terça-feira, 26 de janeiro de 2021

LIVRO: Yamamoto Isoroku (série Command)


Resenha do livro Yamamoto Isoroku, série Command da Osprey Publishing pelo autor Dr. Robert A. Forczyk.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 26 de janeiro de 2020.

Excelente introdução ao almirante mais importante do Japão na Segunda Guerra Mundial (5 estrelas)

Por R. A. Forczyk, 24 de setembro de 2012.

Embora a maioria dos americanos esteja familiarizada com o ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941, relativamente poucos sabem algo sobre o homem que ordenou e dirigiu o ataque - o almirante Yamamoto Isoroku. Nos últimos cinquenta anos, houve apenas um punhado de livros em inglês sobre Yamamoto e os trabalhos anteriores não incorporaram as percepções japonesas. O famoso historiador naval Mark Stille fornece uma excelente introdução à carreira de Yamamoto e seu impacto na Guerra do Pacífico em uma das últimas adições à série Command (Comando) da Osprey. Enquanto representações popularizadas de Yamamoto tendiam a classificá-lo como um grande almirante e um homem que buscava relações pacíficas com os Estados Unidos, o autor apresenta um excelente caso de que, "embora talentoso em muitos aspectos, Yamamoto não era um gênio militar". Este é um dos melhores volumes da série Command e pertence à estante de qualquer pessoa com um interesse sério na Guerra do Pacífico.

O volume começa com uma discussão sobre as origens de Yamamoto, o que pode ser confuso (já que ele nasceu com o sobrenome Takano). O autor discute a rápida ascensão de Yamamoto na hierarquia da Marinha Imperial Japonesa (IJN), seus ferimentos na Guerra Russo-Japonesa, viagens à América, experiência diplomática e funções de estado-maior. Em particular, o autor observa a oposição de Yamamoto à construção dos navios de guerra da classe Yamato e favoreceu um maior investimento na aviação naval. Em vez de navios de guerra, Yamamoto pressionou por bombardeiros de longo alcance como os "Nell" e "Betty", que provariam seu valor contra os navios de guerra britânicos Repulse e Prince of Wales em 1941. Ainda assim, o autor argumenta com sucesso que, embora Yamamoto tenha influenciado positivamente como a IJN foi configurada e treinada para a guerra, ele não foi uma escolha ideal para liderar a frota na guerra, já que era essencialmente um "almirante político" com "pouca experiência de comando". Yamamoto era o tipo de oficial, talvez como Alfred Thayer Mahan, cujo melhor papel era uma capacidade intelectual, em vez de comando de batalha.

Yamamoto em sua capitânia, o encouraçado Nagato, antes da guerra.

Quando Yamamoto foi escolhido para comandar a IJN em 1939, ele se envolveu na política que levou ao envolvimento do Japão na Segunda Guerra Mundial. Yamamoto se envolveu em discussões com o Estado-Maior Geral e desenvolveu uma teoria favorita de que atacar Pearl Harbor poderia prejudicar a determinação americana, embora outros líderes japoneses acreditassem que os Estados Unidos da América poderiam não intervir para impedir um ataque japonês às Índias Orientais Holandesas (provavelmente correto) e mesmo que o fizessem, um ataque a Pearl Harbor era muito arriscado. O autor observa que Yamamoto começou a empregar sua tática de ameaçar renunciar a menos que conseguisse o que queria - não exatamente um estilo de comando eficaz, atuando mais como um político. Em todo o processo, o autor mostra inconsistências no comportamento de Yamamoto que levaram a desastres posteriores, como a falha em ouvir pontos de vista alternativos ou em incorporar qualquer grau de flexibilidade em seu planejamento. Na verdade, Yamamoto parece excessivamente rígido, inflexível e disposto a permitir que ideias preconcebidas, em vez de realidades do campo de batalha, guiem suas decisões.

Depois de Pearl Harbor, Yamamoto estava procurando uma rampa para o Japão sair de sua situação difícil de estar em uma guerra com os Estados Unidos que não poderia vencer. O autor observa que Yamamoto considerou o período após a queda de Cingapura como o momento ideal para negociar, mas ficou desapontado com o fato dos líderes do Japão não terem feito aberturas diplomáticas com os Estados Unidos. Na verdade, este era um ponto discutível por dois motivos: primeiro, a liderança política do Japão era relutante em atingir um acordo de qualquer natureza sobre suas conquistas e, em segundo lugar, os americanos não considerariam nenhum acordo político com o Japão após os enganos diplomáticos empregados antes de Pearl Harbor. Aparentemente, Yamamoto não recebeu o memorando: depois de Pearl Harbor, foi uma luta até a morte. Hoje em dia, a decisão do Japão de atacar os Estados Unidos é geralmente considerada um ato de suicídio nacional e Yamamoto era o homem que segurava a faca, mas sem muita autoconsciência.

O almirante Isoroku Yamamoto, poucas horas antes da sua morte, saudando os pilotos navais japoneses em Rabaul, em 18 de abril de 1943.

Yamamoto "teve sucesso em sequestrar a formulação da estratégia naval japonesa", o que levou aos desastres em Midway e Guadalcanal. Seus planos operacionais eram muito complexos e seu estilo de comando de batalha muito solto e remoto, contentando-se em permanecer isolado no "Hotel Yamato" (seu navio-chefe, o encouraçado Yamato). Mesmo quando suas forças obtiveram sucesso, como na Batalha das Ilhas Salomão Orientais em outubro de 1942, Yamamoto não conseguiu capitalizar sobre ela. Na verdade, seu comportamento se tornou cada vez mais fatalista e passivo após Midway, permitindo que a Marinha dos EUA tomasse a iniciativa estratégica. Na última parte do volume, o autor compara Yamamoto com seu principal oponente - o almirante Chester Nimitz, e Yamamoto não sai muito favoravelmente. O autor ressalta que Yamamoto não era realmente um almirante moderno, por uma série de razões, e permaneceu atolado no pensamento à moda antiga (como em relação aos encouraçados). Na seção final, o autor cobre a morte de Yamamoto com alguns detalhes e sua reputação no pós-guerra. O volume possui cinco mapas e três cenas de batalha de Adam Hook, além de uma breve bibliografia. No geral, uma avaliação muito convincente do principal comandante naval do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Robert Forczyk é PhD em Relações Internacionais e Segurança Nacional pela Universidade de Maryland e possui uma sólida experiência na história militar européia e asiática. Aposentou-se como tenente-coronel das Reservas do Exército americano, tendo servido 18 anos como oficial de blindados nas 2ª e 4ª divisões de infantaria dos EUA, e como oficial de inteligência na 29ª Divisão de Infantaria (Leve). O Dr. Forczyk é atualmente consultor em Washington, DC., e já publicou dezenas de livros, incluindo os dois volumes sobre a guerra blindada germano-soviética de 1941-45, sobre as operações Caso Vermelho (invasão da França), Caso Branco (invasão da Polônia), biografias de Walther Model, Erich von Manstein e Georgy Zhukov, e um dos seus best-sellers Where the Iron Crosses Grow: The Crimea 1941-44 (Onde as Cruzes de Ferro Nascem: A Criméia 1941-44).

Bibliografia recomendada:

A Guerra Aeronaval no Pacífico 1941-1945.
Contra-Almirante R. de Belot.


Guerra no Mar.

Leitura recomendada:

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

FOTO: Galil Sniper

Soldado do Exército Estoniano armado com um fuzil IWI Galil Sniper em 7,62x51mm OTAN.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 22 de janeiro de 2021.

O Galil Sniper (também conhecido como Galil Tzalafim ou "Galatz") é um derivado do Galil ARM, usando munição 7,62x51mm OTAN de alta qualidade para uma precisão consistente. O fuzil sniper tem um funcionamento apenas em semi-automático com um sistema operacional semelhante a outras variantes Galil, mas otimizado para o tiro de precisão; sendo alimentado por um carregador tipo cofre de 25 tiros.

O Galatz usa um cano de perfil mais pesado do que o usado em outras variantes, sendo equipado com um dispositivo de boca do cano multifuncional, que atua como quebra-chama e freio de boca. Este pode ser substituído por um silenciador, o que requer o uso de munição subsônica para eficácia máxima.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A History of the Military Sniper.
Martin Pegler.


Leitura recomendada:

FOTO: Sniper com baioneta calada9 de dezembro de 2020.

GALERIA: Snipers no Forças Comando na República Dominicana, 3 de novembro de 2020.

FOTO: Sniper vietnamita durante a Operação Brochet, 15 de outubro de 2020.

GALERIA: Competição Jäger Shot 2020 na Alemanha, 2 de dezembro de 2020.

GALERIA: Fuzis anti-material Zastava M93 modificados dos curdos peshmerga, 21 de julho de 2020.

FOTO: Sniper do FORAD no CENZUB, 23 de janeiro de 2020.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

FOTO: Instrutora israelense com um lança-granadas

Instrutora israelense com um lança-granadas automático Mk 47 Striker.

O Mk 47 ou Striker 40 é um lançador de granadas automático de 40mm com um sistema de controle de fogo integrado, capaz de lançar granadas de explosão de ar inteligentes e programáveis de 40mm, além de várias munições não-guiadas. O Mk 47 possui a mais recente tecnologia de detecção, mira e balística. O Lightweight Video Sight produzido pela Raytheon, o sistema de controle de tiro do Mk 47, utiliza o que há de mais moderno em telêmetro a laser, visão noturna I2 e tecnologia de computador balístico.

Além de ser capaz de disparar todas as munições de 40mm de alta velocidade padrão da OTAN, como o lançador de granadas Mk 19, ele pode disparar granadas inteligentes MK285 que podem ser programadas para explodir após uma distância definida. Uma mira computadorizada permite que o usuário defina essa distância.

O modelo Mk 47 Mod 0 da Força de Defesa de Israel (FDI) foi adquirido por um  contrato de $ 24,9 milhões de dólares assinado em 2010 para 130 unidades. As entregas foram programadas para começar em janeiro de 2012 e a serem concluídas em agosto de 2012 para substituir o Mk 19.

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

Israel provavelmente enfrentará guerra em 2020, alerta think tank1º de março de 2020.

As Forças de Defesa de Israel fazem uma abordagem ampla ao lidar com a ameaça iraniana16 de dezembro de 2020.

FOTO: Soldados israelenses avançando na cidade velha de Jerusalém19 de dezembro de 2020.

FOTO: Macacos de Lotar em arranha-céu15 de dezembro de 2020.

IMI Magal: carabina .30M1 de volta ao jogo, 7 de dezembro de 2020.

Bandeira de Israel e sinal de "Obrigado, Mossad" aparece no Irã após a morte de cientista nuclear12 de dezembro de 2020.

Unidade multidimensional "Ghost" das IDF completa o primeiro exercício, 19 de agosto de 2020.

FOTO: Conselheiro militar soviético em Cuito Cuanavale

Sergei Mishchenko, conselheiro militar soviético, com angolanos das FAPLA em um Land Rover capturado dos sul-africanos em outubro de 1987, durante a Batalha de Cuito Cuanavale.

Ocorrida entre 14 de agosto de 1987 e 23 de março de 1988, a Batalha de Cuito Cuanavale foi a maior batalha ocorrida na África desde a Segunda Guerra Mundial.

Bibliografia recomendada:

Bush Wars 1960-2010.

Leitura recomendada:

Operação Quartzo - Rodésia 198028 de janeiro de 2020.

FOTO: Conselheiros soviéticos em Angola24 de fevereiro de 2020.

Por que Moçambique está terceirizando a contra-insurgência para a Rússia25 de março de 2020.

Tiro em Cobertura Rodesiano15 de abril de 2020.

LIVRO: Batalha Histórica de Quifangondo, de Serguei Kolomnin30 de setembro de 2020.

Mercenários dificilmente são máquinas de matar6 de fevereiro de 2020.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Descrição da conversão alemã do canhão 75 francês em função anti-carro

Um Pak 97/38 sendo rebocado por um trator Vickers Utility B belga capturado.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 10 de janeiro de 2021.

O seguinte relatório militar americano sobre a conversão alemã foi publicado em Tactical and Technical Trends, Nº 34, 23 de setembro de 1943. O Tactical and Technical Trends (Tendências Táticas e Técnicas) era um periódico do serviço de inteligência americano (U.S. Military Intelligence Service), inicialmente bi-semanal e depois mensal, que foi publicado de junho de 1942 a junho de 1945.

Os canhões franceses de 75mm, os famosos "soixante-quinze" que lutaram das guerras coloniais da era "Beau Geste" às Guerras Mundiais e além, e que até mesmo foram o pivô do Caso Dreyfus. O 75 era uma arma de tiro tenso, ou seja, fogo direto. Após a Batalha do Marne (1914), as armas de tiro direto foram ultrapassadas pela artilharia de fogo indireto para a guerra de trincheiras, com o 75 sendo usado em funções secundárias (como tiro anti-aéreo) e na Segunda Guerra Mundial como arma anti-carro (Canon de 75 Mle 1897/33).

"Honra ao nosso glorioso 75", cartão postal francês do anos 1910.

Canhões 75 Mle 1897/33 capturados em 1940.

Apesar da obsolescência provocada por novos desenvolvimentos nos projetos da artilharia, um grande número de 75 ainda estava em uso em 1939 em vários países, com 4.500 canhões apenas no exército francês e com 1.374 canhões no exército polonês, tornando-se de longe a peça de artilharia mais numerosa em serviço polonês.

A conversão alemã para a função anti-carro recebeu a designação Pak 97/38 (7.5 cm Panzerabwehrkanone 97/38), combinando o 75 com o reparo e escudo do Pak 38 alemão. Ele pesava 1.190kg em ordem de tiro e 1.246kg em ordem de marcha. Em 1942, a Wehrmacht recebeu 2.854 dessas peças.

Um Pak 97/38 exposto no Museu de Artilharia de Hämeenlinna, na Finlândia.

Retaguarda do mesmo canhão, mostrando a culatra.

Segue abaixo o relatório.

sábado, 9 de janeiro de 2021

VÍDEO - CAPITÃ DA USAF PILOTA F-35B DO USMC


Por Carlos Junior
A Capitã Melanie Ziebart, da Força Aérea dos Estados Unidos, piloto de caça F-16C Fighting Falcon, passou a pilotar o caça F-35B dos fuzileiros navais dos Estados Unidos. O F-35B é a versão de decolagem curta e pouso vertical (VSTOL) da família F-35, fruto do programa Joint Strike Fighter (JSF).


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

FOTO: Assalto em avião no KASOTC

Operadores especiais jordanianos demonstrando o assalto em avião no Centro de Treinamento de Operações Especiais Rei Abdullah II (King Abdullah II Special Operations Training Center, KASOTC), em Amã, 26 de abril de 2010.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 4 de janeiro de 2021.

O KASOTC é um centro de operações especiais localizado em Amã, capital da Jordânia, e tornado operacional em 19 de maio de 2009.

O KASOTC sedia uma competição internacional anual de forças especiais: a Competição Anual de Guerreiros (Annual Warrior Competition). A Warrior é uma competição anual orientada para o combate, baseada na capacidade física, trabalho em equipe, comunicação e precisão individual. Na sua última edição, em 2019, a Warrior contou com 46 equipes de 26 países, com a vitória da equipe 1 de Brunei, seguida pelos jordanianos, e a equipe 2 de Brunei em terceiro lugar.

O 12º Concurso Anual de Guerreiros, agendado entre 29 de março de 2020 e 2 de abril de 2020, foi adiado como medida de precaução para minimizar a propagação do coronavírus e por fim cancelado. A previsão era de 25 equipes estrangeiras, além de três da nação anfitriã, se comprometeriam com o evento deste ano. As nações cujas seleções eram esperadas incluíam: Bahrein, Brunei, Bulgária, Geórgia, Alemanha, Hungria, Iraque, Itália, Cazaquistão, Kuwait, Jordânia, Kosovo, Letônia, Líbano, Omã, Portugal, Catar, Romênia, Arábia Saudita, Eslováquia e Ucrânia.

Forças especiais jordanianas, "boinas vermelhas".

As forças especiais jordanianas, consideradas as melhores no mundo árabe, são agrupadas no Grupo de Operações Especiais Rei Abdullah II.

Em 2018, as forças especiais jordanianas foram reorganizadas pela terceira vez (eram o Grupo de Forças Especiais em 2017-2018).
  • Diretório de Forças Especiais e Intervenção Rápida, comando e controle.
  • Grupo de Operações Especiais Rei Abdullah II, unidades especiais e contra-terrorismo.
  • Brigada de Intervenção Rápida e Alta Prontidão*, unidades de intervenção e aviação.
  • Escola de Operações Especiais Príncipe Hashim, coordena o treinamento da força.
* Seu nome completo é Brigada de Intervenção Rápida e Alta Prontidão Mohammed Bin Zayed Al Nahyan.

Bibliografia recomendada:



Leitura recomendada:



sábado, 2 de janeiro de 2021

FOTO: O fuzil sniper PSL na Nicarágua

Sniper nicaraguense de operações especiais da polícia armado com o PSL (Puşcă Semiautomată cu Lunetă) em patrulha em Monimbo, bairro da cidade de Masaya, durante manifestações anti-Ortega em 18 de julho de 2018.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 2 de janeiro de 2021.

O fuzil de precisão Puşcă Semiautomată cu Lunetă (P.SA.L./PSL, literalmente "fuzil semi-automático com luneta") é uma arma romena inspirada no SVD Dragunov russo, mas com o mecanismo do fuzil-metralhador RPK (PM md. 1964, versão romena idêntica). Esse fuzil foi visto na Nicarágua durante os protestos contra o ditador-presidente José Daniel Ortega Saavedra. 

Daniel Ortega governa o país direta ou indiretamente por 42 anos, desde a vitória sandinista sobre Somoza em julho de 1979, e as manifestações populares de 2018 foram reprimidas com violência. Em maio de 2018, as estimativas do número de mortos chegavam a 63, muitos deles estudantes manifestantes, e os feridos totalizavam mais de 400. Após uma visita de trabalho de 17 a 21 de maio, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos adotou medidas cautelares destinadas a proteger os integrantes do movimento estudantil e suas famílias, após testemunhos indicarem que a maioria deles havia sofrido atos de violência e ameaças de morte por sua participação. Em 18 de julho de 2018 iniciaram-se manifestações em massa em mais de 2 mil cidades nicaraguenses, sendo reprimidas violentamente. Em 2019, os mortos já se elevavam a 325, a maioria por armas de fogo das forças policiais, mais de 1.400 feridos e mais de 690 detidos.

Ortega expulsou do país o escritório do alto comissário de direitos humanos das Nações Unidas (United Nations High Commissioner for Human Rights, OHCHR) e a comissão interamericana de direitos humanos (Inter-American Commission on Human Rights, IACHR) por denunciarem a mão pesada do governo sandinista.

Operadores especiais da polícia nicaraguense durante as manifestações de 18 de julho de 2018. O operador à esquerda tem um PSL.

Desde a madrugada de 25 de fevereiro de 2020, a Polícia da Nicarágua manteve todas as entradas de Manágua tomadas no mesmo dia em que a oposição ao regime de Daniel Ortega pretendia se manifestar para exigir a libertação de presos políticos. Nos postos de controle, os policiais requisitam veículos particulares, ônibus e detinham pessoas para questioná-las sobre os motivos de sua visita à capital. Em vários lugares, a polícia agrediu cidadãos que protestavam e manifestavam seu desacordo com o governo autoritário de Ortega e nessas ações policiais e grupos civis ou paramilitares vinculados ao sandinismo agrediram e ameaçaram jornalistas. A violência contra jornalistas e membros eclesiásticos continuou em julho de 2020.

O impasse dos protestos ainda continua em 2021.

Bibliografia recomendada:

Out of Nowhere:
A history of the Military Sniper,
Martin Pegler.

Leitura recomendada:

FOTO: Soldado tcheco invencível

Soldados da República Tcheca durante um exercício, armados com o novo fuzil padrão CZ Bren 2 com miras ópticas.

Os soldados tchecos portam o fuzil vz. 58 (Samopal vzor 58, fuzil modelo 58), calibre 7,62x39mm. Este fuzil foi projetado na Tchecoslováquia na década de 1950 e, embora externamente o vz. 58 se assemelhe ao AK-47 soviético, é um projeto diferente baseado em um pistão a gás de recuo curto, e não compartilha peças com os fuzis Kalashnikov; nem mesmo o carregador.

O soldado no centro tem na banda do capacete as letras IDDQD, em alusão ao código de invencibilidade no jogo Doom.

Bibliografia recomendada:

Doom:
Knee-deep in the dead.

Leitura recomendada:

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

FOTO: Fuzis SKS capturados

Foyer (cantina) da 1ª companhia do 2e RPC na Argélia, adornado com dois fuzis SKS capturados dos egípcios na crise de Suez de 1956.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de janeiro de 2020.

Os fuzis SKS egípcios capturados na operação de 1956 (Operação Mousquetaire) foram os primeiros exemplares do SKS capturados por forças ocidentais, e fotos mostram os paraquedistas franceses usando esses SKS com as baionetas caladas para controlar prisioneiros egípcios.

A placa tem os dizeres "Souviens toi.." (lembrem-se) com os nomes dos mortos da companhia na Guerra da Argélia. O Sargento Victor Bellon está marcado como morto no Porto Said, no Egito. O Sgt. Bellon saltou na Normandia em 1944 como parte do SAS francês.

Sargento Victor Bellon, morto ao chegar ao solo no salto de 5 de novembro de 1956.
Ele usa as asas francesas livres da época do exílio.

Paras franceses do 2e RPC (Régiment de Parachutistes Coloniaux), que saltaram no Porto Fouad, na região do Porto Said, inspecionam um fuzil SKS capturado dos egípcios, 1956.

Prisioneiros egípcios capturados pelo 2e RPC no Porto Fouad, novembro de 1956.

Noticiário inglês sobre a invasão do Porto Said em 1956


Bibliografia recomendada:

Histoire des Parachutistes Français:
La guerre para de 1939 à 1979.
Henri Le Mire.

Leitura recomendada:


FOTO: IS-3 no Egito de Nasser8 de novembro de 2020.

FOTO: Tiro com MP5

 

Um Guarda de Defesa de Aeródromo da RAAF observa atentamente uma militar de Segurança da USAF disparar uma submetralhadora MP5 como parte do Exercício Cope North, Base da Força Aérea de Andersen, Guam, 2019.

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

HUMOR: As 4 Fases da Mulher Policial, 21 de janeiro de 2020.

HUMOR: Higiene em banheiros públicos japoneses

Foto de um banheiro público japonês. Tradução: Muito obrigado por manter o banheiro limpo. Caso veja alguém bagunçando, me avise. Eu vou limpá-lo."

Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

FOTO: Fuzil Lebel capturado no Afeganistão

Um policial de fronteira afegão segura um fuzil francês Lebel Modelo 1886 encontrado em uma gruta durante a Operação Southern Strike II, ocorrida no sul do Afeganistão em 13 de junho de 2012.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de janeiro de 2021.

O Lebel Modèle 1886 é o primeiro fuzil moderno com pólvora sem fumaça (Poudre B), e foi usado extensivamente em guerras coloniais e foi o fuzil padrão do Exército francês na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), sendo utilizado por outros atores até mesmo durante a corrente insurgência no Iraque.

O Afeganistão é conhecido por apresentar uma coleção fascinante de armamentos antigos, legados de compras oficiais ou de posse privada. A região também é famosa pelas criações extravagantes em oficinas locais, especialmente na região do Passo de Khyber/Khaibar na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.


Bibliografia recomendada:


Leitura recomendada:

VÍDEO: O primeiro fuzil militar moderno, o Lebel Modèle 18866 de outubro de 2020.

FOTO: Comando francês com uma MG34 capturada, 22 de dezembro de 2020.

Como vídeos sobre armas de fogo antigas se tornaram um canal de sucesso no YouTube, 10 de março de 2020.

Armas vietnamitas para a Argélia14 de dezembro de 2020.

Garands a Serviço do Rei18 de abril de 2020.

Mausers FN e a luta por Israel23 de abril de 2020.

A submetralhadora MAS-385 de julho de 2020.


FOTO: Soldado francês em Scapoli

Em vila na linha de frente, um soldado francês guarda uma via de transporte em Scapoli, na Itália, em 14 de dezembro de 1943.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 1º de janeiro de 2021.

Ao lado do soldado há uma placa com a inscrição "Attention - Observatoires Boches" (Atenção - Observatórios Chucrutes) com uma caveira com ossos cruzados. Boche era o apelido pejorativo francês para os alemães, de alboche, uma contração de allemand (alemão) e caboche (cabeça de repolho), em alusão à comida chucrute e para "cabeça dura", teimoso como um alemão. Popularizou-se na Primeira Guerra Mundial e continuou na Segunda.

O soldado tem um misto de equipamentos franceses e americanos. O capacete M26 Adrian francês foi camuflado com tinta, e ele porta o fuzil Springfield M1903, o mesmo usado pela Força Expedicionária Brasileira. O outro fuzil comumente usado pelos franceses nessa época era o Enfield M1917, uma versão americana do fuzil britânico P14 (Pattern 1914 Enfield). Esse fuzil era designado no serviço francês como "Fusil à répétition 7 mm 62 (C. 30) M. 17".

Bibliografia recomendada:

The French Army 1939-45 (1).
Ian Sumner e François Vauvillier.

The French Army 1939-45 (2).
Ian Sumner e François Vauvillier.

Leitura recomendada:

FOTO: Prisioneiros alemães na Itália26 de março de 2020.

FOTO: Partisans italianas em Castelluccio31 de março de 2020.

FOTO: Partisans italianos na Emilia-Romanha16 de dezembro de 2020.

FOTO: Cemitério alemão na Itália8 de abril de 2020.