sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

XI’AN HONGZHAJI H-6H/H-6K. O longo braço do dragão chinês.

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,75 (918 km/h)
Velocidade máxima: Mach 0,80 (992 km/h)
Alcance: 4300 km.
Teto de serviço: 12800 m.
Propulsão: Dois turbojatos Xi’an WP-8 (nos H-6E, H-6H e H-6M), com potência de 9.310 kg cada; dois turbojatos Soloviev D-30KP-2 redesignados como Xi’an WP-18 (nos H-6K), com potência de 12.000 kg cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 36,25 m
Envergadura: 34,19 m.
Altura: 10,36 m
Peso: 36600 kg (vazio) e 75800 kg (máximo na decolagem)
ARMAMENTO
9000 kg no compartimento interno (versão H-6E) em bombas de queda livre ou mesmo guiadas. Já na versão H-6K , 5500 kg transportados exclusivamente nos 6 pontos fixos subalares e que são compostos por mísseis de cruzeiros como o CJ-10K e o YJ-63/KD-63, Mísseis anti navio YJ-12 e CM-802.

DESCRIÇÃO
Por Sérgio Santana
Nos últimos tempos manchetes acerca da escalada de tensão entre Estados Unidos e China por conta das disputas de hegemonia motivadas pela situação de Taiwan (considerada pelo governo chinês como uma “província rebelde” e uma nação autônoma pelo Ocidente) e da soberania das águas territoriais do Mar do Sul da China (envolvendo Vietnã e Filipinas, dentre outros países) tem ocupado os noticiários internacionais, inclusive com a liderança militar em Pequim tendo anunciado que “tecnicamente já está em guerra contra os EUA”.
Isto naturalmente aumenta o interesse dos estudiosos e aficionados em temas militares, muitos dos quais já conhecem os bombardeiros estratégicos norte-americanos que provavelmente seriam empregados caso um conflito entre as duas potências seja realmente deflagrado, os Rockwell B-1B Lancer, Northrop B-2 Spirit e B-52H Stratofortress.
Entretanto, para uma boa parte dos interessados em tecnologia militar e ainda mais para o grande público, o Xi’an Hongzhaji H-6 (pronunciado “Rongjaji”, bombardeiro no idioma mandarim), a contra-parte chinesa daquelas aeronaves, permanece envolto em segredo.
Acima: Nessa foto podemos ver um bombardeiro russo Tupolev Tu-16 Badger sendo escoltado por um caça F-14ATomcat da marinha dos Estados Unidos. O Tu-16 foi a base do desenvolvimento dos bombardeiros chineses Xi'an Hongzhaji H-6.
A sua história remonta a 1956, quando a liderança soviética propôs uma força nuclear conjunta entre a China e a União Soviética, o que foi recusado pelos lideres chineses. Em lugar da proposta, em setembro de 1957, os soviéticos concordaram em estabelecer uma linha de montagem do bombardeiro médio Tupolev Tu-16 (“Badger” para a OTAN) na cidade chinesa de Harbin. Três exemplares da aeronave chegaram à China entre janeiro e maio de 1959.
Embora o primeiro exemplar do Tu-16 fabricado na China só tenha voado oficialmente pela primeira vez em 24 de janeiro de 1968, devido a contratempos políticos e à decisão de mover a linha de montagem para Xi’an, dois deles foram montados ainda em 1959 e em meio aos tradicionais testes de aceitação de fábrica, que precediam às avaliações operacionais, um daqueles bombardeiros foi equipado com um compartimento de bombas refrigerado para armas nucleares. Assim, no que foi o primeiro passo na direção do emprego do H-6 como o único vetor estratégico chinês para armas nucleares até o momento, o tipo lançou no campo de testes de Lop Nor a primeira bomba nuclear aerotransportada chinesa, designada A29-23, com potência de 22 quilotons, em 14 de maio de 1965, bem como o primeiro artefato termonuclear chinês, conhecido como H639-23, com a potência de 3.3 megatons, em 17 de junho de 1967.
Acima: O Bombardeiro H-6 foi o primeiro bombardeiro com capacidade estratégica da China. Assim foi a aeronave que participou do desenvolvimento e testes das primeiras bombas atômicas da potência asiática.

As versões nucleares do H-6
A primeira variante do H-6 destinada ao emprego de armamento nuclear foi a H-6E, equipada com navegação inercial/GPS, contramedidas eletrônicas e de apoio aperfeiçoadas, cockpit remodelado e motores mais potentes, entrando em serviço no final da década de 1980.
A década seguinte presenciou a introdução do H-6H, capaz de levar dois misseis sob as asas, mas sem armamento no compartimento de bombas ou armamento defensivo, originalmente composto por sete torretas com canhões AM-23 de 23mm.
Das versões estratégicas do H-6 a mais recente é a “K”, grandemente remodelada: o seu cockpit para três tripulantes possui seis mostradores multifuncionais, radome maior e a aeronave é propulsada por dois motores D-30KP-2, os mesmos do Ilyushin Il-76 que produzem 12000 kgf de empuxo máximo. O H-6, em qualquer uma de suas versões, não possui um alcance muito longo, como os bombardeiros estratégicos russos e norte americanos. São 4300 km de alcance de travessia. Desempenho similar a de um caça bombardeiro da família Flanker e muito menor que o de um B-52, por exemplo, que pode chegar a mais de 16000 km.
Acima: Aqui podemos ver o H-6K, a versão mais avançada do bombardeiro chinês. As entradas de ar com maiores dimensões e os seis cabides externos para mísseis caracterizam o modelo.

Aviônicos e Armamento
O H-6K possui TV/FLIR, SATCOM e datalink, MAWS e RWR. No que concerne ao armamento, o H-6E era armado com bombas nucleares de queda livre apenas, derivadas dos já mencionados artefatos lançados em testes.
O H-6H pode ser armado com dois misseis CHETA YJ-63/KD-63, considerados os primeiros misseis de cruzeiro de longo alcance chineses. A arma, que entrou em operação em 2004/2005, mede sete metros, possui altitude de lançamento entre 200 e 500 m, alcance entre 20 e 185 km, velocidade de 900 km/h, altitude de voo entre 7 e 1.000 m, com múltiplos sistemas de direcionamento conforme a fase do voo (inicialmente inercial, depois datalink de comando, seguido de GPS e por fim TV). A ogiva pesa 500kg.
O H-6K, que é a versão mais recente do H-6 não transporta armas internamente e recebeu seis pontos fixos externos subalares para misseis YJ-63/KD-63 ou CASIC CJ-10K. Este míssil, baseado no russo Kh-55, entrou em serviço em 2013 e usa navegação inercial, comparação de relevo e correlação digital de cena e mapeamento na ultima fase do voo. Mede 6.30 m, possui alcance de 2.500 km, velocidade de Mach 0.8 e ogiva de 500 kg ou nuclear de potência desconhecida, mas estimada em 200-300 quilotons. A precisão é citada como sendo dez metros.
Acima: O H-6K transporta suas armas exclusivamente em seus cabides externos, não tendo capacidade de transporte de armas internamente como nas versões inicias do H-6.

Produção
Estima-se que tenham sido produzidos pouco mais de 200 H-6 de todos os modelos, incluindo versões de guerra eletrônica e reabastecimento em voo. O único que permanece em produção é o H-6K, que foi introduzido em 2012 para uma vida operacional além do ano de 2020.
A China tem apresentado um desenvolvimento robusto e rápido de suas forças armadas e já anunciou estar desenvolvendo um novo bombardeiro estratégico que, muito provavelmente acabará por aposentar os H-6K até o final da próxima década. Contudo, vale observar que com uso de armas de longo alcance, a capacidade stand off, que é conceituada como a capacidade de um ataque ser feito longe do raio de ação das defesas inimigas, o H-6 é um vetor a ser respeitado e considerado dentro das estratégias de qualquer oponente que for enfrentar os chineses.
Acima: Aqui podemos ver um caça Su-30MKK escoltando um bombardeiro H-6. Dado a vulnerabilidade do H-6, o uso de escoltas deverá ser frequente em caso de guerra.

VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

ESPINGARDA BERETTA TX-4 STORM - Atualização blog FMJ.


O Blog FMJ (Full Metal Jacket) foi atualizado com a apresentação da moderna espingarda Beretta Tx-4 Storm. Clique na foto para ser direcionado para a matéria.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

BAE SYSTEMS AB SEP 8X8 THOR. O pioneirismo que não emplacou.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 120 Km/h.
Alcance Máximo: 600 Km.
Motor: Hibrida Diesel elétrica com 2 Motores a diesel com 270 HP.
Peso: 14,5 toneladas (vazio).
Altura: 2,2 m.
Comprimento: 6 m.
Largura: 2,8 m.
Tripulação: 4 +8 soldados equipados.
Armamento: Metralhadora FN Mag cal 7,62X51 mm, um lançador automático de granadas LAG-40 de 40 mm, ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), Canhões de 25 a 120 mm, podem ser instalados.
Trincheira: 1,8 m.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 36º.
Obstáculo vertical: 0,60 m.
Passagem de vau: 1,2 m.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Em todos os segmentos de assuntos em que nós observemos mais atentamente, acabaremos em algum momento nos deparando com alguma injustiça. As vezes, em nossos ambientes de trabalho notamos um colega que acaba demitido, mesmo sendo muito competente, por motivos que não justificariam aquele desligamento. No segmento que tratamos no WARFARE, as armas de guerra, essa triste possibilidade também tem um grande potencial de se tornar realidade. E é interessante notar que esse fato nem é assim, tão incomum. Hoje vamos tratar de um veículo de combate que se enquadra nessa situação de "injustiçado". Desenvolvido pela subsidiaria sueca da empresa BAE, conhecida por BAE Systems AB, o avançado veículo SEP 8X8 Thor foi projetado para preencher os requisitos do exército sueco para uma nova e moderna viatura de transporte de tropas que pudesse ser transportada por um cargueiro C-130 Hércules e que tivesse, também, alta mobilidade. Inicialmente o projeto trouxe um protótipo de uma viatura sobre lagartas no ano 2000. Uma variante sobre rodas foi apresentada 3 anos depois.
Acima: O projeto do Thor deriva do veículo modular SEP que, originalmente era um veículo sobre lagartas.
O Thor é o mais compacto veículo com tração 8X8  dentre os grandes players do mercado como o Piranha III e o Patria AMV, ambos já descritos aqui no WARFARE. Seu peso, 14,5 toneladas vazio, também é menor que a media dos veículos similares no mercado. Mesmo sendo mais compacto, ele preserva a capacidade de de 8 a 10 soldados transportados dependendo da versão, mais o motorista e comandante. A propulsão do Thor possui uma exclusividade. Ele é movido por dois motores Steyr M-16 com 6 cilindros 3.2 L turbodiesel que fornecem 270 Hps de força cada. Além disso há um motor elétrico que permite o Thor operar de forma silenciosa.  A autonomia desse motor elétrico não foi informado nas fontes que pesquisei, mas baseado no fato de ser uma tecnologia relativamente nova, provavelmente não deve ser muito boa. No entanto, com a propulsão diesel, o Thor tem alcance de 600 km, o que o coloca em pé de igualdade com seus similares. O Thor não é anfíbio, mas tem capacidade de passar por rios com profundidade de até  1,2 m. A suspensão do Thor é do tipo hidropneumática.
Acima: O Thor possui alta mobilidade e suas dimensões compactas facilitam seu transporte por uma aeronave C-130 Hercules.
Muito pouca informação sobre os sistemas eletrônicos foram apresentadas nas fontes disponíveis de pesquisa, porém, o Thor está equipada com câmeras que permitem uma visão em 360º em volta do veículo, para suprir a ausência de janelas. Certamente o Thor deve ter, também, periscópios para o comandante e para o artilheiro, nos exemplares que forem armados. Existe uma sistema computadorizado de diagnóstico que permite uma rápida visualização de qualquer defeito ou dano que ocorrerem no Thor.  Já, o nível de proteção para a tripulação é um dado informado com detalhes e informa que o veículo pode receber blindagem composta por peças de cerâmica modulares que permitem parar projéteis em calibre 14,5 mm de metralhadoras pesadas, ou uma blindagem mais robusta que segure impactos de munição de 30 mm de canhões automáticos. Ainda é possível instalar blindagem reativa que já demonstrou em um teste, aguentar dois impactos de granadas RPG-7 sem causar danos significativos e mantendo o habitáculo onde os soldados são transportados intacto. Um detalhe curioso é que é possível o cliente optar pela proteção NBQ (nuclear, Bacteriológica e Química), sendo que esta proteção não vem de série.
Acima: O habitáculo onde a tropa fica é protegido por uma blindagem modular que pode suportar tiros de munições calibre 14,5 mm até 30 mm dependendo da configuração adotada pelo operador.
Graças a modularidade do projeto, as opções de armamentos para serem instaladas no Thor são bem variadas. Pode ser instalado torres remotamente controladas com metralhadoras de uso geral em calibre 7,62 mm, ou uma metralhadora pesada em calibre 12,7 mm. Alternativamente, um lançador automático de granadas em calibre 40 mm pode tomar o lugar destas metralhadoras. Uma torre com canhão em calibre 25 mm, ou mesmo um pesado canhão de 120 mm podem ser instalados.  Morteiros de 81 e 120 mm também fazem parte das opções de se armar o Thor. Ao todo, sua modularidade permite 40 configurações diferentes de missão para esta moderna viatura.
Com seu pioneirismo, com possibilidade de usar um motor elétrico para se mover silenciosamente, alta proteção blindada e grande modularidade, é frustrante para seus projetistas não terem conseguido vender este bom veículo a nenhuma força armada. Além da Suécia, a Inglaterra chegou a ser sondada sobre uma possível venda para o exército daquela nação, sem conseguir emplacar uma encomenda.

Acima: Aqui podemos perceber uma torre remotamente controlada, equipada com uma metralhadora pesada M-2HB em calibre 12,7 mm (.50) instalada no topo da viatura Thor. Armamentos ainda mais pesados como canhões de 25 mm e morteiros podem tomar lugar dessa configuração.

Acima: Essa mancha escura na parte lateral traseira do Thor é o resultado da detonação de duas celulas de proteção reativa ao sei impactada por dois foguetes RPG 7. É claro a ausência de danos significativos na estrutura da viatura.

Acima: A tropa desembarca do Thor pela traseira, seguindo o padrão em veículos do mesmo tipo projetados no ocidente.

VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.

domingo, 29 de janeiro de 2017

CLASSE SOVREMENNY/ PROJECT 956 SARYCH. O grande destróier lança mísseis da Marinha Russa e chinesa.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier.
Tripulação: 344 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 1980.
Deslocamento: 7940 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 156,5 mts.
Calado:  6,5 mts.
Boca:  17,3 mts.
Propulsão:  2 turbinas a vapor GTZA-674 que juntas produzem 99500 hp que movem dois eixos com hélices de 4 pás.
Velocidade máxima: 33 nós (61 km/h)
Alcance: 26000 Km (em velocidade de cruzeiro econômica: 14 nós)
Sensores:  Radar de busca aérea: MR-760 Top Plate 3D; Radar busca de superfície: MR 212 Palm Frond; Radar de controle de fogo: MR-90 Front Dome. Sonar MGK-355 Platina montado no casco.
Armamento: AAW: 2 lançadores de mísseis 3S90M Shtil (SA-N-12 Grizzly) ; 4 canhões antiaéreos AK-630 de 6 canos de 30 mm; 2 canhões duplos AK-130-MR-184 de 130 mm; SSW: 2 lançadores quádruplos para mísseis  P270 Moskits  (SS-N-22 Sunburn); ASW: 2 lançadores de torpedos pesados de 533 mm; 2 lançadores de foguetes RBU-1000
Aeronaves: Um Ka-27 Helix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O destróier classe Sovremenny, desenvolvido na Rússia, é um poderoso navio construído para complementar os destróieres anti-submarino da classe Udaloy, já descritos no WARFARE. Para essa tarefa, os navios da classe Sovremenny foram pesadamente armados para lidar com todas os ameaças possíveis do combate naval. Para combate anti-navio, estão instalados dois lançadores de 4 células de mísseis Raduga P-270 Moskit, denominados SS-N-22 Sunburn pela OTAN. Este míssil é um dos mais poderosos armamento anti-navio já construído. Com quase 10 metros de comprimento, este míssil tem quase o tamanho de um pequeno caça e voa em perfil “sea skimming” ou “rente ao mar” em velocidade supersônica alta (cerca de 3200 km/h), o que já lhe confere uma potente transferência de energia cinética quando impacta em um casco de navio, transportando uma ogiva de 300 kg de alto explosivo capaz de partir no meio qualquer navio do tamanho de um cruzador,  ou pode, ainda, ser armado com uma ogiva nuclear de 200 Kt, que poderia incinerar um grupo de batalha naval de uma vez. O alcance deste poderosíssimo míssil pode chegar a 120 km, quando disparado de superfície. Digo isso, porque este míssil é lançável de aviões, também, o que lhe confere um alcance de 250 km. Esse espaço que usei para descrever esta arma sem paralelo no ocidente, foi importante, pois é uma arma que “estigmatiza” este navio como um “matador” de navios.
Acima: O Potente míssil P-270 Moskit representa o martelo de batalha dos destróieres da classe Sovremenny. Mesmo sua versão com ogiva convencional é capaz de por a pique os maiores navios de guerra, com exceção dos porta aviões.
Para defesa antiaérea o Sovremenny é armado com  dois  lançadores de mísseis 3S90M Shtil (SA-N-12 Grizzly), que é a versão naval do míssil BUK-M-3, com um alcance de 70 Km. O Sovremenny carrega 48 mísseis 3S90M de recarga para esses dois lançadores. Dois canhões duplos AK-130-MR-184 de 130 mm com capacidade anti-superfície e antiaérea estão montados a frente e a traseira do Sovremenny, que transporta 2000 munições de capacidade.
Para defesa de ponto, estão instalados 4 canhões de 6 canos rotativos AK-630 de 30 mm e com uma cadência de tiro da ordem de 6000 tiros por minuto. São transportados pelo navio 8000 cartuchos de 30 mm para alimentar estes canhões.
Para guerra anti-submarino são transportados dois lançadores duplos para torpedos pesados de 533 mm e dois lançadores de seis tubos para foguetes anti-submarinos RBU-1000 com 120 foguetes de recarga e 12 para pronto emprego. Um helicóptero anti-submarino Ka-27 é transportado também. Graças ao armamento que havia sido planejado para este navio, o seu tamanho é grande, sendo pouco maior que o destróier americano de classe AEGIS como o Arleigh Burke, também já descrito nesse site.
Acima: O Sovremenny opera um helicóptero Ka-27 Helix para missões anti-submarino em apoio aos meios orgânicos do navio que participam desse segmento da guerra naval.
Mas todos esses “dentes” não seriam tão letais se não houvesse os sensores para serem os olhos e ouvidos do navio. Para isso, nos dois primeiros navios dessa classe, foi  instalado um radar Top Steer que faz a busca aérea e alcança 300 km. Nos navios mais recentes foi instalado um radar MR-760 Top Plate 3D, capaz de detectar uma aeronave de grande porte a 300 km e um míssil em voo rasante a 50 km, além de poder gerenciar 40 alvos simultaneamente. Para controle de fogo dos mísseis 3S90M Shtil é usado o radar  MR-90 Front Dome com 74 km de alcance. Para busca de superfície, é usado o radar MR 212 Palm Frond com um alcance de 105 km. Os navios da classe Sovremenny contam, também com um sistema de contramedidas ativas com 8 lançadores de iscas PK-10 e 2 lançadores PK-2 com 200 foguetes que lançam uma nuvem de chaff que causam desorientação nos radares de mísseis inimigos.
Acima: Embora a suite de sensores este navio seja antiga, ainda é capaz de fazer seu papel e dar a capacidade de escolta que nortearam o projeto original dos navios Project 956 (Sovremenny).
A propulsão do Sovremenny é feita por duas turbinas a vapor GTZA-674 que juntas produzem 99500 hp, e que movem dois eixos com duas hélices com 4 laminas. Esse sistema acelera o Sovremenny a uma velocidade máxima de 33 nós (61 km/h) tornando este destróier um dos mais rápidos da categoria. Sua autonomia é extremamente boa. São incríveis 26000 km, quando navegando em velocidade econômica, que nesta classe de navio significa algo em torno de 14 nós (26 km/h).
É claro que a classe Sovremenny representa um projeto com mais de 30 anos, e por isso, sua idade já pesa. Porém, dado a seu forte armamento e de se excelente desempenho marinheiro, os destróieres da classe Sovremenny ainda representam um sistema de armas que precisa ser respeitado no campo de batalha. O navio se mantém em serviço na marinha russa com 5 navios ativos de 17 unidades que um dia operou sob a bandeira da mãe Rússia, e na marinha chinesa com 4 navios.

Acima: Os navios da classe Sovremenny continuam em operação na Rússia e na China e deverão permanecer por mais alguns anos em serviço até serem substituídos por uma nova classe de navios.



VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estarão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.

domingo, 22 de janeiro de 2017

DASSAULT AVIATION MIRAGE 2000-5MK2. O ultimo representante da dinastia Mirage.

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,9 (1190 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2,2 (2350 km/h).
Razão de subida: 17100 m/min.
Potencia: 0,91 (somente com combustível interno).
Carga de asa: 69 lb/ft².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 22º/s.
Razão de rolamento: 270º/s.
Teto de serviço: 17600 m.
Raio de ação/ alcance: 1530 km (com 3 tanques externos)/ 3335 km.
Alcance do Radar: Thales RDY com 111 km (alvo de 5m² de RCS como um caça MIG-29).
Empuxo: Um motor Snecma M53-P2 com 9706 kgf com pós-combustão.
DIMENSÕES
Comprimento:14,36 m.
Envergadura: 9,13 m.
Altura: 5,2 m.
Peso vazio: 7500 Kg.
Combustível interno: 6966,60 lb.
ARMAMENTO
Mísseis Ar-Ar: Médio alcance: MBDA MICA RF / IR
Ar-Superfície:  Bombas AASM Hammer 250, BGL 1000/ 400/ 250, Bomba guiada a laser GBU-12 Paveway II
Interno: 2 canhões DEFA 554 de 30 mm

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
O nome "Mirage" representa uma das mais bem sucedidas dinastia de caças na história da aviação militar. Os franceses, através de sua talentosa empresa Dassault Aviation, (inicialmente Avions Marcel Dassault), desenvolveram a família Mirage desde 1953 produzindo modelos, como o Mirage III e o Mirage 5, que obtiveram tanto sucesso comercial quanto em batalhas. O ultimo e mais moderno membro da família foi o Mirage 2000, uma aeronave desenvolvida com estabilidade relaxada, que dependia de um sistema de controle FBW (Fly By Wire) para voar, o que lhe garantia alta agilidade e a solução de todos os inconvenientes que a configuração de asa em delta apresentava em modelos anteriores, e que entrou em serviço na Força Aérea Francesa em 1984 com a versão inicial "Mirage 2000C" que era uma aeronave bastante especializada, limitada a operações de interceptação e combate aéreo. A partir dai, versões de ataque e treinamento foram sendo desenvolvidas aumentando o leque de opções dentro deste projeto. Em 1991 a Dassault apresentava a versão Mirage 2000-5, que trouxe melhoramentos importantes em seus sistemas permitindo ao caça de 3º geração operar como uma aeronave multimissão, atacando alvos no ar e na superfície. Esta versão foi adquirida pela Força Aérea Francesa que modificou quase 40 aeronaves do modelo C de seu acervo para o novo padrão "-5" e vendeu outros exemplares para mais 4 países.
O modelo que será foco deste artigo, a partir de agora, é o Mirage 2000-5MK2, que representa a ultima e mais moderna aeronave da dinastia Mirage.
Acima: O Mirage 2000C é um modelo especializado em missões ar ar, e foi necessário desenvolver novas capacidades para o modelo para torna lo mais flexível em combate, e tornar ele mais atrativo para o mercado internacional.
O Mirage 2000-5MK2 tem em seus sensores e armamentos, suas atualizações chave que trouxeram um aumento significativo de sua capacidade de combate quando comparado com as versões anteriores do Mirage 2000. Com relação a estes sensores, o mais importante foi a substituição do radar RDM, um sensor especializado para missões ar ar, pelo muito mais capaz e flexível RDY-2. Além do aumento do alcance de 85 km do RDM, para 111 km no RDY -2, o novo sensor permitiu o rastreio de 24 alvos simultâneos com engajamento de 4 deles simultaneamente. O RDY, trouxe também, uma capacidade inexistente anteriormente na versão C, que é a capacidade de rastrear e engajar alvos de superfície, tornado o Mirage 2000-5MK2 em uma aeronave de combate multi-missão. O avião recebeu a integração de um casulo (ou pod, como alguns preferem), para designação de alvos Damocles, fabricado pela Thales, que é composto por um designador a laser, um FLIR e um sistema de imagem de alta resolução que permite identificar um carro de combate inimigo no solo  a 27 km. O Mirage 2000-5 MK2 está equipado com um HUD (Head Up Display) Thales VEH 3020 de grande angulo, que permite uma melhor visualização do cenário de batalha aérea. Porém, a mira montada no capacete, a chamada "HMD (Helmet Monted Displau), não foi integrado ao Mirage. Esse recurso ficou para o seu sucessor natural, o poderoso e moderno Rafale, já descrito nesse site.
Acima: O radar RDY-2 é um dos pilares das capacidades do Mirage 2000-5MK2. Seu alcance é de cerca de 111 km contra um avo do tamanho de um caça e 4 alvos podem ser engajados simultaneamente.
O cockpit do Mirage 2000-5MK2 possui um painel com 3 telas multifunção coloridas que permitem um gerenciamento da navegação e missão mais fácil para o piloto. O layout dos controles no cockpit é do tipo HOTAS (Hands On Throttle-And-Stick) uma característica presente em todos os caças que foram projetados no fim da década de 70 para cá, e que também permite ao piloto um maior controle das ferramentas e recursos da aeronave sem ter que tirar as mãos do manche e do manete. O cockpit é, também, compatível com o uso de óculos de visão noturna.
No campo da defesa eletrônica, o Mirage 2000-5 está equipado com uma suíte de guerra eletrônica integrada Thales ICMS MK-2 que opera junto com um sistema de alerta de míssil Damir DDM que informa o piloto quando um míssil inimigo é lançado contra o seu caça.
Acima: O painel de controle do Mirage 2000-5MK2 tem o lay out típico dos caças de 4º geração, mesmo sendo uma aeronave de 3º geração. 
O Mirage 2000-5MK-2 é equipado com um motor turbofan Snecma M53-P2 que fornece a potência máxima com pós combustor de 9706 kfg de empuxo, dando uma relação empuxo/ peso, considerando o caça armado com 6 mísseis ar ar MICA e um tanque externo de combustível montado no cabide central da fuselagem, de 1300 litros, de 0,77. Não é um desempenho formidável, porém, a baixa resistência aerodinâmica permite ao Mirage 2000 um desempenho de aceleração consistente. A uma altitude de 10973 m, voando a velocidade de mach 0,9 (1190 km/h), acelera até mach 1,85 (2000 km/h) em apenas 120 segundos. A sua razão de subida é espetacular, chegando a 17100 m/min, o que corresponde a um desempenho melhor que o do F-15 e F-16 norte americano, e comparável ao do Su-27 e MIG-29 russos. Já no campo de manobrabilidade, a estabilidade relaxada, onde o centro de gravidade da aeronave é deslocado de sua posição natural,  e controlada pelos controles FBW (Fly By Wire), permite ao Mirage 2000, uma desempenho de curva muito bom, sem a característica perda de energia de aeronaves com configuração em delta possuem nessas curvas mais fechadas. A taxa de giro instantânea, a velocidade de mach 0,7 é de 22º/seg, o que pode ser considerado bom quando comparado com aeronaves de sua época.  para os padrões atuais, no entanto, esse desempenho não representa um valor tão bom. O moderno caça Rafale, já descrito no WARFARE, seu sucessor na força aérea francesa, atinge 31º/ seg em velocidade igual.
Acima: O Mirage 2000-5MK2 tem um bom desempenho de manobra. Se o compararmos com aeronaves de sua geração, ele se destaca positivamente nesse quesito.
O armamento do Mirage 2000-5MK2 é composto pelos mísseis ar ar de médio alcance MICA que tem alcance de 60 km e com total capacidade de combate de combater a curta distancia também, graças a sua vetoração de empuxo que lhe garante alta agilidade em manobras. O MICA pode ser equipado com um sistema de guiagem por radar ativo (RF) ou por um sistema de guiagem por infravermelho (IR). É interessante notar que esta ultima versão tem uma vantagem de emprego contra aeronaves stealth, que embora não reflitam bem as ondas de radar, não conseguem esconder a assinatura térmica com a mesma eficiência. Para missões contra alvos de superfície, pode-se transportar bombas guiadas AASM  Hammer 250, que podem ser lançadas a 15 km do alvo, sendo guiadas por um sistema de GPS ou com um tipo de guiagem dual, onde a arma faz uso de um sistema de GPS com suporte de um sistema de infravermelho, ou a laser, o que garante uma precisão com margem de erro de apenas 1 metro . As bombas guiadas a laser de fabricação francesa BGL, que são similares a família Paveway dos Estados Unidos, também podem ser empregadas em todas as suas versões pelo Mirage 2000-5MK2. Alias, a bomba GBU-12 Paveway II pode ser usada também no Mirage 2000.
Acima: O míssil MIKA é o principal armamento ar ar do Mirage 2000-5. Ao todo podem ser transportados 6 unidades, sendo 4 deles guiados a radar ativo, e dois deles por infravermelho.
Para ataque contra navios de guerra inimigos, o Mirage 2000-5MK2 usa o míssil AM-39 Block 2 Exocet guiado por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil tem uma ogiva de 165 kg de explosivos e é capaz de produzir estragos significativos a navios do tamanho de um destróier. Outro armamento integrado ao Mirage é o míssil de cruzeiro multinacional SCALP EG (Storm shadow) fabricado pela MBDA e desenvolvido anteriormente pela Inglaterra Itália e França tendo um alcance 500 km. O sistema de guiagem do SCALP EG se dá  por uma combinação de sistemas INS, GPS e TERPRON que permite ao míssil voar rente ao solo seguindo o contorno do terreno dificultando sua detecção pelos sistemas de radares inimigos. Na fase final do ataque, o SCALP usa um sistema infravermelho.  A ogiva do SCALP EG, também difere do Apache. No SCAPL EG ela é unitária de penetração com 450 kg de alto explosivo. O objetivo é a destruição de alvos reforçados como um Bunker, por exemplo.
O armamento orgânico do Mirage 2000-5MK2 continuou sendo os mesmos dois potentes canhões DEFA 554 em calibre 30 mm, com 125 munições cada um, capazes de uma cadência de 1800 ou 1200 tiros por minuto, configuráveis por um controle do piloto.
Acima: O míssil SCALP EG montado no cabide central deste Mirage 2000-5B permite uma capacidade de atacar alvos fora do alcance dos seus sistemas de defesa (capacidade stand off). 
Embora o projeto do Mirage 2000 seja antigo, datando da década de 80 do século passado e já haver um sucessor em operação (o Rafale), é inegável que a capacidade de combate do Mirage 2000-5 MK2 ainda é bastante relevante. Bem armado, com bom desempenho de voo, e com sensores eficientes, ele está no mesmo nível que um F-16C Block 50 e pode operar com uma capacidade crível por mais 15 anos, pelo menos. O mercado de caças, no entanto produz pesado lobby junto as autoridades militares e políticas para forçar a substituição dos equipamentos de combate em uso por novos produtos, mantendo a saúde da industria bélica. Para nações como Emirados Árabes Unidos, Grécia, Catar e Taiwan, a manutenção de uma frota de Mirages 2000-5, faz bastante sentido ainda e deverão manter seus caças operando até 2030.
Acima: Embora o Mirage 2000 seja um projeto antigo e com seu sucessor já operacional, suas boa capacidades permitirão a continuidade de seu uso operacional por mais 15 anos pelo menos.



VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

SIG SAUER P-226. Uma das referências em qualidade no mundo das armas de fogo.

FICHA TÉCNICA
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W.
Peso: 964 gr (Descarregada).
Capacidade: 15+1 em 9 mm, 12+1 em 357 SIG e 40 S&W.
Comprimento do cano: 4,4 polegadas.
Comprimento total: 19,6 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Colt- Browning modificado.
Mira: Alça ajustável horizontalmente e massa fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A marca "SIG SAUER" já foi foco de um artigo neste blog onde elenquei um pouco da história e o portfólio de pistolas que esta excelente industria de armas produz. Porém, é claro, alguns produtos, em especial, merecem uma descrição mais detalhada, dado a sua importância dentro do segmento de armas de fogo. Muitos modelos desta marca vão aparecer descritos no futuro, no Full Metal Jacket Blog, porém, o primeiro que considerei enfocar é o modelo P-226, considerada como uma das  "Wonder Nines", no concorridíssimo mercado estadunidense.
A história da P-226 começa em 1982 quando as forças armadas dos Estados Unidos emitiram um requerimento para uma nova pistola que viesse a substituir suas famosas pistolas calibre 45 do modelo Colt M-1911 nos serviços militares dos Estados Unidos. Muitas empresas famosas participaram desta concorrência, entre elas a Beretta, Colt, Heckler & Koch, Walter, FN Herstal, entre outras. A Sig Sauer usou como base de sua proposta, o famoso e consagrado modelo P220, calibre 45 ACP, e modificou o projeto para calçar o 9 mm Parabellum, adotando um carregador bifilar de 15 munições para cumprir o requisito de alta capacidade, o que aumentou um pouco a espessura da empunhadura.
As duas únicas empresas cujas pistolas passaram nos rigorosos testes foram a Sig Sauer P-226, e a Beretta M-92, já descrita nesse blog, e que, acabou vencendo essa concorrência. Tanto a Beretta quanto a Sig Sauer tinha a mesma eficiência, porém a SIG pecou em um item que ela sempre erra. O preço. As pistolas da marca são caras e essa característica já estigmatizou os produtos da empresa.
Acima: Este exemplar da foto é o primeiro modelo da P-226, lançada em 1982. Depois de mais de 30 anos, o modelo recebeu melhorias o que mudou seu desenho original.
Originalmente, a P-226 tinha a armação produzida em liga de alumínio e o ferrolho em aço inoxidável (mesmo a de acabamento preto, o material é aço inoxidável), porém, hoje existem muitas versões desta arma, e um acabamento mais robusto, chamado de Nitron, que fornece mais resistência a ferrugem e ao desgaste do uso intenso da arma.
O sistema de funcionamento é o Browning -Colt, onde o ferrolho tranca no cano e este, tem um movimento pivotante, onde, depois do disparo, quando o ferrolho recua, o cano inclina-se baixando a entrada da câmara, facilitando a entrada de uma nova munição, e quando o ferrolho volta a sua posição inicial, ele trava no bloco da câmara do cano. A maioria das pistolas modernas atuais, em calibres como o 9 mm, .40 e o 45 ACP usam este sistema ou uma variação dele. O gatilho, por sua vez, funciona no sistema de ação dupla que permite maior praticidade para operar a pistola com uma munição na câmara e com o martelo (ou cão) em posição desarmado, bastando apenas pressionar o gatilho para ocorrer o primeiro disparo, sendo que os disparos subsequentes serão todos em ação simples.
Acima: A desmontagem da P-226 se dá de forma extremamente simples, facilitando a limpeza de primeiro escalão da arma.
A P-226 possui algumas peculiaridades das teclas de operações. Na absoluta maioria das pistolas que possuem decocker (função de desarmar o cão), este recurso usa a mesma tecla de trava do ferrolho para operar esta função. Um exemplo é sua concorrente, a Beretta M-92, que basta baixar a tecla de trava do ferrolho para desarmar o cão. Na P-226,  não há a tecla de trava do ferrolho. Assim, a pequena tecla na lateral do chassi, próximo ao cão é, na verdade, o liberador do ferrolho (normalmente essa tecla fica a frente, na mesma posição do gatilho,aproximadamente). A tecla logo a frente, é o desarmador do cão (decocker).  É interessante observar que as teclas não são ambidestras e se localizam apenas do lado esquerdo da armação. E falando em armação, as P-226 passou a ter um trilho para acessórios na armação a frente do guarda mato, o que facilita muito a instalação de lanternas e apontadores laser.
Acima: Diferentemente da absoluta maioria das pistolas moderna, a P-226 n]ao possui uma tecla de trava do ferrolho, e a posição da tecla liberadora do ferrolho fica posicionada  acima da empunhadura, o que facilita sua operação com apenas uma mão.
A P-226 é fabricada nos calibres 9 mm Parabelum com carregador para 15 munições, 40 S&W, com carregador de 12 munições, e o potente 357 SIG com carregador de 12 munições também. A P-226 em 9 mm é mais usada por organizações militares e no mercado civil dos países onde a democracia funciona de verdade. O calibre 40 é mais usado por departamentos de polícia devido a seu bom poder de parada. A munição 357 SIG, por ser mais recente, tem seu preço maior além de não ser ainda muito difundido, porém, devido ao excelente desempenho balístico, esta munição deve se tornar mais comum no futuro. O cano da P-226 tem comprimento de 4,4 polegadas, sendo pouco menor que o comprimento da Colt M1911 cujo cano tem 5 polegadas. Mesmo assim, a P-226 é considerada uma pistola de tamanho "full" ou padrão, para ser empregada de forma ostensiva. Suas dimensões não permitem que ela seja portada de forma dissimulada com muito sucesso. Afinal trata-se de uma arma relativamente espessa.
A alça da mira permite regulagem horizontal e o conjunto de alça e massa possui 3 pontos brancos (sistema tri-dot) que facilita o rápido enquadramento da mira ou a visada rápida.
Acima: A confiabilidade da P-226 é tão alta quanto da Beretta M-92, a colocando como um dos ícones do mundo das armas de fogo.
A Sig Sauer produz muitas versões de sua P-226, como a versão Combat, que vem com a rosca de fábrica para supressor de ruídos (os famosos silenciadores), em acabamento saia e blusa, com a armação cor deserto e o ferrolho em Nitron preto fosco; a MK-25 que é o modelo adotado como padrão do SEALs , tropa de elite da marinha norte americana, onde o modelo apresenta tratamento interno anti corrosão; P-226 Legion, com acabamento PVD cinza cujo acabamento é, também, mais resistente que o de uma oxidação comum. P-226 Elite, que tem o beaver tail aumentado, garantindo uma maior segurança para as mãos do operador que poderia receber uma "mordida" do ferrolho no momento do disparo, além de placa de madeira na empunhadura, que dá uma aparência mais "nobre" ao armamento.
Como muitos dos leitores deste blog sabem, no mundo das armas de fogo, o produto que apresenta alta qualidade e confiabilidade possui uma vida operacional sem prazo para acabar, a exemplo do velho projeto de John Moses Browning, a Colt M 1911, fabricada e usada por forças militares até hoje, mesmo depois de ter sido substituída como arma de porte da infantaria norte americana. A P-226 da SIG, cujo projeto já tem 34 anos já, deverá se manter em produção por muitas décadas. Além de uma pistola confiável e bastante precisa, ela se tornou um item de colecionismo para os amantes de armas de fogo. Seu custo porém, na casa dos U$ 1000,00, em território norte americano, em suas versão mais simples, se mostra caro para o segmento.
Acima: O grupo de operações especiais da marinha dos Estados Unidos SEALs usam uma versão da P-226 projetada especificamente para eles designada MK-25. cuja marca externa é a ancora desenhada ao lado no nome da arma no ferrolho.




Acima: As P-226 atuais tem uma empunhadura com a ergonomia aperfeiçoada para uma pega mais confortável e firme.

VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o Full Metal Jacket e o site WARFARE no Twiter e nossa fanpage no Facebook