quarta-feira, 1 de julho de 2020

COMENTÁRIO: Pseudopotência


Pelo General Luiz Eduardo Rocha Paiva, DefesaNet, 11 de Julho de 2010.

Entre outros males, estar desarmado significa ser desprezível.”
- Maquiavel, O Príncipe.

O desfecho da iniciativa diplomática brasileira no Oriente Médio demonstrou os limites do poder de um país cuja ação na cena internacional só é relevante nos temas da área econômica. Essa limitação revela uma fraqueza que será ainda mais evidente quando entrarem em choque interesses nacionais e os dos países que efetivamente conduzem os destinos do mundo, em função da projeção desses últimos, seja em nosso entorno estratégico, seja diretamente sobre o nosso patrimônio.

Tropas dos Emirados Árabes Unidos.

Somos uma potência com pés de barro, cuja expressão mundial depende principalmente da exportação de commodities com baixo valor agregado, da prestação de serviços por algumas empresas e instituições e do atrativo mercado interno. Relevância econômica, mas não militar. Há um desequilíbrio interno fruto da indigência bélica; da debilidade nas áreas de educação, indústrias de valor estratégico, ciência, tecnologia e inovação; da crise de valores morais; e da falta de civismo. Desse quadro, emergem graves vulnerabilidades para enfrentar os conflitos que se avizinham.

O mundo ficou pequeno e a América do Sul (AS) é um dos principais palcos de projeção da China, a ser seguida da Índia e da Rússia. O Brasil terá sua liderança regional ameaçada não só por esses novos competidores, pois os EUA intensificarão a presença na AS, a fim de não perder espaços estratégicos para poderosos rivais arrivistas. A China passa a ser diretamente interessada na exploração dos recursos da AS – agrícolas, minerais, hídricos, e outros – incluindo, logicamente, os da Amazônia. Será menos arriscado China, Rússia e Índia unirem-se aos EUA e UE para impor limites à soberania na Amazônia e em outras regiões, visando condições vantajosas no aproveitamento de seus recursos, do que entrarem em conflito entre si. Atrás da projeção político-econômica virá a militar, inicialmente pela cooperação, evoluindo para dissuasão e, possivelmente, para o emprego direto quando os interesses se tornarem importantes ou vitais. O Brasil e os vizinhos são os atores mais fracos e é desse lado que a corda arrebenta. A história é uma sábia mestra e a da China no século XIX, fatiada em sua soberania e patrimônio e vilipendiada pelas potências da época, mostra o que pode acontecer aqui, pois a China era, então, a nova fronteira como hoje é a AS. Os “impérios” de ontem são as mesmas potências de hoje, com algumas novas presenças como a da Índia.

José Plácido de Castro.
(Foto de Percy Fawcett, 1907)

A perda do Acre pela Bolívia em 1903 é um alerta ao Brasil por sua política irresponsável na Amazônia, pois as semelhanças entre o evento do passado e o presente amazônico são preocupantes, particularmente no tocante às terras indígenas (TI). A Bolívia no Acre, por dificuldade, e o Brasil na Amazônia, por omissão, exemplificam vazios de poder pela fraca presença do Estado e de população nacional em regiões ricas e cobiçadas. O Acre, vazio de bolivianos, era povoado por seringalistas e seringueiros brasileiros, respectivamente líderes e liderados, sem nenhuma ligação afetiva com a Bolívia. No Brasil, ONGs internacionais lideram os indígenas e procuram conscientizá-los de serem povos e nações não brasileiras, no que contam com o apoio da comunidade mundial. Portanto, enquanto no século XIX uma crescente população brasileira estava segregada na Bolívia, hoje o mesmo acontece com a crescente população indígena do Brasil, ambas sob lideranças sem nenhum compromisso com os países hospedeiros e sim com atores externos. Ao delegarem autoridade e responsabilidades a ONGs ligadas a nações e atores alienígenas, os governos brasileiros autolimitaram sua soberania como fez a Bolívia ao arrendar o Acre ao Bolivian Syndicate. Décadas de erros estratégicos enfraqueceram a soberania boliviana no Acre, direito não consumado, pois aqueles brasileiros revoltaram-se e o separaram da Bolívia, que aceitou vendê-lo ao Brasil.

Estágio Internacional de Operações na Selva (EIOS) do CIGS, 12 de setembro-14 de outubro de 2016.

A Amazônia brasileira nos pertence por direito, mas só a ocupação e integração farão a posse efetiva. Em poucas décadas, haverá grandes populações indígenas desnacionalizadas e segregadas, ocupando imensas terras e dispostas a requerer autonomia com base na Declaração de Direitos dos Povos Indígenas, aprovada na ONU com apoio do Brasil. Se não atendidas, evocarão a Resolução que instituiu, em 2005, a Responsabilidade de Proteger, nome novo do antigo Dever de Ingerência. Hoje, há uma forte pressão para transformar TIs em territórios administrados por índios, inclusive com polícia indígena, iniciativa que reúne atores externos e internos, estes uma quinta coluna cuja atuação atende a objetivos alienígenas. Um sem-número de TIs, com maior autonomia que os estados da Federação, comprometerão a governabilidade e a integridade territorial num país que, muitos não percebem, ainda está em formação, pois não foi totalmente integrado.

Não é que a história se repita, mas situações semelhantes em momentos distintos costumam ter desfechos parecidos, para o bem ou para o mal, se as decisões estratégicas adotadas forem similares. Do militar e do diplomata espera-se percepção estratégica capaz de identificar possíveis ameaças, embora longínquas no tempo, antes que se tornem prováveis, pois aí será tarde demais. Cabe a eles, também, a coragem de assessorar o Estado com franqueza, defendendo o interesse nacional mesmo com o risco de afrontar políticas imediatistas de governos de ocasião, que comprometam interesses vitais da Nação. Política exterior é diplomacia e defesa, e nenhuma das duas se improvisa.

O 18th (Royal Irish) Regiment of Foot derrotando soldados chineses vestidos de tigre nos fortes de Amoy, 26 de agosto de 1841, na Primeira Guerra do Ópio.

No início dos anos 1990, quem alertou para a ameaça à soberania, quando a criação da reserva ianomâmi iniciou o processo de balcanização da Amazônia, foi considerado um visionário. Governos sem visão prospectiva e aptidão para avaliar riscos desprezaram a ameaça e fizeram o jogo das grandes potências, aceitando imposições que vêm criando paulatinamente, por meio de uma exitosa estratégia de ações sucessivas, as condições objetivas para a perda de soberania. Por importantes que sejam outras ameaças internacionais, esta é a mais grave. O resultado será desonroso para o país se sua liderança continuar adotando decisões utópico-internacionalistas-entreguistas, calcadas num discurso politicamente correto, mas moralmente covarde, pois não confessa que se troca soberania por interesses imediatistas ou ideológicos apátridas, camuflados sob bandeiras como a defesa dos direitos de minorias e a preservação do meio ambiente.

Alemães inspecionando um tanque pesado francês Char B1 bis abandonado na estrada, 1940.

Assim, não se trata apenas de fraqueza militar, mas também da ausência de lideranças competentes e de estadistas que tracem políticas e estratégias capazes de limitar ou neutralizar vulnerabilidades. Ao contrário, vêm tomando decisões desastrosas, cujo resultado será a contestação e limitação de nossa soberania na Amazônia, pela via indireta, que dispensará ou reduzirá significativamente a necessidade de emprego do poder militar. Eis o resultado de não ocupar, não povoar, não desenvolver, não defender e não preservar a Amazônia, bem como de segregar ao invés de integrar o indígena aos seus irmãos brasileiros.


É lamentável a sociedade esclarecida, seus representantes e lideranças, em setores decisórios do Estado e em muitas de suas instituições, aceitarem passivamente ou reagirem timidamente à mutilação do país, avalizada por sucessivos governos. Convém ressaltar que esse cenário foi construído, desde o início dos anos 1990, a partir da ascensão ao poder da esquerda, cujos discursos demagógicos e ilusórios de defesa dos bens materiais da Nação, do meio ambiente e dos direitos humanos, de revisão da história e de mudança de valores escondem o propósito real de viabilizar a estratégia gramcista de tomada do poder, pela desagregação da sociedade nacional e o esfacelamento do Estado. É uma esquerda pseudonacionalista – internacionalista de fato – e pseudopatriota – populista de fato, que despreza a história, os feitos, as tradições e os verdadeiros heróis nacionais. Não ama a Nação, mas sim sua ideologia, e não tem uma Pátria, mas sim um partido.


Para merecer e manter um patrimônio imensamente rico como o brasileiro, onde se inclui a nossa Amazônia, é preciso não um pseudonacionalismo de bravatas, demagógico e xenófobo, mas um patriotismo real e sincero, respaldado numa vontade nacional firme, altiva e corajosa para assumir os riscos dos conflitos que virão e, ainda, lideranças legítimas, confiáveis e efetivamente comprometidas com a Nação. Sem tais atributos, países, ainda que sejam fortes e ricos, não passam de pseudopotências.

General-de-Brigada Luiz Eduardo Rocha Paiva é professor emérito e ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), e membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHMTB). 

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ENTREVISTA: A biógrafa Jung Chang diz que a Imperatriz-Viúva "Não é um modelo a ser seguido"

"Empress Dowager Cixi: The Concubine Who Launched Modern China" (Alfred A. Knopf, 2013) por Jung Chang (direita). (Lisa Weiss)

Por Wilfred Chan, Asian Society, 12 de novembro de 2013.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 28 de outubro de 2019.

A nova biografia de Jung Chang, Empress Dowager Cixi: The Concubine Who Launched Modern China (A Imperatriz-Viúva Cixi: A concubina que lançou a China Moderna (Alfred A. Knopf, 2013) narra a notável vida da Imperatriz Cixi da China (1835-1908), que governou a China por 47 anos e ajudou a trazê-la para a era moderna.

Trabalhando a partir de novos documentos históricos disponíveis, Chang pretende revisar as noções tradicionais de Cixi como déspota reacionária e a época em que ela governou. Avaliando a imperatriz-viúva Cixi para a resenha do New York Times em outubro, o diretor do Centro de Relações China-EUA da Sociedade da Ásia, Orville Schell, escreveu que o "uso extensivo de novas fontes chinesas por Chang faz um forte argumento para uma reavaliação" do papel de Cixi no desenvolvimento da China. (Para outra resenha digna de nota, consulte Rahul Jacob no Business Standard da Índia.)

Os livros anteriores de Chang são Wild Swans (Cisnes Selvagens, 1991), uma história familiar que vendeu mais de 10 milhões de cópias e também foi proibida na China, e Mao: The Unknown Story (Mao: A história desconhecida, 2005), em co-autoria com seu marido, o historiador britânico Jon Halliday.

Chang se junta a Orville Schell para uma discussão na Sociedade da Ásia de Nova York nesta noite, 12 de novembro. [...] A turnê de livros de Chang também a levará ao Centro da Sociedade da Ásia do Texas em 17 de novembro e à Sociedade da Ásia do Norte da Califórnia em 18 de novembro.

Chang conversou com o Asia Blog por telefone pouco antes de sua aparição na Sociedade da Ásia de Nova York.

O que o atraiu para a Imperatriz-viúva como assunto?

Eu me interessei por ela quando estava pesquisando Wild Swans. Percebi que foi ela quem proibiu a amarração dos pés. Eu tinha pensado, de alguma maneira, que a amarração dos pés foi banida pelos comunistas porque era isso que minha educação me dizia. Então isso me interessou. E então, depois que escrevi Wild Swans, depois que escrevi Mao: The Unknown Story, quando amigos sugeriram escrever sobre a Imperatriz-viúva, eu a procurei na Web e descobri que sua reputação era tão ruim quanto, você sabe , meus dias de lavagem cerebral quando eu estava na China. O pouco que eu sabia sobre ela era completamente diferente de sua reputação. Isso me fez sentir que poderia encontrar novos materiais e ter novas idéias. Não quero escrever coisas em que todos concordem. Em outras palavras, há controvérsia sobre ela - eu gosto disso.

Como o personagem da Imperatriz-viúva se tornou tão distorcido e difamado mais tarde na história?

Bem, três anos depois que ela morreu, a China se tornou uma república. Os republicanos queriam criticá-la. Bem, não apenas os republicanos - os governantes depois dela, as pessoas no poder depois dela, não queriam vê-la tendo uma boa reputação porque queriam dizer que, você sabe, ela fez uma bagunça na China, e caiu sobre eles resgatar a China dela.

Como Cixi melhorou a vida das mulheres na China?

Além de proibir a amarração dos pés, ela deu educação às mulheres e as libertou do lar. Ela as incentivou a terem educação. E ela basicamente defendia a libertação das mulheres. Tanto que, em uma revista na China em 1903, as pessoas declaravam que o século XX seria o "século dos direitos das mulheres".

Você a vê como um modelo para as mulheres chinesas hoje?

Não. Não acho que ela seja um modelo. Ela foi uma imperatriz - a Imperatriz-viúva. Ela veio de uma China medieval; ela era capaz de imensa crueldade, quero dizer, ela era uma política. Quando ela enviou um exército para recuperar Xinjiang, a expedição foi extremamente brutal. Sabemos que ela envenenou o filho adotivo ao longo do caminho. Você sabe, ela era uma figura medieval. Meu livro também descreve sua transformação dessa imperatriz medieval, ou concubina imperial, em uma pessoa moderna - sua própria transformação e a transformação da China. Eu acho, sabe, que ela tem uma certa qualidade, acho que as pessoas podem aprender, ela tinha consciência, ela se importava com seu povo, ela não gostava de derramamento de sangue, etc. Pode-se apreciar essas qualidades. Mas modelo, quero dizer, (risos) ser a governante absoluta da China?

Mas você não acha que há uma falta de mulheres na política chinesa?

Sim. Eu acho que sim. Não conheço o processo de seleção dos líderes. Eu certamente gostaria de ver mais mulheres políticas na China.

Marinheira chinesa à bordo do Jinggangshan como parte de uma força-tarefa no Golfo de Áden, 2013. (People's Daily Online/Chen Geng)

Você acha que há perspectivas de mais mulheres ingressando nos escalões superiores da liderança chinesa em um futuro próximo?

Sim, acho que essa é a tendência do mundo - ter mais e mais mulheres no círculo de tomada de decisão. Eu acho que provavelmente essa também seja a estrada pela qual a China também estará embarcando.

Você acha que os líderes chineses de hoje podem aprender algo estudando a liderança da Imperatriz-viúva?

O problema é, que eu não escrevi uma fábula política. Eu apenas registrei a vida dela. Como livro, acho que os leitores podem tirar o que for relevante para eles. Não sei o que as pessoas tirarão da Imperatriz-viúva Cixi, nem tenho essa intenção deles tirarem uma certa mensagem. Meu lema sobre a mensagens em um livro é: flores em mel, sal em água. As mensagens desapareceram, mas os sabores estão por toda parte. Meu livro não é um livro de mensagens.

Em termos de processo, como este livro foi diferente do seu último?

É diferente de escrever sobre Mao no sentido de que, com Mao, meu marido Jon Halliday e eu passamos 12 anos pesquisando e escrevendo. O principal problema foram as fontes, os documentos. Porque houve muito encobrimento - ainda existe - sobre Mao. Então tivemos que desenterrar todas as informações. Mas com a Imperatriz-viúva, todos os documentos foram disponibilizados: os estudiosos, os arquivistas na China e no resto do mundo, têm trabalhado muito compilando, fotocopiando, editando, fazendo obras completas disso e daquilo, liberando documentos de tribunal, alguns até digitalizados, por isso são relativamente fáceis de obter. Então eu posso sentar em Londres no meu computador e exibir decretos imperiais na minha tela.

Se as informações estavam disponíveis, por que um trabalho como o seu nunca foi feito antes?

Bem, as pessoas têm escrito - não uma biografia como a minha, mas aspectos dela. Quero dizer, os estudiosos chineses têm coberto vários aspectos do seu governo e seu tempo, e produziram muito material. Eles não escreveram uma biografia, mas eu me beneficiei de suas descobertas e trabalhos.

É triste para você que o livro não esteja amplamente disponível na China no momento?

Bem, não apenas não está amplamente disponível, espero que não seja banido! Estou traduzindo o livro para o chinês e será publicado no próximo ano. Espero que seja publicado na China continental. Mas eu não sei - teremos apenas que ver.

Quais são seus planos depois de terminar esta turnê?

Meu plano no momento é traduzir o livro para o chinês. É muito trabalho - já fiz metade do trabalho - e só preciso de mais tempo para me concentrar na tradução, que é o que farei depois que voltar dos Estados Unidos para Londres.

Mas depois disso?

Não tenho planos. Sem dúvida, em algum momento, em algum lugar, a inspiração virá.

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Leitura recomendada:


terça-feira, 30 de junho de 2020

Fuzileiros navais da China: menos é mais


Por Dennis J. Blasko, The Jamestown Foundation, 3 de dezembro de 2010.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de junho de 2020.

Em 3 de novembro, o Global Times informou que “cerca de 1.800 forças navais e pelo menos 100 navios de guerra, submarinos e aeronaves de combate [sic]” do “Corpo de Fuzileiros Navais” do Exército Popular de Libertação (PLA) realizaram um exercício de fogo real chamado "Jiaolong- 2010”(Dragão-2010) no “disputado Mar da China Meridional” (Global Times, 3 de novembro de 2010). À luz da crescente tensão na região, um exercício de fogo real com 100 navios, submarinos e aviões do "Corpo de Fuzileiros Navais" chinês seria realmente uma grande coisa. Uma grande coisa - se for verdade. Infelizmente, com base em reportagens sobre o mesmo exercício nos jornais militares chineses oficiais e no que pode ser visto na televisão chinesa, o Global Times entendeu errado a história.


O Global Times, associado ao jornal People's Daily, é uma fonte chinesa relativamente nova, conhecida por seus artigos e opiniões estritamente nacionalistas. Não faz parte do sistema oficial de mídia militar chinês. De fato, “Jiaolong-2010” foi um exercício importante, mas não incomum, de desembarque anfíbio de vários batalhões, apoiado pela Marinha do PLA. No entanto, apenas um punhado de "navios de guerra" estava realmente envolvido, junto com alguns helicópteros, mas nenhum submarino - ilustrando que, para os fuzileiros navais do PLA, muitas vezes, menos é mais.

História dos fuzileiros navais chineses

Composto por duas brigadas com uma força total de aproximadamente 12.000 militares, o "Corpo de Fuzileiros Navais" do PLA não é realmente um "Corpo", e certamente não é equivalente ao Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos[1].


A primeira unidade de fuzileiros navais do PLA (uma divisão) foi formada em 9 de dezembro de 1954 e em poucas semanas foi desdobrada para lutar na batalha pela Ilha Yijiangshan durante a Primeira Crise do Estreito de Taiwan. Nos anos seguintes, 110.000 soldados retornando da Coréia foram formados em oito divisões de fuzileiros navais. No entanto, durante as reformas militares do final da década de 1950, as unidades de fuzileiros navais foram dissolvidas e seu pessoal e equipamento foram transferidos para o Exército do PLA. Em 1974, um fraco desempenho do Exército durante a campanha na Ilha Xisha (Paracel) levou a Comissão Militar Central a reavaliar a necessidade de uma força de fuzileiros navais dedicada na Marinha do PLA. Em 5 de maio de 1980, uma brigada de fuzileiros navais foi formada no condado de Ding'an, Hainan, e depois foi realocada para a área de Zhanjiang, na província de Guangdong, no continente (Agência de Notícias Xinhua, 3 de outubro de 2009).


Essa brigada, conhecida como 1ª Brigada de Fuzileiros Navais, está subordinada à Frota do Mar do Sul (SSF) da Marinha do PLA. Por quase 20 anos, foi a única unidade de fuzileiros navais da Marinha. Durante os três anos de redução de 500.000 homens anunciada em setembro de 1997, a 164ª Divisão do Exército, também localizada nas proximidades de Zhanjiang, foi reduzida e convertida na 164ª Brigada de Fuzileiros Navais e re-subordinada à SSF[2].

Organização e equipamento


O Livro Branco Chinês sobre Defesa Nacional de 2008 forneceu um breve resumo da organização dos fuzileiros navais do PLA: "O Corpo de Fuzileiros Navais está organizado em brigadas de fuzileiros navais e consiste principalmente de fuzileiros navais, tropas blindadas anfíbias, tropas de artilharia, engenheiros e tropas de reconhecimento anfíbio". A análise dos relatórios da mídia militar chinesa acrescenta mais detalhes a essa descrição, embora algumas incertezas permaneçam.

Ambas as brigadas de fuzileiros navais parecem ter aproximadamente a mesma estrutura organizacional, diferindo no equipamento específico atribuído. Estima-se que cada brigada consiste em:
  1. Um ou dois batalhões blindados anfíbios, cada um composto por 30 a 40 tanques anfíbios ou veículos de assalto.
  2. Quatro ou cinco batalhões de infantaria, alguns são mecanizados com 30-40 veículos de combate de infantaria anfíbios (IFV) ou veículos blindados de transporte de pessoal (APC).
  3. Uma unidade de reconhecimento anfíbio provavelmente é composta por duas ou mais unidades menores de “homens-rã” e operações especiais (SOF/OpEsp), incluindo uma unidade com aproximadamente 30 batedores femininos.
  4. Um batalhão de artilharia autopropulsada.
  5. Um batalhão de mísseis com uma companhia de mísseis antitanque e uma companhia de mísseis antiaéreos com mísseis terra-ar portáteis.
  6. Um batalhão de engenharia e de defesa química.
  7. Um batalhão  de guarda e de comunicações.
  8. Um batalhão de manutenção.


Sob o quartel-general de brigada, um quartel-general anfíbio do regimento blindado comanda o batalhão blindado (ou batalhões blindados), um ou dois batalhões de infantaria mecanizada e o batalhão de artilharia autopropulsada. Este regimento é considerado a principal unidade de manobra e unidade da brigada.

O número de pessoas por batalhão depende do tipo de unidade, com batalhões de infantaria provavelmente contando entre 600 e 750 militares, enquanto outros batalhões podem ter apenas metade do tamanho. Estima-se que a mão-de-obra total para cada brigada varie de 5.000 a 6.000[3].

Ao contrário do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, os fuzileiros navais do PLA não recebem ativos orgânicos de aviação. Em vez disso, o regimento de helicópteros subordinado à Frota do Mar do Sul fornece transporte e apoio de poder de fogo aos fuzileiros navais. Os fuzileiros navais têm uma relação semelhante com o transporte marítimo com a flotilha de navios de desembarque da SSF composta por aproximadamente 30 navios anfíbios grandes e médios, incluindo o Navio de Desembarque Doca Tipo 071 da Marinha[4].


Ao longo de seus 30 anos, a 1ª Brigada de Fuzileiros Navais foi equipada com quatro tipos de veículos blindados de transporte de pessoal/veículos de combate de infantaria e tanques. O APC Tipo 77 (copiado do BTR-50 soviético) foi seguido pelo APC Tipo 63 (um projeto indígena), o Tipo 86 (BMP soviético) e, finalmente, o IFB ZBD05,  adotado a partir de 2005/6 e visto no desfile militar de 2009. A brigada foi inicialmente equipada com tanques leves não-anfíbios Tipo 62 (baseados no tanque de batalha principal Tipo 59, mas menores) e tanques anfíbios leves Tipo 63 (soviético PT-76 modificado). Por volta de 2000, os tanques anfíbios leves Tipo 63A entraram no PLA, seguidos pelos veículos de assalto anfíbio ZTD05 no meio da década[5].

Novos equipamentos foram introduzidos gradualmente, batalhão por batalhão, de modo que as brigadas geralmente têm uma combinação de vários tipos de tanques e APC/IFV. Quando a 1ª Brigada é atualizada, equipamentos mais antigos parecem ser transferidos para a 164ª Brigada. Atualmente, a 1ª Brigada está equipada com veículos IFV ZBD05 e ZTD05, enquanto a 164ª possui uma mistura de tanques Tipo 63A e APCs Tipo 86 e Tipo 63[6]. A 1ª Brigada também foi equipada com o novo obus autopropulsado PLZ07 122mm; o antigo obus autopropulsado Tipo 89 122mm é encontrado no 164º.


Os fuzileiros navais, tal qual as unidades em todo o PLA, planejam um período de treinamento de novos equipamentos, com duração de vários meses a anos, culminando em testes de prontidão, antes que as unidades e o armamento sejam considerados capazes de operar. Os fuzileiros navais estão entre as unidades de resposta rápida a emergências do PLA, com as principais missões de combate de operações anfíbias e defesa contra desembarques anfíbios inimigos.

Treinamento

As unidades de fuzileiros navais do PLA recrutam pessoal com base nos padrões das tropas de Operações Especiais. Eles devem estar em boa forma física, no ensino médio ou superior, e com 1,70 metro ou mais (Agência de Notícias Xinhua, 22 de setembro de 2009). O regime de condicionamento físico dos fuzileiros navais é extremamente desafiador, com padrões como nadar cinco quilômetros em equipamento de combate completo em duas horas e meia, percorrer a mesma distância em 23 minutos e realizar 500 flexões, abdominais e agachamentos diariamente[7]. Todos os fuzileiros recebem instruções de combate corpo-a-corpo.


O treinamento para novos recrutas é conduzido pelas próprias brigadas (como é a prática em todo o PLA) por cerca de três meses a partir de dezembro. Posteriormente, começa o treinamento de habilidades profissionais para indivíduos e unidades. O treinamento anfíbio em pequenas unidades começa em abril ou maio, aumentando de tamanho ao longo do verão e outono. As unidades podem passar de dois a três meses em campo em áreas de treinamento anfíbio na Península de Leizhou e em Shanwei, ou em estandes de tiro no norte de Guangdong.

Militares do reconhecimento anfíbio e OpEsp dos fuzileiros navais treinam em várias formas de paraquedismo, helicópteros, terra, superfície do mar e métodos de inserção subaquática, resultando em capacidades “trifíbias”. Eles também treinam em demolições subaquáticas para remover obstáculos das praias.

Fuzileiros navais prontos para o salto.

A maioria dos treinamentos anfíbios dos fuzileiros navais é realizada no Mar da China Meridional com apoio anfíbio e de helicóptero da SSF, mas geralmente não com unidades de outros serviços. Uma exceção importante foi a Missão de Paz 2005, um exercício sino-russo combinado realizado na província de Shandong. Em agosto de 2005, elementos do regimento blindado anfíbio da 1ª Brigada Mde Fuzileiros Navais e uma unidade de infantaria naval russa realizaram um assalto à praia durante a segunda das três fases deste exercício aéreo-marítimo-terrestre de 10.000 pessoas.


Cinco anos depois, a 1ª Brigada de Fuzileiros Navais realizou seu primeiro exercício no exterior no exercício “Blue Strike 2010” de 28 de outubro a 11 de novembro de 2010 em Sattahip, Tailândia. Ambos os lados contribuíram com 115 fuzileiros navais para este exercício de quatro fases, focado em operações anfíbias de pequenas unidades e missões anti-sequestro e resgate de reféns. Durante o exercício, os fuzileiros navais formaram pequenas unidades sino-tailandesas para conduzir segmentos do treinamento (PLA Daily, 12 de novembro de 2010)[8].

Enquanto o “Blue Strike 2010” estava em andamento, a 1ª Brigada de Fuzileiros Navasi também desdobrou vários batalhões no exercício “Jiaolong-2010” no Mar da China Meridional. As fontes oficiais de notícias do PLA forneceram informações mais confiáveis e melhores sobre o exercício do que o Global Times. O PLA Daily relatou "mais de 1.800 oficiais e homens de uma brigada de fuzileiros navais", juntamente com "mais de 100 helicópteros armados, embarcações que caça-minas, caçadores de submarinos, navios de desembarque, veículos blindados anfíbios, embarcações de assalto e várias armas de tiro direto" participaram do exercício (PLA Daily, 4 de novembro de 2010). Ao contrário do Global Times, esses relatórios não mencionavam submarinos ou implicam a participação de aeronaves de asa fixa, mas descreviam com mais precisão o conjunto de forças envolvidas.


O CCTV-7, a rede de televisão estatal da China, exibiu uma reportagem em vídeo mostrando duas fragatas de mísseis Jianghu-V fornecendo apoio de fogo, e três navios anfíbios grandes e dois navios anfíbios médios lançando várias pequenas embarcações de 10 homens carregando tropas e mais de uma dúzia de ZBD05s e ZTD05s nadando em direção à praia. Dois helicópteros Zhi-8 desembarcaram tropas e dois helicópteros Zhi-9 forneceram apoio de fogo aéreo[9].

Com base no equipamento observado, um ou mais batalhões do regimento blindado anfíbio da brigada, além de elementos provavelmente de outro batalhão de fuzileiros navais (nas pequenas embarcações), compunham a maior parte das mais de 100 armas, navios e aeronaves envolvidos no exercício. Embora relativamente grande para um exercício de fuzileiros navais, o “Jiaolong-2010” não era incomum e incluía menos da metade da brigada completa.

Estudantes militares estrangeiros que estudam em instituições profissionais de educação militar do PLA observaram o exercício "Jiaolong-2010".

Contatos estrangeiros e missões de segurança não-tradicionais


A 1ª Brigada de Fuzileiros Navais recebe rotineiramente visitantes de forças armadas estrangeiras em sua guarnição em Zhanjiang. O comandante da Frota do Pacífico e o comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA visitaram-na em 2006 e 2008, respectivamente. Os fuzileiros navais do PLA realizaram competições com pequenas unidades de fuzileiros navais dos Estados Unidos, França e Austrália e treinaram com as forças especiais dos fuzileiros navais do Paquistão e da Nigéria durante o exercício “Peace-09” fora do Paquistão. Em um dos primeiros casos do PLA abrindo seus exercícios para estrangeiros, observadores militares da França, Alemanha, Grã-Bretanha e México, juntamente com estudantes militares estrangeiros estudando na China, participaram do exercício anfíbio “Jiaolong-2004” em Shanwei, em setembro de 2004[10]. Essas visitas fazem parte do programa em expansão do PLA de condução de relações militares estrangeiras.

Fuzileira com folhas no capacete.

Enquanto os fuzileiros navais treinam para suas principais missões de combate, eles também se preparam e conduzem uma variedade de missões de segurança não-tradicionais no mundo real. Nos últimos anos, eles foram empregados em vários esforços de socorro de desastres, principalmente em Sichuan em 2008 após o terremoto de Wenchuan. Os homens-rã fuzileiros navais também forneceram segurança subaquática para as Olimpíadas e outros eventos de alto perfil.

Destacamentos OpEsp de fuzileiros navais foram desdobrados com cada uma das forças-tarefa anti-pirataria da Marinha do PLA no Golfo de Áden[11]. Esses desdobramentos proporcionam aos fuzileiros navais uma valiosa experiência em operações de pequenas embarcações e helicópteros durante longos períodos no mar.


Uma missão de segurança não-tradicional a qual os fuzileiros navais chineses não foram designados foi a manutenção da paz da ONU. Unidades de engenharia, de transporte e médicas do PLA, mas nenhuma unidade de combate de todo o país, juntamente com as forças de guarda de fronteira da Polícia Armada do Povo, participaram de cerca de 10 missões de manutenção da paz da ONU na última década (Agência de Notícias Xinhua, 19 de janeiro de 2010). Além de seu status de resposta rápida, os fuzileiros navais têm apenas pequenos elementos desse tipo de forças de apoio, o que provavelmente contribui para o motivo de não terem sido destacados em missões de manutenção da paz.

Algumas companhias de fuzileiros navais estão estacionadas em um punhado de recifes e ilhas no Mar da China Meridional, juntamente com as forças da Marinha, incluindo forças de superfície, defesa costeira e pessoal da aviação naval. Esses postos avançados parecem estar sob o comando da sede da SSF através da guarnição naval de Xisha (Paracel) e do distrito de patrulha de Nansha (Spratly).

Conclusão


As unidades anfíbias e de fuzileiros navais do PLA compreendem apenas uma pequena fração das forças terrestres gerais do PLA[12]. Por outro lado, o pequeno tamanho das unidades anfíbias e de fuzileiros navais permite que elas sejam modernizadas mais rapidamente com novos equipamentos do que muitas outras unidades terrestres. As forças anfíbias também parecem receber prioridade no treinamento e permanecem em campo por longos períodos durante a temporada de treinamento da unidade. Como tal, eles estão entre as unidades mais operacionalmente prontas do PLA. Embora outras unidades do Exército treinem para operações anfíbias, o pequeno número de tropas especializadas anfíbias especializadas permanentes e a capacidade de transporte sugerem que a Comissão Militar Central não está antecipando operações de desembarque em larga escala no curto e médio prazo.

Sem apoio civil maciço, a capacidade de transporte anfíbio da Marinha (e Exército) permite transportar apenas cerca de um terço da força anfíbia total e, em assim, principalmente apenas sobre distâncias limitadas (até algumas centenas de milhas)[13]. Dependendo do inimigo, do tempo, do transporte naval e do apoio aéreo disponíveis, e da quantidade de blindados e forças logísticas a serem transportadas, os fuzileiros navais do PLA provavelmente poderiam lançar uma operação anfíbia de múltiplos batalhões (talvez o dobro do tamanho do “Jiaolong-2010”) no Mar da China Meridional sem preparação prolongada[14].


Os fuzileiros navais do PLA fornecem um modelo de como pode ser uma força chinesa menor, modernizada, altamente treinada e motivada do século XXI. No entanto, para aumentar sua eficácia, eles precisam de apoio logístico e aéreo adicional, e não mais soldados de infantaria. Baseado parcialmente no exemplo da força de fuzileiros navais, na próxima década, a estrutura geral de força do PLA poderia se dar ao luxo de sofrer reduções e reequilíbrios entre as forças e nas armas de cada força. Fazer isso continuaria a tendência de que menos forças chinesas menores agora sejam mais capazes do que o PLA do passado.

Notas:

O autor agradece a Gary Li, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, por suas idéias generosas sobre esse assunto. Quaisquer erros na análise são do autor.

1. Em setembro de 2010, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA tinha 202.441 militares em serviço ativo. Ver http://siadapp.dmdc.osd.mil/personnel/MILITARY/ms0.pdf.

2. Ao mesmo tempo, duas outras divisões do Exército, uma na Região Militar de Nanjing e outra na Região Militar de Guangzhou, foram transformadas em divisões de infantaria mecanizada anfíbia, somando à brigada de tanques anfíbios do Exército existente. Ver “PLA Amphibious Capabilities: Structured for Deterrence,” Briefing da China, 19 de agosto de 2010.

3. Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, The Military Balance 2010, p. 402 e Bernard D. Cole, The Great Wall at Sea, Naval Institute Press, 2010, p. 76. Embora possa ser possível que o batalhão de artilharia autopropulsado e o batalhão de mísseis estejam subordinados a um quartel-general do regimento de artilharia, o único quartel-general do regimento de fuzileiros navais identificado em artigos recentes da imprensa chinesa é o quartel-general do regimento blindado anfíbio.

4. Escritório de Inteligência Naval, A Modern Navy with Chinese Characteristics, 13. Fontes da Internet relatam o lançamento do segundo navio de desembarque doca Tipo 071 em meados de novembro de 2010. Ainda não se sabe a qual frota o novo LPD será atribuído. Estima-se que essa classe de LPD seja capaz de transportar um batalhão de fuzileiros navais, 20 a 30 veículos anfíbios e dois helicópteros a vários milhares de quilômetros por um período de semanas ou meses. Esse tipo de navio confere ao PLA uma verdadeira capacidade anfíbia de “água azul”, não encontrada nos mais numerosos navios anfíbios grandes e médios, os quais não têm instalações para as tropas embarcadas. A Marinha dos EUA tem 12 navios dessa classe na força, com mais três em construção. Ver “Amphibious Transport Dock – LPD” em http://www.navy.mil/navydata/fact_display.asp?cid=4200&tid=600&ct=4.

5. Os designadores ZBD05 e ZTD05 foram usados durante o desfile militar de 1º de outubro de 2009 em Pequim. Informações técnicas sobre esses veículos (e outros) podem ser encontradas no site da Sinodefence.com em http://www.sinodefence.com/army/armour/zbd2000.asp.
As unidades anfíbias do exército têm equipamentos semelhantes aos dos fuzileiros navais. Os veículos dos fuzileiros navais são pintados em padrões de camuflagem azul e têm números de torre/lateral começando com um "H"; as unidades do exército têm camuflagem de padrão verde diferente, incluindo alguma camuflagem digital.

6. Alguns tanques e APC/IFV mais antigos podem permanecer nas duas brigadas à medida que o equipamento modernizado é introduzido.

7. “Women Soldiers”, página da web, 22 de agosto de 2008, http://www.goxk.com/shehuixue/200808/22-466528.shtml.

8. Embora esse tenha sido o primeiro exercício de treinamento combinado no exterior para os fuzileiros navais do PLA, as unidades do PLA e OpEsp da Tailândia realizaram três rodadas de treinamento conjunto em 2007, 2008 e 2010. O mais recente da série de exercícios antiterroristas “Strike” acabara de acontecer em outubro [de 2010]. Ver ""Strike 2010": China, Thailand kick off joint drill", em 9 de outubro de 2010, em http://english.cntv.cn/program/newsupdate/20101009/100578.shtml.

9. Vídeo disponível no People's Daily, 3 de novembro de 2010, em http://tv.people.com.cn/GB/166419/13123836.html
Imagens fotográficas mostrando muitas das mesmas cenas estão disponíveis no People's Daily, 3 de novembro de 2010, em http://military.people.com.cn/GB/43331/13120067.html
Os navios anfíbios grandes e médios observados poderiam ter lançado em uma média de 40 veículos blindados anfíbios e, provavelmente, número semelhante de pequenas embarcações de assalto de 10 homens.Estas embarcações de assalto de 10 homens parecem ser o navio de escolha nos últimos anos para desembarcar fuzileiros navais em terra. As forças vistas nas reportagens televisivas e fotográficas provavelmente eram apenas parte de toda a força envolvida no exercício.

10. Shirley Kan, “U.S.-China Military Contacts: Issues for Congress”, Serviço de Pesquisa do Congresso, 6 de agosto de 2009, em http://china.usc.edu/App_Images//crs-china-military-2009.pdf, documenta essas visitas americanas.
Os outros contatos estrangeiros descritos acima podem ser encontrados na Agência de Notícias Xinhua, 2 de setembro de 2004, em http://news.xinhuanet.com/mil/2004-09/02/content_1939064.htm
People’s Daily, 30 de setembro de 2010, em http://english.peopledaily.com.cn/90001/90783/91300/7155664.html.

11. Militares OpEsp dos fuzileiros navais foram observados em todos os desdobramentos no Golfo de Áden. Fuzileiros navais podem ser vistos em fotos da sexta e sétima rotações no PLA Daily, “China’s sixth naval escort flotilla arrived in Jedda”, 29 de novembro de 2010, em http://eng.chinamil.com.cn/news-channels/photo-reports/2010-11/29/content_4343300_2.htm e PLA Daily, “China’s 7th naval escort flotilla begins escort mission", 26 de novembro de 2010, em http://eng.chinamil.com.cn/news-channels/photo-reports/2010-11/26/content_4342290.htm.

12. O Exército do PLA possui aproximadamente 76 divisões e brigadas de infantaria e blindadas, divididas em aproximadamente 35 divisões e 41 brigadas. A Força Aérea comanda outras três divisões aéreas. Os cerca de 12.000 fuzileiros navais da Marinha representam menos de cinco por cento do número estimado de 290.000 militares das forças.

13. O Relatório Anual do Departamento de Defesa dos EUA ao Congresso "Poder Militar da República Popular da China 2009" declara, "A capacidade de transporte aéreo e anfíbio do PLA não melhorou consideravelmente desde 2000, quando o Departamento de Defesa avaliou o PLA como capaz de transportar pelo mar uma divisão de infantaria". 

14. Essa estimativa é baseada na análise do autor e pode variar de acordo com a composição da força de fuzileiros navais a ser empregada e a quantidade de transporte marítimo disponível.

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