terça-feira, 5 de março de 2019

ATK/ HK XM-25 PUNISHER. A arma do futuro que não vingou.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Lança granadas semi automático.
Sistema de operação: A gás com trancamento da culatra por ferrolho rotativo.
Calibre: 25 x 40 mm.
Capacidade: 6 granadas.
Peso: 5,45 kg (descarregada).
Comprimento Total: 0,76 m.
Comprimento do Cano: 15 polegadas*.
Miras: Sistema XM104 TA/FCS.
Velocidade na Boca do Cano: 210 m/seg.
Cadência de tiro: Armamento semi automático.
*:Valor estimado

DESCRIÇÃO
Por Ironhead
A tecnologia empregada em armas de fogo portáteis não tem uma evolução muito dinâmica quando se foca na capacidade que determinadas armas apresentam. O resultado disso é que temos modelos de armas de fogo, como a pistola M-1911 que já estão a mais de 100 anos em produção com atualizações, normalmente, relacionadas a melhora da qualidade e resistência dos materiais que são usados em sua construção, ou redução do peso da arma, também, fazendo uso de materiais mais modernos como o caso do polímero. Porém, é inegável que o que se tem de poder de fogo com uma pistola M-1911 em calibre 45 ACP é, basicamente o mesmo da velha arma desenvolvida pelo gênio John Moses Browning em 1907 e adotada em 1911 (numeração que batizou o modelo).
Agora voltando ao assunto da matéria que proponho nesse texto, o lançador de granadas semi automático XM-25 Punisher foi desenvolvido depois que o antigo programa OICW (Objective Individual Combat Weapon), também conhecido como XM-29 SABR (Selectable Assault Battle Rifle) ser cancelado pelo US Army (Exército dos Estados Unidos), em 2004, por não conseguir atingir o requisito de peso que era exigido pela aquela força armada para transporte de seus soldados. O projeto do OICW, levado a cabo pelas empresas Alliant Techsystems Inc e Heckler & Koch (HK), visava um fuzil de assalto em calibre 5,56 x 45 mm integrado, num mesmo armamento, a um lançador semi automático de granadas em calibre 20 mm. Além do próprio peso da arma ser elevado, sua ergonomia foi outro grande desafio, uma vez que os primeiros modelos se mostravam um verdadeiro "trambolho" para se carregar. Esse ultimo problema, no entanto, estava sendo resolvido relativamente bem na fase final do programa OICW.
Acima: Um dos primeiros protótipos do XM-29 SABR (OICW), jpá mostrava ser um armamento de porte maior do que o desejável para o emprego da infantaria. Notem que o cano de baixo é o do fuzil em calibre 5,56 mm e o cano de cima é do lança granadas em calibre 20 mm.
Com o cancelamento do programa OICW, houve um movimento com objetivo de desmembrar o programa em três outros projetos: O primeiro veio na forma do fuzil HK XM-8, visando entregar um fuzil de assalto para substituir os M-16 e M4A1 na infantaria do Exército dos Estados Unidos, mas que acabou não sendo levado em frente por questões relacionadas ao custo benefício de se substituir quase um milhão de fuzis M-16/ M-4 por uma arma que embora superior em confiabilidade, não justificava um investimento tão alto, já que o XM-8 disparava a mesma munição 5,56 mm da plataforma AR da qual o M-16 e M-4 representam. Já o segundo projeto, objetivou o desenvolvimento de um lançador de granadas semi automático cuja granada explode no ar, de forma controlada, permitindo atingir alvos abrigados atrás de paredes ou escondidos em trincheiras, uma vez que a munição detonava sobre os alvos lançando fragmentos e causando a morte ou ferimentos sérios no inimigo. Este armamento é o XM-25, do qual trataremos neste artigo. O terceiro projeto seria a integração dos dois primeiros mencionados, o XM-8 e o XM-25, que levaria ao objetivo do programa inicial OICW.
Acima: A ultima versão do programa XM-29 OICW ainda não atendia o requisito de peso, embora a arma tenha sido bastante reduzida. Observem o cano do fuzil, extremamente curto, para os padrões normais de emprego de uma arma de assalto.
O XM-25 Punisher foi desenvolvido pela empresa Orbital ATK (nova empresa que nasceu com a dissolução da Alliant, envolvida no projeto OICW) e a HK, novamente, que tem know-how para este tipo de armamento, além, da qualidade e tecnologia consagrada pelo mundo em seus armamentos. O desenvolvimento se deu de 2004 em diante, sendo diversos designs estudados para entregar uma arma funcional e que não fosse pesada de mais e que sua ergonomia fosse adequada para o uso do soldado. Assim, muitos protótipos do XM-25 foram entregues para tropas desdobradas no Afeganistão para assim testar a arma fora de um ambiente controlado e ver como ela se saia em combate real.
As tecnologias chaves que trazem uma inovação e maior letalidade para este moderno armamento estão na sua munição, uma granada em calibre 25 x 40 mm HEAB (High Explosive Air Bursting ) que é programável e recebe os dados para a detonação  de sua espoleta através da segunda tecnologia chave do projeto, o sistema de mira computadorizada XM-104 Target Acquisition/Fire Control (TA/FC) que é um sistema de aquisição de alvos associado a um computador de controle de fogo. Este sistema possui um telêmetro a laser que fornece dados precisos sobre a distancia do alvo, que por usa vez, tem este dado passado para o computador de controle de fogo que repassa uma solução de tempo de detonação para a espoleta eletrônica da granada. Desta forma, se um inimigo estiver escondido a 100 metros atrás de uma porta, por exemplo, o sistema informa que a granada deverá detonar no ar num tempo em que, dado a suas características balísticas, coincidirá com a posição do alvo, causando ferimento ou morte do inimigo escondido.
Acima: A solução de desmembrar o programa OICW e levar ao desenvolvimento em separado de um lançador de granadas semi automático configurado com o layout bullpup e o aumento do calibre da granada para 25 x 40 mm, batizado de XM-25, ainda se mostrava de porte e peso elevado para o infante que transporta a arma por longos percursos o dia todo.
A XM-25 opera através do "onipresente" sistema de gases com trancamento por ferrolho rotativo de forma semi-automática. O mecanismo da arma fica montado na coronha, atrás do gatilho, seguindo um layout bullpup, o que permite uma arma com cano de bom comprimento, sem, contudo, comprometer a compacticidade do armamento. A janela e ejeção assim como as teclas de operação são ambidestras permitindo que o XM-25 possa ser disparado sem problemas por atiradores canhotos.
O carregador comporta 6 granadas que podem ser dos tipos HEAB, já mencionada, de treinamento, anti-pessoal, munição não letal, granada arrombadora de portas e perfurante de blindagem. Com esse verdadeiro arsenal de possibilidades, o XM-25 se torna um armamento de uso flexível o que lha dá uma maior valor agregado enquanto armamento de infantaria.
Dependendo da munição empregada, o alcance contra um alvo específico, em tiro direto, chega a 500 metros. Já, se o alvo for uma área, onde não há necessidade de uma precisão pontual, o alcance da granada pode chegar a 700 metros.

Acima: A flexibilidade de emprego do XM-25 se dá pela sua variedade de granadas para usos diversos!
Com toda a tecnologia descrita, e a proposta de uma arma inovadora em capacidade e que, a princípio parecia ser de sucesso promissor dentro das forças armadas dos Estados Unidos, e certamente para exportação para seus aliados, o XM-25, acabou apresentando problemas que foram desde a reclamação de que o uso dele obrigava ao soldado abrir mão de seu fuzil de assalto, retirando do grupo, um elemento para ações mais usuais dentro do campo de batalha, onde os recursos do XM-25 não teriam utilidade, passado por problemas de confiabilidade em uma ocorrência onde um operador, usando a arma em combate no Afeganistão, sofreu ferimentos em uma pane onde a arma alimentou duas granadas simultaneamente na câmara, o alto custo da arma (U$ 35000,00 por cada lança granadas) e até mesmo, uma resistência dos soldados em usar ela, levando o projeto a ser cancelado em agosto do ano passado (2018) pelo departamento de defesa norte americano. A munição HEAB, no entanto deverá servir em um outro programa no futuro, ou servir de base para mais desenvolvimentos para uma nova arma uma vez que a vantagem de se ter um armamento que impossibilita ou, dificulta muito que o inimigo se esconda e se proteja, sempre será algo muito valorizado em qualquer campo de batalha.
Acima: Nesta foto podemos ver os sensores do sistema de mira computadorizada XM-104 Target Acquisition/Fire Control (TA/FC). Este é um dos recursos chave para a proposta do XM-25.


Acima: O XM-25 foi empregado em combate real no Afeganistão, onde problemas de confiabilidade mecânica do sistema de alimentação da arma, assim como queixas dos operadores sobre o desconforto de usar uma arma pesada e com ergonomia prejudicada pelas suas proporções, levaram ao cancelamento do financiamento do programa de desenvolvimento do XM-25 em 2018.
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