pesado contra invasores costeiros.


FICHA TÉCNICA 
Tripulação: 8 homens.
Motor: Um motor D12A-525 Diesel  com 525 hp de força.
Peso: 43,7 toneladas (carregado).
Comprimento: 12,95 m
Largura: 3,01 m.
Altura: 3,93 m.
Autonomia: 650 km.
Velocidade: 60 Km/h em estrada.
Obstáculo vertical: 0,60 m
Trincheira: 1,83
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Armamento: Um canhão modelo AK-130  de 130 mm. Veiculos de apoio uma metralhadora PKT em calibre 7,62 X 54 mm
Alcance das granadas: 27 km

DESCRIÇÃO
Por Anderson Barros em parceria com o site Plano Brasil
Quando falamos de sistemas de defesa costeira da Rússia nos vem em mente os sistemas baseados em misseis como o sistema BAL-E que utiliza misseis KH-35 ou o monstruoso Bastion que emprega os misseis  P-800 Oniks mas, poucos sabem que a Rússia utiliza um sistema de defesa costeira baseado em artilharia autopropulsado. Esse sistema se chama A-222 Bereg (Costa).
O sistema de Artilharia de defesa costeira A-222 Bereg de 130 mm foi desenvolvido no final da década de 1980. A missão principal deste sistema de artilharia  é deter embarcações inimigas como navios, lanchas ou hovercraft,  evitando que as mesmas desembarquem tropas inimigas nas praias. O Bereg também pode ser usado como artilharia para destruir alvos em terra. O desenvolvimento do A-222 Bereg foi tido como um complemento de baixo custo aos sistemas de misseis de defesa de costeira. O Bereg foi revelado ao publico pela primeira vez em 1993 e as primeiras unidades entraram em serviço dez anos depois, onde também começou a ser oferecido ao mercado de exportação, sendo que, no entretanto, não obteve, ainda, vendas no mercado externo.

Acima: Projetado para cobrir a lacuna de alcance que os mísseis anti navio de defesa costeira russos não são capazes de cobrir, o A-222 Bereg é um sistema de artilharia sem um concorrente direto.
Seu armamento e composto por um canhão de uso naval AK-130 de 130 mm com carregamento automático o que fornece uma excelente taxa de disparo de 12 tiros por minuto. Graças a essa taxa de disparo o mesmo pode ser utilizado como artilharia atingindo alvos em terra ou no mar mas também podendo ser utilizado na função antiaérea. O AK-130 utiliza munição HE (Alto explosivo), HE FRAG (alto explosivo com fragmentação) ou munição antiaérea 3P (Pre-Fragmented, Programmable, Proximity). Existe a opção de se usar munições inteligentes para garantir uma maior precisão e uma menor margem de erro do ponto de impacto. Cada veiculo  possui um estoque de 40 granadas no seu interior.  O alcance máximo doo canhão e de 27 km.
O canhão e montado em uma torre rotativa capaz de girar 360° onde também estão armazenados o sistemas de carregamento automático e o cofre de munições. Os veículos de artilharia não possuem armamento secundário e os veículos de controle de fogo e apoio são armados com um metralhadora coaxial PKT em calibre 7,62 X 54 mm que dispara a uma cadência de 800 tiros por minuto.
Acima: Utilizando um canhão naval AK-130 com carregamento automático, o A-22 Bereg consegue impor uma cadência de 12 tiros por minuto.
As informações sobre os alvos são fornecidas pelo veiculo de comando e controle no qual pode acompanhar  4 alvos simultaneamente e a bateria pode atacar 2 alvos diferentes ao mesmo tempo. A bateria também pode receber informações via data link de outros vetores tais como navios, aeronaves ou até mesmo satélites. Porem em caso de necessidade cada veiculo de artilharia pode realizar disparos de forma independente selecionando seus próprios alvos. Os  A-222 Bereg pode operar de forma dispersa com uma distancia de um quilômetros  entre cada veiculo o que fornece uma maior proteção em caso de ataque e  uma maior cobertura na área a ser defendida pelo sistema.
Acima: O controle de fogo é executado, normalmente pelo veículo de comando equipado com sistemas que lhe permitem acompanhar quatro alvos simultaneamente.
Todo o sistema  A-222 Bereg e montado sobre um caminhão MAZ-543 8x8 equipado com um motor a diesel D12A-525  que desenvolve uma potencia de 525 Hp, levando o veículo a uma velocidade máxima de 60 km/h em estrada. A autonomia  está em 680 km. Uma bateria opera geralmente entre seis e oito veículos  de artilharia um veículo de comando-controle, um veículo de comunicações, e veículos de apoio e remuniciadores.
Acima: O veículo de serviços de combate fornece energia elétrica para a bateria de artilharia, assim como acomodação para a tripulação que opera todo o sistema.
O A-222 Bereg é um veículo projetado para uma missão da qual ele não encontra um concorrente direto no mercado. A Rússia acertou em cheio produzindo um sistema de artilharia que, embora tenha como missão primária a defesa costeira, pode , sem problemas operar em situações "normais" que outros sistemas de artilharia operam. A possibilidade de emprego de granadas guiadas garante uma precisão que normalmente só é conseguida por mísseis, bem mais caros.
Acima: A opção de uso de um caminhão MAZ-543 configurado com tração 8X8  permite ótimo desempenho de estrada e ainda operar em terrenos irregulares com boa desenvoltura.


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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

CLASSE UDALOY/ PROJECT 1155 FREGAT. O predador anti-submarino


FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier anti-submarino/ anti-superfície.
Tripulação:  Udaloy I: 249 homens; Udaloy II: 290 homens
Data de comissionamento: Dezembro de 1980
Deslocamento: 6700 Toneladas (carregado).
Comprimento: 163 mts.
Calado: 6,2 mts.
Boca: 19,03 mts.
Propulsão: 2 turbinas a gás M-62 que produzem 15000 hp cada, usada para manter a velocidade de cruzeiro, mas 2 turbinas M-8KF com 45000 hp cada, usada para acelerações.
Velocidade máxima: 35 nós (64 km/h).
Alcance: 19400 Km  em velocidade de cruzeiro baixa (14 nós, 26 km/h).
Sensores: UDALOY I:  Radar de busca aérea MR-700 Fregat MA Top Plate 3D com alcance máximo de 300 km; Radar de busca de superfície e aérea: MR-320M Topaz V Strut Pair com alcance de 50 km contra alvos de superfície e 267 km contra alvos aéreos; radar de controle de fogo MR-360 Podkat; Sonares: Sonar de baixa frequência Horse Jaw Bow, Sonar Horse tail VDS.
UDALOY II: Radar de busca aérea: MR-700 Fregat A Top Plate 3D com alcance máximo de 300 km; Radar de busca de superfície e aérea: MR-320M Topaz V Strut Pair com alcance de 50 km contra alvos de superfície e 267 km contra alvos aéreos; radar de controle de fogo MR-360 Podkat; radar de controle de fogo 3P37/Hot Flash; Sonares: suíte de sonar Zvezda-2 com sonar de casco MGK-345 Yake Bow, Sonar de baixa frequência Ox Tail LF
Armamento: UDALOY I:  2 canhões calibre 100 mm/ 70DP; 4 canhões AK-630 calibre 30 mm; 8 lançadores verticais para mísseis antiaéreos SA-N-9 Gauntlet (64 mísseis), 2 lançadores quádruplos de mísseis SS-N-14 Silex anti-submarino, 2 lançadores de foguetes RBU-6000 anti-submarinos, 2 lançadores quádruplos para torpedos de 533 mm SET-65 ME. UDALOY II: 2 lançadores quádruplos para mísseis anti-navio SS-N-22 Sunburn; 8 lançadores verticais para mísseis antiaéreos SA-N-9 Gauntlet (64 mísseis); 2 sistemas anti aéreos de ponto Kashtan; 1 Canhão duplo AK-130 em calibre 130 mm; 4 lançadores quadruplos de torpedos de 533 mm que podem ser armados com mísseis anti-submarinos 2  RPK-2 Viyuga/SS-N-15; 2 lançadores de foguetes RBU-6000 anti-submarinos, 2 lançadores de foguetes UDAV-1 anti-submarino.
Aeronaves: 2 helicópteros anti-submarino Kamov Ka-27PL Helix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A marinha russa possui muitos navios que são herança do período da guerra fria. Isso é mais perceptível quanto tratamos dos navios de maior porte como cruzadores e destróieres. Logo após a dissolução da União Soviética, a economia russa estava em frangalhos e a manutenção de todas as suas forças armadas foi muito dificultada com a queda do orçamento de defesa naquele momento. Assim, o desenvolvimento de novos sistemas de armas acabou sendo deixado para um momento posterior a recuperação econômica do país. O foco deste artigo trata de um dos navios que marcam uma época da marinha soviética e que hoje, depois de atualizações, continua em serviço na marinha russa. O projeto 1155 Fregat, mais conhecido no ocidente como Classe Udaloy,  teve seu desenvolvimento iniciado em 1972 e tinha objetivo de construir uma classe de destróier especializado na guerra anti-submarino. Estes poderosos navios de guerra, projetados pelo estaleiro Severnoye Design Bureau, começaram a ser construídos em 1978 pelo estaleiro Zavod 820 Yantar com o objetivo de prover proteção anti-submarino contra as forças navais da Otan que estavam em franca expansão e cuja esquadra de submarinos já preocupavam o comando da marinha russa. O primeiro navio desta classe foi batizado de Udaloy e foi comissionado em 1980 sendo seguido por mais 12 embarcações da mesma classe.
Acima: Um navio da classe Udaloy aparece ao lado de um dos novos submarinos nucleares da classe Yasen
A marca registrada dessa classe é seu forte armamento para guerra anti-submarino composto por dois lançadores quádruplos de mísseis anti-submarino SS-N-14 Silex. Este enorme míssil montado dos dois lados do passadiço do navio tem um alcance de 90 km e podem transportar uma variedade de três cargas de combate como o torpedo AT-2UM, cargas de profundidade nucleares de 5 kilotons (kt), capazes de destruir um submarino a grande distancia, ou uma ogiva moldada de alto explosivo convencional que pode ser usada contra um navio. O Udaloy está equipado com dois lançadores de foguetes não guiados RBU-6000 Smerch 2 anti-submarino. Estes foguetes tem alcance de 6000 metros e transportam cargas de profundidade de 25 kg. Há, ainda, dois lançadores com quatro tubos para torpedos pesados de 533 mm SET-65ME cujo alcance é de 15 km. Mesmo sendo um navio projetado com forte ênfase na capacidade anti-submarino, o Udaloy tem 8 lançadores verticais para mísseis de defesa antiaérea de ponto SA-N-9 Gaultlet guiados por comando de radio e com alcance de 12 km. Estes excelentes mísseis possuem uma probabilidade de acerto (KP) de 95% contra aeronaves de asas fixas e uma eficiência similar contra mísseis de cruzeiro ou bombas planadoras que ataquem o navio.
O principal armamento de tubo instalado nos destróieres da classe Udaloy é composto por dois reparos com 2 canhões calibre 100 mm/ 70DP em calibre 100 mm capaz de disparar até 50 tiros por minuto e atingir um alvo a 20 km de distancia. O Udaloy possui dois hangares para operação de dois helicópteros anti-submarino Kamov Ka-27PL Helix que prestam um grande apoio na luta anti-submarino, com seus sistemas embarcados.
Acima: Nesta foto podemos ver com clareza os lançadores quádruplos de mísseis SS-N-14 Silex usados para destruir submarinos inimigos. Na versão Udaloy II, estes misseis foram substituídos pelo potente SS-N-22 Sunburn (Moskit).
No que diz respeito aos sensores, o Udaloy está equipado com um radar tridimensional de busca aérea MR-700 Fregat MA Top Plate com alcance máximo de 300 km contra alvos aéreos de grandes dimensões (um bombardeiro B-52, por exemplo) e em alta altitude. A busca de superfície fica a cargo de um radar MR-320M Topaz V Strut Pair cujo alcance é de 50 km. Este radar tem capacidade de busca aérea também, porém com alcance de 180 km, contra alvos grandes e em alta altitude. O radar de controle de fogo para os mísseis Gauntlet é o MR-360 Podkat/ Cross Sword.
A sistema de detecção anti-submarina é feita pela suíte de sonar Polinom composto pelos sonares Horse Jaw e o Horse tail que operam em baixa frequência.
Acima: O radar tridimensional MR-700 Fregat MA Top Plate, embora seja um sensor antigo e menos capaz que os equipamentos atuais, ainda é bem comum nos navios de guerra de origem soviética.
Com um deslocamento de 6700 toneladas quando tolamente carregado, o Udaloy consegue uma velocidade máxima de 35 nós (64 km/h) conseguida pela combinação de duas turbinas a gás M-62 mais duas turbinas, também a gás M-8KF, que movem dois eixos e suas respectivas hélices produzindo 120000 Hp de potencia total. Sua autonomia chega 19400 km o que somado ao excelente desempenho marinheiro do navio o coloca como um perigoso inimigo em uma batalha naval. Seu desempenho é superior ao do navio da classe Arleigh Burke, da marinha norte americana.
Acima: O desempenho de navegação dos navios desta classe é excepcional. Além de uma velocidade maior, ele também tem muito maior alcance que seus similares ocidentais.

UDALOY II
O Udaloy possui uma versão mais avançada, modificada para otimizar sua capacidade anti-navio. Esta versão, batizada de Project 1155.1 Fregat II e é conhecido na OTAN por Classe Udaloy II
As modificações nesta versão em relação ao Udaloy I são visíveis nos sistemas de armas e de sensores, sendo que a propulsão se manteve inalterada.  Assim, no que se refere ao armamento, o Udaloy II teve os mísseis SS-N-14 Silex, substituídos pelo potentíssimo míssil anti-navio SS-N-22 Sunburn (Moskit) lançados pelos mesmos lançadores quádruplos. Este míssil tem como característica sua elevadíssima velocidade de cruzeiro que atinge 2300 km/h em perfil de voo sea skimming (rasante ao mar) e possui um alcance de 250 km. Com uma ogiva de 320 kg de alto explosivo ou uma ogiva nuclear de 120 kt, este míssil é quase impossível de ser abatido pelas defesas antimíssil do inimigo. Outro míssil anti-submarino transportado pelo navio Udaloy II é o SS-N-15 Starfish (RPK-2 Viyuga) lançado de dois lançadores quádruplos de torpedos de 533 mm. Este míssil tem alcance de 45 km e usa um torpedo Type 40 próximo a área onde o alvo for detectado para que ele possa iniciar a busca pelo seu próprio sonar. 
O míssil SA-N-9, também usado na versão Udaloy II,  está apoiado por dois sistemas antiaéreo Kashtan que é composto por dois lançadores de míssil SA-N-11 Grisom com alcance de 8 km e 2 canhões GSH- 30K de 6 canos rotativos de 30 mm que são usados contra mísseis e outros projéteis de precisão que sejam lançados contra o navio. O alcance dos canhões do sistema Kashtan é de 3,5 km. O navio Udaloy II teve os dois canhões  calibre 100 mm/ 70DP substituídos por um único reparo com 2 canhões AK-130 DP cujo alcance aumentou para 23 km, porém com o sacrifício da cadencia de tiro que caiu para 40 tiros por minuto. Outro novo armamento anti-submarino  incorporado ao Udaloy II foram  dois lançadores de foguetes UDAV-1 anti-submarino que pode ser usado contra submarinos, torpedos que se aproximem e mergulhadores inimigos.
Acima: O Udaloy II teve apenas um exemplar construído. Externamente a maior diferença está na ausência de um dos canhões de 100 mm e nos lançadores quádruplos para mísseis antinavio SS-N-22 Sunburn.
Como mencionado antes, além do armamento, os sistemas eletrônicos também tem algumas diferenças entre a versão Udaloy I e Udaloy II. O Udaloy II usa um radar de busca aérea MR-700 Fregat A Top Plate 3D, cujo alcance máximo é o mesmo do modelo MA usado no navio mais antigo.
O radar de busca de superfície continuou sendo o MR-320M Topaz V Strut Pair, assim como os radares de controle de fogo MR-360 Podkat/ Cross Sword. Porém, com o sistema Kashtan, um outro tipo de radar de controle de fogo precisou ser instalado; o 3P37 Hot Flash  com duas antenas, foi adicionado para gerenciar o controle de tiro deste sistema de armas.
A sistema de detecção anti-submarina é feita pela suíte de sonar Zvezda-2 capaz de detectar um submarino inimigo a 100 km de distancia com os sonares com sonar de casco MGK-345 Yake Bow, Sonar de baixa frequência Ox Tail LF
Acima: Os navios da classe Udaloy possem um heliporto e dois hangares para operar dois helicópteros anti-submarino KA-27PL Helix
Embora seja um navio com desenho antiquado frente aos modernos navios com características furtivas em uso atualmente, o Udaloy, tem em seu forte armamento e seu excelente desempenho uma letalidade válida que deve impor respeito nas marinhas inimigas da Rússia.
Devido a incerta situação da industria naval russa, é provável que estes grandes navios de guerra permaneçam em serviço por muitos anos ainda. O Udaloy II teve apenas um exemplar construído e o sucessor destes velhos navios de guerra ainda não está em um horizonte visível. Novos navios de guerra como fragatas e cruzadores estão nos planos da marinha russa para recuperar sua capacidade e diminuir o gap tecnológico frente as marinhas ocidentais, porém, não está claro se algum deles assumirá a posição dos destróieres da classe Udaloy na marinha russa.

VÍDEO


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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

TOP GUN ou ASES INDOMÁVEIS - Um filme que marcou época para muitos

Em 10 de julho de 1986 estreava no cinema o filme Top Gun, que no Brasil se chamou Ases Indomáveis. Para muito de nós, aficionados por aviação militar, foi o filme mais importante do mundo!. Independentemente de clichês clássicos de Hollywood, a verdade incontestável é que as cenas gravadas com aeronaves de verdade, são, até hoje as mais perfeitas já feitas de combates aéreos. O único filme que chegou bem perto em qualidade nesse quesito foi o Le Chavalier Du Ciel ou "cavaleiros do Ar" onde caças Mirage 2000 são gravados em sequencias magníficas. Fiquem com um excelente clipe que mostra a musica tema do filme Top Gun e cenas fantásticas do filme.