terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

IWI CARMEL. O novo fuzil automático de Israel.

IWI Carmel
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Diversos modelos, entre aço dobrável,  miras reflex e ópticas, todas instaladas sobre o trilho picatinny
Peso: 3,3 kg (vazio).
Sistema de operação: A gás com trancamento rotativo do ferrolho.
Calibre: 5,56x45 mm, 223 Remington.
Capacidade: 30 munições.
Comprimento Total: 80,3 cm (coronha estendida)
Comprimento do Cano: 11,1 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 900 m/seg
Cadência de tiro: 700 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por John Ironhead . com apoio de Claudio Queiroz
Na primeira quinzena de abril de 2019 ocorreu o maior evento de defesa da America Latina, a famosa LAAD, que a cada dois anos, na cidade do Rio de Janeiro, é aberta para um público segmentado de defesa, seja da industria, seja de organizações de segurança publica e militares para que estes tenham um vislumbre das novidades no segmento de defesa e segurança.
Foi nesse evento que uma das mais importantes empresas de defesa do mundo, a IWI, de Israel, apresentou seu novo fuzil de assalto, o Carmel.
O Carmel foi uma surpresa pois não se sabia que a IWI estava desenvolvendo uma arma de assalto por conta própria, uma vez que não houve uma solicitação por parte do governo de Israel para que um novo fuzil fosse projetado. As forças de defesa de Israel empregam as carabinas M-4, e o fuzil Tavor, ambos já descritos aqui no WARFARE Blog (clique nos links no texto para ler) e estão satisfeitos com essa configuração de equipamento neste momento. Assim, fica claro que a IWI tem objetivo de fornecer este novo armamento no mercado internacional.
A LAAD Defense 2019, maior feira de defesa  e segurança da América Latina, que ocorre noa cidade do Rio de Janeiro, foi local escolhido pela IWI para apresentar seu mais novo produto, o fuzil Carmel.
O fuzil Carmel é fabricado em um tipo de polímero modificado com objetivo de ser mais resistente que o material sintético que encontramos em outros fuzis de projeto recente e a caixa da culatra é produzida em uma liga de alumínio aeronáutico, que ajuda a manter om peso reduzido e uma grande imunidade a oxidação.
Seu sistema de funcionamento é o já consagrado sistema de aproveitamento de gases com trancamento por ferrolho rotativo que garante boa confiabilidade e segurança no ciclo de funcionamento da arma. O cilindro de admissão de gases possui uma tecla de regulagem com 3 posições (Regular, Condições extremas (arma muito suja) e a posição de uso com supressor de ruído.
Mecanicamente, o Carmel, usa o consagrado sistema de trancamento rotativo do ferrolho e aproveitamento de gazes com o pistão com recuo curto. Este sistema se mostrou extremamente confiável nas armas que utilizam.
A munição empregada pelo Carmel é o 5,56x45 mm, amplamente usado na maioria das forças armadas e policiais do mundo atualmente e o carregador é o padrão stanag, compatível com os fuzis da plataforma AR. A cadência de tiro se situa em torno de 850 tiros por minuto, o que lhe confere uma condição similar do fuzil M-16 e carabina M-4A1 em situação de rajada. Ainda tratando do regime de fogo do Carmel, o seletor de disparo possui a posição safe, fogo e rajada, não tendo  a posição de rajada curta. Nesse ponto é interessante colocar que muitos dos mais recentes projetos de fuzis não tem mais esse recurso.
O cano do Carmel pode ser substituído facilmente sem uso de ferramentas através de uma alavanca posicionada no início do guardam[ao, abaixo do limite do curso do da alavanca do ferrolho e que solta ele para que se possa trocar por diferentes dimensões de canos para se adaptar a situação como por exemplo, um cano mais curto para CQB (combates em locais confinados), ou mais longo para DMR (atirador designado) ou em campo aberto.
O Carmel possui uma cadência de tiro similar ao encontrado nos fuzis da plataforma AR. São 850 tiros por minuto em regime automático.
Uma das qualidades que a IWI inseriu no Carmel foi a facilidade de operação do armamento através de todas as teclas e comandos ambidestros. A alavanca de manejo possui a capacidade de mudar de lado com o simples empurrar da alavanca para o outro lado da arma em um determinado ponto do curso do ferrolho. A janela de ejeção, embora não possa ser mudada de lado, possui um eficiente defletor de cartuchos que faz com que o cartuchos deflagrados sejam lançados para a posição de "2h" do operador não levando risco de acertar o rosto de um operador canhoto ou mesmo um parceiro que esteja ao seu lado direito.
Nesta foto o Carmel está equipado com um lançador de granadas IWI ACE GL-40 de 40 mm.
A coronha do Carmel é dobrável e telescópica com 6 posições, o que permite uma excelente adaptação para todos os gostos e necessidades dentro do campo de batalha. Outro interessante recurso da coronha é seu encosto para o rosto com 3 posições de altura. Esse recurso só é encontrado em poucos fuzis de série como o SCAR da FN, o ACR da Remington/ Bushmaster e as mais recentes versões do HK G-36. O guarda mão, possui telas removíveis que cobrem os trilhos padrão picatinny STANAG 2324 que estão nas laterais e na parte de baixo. Já na parte de cima, o trilho é integral, cobrindo toda a extensão da arma.
A remoção das telas de proteção dos trilhos de acessórios no guarda-mão é feito de forma fácil através de um botão de trava na lateral da tela.
Embora as forças de defesa de Israel não tenham solicitado o desenvolvimento desta arma e nem encomendado a arma para suas tropas, se o valor cobrado pelo Carmel for competitivo, certamente será uma pedra no sapato dos fabricantes europeus e americanos nesse concorrido mercado. Além disso, é bem provável que a IWI lance uma versão exclusivamente semi automática para ser comercializada no "faminto" mercado norte americano, que é dominado por carabinas da plataforma AR. O Carmel é uma novidade no mercado ainda, e só com o passar do tempo saberemos sobre seu sucesso, mas a julgar pelo histórico da IWI, podemos ter um bom prognóstico de seu futuro.






6 fatos selvagens sobre o criador mortal da SEAL Team Six


Por Blake Stilwell, We Are The Mighty, 30 de agosto de 2018.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de fevereiro de 2020.

Atualmente, Richard Marcinko é instrutor de negócios, autor e palestrante motivacional. Nos seus primeiros anos, "Demo Dick" era o principal operador de contraterrorismo dos Estados Unidos. Marcinko se alistou na Marinha dos EUA em 1958 e, finalmente, subiu ao posto de comandante, formou-se em relações internacionais e ciência política e ganhou 34 medalhas e citações, incluindo uma Estrela de Prata, a Legião do Mérito e quatro Estrelas de Bronze. Mas esse é apenas o currículo militar dele.

Mesmo entre as fileiras de operadores especiais americanos, Marcinko, seu registro e sua reputação são todos excepcionais - e é fácil entender por que. Aos 77 anos, ele ainda está treinando executivos de negócios e equipes de resgate de reféns nos EUA e no exterior. Ele até trabalhou como consultor no programa de televisão 24 Horas da FOX. Seu livro de memórias, Rogue Warrior, é um best-seller do New York Times.

Rogue Warrior.

"Sou bom em guerra", disse Marcinko uma vez à revista People. "Mesmo no Vietnã, o sistema me impediu de caçar e matar tantos inimigos quanto eu gostaria."

1. O Vietnã do Norte tinha uma recompensa sobre a sua cabeça

Como comandante de pelotão no Vietnã, Marcinko e seus SEALs tiveram tanto sucesso, que o Exército do Vietnã do Norte (NVA) tomou conhecimento. Seu ataque à ilha Ilo Ilo foi considerado a operação SEAL de maior sucesso no Delta do Mekong. Durante sua segunda turnê, Marcinko e a SEAL Team Two (Equipe SEAL 2) se uniram às Forças Especiais do Exército durante a Ofensiva do Tet em Chau Doc. Os SEALs resgataram o pessoal do hospital apanhado no fogo cruzado enquanto uma verdadeira pancadaria urbana total acontecia com furor ao redor deles.

Por causa da ousadia e sucesso de Marcinko, o NVA colocou uma recompensa de 50.000 piastres sobre sua cabeça, pagável a qualquer pessoa que pudesse provar que matou o líder SEAL. Obviamente, eles nunca pagaram essa recompensa.

2. Ele foi rejeitado pelo Corpo de Fuzileiros Navais


Marcinko se juntou às forças armadas aos 18 anos, mas, surpreendentemente (para alguns), ele não optou primeiro por se juntar à Marinha. Sua primeira parada foi no Corpo de Fuzileiros Navais, que o rejeitou completamente porque não tinha se formado no colegial. Então Marcinko, que partiria como comandante, se alistou na Marinha. Mais tarde, ele se tornou um oficial depois de se formar na escola de pós-graduação da Marinha, recebendo sua comissão em 1965.

3. Ele projetou a operação de contraterrorismo da Marinha


Você sabe que teve sucesso quando eles criam um videogame sobre sua história de vida.


Após o trágico fracasso da Operação Garra de Águia (Operation Eagle Claw, 1980), a tentativa dos EUA de libertar reféns mantidos por estudantes no Irã, a Marinha dos EUA e sua estrutura de operações especiais decidiram que precisavam de uma revisão. Marcinko foi um dos que ajudaram a projetar o novo sistema. Sua resposta foi a criação da SEAL Team Six.

4. Ele numerou sua Equipe SEAL "Seis" para enganar os russos

Quando ele estava criando a mais nova Equipe SEAL, os Estados Unidos e a União Soviética estavam presos na Guerra Fria - e havia espiões por toda parte. Não confiando que alguém manteria em segredo a criação de sua nova unidade, ele a classificou como SEAL Team Six (Equipe SEAL Seis), a fim de enganar a KGB levando-a a acreditar que havia mais três equipes SEAL que eles desconheciam.

5. Seu trabalho era se infiltrar em bases - bases americanas


A Marinha precisava saber onde estavam suas sensibilidades operacionais - onde estavam mais fracas. Mesmo nas áreas em que a segurança era mais rigorosa, a Marinha estava desesperada para saber se poderiam se infiltrar. Então, o Vice-Almirante James Lyons encarregou Marcinko de criar outra unidade.

Marcinko criou a Equipe de Coordenação de Segurança Naval OP-06D (Naval Security Coordination Team OP-06D), também conhecida como Red Cell (Célula Vermelha), uma unidade de 13 homens. Doze vieram da SEAL Team Six e o outro da Marine Force Recon (Força de Reconhecimento dos Fuzileiros Navais, hoje Raiders). Eles deveriam invadir áreas seguras, submarinos nucleares, navios da Marinha e até o Air Force One (Força Aérea Um, o avião presidencial). A Red Cell era capaz de se infiltrar e sair sem ser notada. O motivo? O pessoal militar de serviço foi substituído por guardas civis de segurança.

6. Ele passou 15 meses na prisão

No final de sua carreira, ele se envolveu no que a Marinha chamou de "escândalo da comissão", alegando que Marcinko conspirou com um traficante de armas do Arizona para receber US$ 100.000 por garantir um contrato do governo para granadas de mão. Marcinko sustentava que essa acusação era o resultado de uma caça às bruxas, uma reação negativa por expor tantas vulnerabilidades e embaraçar os oficiais mais graduados da Marinha. Ele cumpriu 15 meses de uma sentença de 21 meses.

Bibliografia recomendada:

SEALs:
The US Navy's elite fighting force.
Mir Bahmanyar com Chris Osman.

Leitura recomendada:

Caráter x Competência: A Equação da Confiança

Soldados realizam um Exercício de Fogo Real de Armas Combinadas na Base Conjunta Lewis-McChord em 16 de janeiro de 2020.

Do site The Company Leader, 21 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de fevereiro de 2020.

Qual é o mais importante, caráter ou competência? É uma daquelas perguntas sobre o ovo e a galinha. Empilhe-o ao lado de: os líderes nascem ou são criados? A resposta óbvia e reducionista é que os líderes devem ter os dois. Quando escrito, o argumento geralmente é retratado como caráter versus competência. Mas e se estamos expressando o relacionamento incorretamente? E se estivermos lutando para encontrar a resposta porque estamos fazendo a pergunta errada? Esta não é uma opção binária ou alternativa de consumo em um mercado de escassez. Em vez disso, devemos vê-lo como uma equação matemática: caráter x competência.

No inverno de 2018, eu estava me preparando para sentar e conversar com o Major-General Bill Burleson. O Major-General Burleson era, na época, o general comandante da 7ª Divisão de Infantaria da Base Conjunta Base Lewis-McChord. Ele tem sido um seguidor muito solidário do site. Pedi para entrevistá-lo para um artigo e ele graciosamente concordou em se sentar comigo.

Antes de nossa entrevista, coordenei os detalhes com membros do estado-maior do General. Mal sabia eu que, embora minha entrevista com o Major-General Burleson fosse fantástica, eu obteria informações igualmente valiosas do Coronel Kyle Marsh, chefe do estado-maior da 7ª Divisão de Infantaria.

O Coronel Marsh e eu discutimos os detalhes da minha próxima entrevista e outros assuntos de coordenação. Mas então a conversa entrou em nossa paixão mútua por liderança e profissão. O Coronel Marsh relatou muitas lições valiosas de seu tempo em uniforme, comunicando-as como um parceiro igual, em vez do superior amadurecido que ele era em relação ao meu tempo de serviço. Sua humildade foi acolhedora.

Durante a discussão, o Coronel Marsh pegou seu caderno e escreveu duas palavras: Caráter x Competência. Ele girou o livro e me pediu que circulasse a parte mais importante. Eu travei.

"Bem, se começar do zero, eu teria que seguir com competência", eu disse com falta de confiança. 

"Mas, assumindo um nível básico de ambos, então o caráter é o mais importante." 

Foi quando o Coronel Marsh circulou a parte que eu havia completamente ignorado.

A Equação

Caí na armadilha de me concentrar nas duas palavras e na falsa dicotomia entre elas. O Coronel Marsh circulou o x. Ele continuou explicando que competência e caráter são partes de uma equação e são multiplicativos e não aditivos.


Para fins de matemática fácil, manteremos uma escala de zero a dez, onde dez é a pontuação máxima. Se a equação fosse aditiva, uma pontuação zero em qualquer categoria ainda renderia um produto igual à pontuação da categoria oposta. Mas em um problema de multiplicação, um zero em qualquer categoria reduz o produto a zero.

O Produto

Então, qual é o produto? O que o caráter x competência lhe dá? Confiança. Esta equação é sobre confiança. Isso reflete a confiança conquistada por quem você lidera, a confiança do povo americano, a confiança de seus líderes, e a confiança de seus colegas.


Todos nós conhecemos o líder que é um grande homem ou mulher de caráter, mas sem competência em seu trabalho. Eles têm uma ótima atitude, otimismo sem fim e humildade. Mas eles parecem andar de skate com seus pontos fortes sem realmente alcançarem resultados. Nós daremos a eles uma pontuação de dez, mas uma pontuação de competência de um.

10 x 1 = 10: carregador pelo caráter sem efeito multiplicativo de sua competência.

Como alternativa, vemos histórias de líderes bem-sucedidos que caem da graça devido a falhas de caráter. Vemos a Síndrome de Bate-Seba nas manchetes com muita frequência. Ao longo de suas carreiras, esses líderes não careciam completamente de caráter. Mas eles claramente tinham deficiências e tiveram sucesso com base em sua habilidade e capacidade de alcançar resultados.

1 x 10 = 10: Depende do desempenho

Mas e se alguma dessas pontuações cair para zero? Em um problema de adição, uma pontuação zero em qualquer categoria ainda resultaria em uma pontuação de confiança líquida positiva. Em um problema de multiplicação, uma pontuação zero em qualquer categoria reduz a pontuação geral de confiança para zero.

Você precisa de um positivo líquido em caráter e competência para criar qualquer nível de confiança em sua organização.

O Modelo de Requisitos para Líderes do Exército


O Modelo de Requisitos para Líderes do Exército é um construto doutrinário que divide as expectativas da liderança do Exército em três atributos e três competências. Ele operacionaliza a definição de liderança do Exército, além de fornecer uma estrutura para avaliar nossos líderes. Essas são as características pelas quais avaliamos nossos líderes em NCOERs e OERs.

No NCOER/OER, o primeiro atributo/competência avaliado é Caráter e o último é Conquistas. Eu amo o que isso diz sobre a discussão sobre caráter x competência. Tudo começa com o caráter. Se você não internalizou os valores do Exército, não conduz com inteligência emocional e não tem humildade - então o resto é nulo. Mas também somos uma profissão orientada para resultados de circunstâncias terríveis. Por esse motivo, o Conquistas é o resultado final.

Se você é moralmente corrupto ou falido, a avaliação pára por aí. Mas mesmo se você é um cara legal, ainda precisa obter resultados. Vencer é importante.

Ex-intérprete do exército alemão acusado de espionagem para a inteligência iranianas

MAZAR-E-SHARIF, Afeganistão - Soldados do exército alemão, baseados em Camp Marmal, realizam a vigilância de uma vila próxima, durante uma patrulha diária de segurança, onde se encontram com os anciãos. As patrulhas garantem segurança e promovem boas relações com os afegãos. (Foto oficial do sargento de primeira classe Ryan Tabios, Relações Públicas do QG da ISAF)

Do site Task&Purpose, 24 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de fevereiro de 2020.

Nota do editor: Este artigo foi originalmente publicado no site Radio Free Europe / Radio Free Liberty.

O julgamento de um cidadão alemão-afegão, suspeito de espionar para a inteligência iraniana, deve começar em 20 de janeiro na cidade de Koblenz, na Alemanha.

Identificado como Abdul Hamid S. de acordo com as leis de privacidade da Alemanha, o ex-intérprete e conselheiro de 51 anos de idade das forças armadas alemãs, ou Bundeswehr, foi preso há um ano na região da Renânia, no oeste da Alemanha e acusado de fornecer informações à inteligência iraniano por muitos anos.

Os promotores o acusam especificamente de repassar 19 documentos classificados à inteligência iraniana. O Irã negou ter tido contato com o ex-consultor militar. O cônjuge de 40 anos do suspeito foi acusado como acessório, mas não foi detido. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã disse à emissora alemã Deutsche Welle que a prisão do suspeito foi uma tentativa de "inimigos" do Irã de sabotarem as relações da república islâmica com a UE.

A revista alemã Der Spiegel informou que ele teve acesso a informações confidenciais, incluindo possíveis detalhes sobre o desdobramento de tropas no Afeganistão, e que trabalhou para a agência de inteligência MOIS do Irã. Sabe-se que a Bundeswehr usa falantes nativos para acompanhar as tropas em patrulha no Afeganistão para facilitar a comunicação com os habitantes locais. A agência de notícias DPA informou que o julgamento será realizado a portas fechadas e está programado para durar até 31 de março.

FOTO: Policial iraquiano com AK47

Policial iraquiano da Brigada de Intervenção, Comando da Polícia Nacional, com o seu AK47.

O Iraque adquiriu fuzis AKM (AK47 modernizado) da União Soviética na metade dos anos 70, assim como variantes chinesas (Tipo 56), húngaras (AK-63), polonesas (KbK), alemãs-orientais (MPi-K) e romenas (AIM).

Nos anos 80, o Iraque começou a produzir sua própria variante Tabuk (batalha mitológica dos árabes contra os bizantinos em 630 dC.). Essa variante era uma cópia aproximada do M70 iugoslavo, e contando com assistência técnica iugoslava.

O Tabuk era de baixa qualidade porque os iraquianos cortaram custos: o interior do cano e a câmara não foram cromados. A produção do Tabuk cessou quando os americanos bombardearam e destruíram a fábrica. Quando forças militares e policiais iraquianas foram re-estabelecidas, os EUA compraram fuzis AK47 da Bósnia, China e Polônia; novos em folha, saídos da caixa, de coronha fixa, produzidos depois de 1989, e cada um com 4 carregadores. Contra a vontade dos iraquianos, os americanos começaram a rearmá-los com fuzis M16A2 e M4 em 2007 e 2008; fuzis AK dos exércitos iraquiano e jordaniano foram usados nesse ínterim.

Bibliografia recomendada:

The AK-47:
Kalashnikov-series assault rifles.
Gordon L. Rottman.

FOTO: Antigo Arsenal de Marinha, 1910

Arsenal de Marinha, atual Comando do 4º Distrito Naval. Foto de 1910.

FOTO: Tiro de fuzil Ak-5

Conscrito sueco disparando um fuzil Ak-5, anos 80.

Por que Hollywood se enrola nos seus retratos das forças armadas

Bradley Coopers interpreta o atirador Navy SEAL Chris Kyle no filme "American Sniper".

Por Matthew W. Morganjan, Task&Purpose, 14 de janeiro de 2015.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de fevereiro de 2020.

Com o lançamento de "American Sniper" (Sniper Americano, 2014) de Clint Eastwood em todo o país, em 16 de janeiro [de 2015, 19 de fevereiro no Brasil], muitos veteranos do Iraque estarão indo aos cinemas para dar uma olhada no primeiro longa-metragem para dar à guerra um tratamento prolongado de "botas no chão". A adaptação de grande sucesso de Hollywood da autobiografia de Chris Kyle recebeu críticas positivas, mas os veteranos vão julgar a versão de Eastwood da história por um padrão completamente diferente.

Quando se trata de filmes militares - particularmente aqueles que se passam no meio de uma guerra em que serviram - os veteranos querem que os cineastas acertem. Mas os erros e imprecisões que tanto odiamos não são, como muitos parecem supor, tão facilmente evitados. Certamente, algumas produções se saem melhor do que outras, mas depois de ter participado da filmagem de uma grande variedade de filmes militares nos últimos 15 anos, concluí que é impossível escapar às “gafes” dos filmes militares.

A lista a seguir não pretende ser uma ladainha de desculpas. Pelo contrário, é uma destilação do que aprendi depois de vários anos batendo minha cabeça contra a parede, em um esforço honesto para acertar. Isso não satisfará o tipo de purista que quer argumentar coisas como a pura implausibilidade dos pontos de conspiração militar em Godzilla de 2014, mas pode ajudar a aliviar o inevitável desconforto "rastejando no seu assento" que você sentirá na próxima vez que estiver no multiplex.

Antes de prosseguir, devo observar que, se você já travou e carregou um comentário sobre como existe uma lei que realmente exige que os filmes cometam erros, você pode guardá-lo. A equipe do Ranger Up já levou esse mito para o quintal, então eu não preciso.

1. Todos os filmes - até filmes grandes - têm um orçamento.

Todo filme tem um gerente de produção cujo trabalho é orçar todos os aspectos da programação de produção de um filme. Desde as horas de trabalho do consultor, até o aluguel de armas, até os dias de treinamento para os atores, tudo entra nesse orçamento e tudo afeta a precisão. Alguns filmes simplesmente não têm dinheiro para contratar um consultor profissional; portanto, eles se viram, esperando que os chefes de departamento façam sua própria pesquisa e esperando que a equipe do set garanta que as coisas pareçam certas. Obviamente, essa abordagem raramente passa despercebida, mas mesmo quando os filmes têm dinheiro para contratar um ou vários consultores técnicos (em "American Sniper", havia quatro), os gerentes de produção limitam o tempo disponível para economizar, não importa quão grande seja o orçamento. Em "Batman v. Superman: Amanhecer da Justiça" - um filme com um orçamento de produção massivo na faixa de US$ 250 milhões - os consultores técnicos não estavam envolvidos em todos os aspectos da representação militar, em vez de isso, indo e vindo ao longo do curso de produção com base nas necessidades do diretor e nas restrições fiscais do gerente de produção. Embora existissem os meios para manter os consultores militares à disposição, os produtores optaram por confiar ao departamento de figurino os uniformes militares e só chamaram os consultores quando o treinamento era necessário para extras e dublês.

2. Existem centenas de pessoas contribuindo para um filme, e todas elas têm opiniões.

Ter um consultor técnico - ou mesmo uma equipe inteira deles - ainda não significa que tudo na imagem está lá como resultado da sua opinião. A equipe de produção de um filme em estúdio é maior que um estado-maior de um general de quatro estrelas e caracterizada pela mesma diversidade de ego. Basta analisar os créditos posteriores do próximo filme de estúdio que você vir para ter uma idéia de quantas pessoas estão contribuindo para a versão final de um grande filme. Nada requer que essas pessoas sigam o conselho do consultor militar, e todas elas têm uma visão do que acham que deve aparecer na tela quando as luzes do cinema se apagarem. Em American Sniper, por exemplo, a figurinista considerava um dos vilões do filme mais ameaçador se o vestisse inteiramente de preto - incluindo um keffiyeh preto e uma jaqueta de couro preta na altura dos joelhos (em Al Anbar, no verão.) Os consultores militares acharam isso absurdo, mas não conseguiram convencê-la de que a autenticidade prática de seu figurino deveria superar o pensamento criativo que ela trouxe para desenvolver o visual do personagem. Foi um dos momentos em que considerações criativas simplesmente passaram por cima da realidade.

O atirador Mustafá, interpretado por Sammy Sheik.

3. Às vezes, o script é fundamentalmente defeituoso e embaraçosamente derivativo.

Se há algo em que os roteiristas são bons, é reciclar tudo, desde clichês de filmes de guerra até diálogos ruins. Quando eu pego pela primeira vez um roteiro para um filme militar, posso estar razoavelmente confiante de que pelo menos metade do diálogo precisará ser revisado de modo a parecer remotamente autêntico. O problema é que o consultor técnico não pode simplesmente entrar e fazer alterações no script. Em vez disso, suas anotações precisam ser negociadas entre o diretor e um punhado de produtores, e, assim como aconteceu com o figurinista, os campeões da precisão nem sempre vencem. Então você, a platéia, fica presa com uma fala tal como: “Aponte o lado pontudo para os monstros. Certo, sargento?" com muita frequência.

4. Os atores nem sempre fazem o que lhes foi dito.

O ex-SEAL Brandon Webb é um dos poucos veteranos a avaliar publicamente a relativa precisão de filmes, escrevendo que, entre seus problemas com American Sniper, são os fuzileiros navais às vezes exibindo pouca consciência de boca do cano. Agora vou renunciar a qualquer argumento sobre se isso realmente acontece em combate e aceitar o elogio de Webb de que "o USMC tem alguns dos fuzileiros mais disciplinados" que ele conhece. Mas, como você deve ter suspeitado, esses não eram de fato fuzileiros navais no filme. Os extras que retratavam os grunts do 3º Batalhão, do 1º Regimento de Fuzileiros Navais eram na verdade um grupo de cerca de 100 marroquinos e expatriados europeus, nenhum dos quais possuía experiência militar legítima. Poucos falavam inglês, e menos ainda já haviam segurado um fuzil antes de virem a nós para quatro dias de treinamento. Quanto aos atores que representavam os fuzileiros navais, com poucas exceções notáveis, nenhum tinha qualquer experiência militar. Eles chegaram ao set no dia em que filmaram e tivemos 30 minutos para ensiná-los a segurar um fuzil. Então, sim, eles miraram as armas uns nos outros durante a entradas nos prédios na versão do filme de Fallujah II, mas, dado o ponto de partida, os outros consultores fuzileiros navais e eu estamos orgulhosos do que obtivemos deles.

5. Às vezes, erros são realmente decisões conscientes.

Webb também notou em sua crítica sobre os brevês Ranger (e pergaminhos e nomes de batalhões Ranger) usados pelos snipers Ranger em combate. Ele está certo de que isso provavelmente nunca iria acontecer, mas às vezes é necessário remendar as coisas para o bem do público. Como observou o próprio Webb, no contexto do filme, pode ser "difícil seguir o ramo de serviço, a unidade e a estrutura de comando". Por isso, tomamos a decisão de manter seus patches para ajudar o público não-veterano a entender quem eram esses caras. Curiosamente, uma imprecisão no filme que nem Webb e nem qualquer outro comentarista abordou em público são os pêlos faciais de Bradley Cooper. Na verdade, Chris Kyle não tinha barba quando estava no Iraque, mas os produtores sentiram que o público associava Kyle àquele que ficou famoso depois de deixar a ativa, então seria melhor se Cooper a mantivesse durante a maior parte do filme. Mais uma vez, a recomendação dos consultores foi anulada, mas a decisão levantou outra questão em relação ao vestuário. Quando as considerações de continuidade não permitiram que Cooper se barbeasse para a cena retratando o funeral de seu amigo Marc Lee, os produtores concordaram com os conselheiros de que, se Cooper mantivesse a barba, ele não usaria seu uniforme para a cena.

Chris Kyle e os "Punishers" em Ramadi, no Iraque.

6. O processo de pós-produção é separado.

O tráfego de rádio sempre está no topo da lista quando os veteranos reclamam de um filme, e pode ser realmente horrível. Como observei acima, onde o diálogo militar é roteirizado ele é muitas vezes falho. Mas o que é invariavelmente pior são as falas gravadas quando o filme está em pós-produção. Gravações adicionais de diálogo preenchem as conversas e discussões em segundo plano que não fazem parte do processo de filmagem no set, onde apenas os personagens principais falam. Essa parte da mágica do filme geralmente ocorre meses após a finalização da produção e é tratada por um supervisor de sessão que não esteve envolvido nas filmagens. Os atores nessas sessões geralmente improvisam várias falas e, se o consultor técnico não estiver disponível (ou não for pago para estar lá), eles poderão produzir um diálogo impreciso que termina na cena final. Essas sessões de gravação também são onde o tráfego de rádio com e sem script é gravado, e a razão pela qual as frases de destaque geralmente soam derivativas, enlatadas, e completamente idiotas ao ouvido do veterano.

7. Os consultores atendem às necessidades do filme, e não o contrário.

Um dos maiores problemas de Webb com American Sniper é a série de cenas que tentam retratar o curso de sniper SEAL. Nas palavras dele, as cenas "não chegam nem perto de dar ao público qualquer ideia de como é o treinamento de atiradores de elite SEAL". E ele está absolutamente certo. O curso de três meses não foi escrito com precisão no roteiro, que incluiu apenas duas cenas curtas intercaladas com o namoro de Kyle e sua futura esposa. Então, quando o diretor assistente interrompeu o roteiro, essa parte do filme estava programada para ser filmada em um dia em um local limitado na área de Los Angeles. Nunca foi considerado importante retratar com precisão o curso de atirador de elite SEAL, o que alguns podem achar decepcionante. Mas o objetivo da sequência era mostrar os dois lados de Kyle e estabelecê-lo como um atirador talentoso, não para descrever a intensidade da semana de trabalho de seis dias de um aluno atiradorE mesmo que os conselheiros - um dos quais era um sniper Navy SEAL - soubessem que estavam prestando um desserviço ao curso administrado por Webb, os produtores não o consideraram importante o suficiente para justificar o aumento do custo do filme. A história era simplesmente mais importante.


8. Errar é humano

Não importa quantos consultores estejam trabalhando em um filme, eles sempre errarão alguma coisa. Não é porque eles não estão tentando acertar. Outros fatores estão sempre em jogo e, às vezes, é apenas um erro. Como um veterano intrépido apontou, os Rangers em American Sniper usavam brevês Airborne. Eles não deveriam estar usando, mas nos escapou. Foi um erro honesto no dia 65 de filmagem. Mas o que é ainda mais comum do que o estranho erro não-forçado é um fato que a maioria dos veteranos reconhecerá como uma verdade fundamental das operações conjuntas: nunca há dois militares sempre concordando com tudo. E nas ocasiões em que as recomendações de dois consultores estão em desacordo, o diretor toma uma decisão sobre quem seguir.

Um desacordo notável no set de American Sniper teve a ver com a maneira como os restos mortais de um militar falecido são movidos. Enquanto um consultor sabia que os casos de transferência cobertos por bandeiras viajam primeiro, outro consultor estava convencido de ser ao contrário. Ninguém notaria isso, é claro, mas pelo fato de determinar em qual direção a bandeira estava posicionada em cada caso de transferência para uma cena em que Kyle está acompanhando o corpo de Marc Lee de volta aos Estados Unidos. No filme final, está errado. Mas eu nunca apontaria isso em tom acusatório contra o consultor que tomou a decisão. Afinal, ele acertou várias centenas de coisas. Embora eu duvide que alguém jamais catalogará aqueles em um fórum de comentários.

Tanques, navios e fuzis de assalto: a Índia ainda compra a maior parte de suas armas da Rússia


Por Sébastien Roblin, The National Interest, 25 de janeiro de 2020.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de fevereiro de 2020.

E por que isso pode não mudar tão cedo.

Desde a década de 1960, a Índia adquiriu a maior parte de seus armamentos de Moscou, e sistemas de armas como o helicóptero Mi-4, o tanque T-55 e o míssil anti-navio SS-2 Styx desempenharam um papel decisivo nos conflitos militares da Índia.

À medida que as alianças mudavam na era pós-Guerra Fria, Washington cortejou Nova Delhi como parte de um esforço para contrabalançar a ascensão da China como superpotência. Isso levou a Índia a comprar sistemas militares dos EUA, como aviões de patrulha marítima P-8 Poseidon e helicópteros de ataque Apache.

Além disso, a Índia retirou-se de um programa ambicioso para desenvolver em conjunto uma variante específica da Índia do caça furtivo Su-57 da Rússia em 2018. Moscou também indicou uma nova disposição de exportar armas para o rival da Índia, o Paquistão. E depois da apreensão de Moscou da Criméia pela Ucrânia em 2014, Washington aprovou o ato CAATSA (Countering America's Adversaries Through Sanctions Act, Ato de Combate aos Adversários da América por Meio de Sanções) que ameaça sanções contra países que fazem grandes compras militares da Rússia.

Mas, apesar desses fatores negativos e da insistência do governo Modi de que as importações estrangeiras venham com um componente de fabricação doméstica em solo indiano, na realidade a Rússia continua sendo de longe o fornecedor de armas dominante da Índia até a década de 2020, representando 62% das importações indianas de armas nos cinco anos anteriores de acordo com o SIPRI.

Somente nos primeiros nove meses de 2019, a Índia gastou um recorde de US$ 14,5 bilhões em armas russas, com muitas entregas e despesas financeiras continuando até 2020. Além disso, a Índia também firmou um acordo com a Rússia, permitindo a licença de fabricação de peças de reposição para sistemas russos.

Portanto, para tomar emprestada a expressão desgastada, os relatórios sobre o desaparecimento do comércio indo-russo de armas foram extremamente exagerados. Embora uma peça associada pareça com as últimas compras da Força Aérea Indiana de jatos MiG-29 e Su-30 e mísseis de defesa aérea S-400, aqui examinaremos as principais novas compras do Exército e da Marinha da Índia.

Fuzil de assalto AK-203


Em 2019, a Índia também estabeleceu uma joint venture com a Kalashnikov (50,5% indiana / 49,5% russa) para fabricar 750 mil fuzis AK-203. 100.000 serão construídos na Rússia, enquanto o saldo virá de uma nova fábrica em Uttar Pradesh. Estes são basicamente os AK-74 modernizados com ergonomia aprimorada e suporte para acessórios. Eles substituirão os fuzis INSAS desenvolvidos na Índia, que tiveram um desempenho excepcionalmente ruim em combate.

*Nota do Tradutor: Uma joint venture é uma entidade comercial criada por duas ou mais partes, geralmente caracterizada por propriedade compartilhada, retornos e riscos compartilhados, e governança compartilhada.

Curiosamente, o Exército indiano havia anunciado anteriormente que estava procurando fuzis usando munição 7.62x51 milímetros OTAN com maior precisão de longa distância e força de impacto em comparação com as munições de 7.62x39 milímetros usadas pelo AK-203.

De fato, o Exército indiano também está adquirindo 72.000 fuzis SIG-716 a um custo maior, que supostamente será emitido para as 'unidades da linha de frente'. Mas a produção do AK-203 menor desempenho pode ajudar Modi a construir apoio eleitoral em Uttar Pradesh, enquanto dá a Kalashnikov uma base de longo prazo para futuras encomendas na Índia.

Projeto 11356 Fragata da classe Talwar

A Índia também finalizou um acordo para quatro fragatas com base nas fragatas furtivas da classe Almirante Grigorovich da Rússia. A Índia já opera seis fragatas da classe Talwar, com base na fragata anterior da classe Krivak russa.

A subclasse Grigorovich de 4.000 toneladas do Krivak mede 127 metros de comprimento e possui um armamento formidável: mais de duas dúzias de mísseis superfície-ar de curto e médio alcance, uma torre com canhão de 100 milímetros, dois canhões de defesa pontual de tiro rápido, torpedos e foguetes anti-submarinos, um helicóptero anti-submarino e células de lançamento verticais que podem acomodar mísseis de cruzeiro anti-navio ou ataque terrestre.

A Rússia originalmente planejava operar seis fragatas do Almirante Grigorovich, construídas usando um motor ucraniano. Mas a Ucrânia isolou a Rússia depois que Moscou tomou a península da Criméia em 2014, deixando a Rússia com duas fragatas quase completas sem motor.

Sob o acordo atual, essas duas fragatas serão concluídas nos estaleiros de Yantar na Rússia a um preço de US$ 950 milhões (pago em Rúpias* para evitar sanções do CAATSA) e entregues em 2022. A Índia fornecerá um motor doméstico de turbina a gás.

*NT: A Rúpia é a moeda indiana. O Rublo é a moeda russa.

Além disso, a Índia pagará outros US$ 1,2 bilhão para licenciar a construção de mais duas fragatas em seus estaleiros de Goa, com entrega prevista para 2026 e 2027.

A variante indiana "Advanced Talwar" será armada com mísseis supersônicos Brahmos e um radar e sistemas de navegação domésticos.

Tanques Principais de Batalha T-90MS


Em novembro de 2019, a Índia assinou um acordo de US$ 1,2 (pago em rublos para contornar o CAATSA) para transferir componentes de tecnologia para licenciar a construção de 464 tanques T-90 adicionais na fábrica em Avadia - o suficiente para equipar 10 regimentos blindados adicionais à medida que são entregues até 2025.

A fábrica indiana está recebendo US$ 1,9 bilhão adicional pela produção e construirá componentes, incluindo visões noturnas e termovisores, enquanto a Rússia ainda fornecerá o motor e a transmissão.

Mais de mil tanques principais de batalha T-90S e T-90MS formam o núcleo das forças blindadas da Índia, apoiados por um número maior de tanques T-72 mais antigos e atualizados, e algumas centenas de tanques domésticos Arjun. O T-90MS de 52 toneladas não é tão blindado quanto os tanques principais de batalha ocidentais, mas se beneficia de blindagem reativa avançada e sistemas de proteção ativos que o tornam mais resiliente contra os mísseis guiados antitanque.

O T-90MS mais moderno da Índia de fato ostenta motores, sensores e sistemas de proteção superiores ao modelo T-90As do Exército Russo. No entanto, os T-90 da Índia enfrentaram problemas técnicos embaraçosos ao longo dos anos que exigiram taxas exorbitantes pagas à Rússia para serem corrigidos.

Devido a esses problemas, um oficial de defesa indiano lamentou ao Defense News que a Índia acabaria "pagando três vezes mais que o custo original do tanque" durante o ciclo de vida de cada veículo.

Mísseis de Defesa Aérea Portáteis Igla-S

Em novembro de 2019, a Índia também concedeu 1,47 bilhão de dólares em seu concurso de Defesa Aérea de Curtíssimo Alcance para adquirir 5.175 mísseis (os últimos 600 construídos na Índia) e 800 lançadores portáteis.

Essas armas descartáveis guiadas por calor fornecerão uma defesa de última hora para as unidades de infantaria indianas e podem ser particularmente úteis para neutralizar helicópteros inimigos, drones e até mísseis de cruzeiro, principalmente em áreas montanhosas. O Igla-S substituirá os mísseis Igla-M mais antigos da Índia, aumentando o alcance, a altitude de engajamento e a resistência a contra-medidas.

No entanto, como a maioria das aquisições de defesa indianas, o VSHORADS está envolvido em atrasos espetaculares - 20 anos desde que a primeira encarnação da competição foi iniciada em 1999! - e acusações de negociações sujas.

O Igla-S competiu contra o Saab RBS-70 e o míssil Mistral da MBDA. Ambas as empresas estrangeiras reclamaram que os avaliadores indianos renunciaram aos requisitos de desempenho que o Igla-S não cumpriu. Por exemplo, durante um teste, o Igla-S falhou em interceptar alvos em um clima quente durante o verão (tarefa mais desafiadora para um míssil guiado por calor), mas foi autorizado a tentar o mesmo teste pela segunda vez em condições climáticas mais frias.

Parece possível, no entanto, que o contrato tenha sido simplesmente concedido ao menor lance, e não baseado no desempenho, pois o Mistral foi oferecido por US$ 2,7 bilhões e o RBS-70 por US$ 2,1 bilhões. No entanto, há dúvidas de que o Exército indiano possa reunir os fundos necessários para financiar a compra do Igla-S.

Helicópteros utilitários Ka-226T


As forças armadas da Índia devem se preparar para uma potencial guerra nas montanhas com o Paquistão na fronteira noroeste e a China no flanco leste. Nessas regiões, os helicópteros são muito úteis para contornar terrenos tortuosos das montanhas - mas também lutam para operar devido a limitações de desempenho em grandes altitudes.

Em janeiro de 2020, as empresas indianas negociaram recentemente um preço de US$ 4 bilhões para um acordo de 2015 com a corporação russa Kamov para a entrega de 200 helicópteros utilitários leves Ka-226T: 60 construídos na Rússia e outros 140 construídos como uma joint venture na Índia numa fábrica em Tumkuru.

Os antigos helicópteros HAL Cheetah e Chetak da Índia - baseados nos franceses SA 315B e Alouette III, respectivamente - estavam mostrando sua idade. O Ka-226, por comparação, pode voar duas vezes mais alto que o Cheetah, 25% mais rápido a no máximo 155 milhas por hora e transportar seis ou sete pessoas ou uma tonelada de carga, em vez de apenas quatro ou cinco soldados.

Ele apresenta o famoso arranjo de rotores coaxiais da empresa Kamov russa, que, ao custo da complexidade, resulta em maior estabilidade e desempenho em grandes altitudes do que um helicóptero tradicional.

O acordo atual inclui a transferência de 50% da tecnologia (particularmente as pás do rotor, a estrutura e o trem de pouso). A Índia também poderá exportar os Ka-226Ts para o exterior, mas as encomendas domésticas também poderão aumentar, já que o Exército atualmente exige 259 helicópteros utilitários leves, a Força Aérea 125 e a Marinha 111 desses helicópteros equipados com equipamentos anti-submarinos.

Sébastien Roblin escreve sobre os aspectos técnicos, históricos e políticos da segurança e conflitos internacionais para publicações como The National Interest, NBC News, Forbes.com e War is Boring. Ele é mestre pela Universidade de Georgetown e serviu no Corpo da Paz na China. Você pode acompanhar os artigos dele no Twitter.