sábado, 24 de dezembro de 2016

CLASSE VALOUR. Uma fragata alemã a serviço da marinha sul africana

FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata multimissão.
Tripulação: 120 tripulantes.
Data do comissionamento: Fevereiro de 2006.
Deslocamento: 3500 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 121 m.
Boca: 16,3 m.
Propulsão: 2 motores a diesel MTU 16 V1163-TB 93 com 15880 hp e 1 motor a gás GE LM 2500 com 27000 hp
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Alcance: 14806 Km.
Sensores: Radar de busca: Thales MRR com 180 Km de alcance. Sonar thales UMS-4132 kingklip montado no casco
Armamento: AAW: 1 lançador vertical com 16 mísseis Kentron Umkhonto IR anti-aéreo; SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis MM-40 Exocet, 1 canhão OTO Melara 76 mm/62; Uma torre Denel com canhões duplos em calibre 35 mm; dois canhões Oerlikon MK-1 em calibre 20 mm, e duas metralhadoras calibre 12,7 mm operada remotamente; ASW: 2 lançadores triplos para torpedos
Aeronaves: 2 Helicópteros Lynks ou 1 Orix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Desde a década de 1969 que o estaleiro Blohm + Voss GmbH alemão é conhecido como um dos mais bem sucedidos exportadores de navios de guerra para marinhas que não possuem uma tradição de engenharia de navios. Essa fama veio através do conceito MEKO (Mehrzweck Kombination, ou seja, “Combinação Multifunção”), que produz navios com projetos modulares. Os equipamentos do navio são montados em contêiner, ou palhetas, que permitem que cada cliente escolha o equipamento que melhor se encaixa em seus requisitos, sem alterar a estrutura do navio. Esse sistema é muito eficaz na diminuição dos custos de aquisição, manutenção e de modernização de meia vida. Embora existam muitos modelos de navios MEKO, o enfocado desta matéria é uma das versões mais modernas já construídas deste projeto, a MEKO A-200 SAN, preenchendo os requisitos da marinha sul africana para uma nova classe de navio de guerra moderno. Com isso a Africa do Sul batizou esta nova classe de navio como "classe Valour" sendo o primeiro navio dessa nova classe, chamado de SAS Amatola F-145 foi entregue no final de 2004 e se tornou operacional em fevereiro de 2006. Ao todo foram contratadas a construções de 4 navios dessa classe.
Acima: As fragatas da classe Valour são os maiores navios de guerra da marinha sul africana.
De cara, a primeira coisa que se nota quando nos deparamos com a Valour, é seu desenho com soluções de furtividade (stealth) incorporadas. De fato o navio foi projetado com um casco cujo desenho possui ângulos que, quando encontram a parte superior do navio, formam um desenho em forma de “X”. Todos os navios de projeto recente possuem características que diminuem e muito sua sessão cruzada de radar, e a MEKO já estava na hora de incorporar uma nova proposta com esse tipo de solução. Uma outra característica é a diminuição da assinatura infravermelha com a substituição das chaminés, para eliminação dos gases, por um cano que fica montado horizontalmente e é resfriado pela própria água do mar. Esse dispositivo atinge uma diminuição de 75% na assinatura infravermelha do navio.
Acima: Com um desenho anguloso para desviar o eco radar para longa da antena emissora, e soluções de propulsão que reduzem sua assinatura térmica, os navios da classe Valour são alvo difíceis de serem vistos pelo inimigo a longas distancias.
O navio da classe Valour, está equipado com mísseis antiaéreos de curto alcance Umkhonto Block II fabricados pela Kentron. Esses mísseis são lançados de um sistema de lançamento vertical com 16 células e são guiados por infravermelho. O míssil tem alcance máximo de 15 km e usa vetoração de empuxo para poder manobrar agilmente, podendo puxar até 40 Gs em manobra. Sua precisão se mostrou letal em testes do fabricante, e ele pode ser usado contra 8 alvos simultaneamente. Para a guerra anti superfície estão instalados 2 lançadores de 4 células para mísseis MBDA MM 40 Exocet, que é um míssil com perfil de voo sea skimmimg (rente ao mar) e alcance 70 km e é guiado por radar ativo.  O armamento de tubo é composto por um canhão Oto Melara de 76 mm que dispara a uma cadência de 85 tiros por minuto e consegue atingir um alvo a 16 km quando usando granadas padrão. O uso de uma moderna munição conhecida como Vulcano, melhora este alcance para cerca de 40 km e ainda tem guiagem por GPS e INS, garantindo uma precisão sem precedentes para este tipo de armamento. Outro reparo com canhões duplos Denel calibre 35 mm, que são apontados por radar e permitem a destruição de alvos como mísseis de cruzeiro a um alcance de 2,5 km ou um míssil de alta velocidade a um alcance de 1,5 km. O navio, ainda, possui armamento leve como dois canhões Oerlikon MK-1 calibre 20 mm operado manualmente e duas metralhadoras calibre 12,7 mm, operadas remotamente. Para guerra antisubmarino foram instalados 4 tubos lança torpedos leves de 324 mm.  O Valour pode operar um helicóptero Orix ou dois Lynx que são operados no heliporto na parte traseira do navio.
Acima: Os navios da classe Valour possuem um hangar e um heliporto para operar dois helicópteros Super Lynx 300 ou um Atlas Oryx.
A propulsão da Valour é do tipo CODAG WARP (Propulsão a diesel combinado com gás e jatos de água). Dois motores MTU 16 V1163-TB 93 diesel que produzem 15880 hp de potencia permitem uma velocidade de cruzeiro em torno de 21 nós (40 Km/h). Uma turbina a gás GE LM 2500, que fornece mais 27000 hp de força para o sistema de jato de água que é usado para mover o navio na velocidade máxima de 54 Km/h. Além do jato de água, o navio também tem duas hélices que são movidas pelos motores a diesel. A autonomia da fragata Valour é impressionante para esta categoria de navio podendo chegar a 14806 km se operado em uma velocidade de cruzeiro econômica. É interessante observar que esta autonomia supera por boa margem a autonomia de navios bem maiores, como destróieres e cruzadores.
Acima: O sistema de propulsão da fragata Valour faz a liberação dos gases por canos próximo a linha da água para resfriar rapidamente diminuindo a assinatura infravermelha.
A suíte de sensores do Valour é relativamente simples e possui um desempenho inferior a de muitas das modernas fragatas atuais em termos de desempenho. O principal sistema do navio é um radar tridimensional Thales MRR que alcança 180 Km no modo de busca. e também é capaz de classificar os 8 alvos prioritários, em cada rotação para fornecer uma solução de defesa ou ataque mais efetiva.
Além deste sensor, há um sistema multisensor RTS-6400 que é composto por um pequeno radar monopulso que opera na banda X e que consegue um alcance de detecção de 60 km. O sistema possui, ainda, uma câmera de imagem termal e um telémetro a laser. Este sistema pode operar bem mesmo em um ambiente de pesada guerra eletrônica.
Um sonar de casco Thales UMS-4132 Kingklip também equipa o navio para buscas anti submarino. Vale a pena lembrar aqui, que dado a modularidade do projeto, outros radares e sonares podem ser instalados.
Acima: O radar Thales MRR 3 D é o principal sensor de longo alcance da fragata Valour.
Com um custo de U$  327 milhões por unidade, a fragata da classe Valour é um navio moderno, com sistemas eletrônicos mais simples, mas que dão a marinha sul africana uma capacidade moderna de defesa naval minima para a atribuição daquela força armada. A Argélia, uma nação com uma investimento em defesa relativamente pesado quando comparado com os padrões africanos, encomendou uma versão do projeto MEKO 200, porém, com armamento de tubo mais pesado. Na verdade trata-se de um navio da classe Valour, com canhão de 127 mm no lugar do de 76 mm usado no navio sul africano e um armamento anti navio absurdamente mais pesado com 16 mísseis  RBS 15 Mk3.
Acima: O projeto MEKO 200 é ideal para equipar marinhas com baixo orçamento disponível, mas que ainda trabalhem para ter um meio de combate crível.



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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL!!!!!!


Olá amigos!
O WARFARE deseja a vocês leitores, editores e colaboradores, enfim, todas as pessoas que participam deste projeto trabalhoso, porém gratificante, um natal maravilhoso e um feliz 2017!
E aguardem. O WARFARE continuará a trazer artigos descritivos de sistemas de armas para proporcionar conhecimento e valorização da cultura militar neste novo ano.

Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ROCKWELL B-1B LANCER. O longo braço estratégico da América

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,90 (1150 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1,25 (1335 km/h)
Alcance: 9400 km.
Teto de serviço: 18000 m.
Propulsão: 4 motores General Electric F-101-GE-102 com 13692 kg de empuxo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 44,5 m
Envergadura: 41,8 m (asas abertas), 24,1 m (asas enflechadas)
Altura: 10,4 m
Peso: 87100 kg (vazio) e 216400 kg (com máxima carga)
ARMAMENTO
23000 kg em armamento externo, mais 34000 kg de armas em 3 compartimentos internos. As armas integradas são as bombas guiadas por GPS GBU-30/31/32/37 JDAM, Bomba AGM-154 JSOW, Bomba nuclear B-61, Bomba AGM-158 JASSM, Bomba de fragmentação CBU 87/89/97/103/104/105 e todas as bombas convencionais da família MK.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A história sobre o bombardeiro B-1 é bem complicada e pode-se dizer que o modelo é um verdadeiro sobrevivente de diversos fatores que quase cancelaram o seu desenvolvimento. O B-1 foi pensado para ser um bombardeiro supersônico capaz de atingir a velocidade de mach 2 em altas altitudes e que fosse capaz de penetrar em território soviético que era pesadamente bem defendido que já havia demonstrado, na pratica, a sua eficiência de seus sistemas antiaéreos derrubando um jato de espionagem U-2 do famoso piloto Francis Gary Powers. Antes do B-1, na década de 50, os Estados Unidos estavam desenvolvendo o incrível bombardeiro North American XB-70 Valkyrie, capaz de voar a mach 3.1 (3309 km/h) em altas altitudes, porém com o evidente avanço dos mísseis anti aéreos (SAM) soviéticos esse avião não poderia sobreviver em uma missão de ataque de penetração sobre o território soviético e em 1961 o programa foi cancelado, porém existia a necessidade de um bombardeiro que conseguisse executar a incursão em território soviético sem ser abatido e a partir daí, surgiu, em 1965, o programa AMSA (aeronave estratégica avançada) que a partir de 1969 acabou sendo renomeado de B-1. A empresa Rockwell ganhou o contrato para seu desenvolvimento.
O B-1 apresentou uma aparência bastante marcante, com asas com enflechamento variável que se fechavam em velocidades supersônicas para diminuir sua resistência aerodinâmica, além de seus motores estarem montados abaixo na fuselagem ao estilo concorde. Era claro que se tratava de uma aeronave complexa demais além de cara. Mesmo assim, com os elevadíssimos custos deste programa e a possibilidade de se desenvolver um bombardeiro furtivo, usando a nova tecnologia que estava em testes no jato Have Blue, que resultaria no avião de ataque F-117 Nighthawk, e que geraria o bombardeiro B-2 Spirit mais tarde, o projeto do B-1 foi cancelado pelo governo norte americano em 1977. A USAF (força aérea dos Estados Unidos) manteve os testes e avaliações do B-1, mesmo com o programa, oficialmente, engavetado.
Acima: O complexo protótipo do bombardeiro XB-70 Valkyrie foi cancelado quando os soviéticos demonstraram sua capacidade de destruir aeronaves rápidas em voo em altas altitudes, abrindo caminho para a concepção do bombardeiro B-1.
Em 1981 o presidente Ronald Reagan reabriu o desenvolvimento do B-1 porém foi exigido que o avião fosse extensivamente modificado para atingir novos requisitos que culminaram com uma nova versão do avião chamada B-1B, entrando em serviço em setembro de 1986. Um dos requisitos era que o avião fosse muito difícil de ser detectado pelos radares inimigos, sendo que o resultado desse desenvolvimento foi que o B-1B tem apenas 10% do RCS (sessão cruzada de radar) do seu antecessor, o B-52. As modificações nas entradas de ar do avião assim como outras fizeram que a velocidade máxima caísse de 2300 km/h para 1335 km/h em altas altitudes, e a velocidade máxima em baixa altitude aumentou de 960 km/h para 1040 km/h, mostrando que o avião foi otimizado para penetração a baixa altitude, já que a grandes, ele se tornaria um alvo fácil para a poderosa defesa aérea soviética. A propulsão do B-1B é fornecido por 4 poderosos motores General Electric F-101-GE-102 com 13692 kg de empuxo cada. O alcance do B-1B, chega a 9400 km, dando capacidade de infringir ataques contra alvos em qualquer parte do mundo.
Acima: Propulsado por 4 potentes motores turbofans General Electric F-101-GE-102 que fornecem 13692 kg de empuxo, com pós combustores ligados, cada um.
Após a guerra fria, o B-1B passou por uma nova modernização que o transformou de um bombardeiro nuclear especializado, para um bombardeiro capaz de executar ataques convencionais, tornando seu uso mais flexível e útil para a USAF, que não tinha mais um inimigo que justificasse um bombardeiro exclusivamente para ataques nucleares. Já nesse ponto a Rockwell, fabricante do B-1, vinha tendo diversos problemas financeiros e acabou sendo vendida para a Boeing em dezembro de 1996, passando a responsabilidade das futuras modernizações e desenvolvimentos para o famoso fabricante do B-52.
O B-1B é uma aeronave difícil e cara de manter, só sendo possível seu uso pela força aérea dos Estados Unidos que é generosamente contemplada com altos orçamentos anuais. Mesmo assim, deve-se observar que o B-1B é o avião com maior capacidade de carga bélica do arsenal norte americano, podendo transportar até 34000 kg de bombas ou mísseis internamente mais 23000 kg de armas externamente, o que lhe capacita a causar um sério estrago no inimigo. O B-1B pode transportar, atualmente, praticamente todas os modelos e tipos de bombas do arsenal norte americano, sendo que as ultimas armas guiadas por GPS como as bombas da família JDAM e JSOW permitiram um aumento radical da letalidade e eficácia do B-1B. Com essas armas, o B-1B faz, sozinho, o serviço de um esquadrão de caças F-16. Também fazem parte do arsenal do B-1B, bombas de fragmentação como as CBU 87/ 89 e 97 capazes de, individualmente, espalhar centenas de pequenas granadas ou minas em uma extensa área, saturando o campo de batalha.
Além dessas armas convencionais, o B-1B pode, tecnicamente, transportar a bomba nuclear B-61 com rendimento de até 340 kt, em sua mais recente versão, a Mod-7. Ao todo podem ser transportadas 16 bombas nucleares desse tipo, porém, devido a um tratado de limitação de armas nucleares assinado com os russos.
Acima: Nesta foto, o poder de fogo do B-1B mostra a 'semeadura" de dezenas de bombas MK-82 Snakeye, de alto arrasto e com 227 kg.
O radar do B-1B é um Northrop Grumman APQ-164 com capacidade multímodo de varredura eletrônica que fornece mapeamento do terreno com alta resolução e permite, modo de seguimento do terreno, dados de velocidade e posicionamento além de informações meteorológicas.
Um fato interessante sobre o B-1B é que ele possui uma suíte de guerra eletrônica extremamente avançada que lhe permite uma alta imunidade contra sistemas de defesa antiaérea. Essa suíte é o sistema EDO Corporation AN/ ALQ-161, que produz interferências contra os radares inimigos e atua de forma integrada ao lançador de iscas infravermelhas (IR) AN/ALE-49 que representa o maior sistema de lançamento de iscas IR instalados num avião, atualmente. Para despistar mísseis guiados por radar, o B-1B usa o sistema AN/ALE-50 Towed Decoy System que lança iscas magnéticas shaff que embaralham o radar do míssil impossibilitando a ele distinguir o que é o avião alvo dos outros ecos radar produzido pelas iscas. O sistema de alerta de radar (RWR) AN/ALR-56 alerta ao piloto quando o B-1B foi rastreado por algum radar hostil permitindo que o piloto e o navegador tomem as medidas necessárias para se evadir de um ataque. Depois de uma modernização efetuada em 2009, o B-1B recebeu a integração do pod designador de alvos Sniper que integra um sistema FLIR e um iluminador a laser que fornece a capacidade de atacar com precisão alvos em movimento. Esse recurso permite ao B-1B operar como uma plataforma de apoio aéreo sobre o campo de batalha, flexibilizado seu emprego.
Acima: Atualizado, o atual cockpit do B-1B recebeu 4 telas multifuncionais que substituíram muitos os instrumentos analógicos originalmente instalados na aeronave. A tripulação de um B-1B é composta por piloto, copiloto, operador de sistemas defensivos e operador de sistemas ofensivos.
Hoje com 62 unidades em serviço, de 100 produzidas o B-1B responde por uma importante parcela na responsabilidade da dissuasão estratégia norte americana. O programa de desenvolvimento de um novo bombardeiro chamado de LRSP (Long Range Strike Plataform), em que diversas propostas foram estudadas, a Boeing ofereceu uma versão muito modernizado do B-1, chamada de B-1R que possui sistemas aviônicos muito mais avançados, incluindo um novo radar e até capacidade de lançar misseis ar ar para auto defesa, além de ter a velocidade máxima aumentada para mach 2.2. Porém essa proposta nunca saiu do papel pois os requisitos deste novo bombardeiro mudaram e hoje teve escolhida uma aeronave subsônica stealth batizada de B-21 Raider que será fabricado pela Northrop Grumman e deverá entrar em serviço em meados da década de 20.
Acima: As asas de enflechamento variável são uma das características que chamam a atenção no projeto do B-1B.

Acima: Os pilotos do B-1B entram na aeronave por uma escada retrátil abaixo da fuselagem, logo atrás do trem de aterrissagem frontal.


VÍDEO


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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

terça-feira, 29 de novembro de 2016

CLASSE CHARLES DE GAULLE. O primeiro porta aviões nuclear da França.


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 261,5 m.
Calado: 9,43 m.
Boca: 64,36 m.
Deslocamento: 42500 toneladas.
Propulsão: Nuclear, com dois reatores nucleares PWR K15 mais duas turbinas a vapor fornecida pela Alston e 4 motores a diesel com 80000 hp de potência combinada.
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Autonomia: Reabastecido a cada 20 anos
Sensores: Radar de busca aérea tridimensional Thales DRBJ 11B com 305 km de alcance; Radar de médio alcance DRBV 26D Júpiter; Radar de controle de fogo Thonson CSF 3D Arabel; Radar de busca de superfície Thales DRBV 15C Sea Tiger MK 2 com 100 Km de alcance.
Armamento: SAM: 4 lançadores Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15; 2 lançadores de mísseis SAM de curto alcance Sadral, para mísseis Mistral, com 6 mísseis cada. 8 Canhões GIAT 20F2 de 20 mm.
Aviação: Até 40 aviões, sendo 3 Northrop Grumman E-2C Hawkeye, Helicópteros NH-90, e cerca de 30 caças Rafales.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Este projeto é interessante, pois apresentou algumas características indesejáveis como uma frequência elevada de defeitos durantes seu teste no mar entre 1999 e 2001, e um elevadíssimo custo operacional. Os Franceses precisavam de um porta aviões novo para substituir os cansados porta aviões da classe Clemenceau, que não tinham o tamanho ideal, nem potencia adequada em suas catapultas para operar o novo caça naval francês, o Rafale. Para isso o governo francês decidiu que deveria construir uma nova classe de porta aviões, que usasse propulsão nuclear para permitir uma autonomia muito maior que a dos porta aviões que seria substituídos por ele. Todavia, diversos problemas ocorreram, desde relacionados com o desenho do navio, até problemas ligados a confiabilidade do reator nuclear que impulsiona o navio. Hoje, depois destes problemas terem sido resolvidos, ainda um permanece: O custo elevado para operar um navio nuclear levou a marinha da França a considerar construir um novo porta aviões, em conjunto com a Inglaterra, que era conhecido como CVF, e que teria propulsão convencional, porém, problemas financeiros graves, levaram os franceses a cancelarem o projeto em 2013.
Acima: A marinha francesa precisou de um porta aviões mais capaz para operar os caças Rafales, que na época de sua incorporação, também era um novo caça. O Charles de Gaulle substituiu os dois antigos porta aviões da classe Clemenceau.
O Charles de Gaulle pode  operar 40 aeronaves que hoje são representadas por 34 caças Rafale M, 3 aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) E-2C Hawkeye, além de helicópteros de apoio AS-565 Panther e H-225M Caracal. Esse equipamento torna o Charles de Gaulle, um dos mais bem equipados porta aviões do mundo, sendo inferior, apenas, aos super porta aviões americanos. As duas catapultas C13, de fabricação norte americana, usadas neste navio podem lançar 2 aviões por minuto, podendo colocar uma força respeitável no ar, em pouco tempo.
Embora os aviões de combate de um porta aviões sejam a principal linha de defesa, o Charles de Gaulle possui uma peculiaridade que é seu armamento orgânico relativamente pesado quando comparado com os navios do mesmo tipo ocidentais. O navio está equipado com 4 lançadores verticais Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15, com um alcance de 30 Km, e com guiagem inercial, atualização por data link e radar ativo no final do engajamento. Além desse excelente sistema. Estão instalados, 2 lançadores Sadral com 6 mísseis Mistral cada. Este míssil tem um pequeno alcance de 4 km e usa a guiagem por infravermelho.
Estão instalados, também, 8 canhões automáticos de 20 mm da GIAT modelo 20F2, que disparam 720 tiros por minuto, e os projéteis alcançam 8 km.
Acima: Uma das aeronaves utilizada no Charles de Gaulle é o eficiente Grumman E-2C Hawkeye, de alerta aéreo antecipado, também usado pela marinha dos Estados Unidos.
O sistema de gerenciamento de combate Senit consegue rastrear 2000 alvos no campo de batalha, e é apoiado por um sistema de controle de armas Vigy 105 que são direcionadores optronicos fornecidos pela empresa Sagem. Este sistema permite a detecção de alvos numa distancia máxima de 27 km de forma passiva e imune a interferência. Em fevereiro de 2004, a empresa francesa Thales forneceu  o sistema de comando e controle chamado Sytex, e que será incorporado, não só no Charles de Gaulle, como em outros navios de guerra da frota francesa.
O sistema de radar é composto por um radar tridimensional Thales DRBJ 11B de busca aérea de longo alcance com 305 km de alcance, radar de busca aérea de longo alcance Thales DRBV 26D Júpiter, com o mesmo alcance do radar tridimensional (305 km), e um radar de busca de superfície e aérea Thales DRBV 15C Sea Tiger Mark 2 com 74 km de alcance. O radar de controle de tiro é o Thonson CSF Arabel 3 D, com 150 km de alcance, que é usado para fornecer informações do alvo para o sistema de mísseis antiaéreo Áster 15.
Acima: No começo do serviço operacional do Charles de Gaulle, a ala aérea utilizou aeronaves de combate Dassault Super Etendard modernizados, porém, atualmente, o Rafale assumiu as missões de combate embarcadas.
Como dito no início desta matéria, o Charles de Gaulle,  é um porta aviões nuclear, e ele usa dois reatores nucleares PWR K15, que o permitem, esta embarcação de 42500 toneladas de deslocamento, alcançar 26 nós (50 km/h) de velocidade máxima. A autonomia do sistema, é de 20 anos de operações continuas com o navio à 50 km/h.  Os mantimentos de comida da tripulação permitem ao navio operar sem reabastecimento por 45 dias. Um outro item interessante, é o sistema estabilizador Satrap, que promove uma estabilização executada por um computador e que mantêm o navio em uma situação horizontal com variação de 0.5º, permitindo, assim, operar os aviões em situações de mar agitado.
A marinha francesa é, tradicionalmente, uma das maiores do mundo. Dado à influência política que a França exerce sobre muitos países, notadamente do continente africano, assim como seu compromisso junto da OTAN (tratado do Atlântico Norte), sua marinha deverá continuar forte, porém, com problemas orçamentários, ela ainda poderá contar apenas com um porta aviões por um bom tempo.

Acima: O Charles de Gaulle é a capitânia da poderosa marinha francesa atualmente.

VÍDEO


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terça-feira, 22 de novembro de 2016

ALMAZ-ANTEY TOR M-1/M-2. Mais um guarda chuva antiaéreo da Rússia

FICHA TÉCNICA
Motor: Propelente sólido com 2 estágios.
Velocidade: 3060 km/h
Alcance: 12 Km.
Altitude: 6000 metros..
Comprimento: 2,9 m.
Peso: 167 kg.
Ogiva: 15 kg de fragmentação e alto explosivo acionada por espoleta de proximidade.
Lançadores: Veiculos blindado 9A330, 9A331 e MZKT-6922 6x6
Guiagem: Comando de radio.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
Mísseis antiaéreos de curto alcance costumam ser “vitimas” de preconceito, por não ter aquela mística do míssil que derruba o avião a longas distancias e que torna inviável um ataque aéreo do inimigo. Fora isso, podemos ver que muitos mísseis de curto alcance antigos não podem ser considerados um “sucesso total”, dado a baixa capacidade de enfrentar aeronaves de alto desempenho voando baixo. A história dos mísseis de curto alcance foi mudada em 1991 quando entrou em serviço a versão M do TOR, que incorporou muitas melhorias que acarretaram num aumento da precisão do sistema para índices inéditos nessa categoria de arma.
Acima: O sistema TOR M-1 representa um salta importante na qualidade e capacidade de sistemas de defesa antiaérea de curto alcance.
A industria Almaz - Antey, construtora de famosos mísseis como o S-300 PMU, lançou no mercado internacional um sistema antiaéreo contra alvos de baixa é médias altitudes e curto alcance com alta tecnologia e avançadas capacidades de interceptação, em qualquer tempo ou condição atmosférica. Como muitos dos sistemas modernos de defesa antiaérea russa, o TOR M-1 é móvel e independente, graças a um esquema composto por veículos lançadores já equipados com radar. O veiculo lançador utilizado pelo sistema TOR M-1 é o 9A331, baseado no veículo GM-355M (um veículo blindado transportador de tropas), que tem uma autonomia de 500 km e pode desenvolver uma velocidade máxima de 65 km/ h em estradas. O 9A331 é preparado para operar em ambientes NBC (nuclear bacteriológico e químico).
Acima: O veículo nos sistema TOR M-1 é o GM-355M, bastante usado pelas forças armadas russas em diversos sistemas de armas.
O míssil usado é o 9M330, conhecido como SA-15 Gauntlet, dentro da nomenclatura da OTAN. Trata-se de um míssil de curto alcance montado em duas caixas de lançamento vertical com 4 mísseis cada. Essa configuração permite engajar alvos em qualquer quadrante sem ter que apontar o lançador para um lado específico garantindo maior agilidade no engajamento. O SA-15 tem um alcance mínimo de 1,5 km e um alcance máximo de 12 km. Sua velocidade máxima é de 3000 km/h e o míssil é capaz de manobrar a 30 Gs, podendo engajar alvos que estejam voando a uma velocidade de 2520 km/h e manobrando a manobras de 10 Gs. A guiagem do míssil é feita por comando de rádio apoiado pelos sistemas de radares do lançador. A probabilidade de acerto (PK) do míssil é de 0.95 contra aeronaves e de 0.60 a 0.90 contra mísseis de cruzeiro.
Acima: O míssil 9M330 é lançado por verticalmente, acelerado por um booster. Logo na sequencia, o míssil se posiciona para a direção onde o alvo está e ele aciona seu próprio motor para acelerar até o alvo.
O sistema é operado por 3 tripulantes que são o motorista, o comandante e o operador de sistemas, num padrão similar ao encontrado em equipamentos mais antigos como o sistema SA-6 Gainful e o sistema ZSU-23-4 Shilka. Essa característica é muito positiva, pois o sistema é operado por um numero reduzido de pessoas facilitando a formação de tripulação.
Como dito anteriormente, o sistema TOR M-1 é autônomo e assim pode operar sozinho, porém ele pode ser conectado a uma rede integrada de defesa aérea para cobrir uma grande aérea. No veículo 9A331 estão instalados 2 radares dentro de um sistema chamado “Scrum Half”, sendo que uma das antenas é do tipo tridimensional, de varredura mecânica, cujo alcance de busca é de 25 km e capacidade de detectar até 48 alvos e mostrar os 10 alvos mais perigosos através de parâmetros programados no computador de tiro do sistema. A outra antena é de escaneamento eletrônico passivo e é usada para rastrear os alvos durante o engajamento, tendo um alcance de 15 km. Esta é a antena que fornece os dados para a guiagem do míssil. Um sistema IFF (identificação amigo inimigo) já está integrado para evitar disparar contra aeronaves aliadas.  Esse sistema permite o ataque simultâneo contra 2 alvos que estejam sob proteção de ECM (contra medidas eletrônicas) e em qualquer condição de tempo.
Acima: As antenas de radar do sistema Scrum Half montado sobre o TOR M-1/ M-2 se mantém dobradas quando o veículo está em deslocamento.
Como é bem comum quando tratamos de sistemas de armas de origem russa, o TOR passou por algumas atualizações. Embora o sistema M-1 continue ainda em produção, a Almaz Antey produz a versão TOR M-2 que recebeu melhorias no seu sistema de radar e sistema de controle de fogo, que agora passa a poder engajar até 4 alvos simultaneamente. Existe uma versão para exportação chamada TOR M2E, que usa um veículo sobre rodas MZKT-69222 com tração 6X6.
Atualmente o sistema TOR M-1 está em uso pela Rússia, Irã, Grécia, China, Bielorrússia, Egito, Chipre e Venezuela. Este ultimo país passou por um profundo programa de reequipamento que colocou a defesa antiaérea da Venezuela na primeira posição na escala das melhores defesas aérea do continente.
Acima: A versão TOR M2E usa uma viatura sobre rodas MZKT-69222. Esta versão conta ainda, com um sistema eletro-óptico de apoio ao sistema de radar para designar o alvo.

VÍDEO


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sábado, 19 de novembro de 2016

Blindados policiais no Brasil: junto às novidades, os problemas


Matéria publicada no site Tecnologia e defesa, de autoria de Paulo Bastos.
Leitura altamente recomendada. Clique na foto para redirecionamento para a matéria.


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

SUKHOI SU-34 FULLBACK. O bico de pato no ataque.

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,9 (1150 km/h).
Velocidade máxima: Mach 1,85 (1962 km/h).
Razão de subida: 9000 m/min
Potência: 0,78.
Carga de asa: 114,23 ft/lb²
Fator de carga: 7 Gs
Taxa de giro instantânea: 21º/s
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 15000 m.
Raio de ação/ alcance: 1100 km/ 4000 km
Alcance do radar: Radar Leninets V-004 com 90 km contra alvos aéreos com 5m2 e 150 km contra alvos de superfície.
Empuxo: 2 X NPO Saturn AL-31F com 12800 kg de empuxo cada
DIMENSÕES
Comprimento: 23,34 m
Envergadura: 14,7 m
Altura: 6,09 m
Peso: 39000 kg.
Combustível Interno: 12100 kg.
ARMAMENTO
Capacidade de 8000 kg de armamento em seus 12 pontos fixos
Ar Ar: Míssil R-73 Archer, missil R-27 Alamo, Missil R-77 Adder
Ar Terra: Míssil Kh-59, Míssil Kh-29, missil Kh-31, missil Kh-29, Bombas guiadas Kab (todas as versões), Bombas convencionais FAB (todas as versões)
Interno: Canhão GSH-30 de 30 mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A força aérea russa precisava de um novo caça bombardeiro que substituísse seus aviões de ataque e bombardeiro de profundidade de 3º geração como o Mig-27 Flogger e o Su-24 Fencer, e começou a estudar um novo avião para essa tarefa em meados da década de 80. Esses estudos levaram a conclusão de que o bem sucedido caça Sukhoi Su-27 Flanker poderia servir de base para essa nova aeronave, devido ao Flanker apresentar elevada capacidade de carga associada a uma autonomia de voo espetacular.
Porém as características do tipo de missão que esta nova aeronave cumpriria exigiram algumas mudanças no Flanker original para poder tornar mais eficiente a execução dessas tarefas. O desenho da fuselagem do Su-34 segue o mesmo layout do Su-35-1 Super Flanker, com asas, tailerons e canard moveis ativos, porém a superfície vertical foi diminuída e a cabine amplamente modificada para posicionar os dois tripulantes lado a lado, no mesmo esquema visto no Su-24 Fencer e no F-111 Aardvark. O formato do cone do Su-34 é extremamente delgado se assemelhando a o bico de um pato que acabou se tornando uma marca registrada do modelo.
Acima: Com seu "bico de pato", o Su-34 é uma aeronave facilmente reconhecível. 

Esse desenho diferenciado, associado ao uso de materiais absorventes de radar, permitiu uma pequena diminuição da reflexão de radar e ainda comporta melhor o potente radar de abertura sintética Leninets V-004 que fornece dados como mapa de alta resolução do terreno para permitir voos à baixa altitude e em alta velocidade seguindo o contorno do terreno de forma automática evitando, assim a cobertura de radar inimiga. Esse radar permite, ainda, ser operado em missões anti-submarino pois é capaz de detectar as ondas geradas por um submarino. No modo ar ar, o alcance deste radar é de 250 km. Alvos aéreos do tamanho de caças (5m2) podem ser detectados a 90 km.
O sistema para designação de alvos para ataques a alvos de superfície é feito pelo sistema UOMZ Platan composto por um iluminador a laser e um sistema de TV. este sistema fica embutido abaixo da parte frontal da aeronave e só é exposto quando for ser usado.
A suite de guerra eletrônica defensiva é o KNIRTI Khibiny M que é composto por um interferidor L-175V,  um sistema de alerta de aproximação de mísseis (MAWS), dispensadores de iscas eletromagnéticas e de infravermelho Chaff/ Flares e um sistema de inteligencia eletrônica para identificação e catalogação de sinais eletrônicos e comunicação.
O Su-34 está equipado com um sistema de intercambio de dados datalink TKS-2 que lhe permite operar em rede com outras aeronaves e veículos de superfície recebendo e transmitindo dados de seus sensores.
Acima: O principal sensor usado no Su-34 é seu radar de escaneio eletrônico passivo Lelinets V-004, capaz de varredura aérea, de superfície e de mapeamento de terreno.

O Su-34 Fullback é classificado como um "caça bombardeiro", porque pode, efetivamente ser empregado contra aeronaves inimigas, graças a seu armamento ar ar de curto e médio alcance, além de sua boa agilidade, porém, a força aérea russa o emprega, fundamentalmente em bombardeio.
O armamento do Su-34 é bastante pesado. Certamente que ele é capaz de destruir muitos alvos em uma única surtida, mesmo que isso seja feito sozinho. Ao todo há 12 pontos fixos para cargas externas nas asas e fuselagem do Su-34 que são capazes de transportar até 8000 kg de armamento variado entre mísseis, foguetes e bombas. Pode-se lançar misseis Vympel Kh-29 Kedge, que dependendo da versão pode atacar radares, alvos moveis como tanques inimigos ou, ainda, edificações reforçada. O Kh-29 tem alcance que vai de 10 km até 30 km dependendo da versão. Sua guiagem pode ser feita por laser semi ativo, ou TV, também dependendo da versão; O grande míssil Kh-59MK Kingbolt, derivado do antigo Kh-59M, que tem um alcance de 285 km, com guiagem por TV. Existem duas ogivas possíveis, sendo uma de 320 kg de explosivos para penetração em alvos reforçados ou ogiva de fragmentação com 280 kg.
Outro míssil que o Su-34 está qualificado para lançar é o Kh-31 Kripton em todas as suas versões. Este míssil pode ser usado em missões anti-radar (Kh-31P) com 110 km de alcance máximo, ou em missões anti-navio (Kh-31 A) com alcance de 103 km.
O novo míssil ar superfície Kh-38 com alcance de 40 km, e com diversas versões de tipo de guiagem, podendo ser por radar ativo, laser, satélite ou infravermelho, faz parte do arsenal do Su-34. O objetivo deste armamento é a destruição de alvos fixos, inclusive os reforçados.
Lançadores de foguetes, muito comuns em todas as aeronaves de ataque táticas russas como o S-8, S-13 e S-25, também fazem parte das armas disponíveis para o Fullback.
No arsenal do Su-34, há ainda bombas burras e bombas guiadas como a Kab-250 L, Kab-500S e sua variante mais pesada a Kab-1500s, com guiagem por satélite (GPS, ou no caso, russo GLONASS), com alcance similar a JDAM americana (50-70km). Os testes começaram em 1999. A bomba é compatível com o sistema GPS americano.
Por ultimo, o Su-34 está armado com um canhão interno GSH-30, de 30 mm, com cadencia de tiro de 1800 tiros por minuto. A quantidade de munições do canhão é 150 projéteis.
Acima: O Su-34 tem capacidade de atacar alvos de superfície, além de destruir alvos aéreos. Nesta foto podemos ver o armamento composto por dois mísseis ar ar R-73 na ponta das asas, dois mísseis R-27ER sob as asas, e dois mísseis anti radar KH-31P. 

O Su-34 é propulsado por dois motores NPO Saturn AL-31FM que proporciona um empuxo de 12800 kg quando em uso do pós-combustor. Este motor é uma versão melhorada do AL-31 usado nos caças da família Flanker. Essa motorização compensa, um pouco, o aumento de peso que o modelo Su-34 incorpora sobre o Su-27, porém, sua relação empuxo peso fica em 0,78, consideravelmente menor que a dos modelos multifunção da família Flanker que conseguem atingir a unidade (1,0). Porém, de qualquer forma, o Su-34 foi projetado para ataques de profundidade, atingindo alvos em um  raio de combate de 1100 km de alcance, e não para ser um interceptador multifunção. Mesmo assim, sua capacidade de manobra é relativamente boa, sendo que a celula da aeronave suporta até 9 Gs em manobras, o que lhe dá condições de enfrentar em um dogfight qualquer aeronave de combate inimiga. Neste ponto, ainda saliento que o Su-34 tem uma ótima capacidade de combate ar ar BVR (além do alcance visual) com seu ótimo radar e mísseis de médio/ longo alcance R-27 e R-77.
Acima: Embora o Su-34 seja um avião de ataque, seu desempenho de voo permite engajar aeronaves em combate de curta distancia com segurança.

Uma curiosidade sobre o Su-34 é que o conforto da tripulação é único nesse tipo de avião de combate. Os tripulantes contam com um espaço para cozinhar e um banheiro dentro da grande cabine. Esses itens foram integrados ao projeto devido ao perfil da missão do Su-34 poder demorar muitas horas ininterruptas o que acarretaria em um desgaste excessivo da tripulação.
O Su-34 é um bombardeiro tático com capacidade que excedem por longa margem seu antecessor Su-24 Fencer e agrega um notável poder de ataque e interdição na força aérea russa. Seu uso contra navios de guerra é, da mesma forma, devastador dado a sua autônima que chega a 4000 km ou até 10 horas quando usando reabastecimento em voo e a seu forte arsenal. Essas capacidades todas fazem imperativo por parte de uma força inimiga neutralizar a força de Su-34 logo nas primeiras horas de guerra para evitar sofrer as consequências desastrosas que este poderoso vetor é capaz de realizar.
Atualmente a Rússia dispões de 87 aeronaves, e recentemente, no começo de 2016, a Argélia encomendou 12 aeronaves.
Acima: O cockpit do Su-34 tem 4 displays multifuncionais, seguindo a linha de aeronaves de 4º geração.


VÍDEO