domingo, 28 de agosto de 2016
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
KRAUSS-MAFFEI WEGMANN DINGO 2. O Super Jeep Alemão.
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 90 Km/h.
Alcance Máximo: 1000 Km.
Motor: Um motor Mercedez - Benz OM 924 de 4 cilindros com 218 Hp de potência.;
Peso: 11,9 toneladas.
Altura: 2,50 m.
Comprimento: 5,40 m.
Largura: 2,30 m.
Tripulação: 1+5 ou 7 soldados equipados dependendo da versão.
Armamento: 1 metralhadora MG-3 cal 7,62X51 mm ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), Um lançador de granadas HK GMG de 40 mm. As metralhadoras podem ser empregadas em uma torre remotamente controlada FLW-100 ou FLW-200
Trincheira: 0,50 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: 1,20
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Os famosos veículos tipo jipes usados a partir da 2º guerra até mesmo nos dias de hoje estão passando por mudanças radicais para poder permitir que seus ocupantes possam sobreviver nos campos de batalha atuais onde a letalidade dos armamentos empregados tem se mostrado mortais contra veículos leves. Mesmo os Humvee, usados pelas forças armadas dos Estados Unidos e seus aliados têm se mostrado excessivamente vulnerável nesses ambientes. Por isso o leve jipe acabou sendo substituído no campo de batalha por veículos maiores, mais pesados e blindados para poder permitir uma sobrevivência maior no campo de batalha.
Neste artigo vou apresentar um desses novos veículos blindados leves 4X4; O Dingo 2, desenvolvido pela empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann, uma das mais competentes fabricantes de blindados que existe, tendo em seu currículo o desenvolvimento do carro de combate pesado Leopard II, um dos melhores MBTs do mundo e já descrito no WARFARE.
Acima: O Dingo 2 é uma versão aprimorada do modelo Dingo 1 capaz de transportar mais carga e com melhor proteção balística.
O Dingo 2 é uma variante mais moderna do blindado Dingo, um veículo desenvolvido sob o chassi do Mercedez-benz UNIMOG 1550L, com o objetivo de reduzir custos de produção e facilitar a manutenção. Já o modelo Dingo 2, foco deste artigo usa um chassi maior, o do UNIMOG U-5000. A carroceria de ambas as versões tem formato de “V” para permitir uma proteção extra contra detonações de minas terrestres, um dos maiores problemas observados pelos alemães e aliados na guerra do Afeganistão e no Iraque. Alias, como dito antes, a característica mais importante que distingue esses veículos dos jipes tradicionais é justamente a capacidade de proteção da tripulação. Além da medida anti-minas, há ainda uma blindagem no Dingo 2 capaz de parar projéteis em calibre 7,62X51 mm. O Dingo 2 foi projetado como um veículo modular dividido em chassis, célula de sobrevivência, compartimento de motor e assoalho anti-mina. Essa modularidade agiliza, em muito, sua manutenção em caso de impactos e explosões.
Acima: O Dingo 2 não é um veículo anfíbio, mas sua boa altura do solo lhe permite transpor um rio com profundidade de até 1,20 metro.
O Dingo 2 usa um motor Mercedez - Benz OM 924 de 4 cilindros e que proporciona uma potência máxima de 218 hp. Esse motor leva o Dingo 2, um veículo com 11900 kg , a uma velocidade máxima de 90 km/h em estradas. Sua autonomia chega nos 1000 km, graças ao seu tanque de combustível com capacidade de 220 litros de diesel. Esse desempenho é considerado muito bom para essa categoria de veículo. A capacidade de operar em terrenos irregulares é elevada, podendo passar por obstáculos verticais de 50 cm de altura e encarar inclinação frontal de 60º. Embora não seja um veículo anfíbio, ele pode transpor um rio (passagem de vau) com profundidade de até 1,20 metro.
Acima: A suspensão do Dingo 2 permite uma excelente performance em terreno acidentado.
O Dingo 2 pode ser armado com uma torre FLW-100 equipado com uma metralhadora MG-3 em calibre 7,62 mm controlada remotamente de dentro de veículo ou ainda uma torre FLW-200 com uma metralhadora pesada em calibre 12,7 mm (.50). Além de metralhadoras, o Dingo pode ser armado com um lança granadas automático Heckler & Koch GMG de 40 mm capaz de atingir alvos até a 1500 metros e com uma cadência de tiro de 340 tiros por minuto. Embora não haja informações sobre outros armamentos que podem ser instalados no Dingo, certamente que não haveria nenhuma dificuldade de se armar este blindado com um lança mísseis antitanque como o míssil TOW, por exemplo.
Acima: A torre FLW 100, remotamente controlada, está armada com uma metralhadora MG-3 em calibre 7,62X51 mm. Uma versão mais pesada desta torre, chamada FLW-200 pode ser equipada com uma metralhadora pesada M-3M calibre 12X7 mm (50 BMG)
Atualmente o Dingo 2 é usado pela Alemanha, Áustria, Bélgica, Republica Tcheca, Noruega, Curdistão e Luxemburgo. Porém existe um mercado potencial para esse tipo de blindado no mundo e outros fabricantes já possuem pronto ou em estágio de desenvolvimento veículos similares ao Dingo 2 prontos para explorar este mercado. O que pode dificultar um pouco as coisas para o Dingo é seu elevado custo unitário que hoje está girando em torno de U$ 1.000.000,00 de dolares cada um.
Acima: O Dingo pode ser transportado por uma aeronave C-130 Hercules, extremamente comum em muitas forças armadas do mundo.
ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O DINGO 2
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terça-feira, 23 de agosto de 2016
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
CLASSE DE ZEVEN PROVINCIEN. Uma das mais modernas fragatas do Mar do Norte
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata de escolta antiaérea e comando.
Tripulação: 202 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2002.
Deslocamento: 6050 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 144,24 mts.
Boca: 18,8 mts.
Propulsão: 2 motores a diesel Storc-Wartsila 16 V26 ST e 2 turbinas a gás Roll Royce Spey SM-1C que geram, juntos, 65900 hp.
Velocidade máxima: 30 nós (56 kmh).
Alcance: 9260 Km
Sensores: Radar de busca: Thales Nederland SMART-L de varredura eletrônica 3D com 400 km de alcance. Radar APAR 3D multifunção com 150 km de alcance, radar de navegação Scout LPI, Sonar Atlas Electronik DSQS-24C
Armamento: AAW: 1 lançador vertical MK41 de 40 células para mísseis ESSM e SM2-MR Block IIIA, SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis RGM-84 Harpoon, 1 canhão OTO Breda de 127 mm; 2 canhões Oerlikon de 20 mm, 6 metralhadoras de uso geral FN MAG em calibre 7,62X51 mm, 4 metralhadoras pesadas M-2HB em calibre .50 (12,7X99 mm) ASW: 2 lançadores duplos MK-32 para torpedos de 323 mm, 2 canhões CIWS Goalkeeper de 30 mm.
Aeronaves: 1 Helicóptero NH90.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A Holanda, Espanha e a Alemanha, assinaram um acordo para o desenvolvimento de modernas fragatas com ênfase na missão anti-aérea. Esse acordo trata da plataforma, mas não dos sistemas de combate integrados aos navios. Esses navios foram apresentados no WARFARE em matérias anteriores. São a fragata espanhola F-100 Alvaro de Bazan e a fragata alemã da classe Sachsen. Agora descreverei a terceira fragata resultante desse acordo, a fragata LCF ou classe De Zeven Provincien, como foi batizada, e que permitiu um significativo aumento do poder de fogo da marinha holandesa e da OTAN, organização da qual a Holanda é signatária.
Acima: A marinha holandesa recebeu 4 navios da classe De Zeven Provincien o que melhorou substancialmente a capacidade de apoio daquela força naval ao esforço de defesa da OTAN.
A fragata De Zeven Provincien tem o seu desenho focado na diminuição de sua assinatura de radar, infravermelha, magnética e acústica, assim como os outros dois navios relacionados ao acordo trilateral para o desenvolvimento de fragatas. Alias, é interessante notar que todos os modernos projetos de navios de guerra tem seu desenho orientado para se conseguir esse efeito, pois isso otimiza a capacidade de sobrevivência dos navios em um cenário de alta ou média intensidade, onde mísseis anti navio, normalmente guiados por radar, tem uma eficácia cada vez maior graças a significava melhoria dos sensores e sistemas eletrônicos.
Acima: Com linhas "limpas" e angulosas, com o objetivo de desviar o eco radar para longe da antena emissora, a fragata De Zeven Provincien não é um navio fácil de ser detectado a longas distancias.
Na De Zecen Provincien foi instalado um sistema de dados de combate e SEWACO XI desenvolvido pela Thales Naval Nederland. O navio usa uma suíte de comunicação da Rohde & Schwarz que inclui comunicação segura de voz e dados via satélite, data link como o link 11 e link 16, que são o padrão da OTAN. Os principais sensores de busca são os radares Thales APAR tridimensional que opera na banda I, multifunção do mesmo tipo usado na fragata alemão da classe Sachsen, e que possui um alcance de 150 km e com capacidade de rastrear mais de 250 alvos simultaneamente. Esse radar é usado para iluminar os alvos para os mísseis Standard SM-2. Para complementar o radar APAR, foi instalado um moderno radar Smart-L que opera na banda D, também tridimensional igualmente usado na classe Sachsen, e que é usado para a busca aérea e de superfície de longa distancia, tendo alcance de 400 km; Para apoio a navegação é usado os radares Scout LPI de baixa probabilidade de ser interceptado.
Acima: O sistema de gerenciamento de dados de combate SEWACO XI faz o papel do cérebro das ações de batalha do navio.
Acima: O moderno radar tridimensional de varredura eletrônica ativa APAR garante os dados de precisão sobre posicionamento de alvos para controle de fogo dos misseis antiaéreos.
Além dos radares, um sensor Sirius LR-IRST de busca passiva infravermelha é usado para identificar tanto mísseis de perfil sea skimming no horizonte a um alcance de até 12 km quanto que uma aeronave pode ser detectada a 15 km. Outro sistema de detecção passiva é o multisensor eletro-óptico, porém bem mais completo chamado Thales Mirador usado para busca de alvos. O principal sensor deste sistema é a câmera infravermelha Albatros. Este sistema opera totalmente integrado ao sistema de dados de combate SEWACO XI.
Para detecção submarina é usado o sonar Atlas Electronik DSQS-24C, que está montado no casco. Esse radar permite busca e ataque. No campo das defesas eletrônicas, as fragatas De Zeven Provincien, são bem equipadas, e contam com um sistema de guerra eletrônica integrado Sabre, da Thales Defense, além de lançadores MK-36 Sippican de iscas anti mísseis que são usados para desviar mísseis anti-navio lançados contra o navio. Outro sistema de isca usado na De Zevem Provincien, porém com objetivo a desviar torpedos inimigos é o AN/SLQ-25 Nixie, do tipo isca rebocada. Este sistema chama a atenção do sonar do torpedo para a isca que está sendo rebocada a uma distancia segura do navio.
Acima: O sistema de busca passiva multi-sensor Thales Mirador, faz designação de alvos sem emitir sinais. Este sistema fica montado no mastro do radar APAR.
O armamento desta fragata é otimizado para a guerra anti-aérea, e mais pesado que a média desse tipo de navio. Um lançador vertical de mísseis MK-41 norte americano de 40 células está montado a frente do navio e está armado com mísseis RIM-162 ESSM (Envolved Sea Sparrow) que são usados contra mísseis anti navio e aeronaves inimigas. Estes modernos mísseis possuem um alcance de 50 km e são guiados por atualização de meio curso via data link e radar semi ativo na fase final do engajamento. Outro míssil que pode ser lançado deste lançador vertical é o SM2-MR Block IIIA com alcance de até 74 km e guiado por comando de radio e radar semi ativo na fase final. Ainda no campo do armamento anti aéreo, há 2 sistemas CIWS de 30 mm Goalkeeper que faz uso de um canhão de 7 canos rotativos GAU-8 (o mesmo usado no jato de ataque A-10 Thunderbolt II cuja capacidade de estrago é bastante famosa) capaz de disparar 4200 tiros por minuto contra um alvo distante até 2000 metros Há, também, dois canhões Oerlikon de 20 mm e um canhão principal, a frente do navio, OTO-Breda de 127 mm, que é usado tanto contra alvos aéreos como contra alvos de superfície. Esse canhão dispara 40 tiros por minuto e o alcance de suas granadas podem chegar a 30 km. Se for usado a granada Vulcano guiada por satélite (GPS) e por laser ou infravermelho, na fase terminal, esse alcance aumenta para 100 km com precisão equivalente a de um míssil de cruzeiro.
Acima: O lançador vertical MK-41 instalado no De Zeven Provincien está integrado a os misseis SM-2MR Block IIIA (foto) e ao moderno míssil ESSM que é capaz de destruir aeronaves e mísseis inimigos.
Para guerra anti-navio, estão instalados 2 lançadores quádruplos para mísseis RGM-84 Harpoon da Boeing, e que podem afundar a maioria dos navios de guerra modernos com dimensões de um destróier a 130 km com apenas um impacto. O Harpoon é guiado por radar ativo e segue um perfil de voo sea skimming (segue rente a água, a altura de 5 metros ou pouco mais, evitando os radares inimigos). Foi feito um estudo para se equipar os navios da classe De Zeven Provincien com mísseis de cruzeiro BGM-109 Tomahawk, porém, esse projeto não gerou resultado sendo cancelado bem antes de sequer iniciarem os trabalhos de integração nos navios.
Contra submarinos estão instalados 2 lançadores duplos MK-32 Mod-9 de torpedos leves MK-26 Mod 5 de 323 mm, sendo que estão montados um de cada lado do navio. O torpedo MK-46 tem alcance de 11 km e é guiado por um sistema de sonar ativo/ passivo interno. Um helicóptero médio NH-90 é operado no hangar traseiro para missões de busca e salvamento, assim como missões de combate anti-submarino.
Acima: A fragata De Zeven Provinvien foi projetada para operar um helicóptero médio e para tanto há um hangar que d[á abrigo à aeronave. Normalmente é empregado um helicóptero NH-90, porém o Lynx também pode ser operado.
A propulsão da fragata De Zeven Provincien é do tipo combinação diesel e gás (CODAG). Há duas turbinas Roll Royce Spey SM-1C que geram, juntas, 37 MW e 52300 shp de força. Além disso, mais dois motores a diesel Storc-Wartsila 16V6ST, geram mais 8.4 MW e 13600 shp, totalizando uma força de 65900 shp total que movem dois eixos com hélices de 5 pás de passo variável. A velocidade máxima alcançada pelo navio é de 30 nós (56 km/h) e sua autonomia chega a 9260 km quando em velocidade econômica de cruzeiro, que representa algo em torno de 19 nós (35 km/h).
Acima: O grupo propulsor operado nas fragatas De Zeven Provincien garantem um bom desempenho marinheiro ao navio deixando ele perfeitamente adequado para acompanhar missões de longa distancia escoltando grupos de batalha.
A Holanda é um dos mais antigos membros da OTAN e suas forças armadas são pensadas para fazerem parte de uma força multinacional e não apenas como uma força de auto defesa como a maioria dos países. A Fragata da classe De Zeven Provincien e suas três irmãs representam um interessante exemplo dessa doutrina, pois se trata de um navio de escolta anti aérea altamente capaz e com bom nível de sofisticação cuja maior finalidade é proteger grupos de batalha multinacionais como as esquadras da OTAN. Seu bom alcance o torna um navio muito adequado para deslocamentos intercontinentais podendo operar em qualquer ponto do planeta.
ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM A DE ZEVEN PROVINCIEN.
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domingo, 14 de agosto de 2016
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
KAI/ LOCKHEED MARTIN T/A-50 GOLDEN EAGLE. Um treinador sul coreano de alta performance.
Kai T-50 |
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,8 (985 km/h).
Velocidade máxima: Mach 1,5 (1835 km/h).
Razão de subida: 11880 m/min.
Potência: 0,97
Carga de asa: 74,08 lb/ft²
Fator de carga: +8/-3 Gs
Taxa de giro: 17º/s (instantânea)
Razão de rolamento: *220º/s
Teto de Serviço: 14630 m.
Raio de ação/ alcance: 900 km/ 1981 km
Empuxo: 1 motor turbofan General Electric F-404 GE-102 com 8028 kgf de empuxo com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 13,14 m.
Envergadura: 9,45 m.
Altura: 4,94 m.
Peso: 6470 kg
Combustível Interno: 4607 lb.
ARMAMENTO
3740 kg de cargas externas das quais podem ser:
Ar Ar: Mísseis AIM 9 Sidewinder
Ar Terra: Mísseis AGM-65 maverick, Bombas guiadas a IR e a laser (versão A-50), Bombas Mk82/83/84, e lançadores de foguetes.
Interno: 1 canhão M61 de seis canos calibre 20 mm
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O KAI T-50 é resultado de um programa sul coreano para desenvolver um substituto para seu antigo treinador T-38 Talon a partir de 1992. Os requisitos para este novo treinador, incluíam a necessidade de que ele fosse supersônico, ágil e que servisse de base para um caça de ataque leve, que posteriormente passou a se chamar FA-50. A KAI recebeu forte apoio da empresa norte americana Lockheed Martin, atual fabricante do F-16, também usado pela Força Aérea Sul Coreana (RoKAF). O primeiro voo do protótipo ocorreu em agosto de 2002, seguido de uma encomenda de 100 aeronaves em versões de treinamento, acrobacia e de ataque leve.
Acima: Uma das antigas aeronaves a reação de treinamento usadas pela Força Aérea Sul Coreana era o Northrop T-38 Talon, claramente não era adequada para fazer a transição dos pilotos novatos para caças de alto desempenho como o KF-16 usados pela RoKAF.
Um observador mais atento pode considerar que o desenho do T-50 lembra sob vários aspectos, o desenho do F-16. Não acredito, no entanto, que isso seja uma mera coincidência. A KAI produz sob licença uma versão local do próprio F-16 chamada de KF-16, desde o final de 1993, e o desenho deste caça possui algumas características que são muito adequadas a qualidade de voo e bom desempenho em curvas. Assim sendo algumas dessas características foram aproveitadas no projeto do T-50, como as LERX (Extensões do Bordo de Ataque) e a empenagem de grandes dimensões para melhorar a estabilidade longitudinal da aeronave. Outros pontos que contribuem para a ótima qualidade de voo deste treinador são sua relação empuxo peso de 0,97, que pode ser considerada relativamente alta para esta categoria de aeronave, a baixa carga de asa e a instabilidade natural
que exige um sistema de controle de voo FBW (Fly By Wire) para que a aeronave se mantenha estável em voo. Esse sistema FBW é triplamente redundante para garantir a segurança de voo caso um dos sistemas entre em pane. Esses elementos, fazem com que o T-50 tenha índices de desempenho de voo muito similares aos caças dos quais os pilotos treinados no T-50 vão assumir depois de formados.
Acima: O desenho do T-50 lembra um F-16 com dimensões compactadas. os elementos aerodinâmicos do modelo norte americano foram usados no T-50.
A propulsão é feita por um excelente motor norte americano General Electric F-404-GE-102 que fornece 8028 kgf de potência máxima quando fazendo uso do pós combustor. Vale observar que este motor é uma variante do motor usados nos caças F/A-18C Hornets e nos Saab JAS-39C Gripen, ou seja, é praticamente a mesma motorização dos caças de 4º geração. A alimentação de ar é feita por duas entradas de ar posicionadas abaixo das LERX e nas laterais da aeronave, diferentemente da única entrada de ar que fica abaixo da fuselagem do F-16. A celula da aeronave resiste a manobras de 8 Gs positivos ou até 3Gs negativos, e sua taxa de giro instantânea chega a 17º/ seg a velocidade de Mach 0,7 (864 km/h). Estes números são muito bons para uma aeronave de treinamento, permitindo ao piloto em treinamento um contato com perfil de voo muito próximo do que ele encontrará nas aeronaves de combate de linha de frente. Além disso, permite que o pequeno T-50 possa ter versões de ataque leve e mesmo de interceptação de ponto (curto alcance) para defender a própria base aérea, por exemplo.
Acima: O T-50 possui um desempenho de voo bastante competente. Bem pilotado, é capaz de ser uma dor de cabeça para a maioria dos caças de 4º geração em uso atualmente.
Na versão de treinamento "T-50" os sistemas eletrônicos são compostos por um equipamento de GPS H-764G fabricado pela empresa norte americana Honeywell e um radar altímetro HG-9550. No cockpit, há um HUD (Head Up Display ou tela acima da cabeça) de grande campo de visão fornecido pela DoDaaM Systems. São sistemas relativamente básicos para uma aeronave de treinamento moderna, porém, a KAI pensou além, e desenvolveu duas versões de combate do T-50, também já encomendadas pela RoKAF, que foram batizadas de TA-50 e FA-50 e que além de serem armadas, ainda por cima recebem um um radar multi-modo israelense ELTA EL/M-2032 com alcance de 56 km contra um alvo do tamanho de um caça (5m² de RCS), o que, mesmo sendo um equipamento de desempenho pobre frente ao que encontramos nos caças de 4º e 5º geração, ainda dá uma capacidade de emprego em combate aéreo e de designar alvos de superfície ao pequeno jato sul coreano. Existe a possibilidade, caso um cliente deseje, de optar por um radar AN/APG-67, norte americano, no lugar do radar israelense. É interessante mencionar, também, que a versão FA-50, mais sofisticada que a TA-50, conta com um sistema tático de data link integrado que permite a aeronave enviar e receber dados de outras plataformas como aeronaves de alerta aéreo antecipado AEW, sistemas de comando de terra e mesmo outras aeronaves de combate que estejam atuando no campo de batalha, garantindo a o piloto uma consciência situacional muito maior, o que é uma grande vantagem tática.
Acima: O Radar israelense Elta EL/ M-2032 é usado nas versões com capacidade de combate do T-50. Embora seu desempenho seja limitado, ele dá uma capacidade de combate significativa ao pequeno jato sul coreano.
Acima: O Cockpit do T-50 tem o mesmo layout que encontramos em caças de 4º geração e mesmo em um caça de 5º geração como o F-22 Raptor. Embora esse padrão não seja a ultima palavra em painéis de controle, ele ainda é perfeitamente adequado a instrução.
A versão de treinamento básico do T-50 não opera armamentos, porém sua versão TA-50 e a FA-50 podem ser armados com os seguintes armamentos: Mísseis ar ar de curto alcance AIM-9 L/M guiados por infravermelho e com alcance de 18 km, que são lançados de trilhos na ponta das asas. Para ataques contra alvos de superfície, podem ser empregados bombas de queda livre MK-82 de 227 kg, MK-83 de 460 kg; bombas de fragmentação CBU-97; Bombas guiadas por GPS e sensor infravermelho Spice e JDAM (somente GPS) também fazem parte do arsenal do FA-50.
Também podem ser empregados mísseis AGM-65 Maverick que podem ser guiados por TV, CCD, infravermelho ou a laser, dependendo da versão. O Maverick é particularmente efetivo contra alvos duros reforçados ou blindados e seu alcance chega a 22 km. Os tradicionais lançadores de foguetes de 70 mm não guiados podem ser usados também. Internamente o FA-50 e o TA-50 possuem um canhão automático General Dynamics A-50 com 3 canos rotativos em calibre 20 mm com cadência de 4000 tiros por minuto e alcance efetivo de 1500 metros.
Acima: A RoKAF opera, além da versão de treinamento T-50, a versão de combate FA-50
A Força Aérea dos Estados Unidos avaliou o T-50A em uma concorrência chamada de "T-X" aberta oficialmente em 2015 para substituir 350 jatos de treinamento T-38 Talon, que estão em uso desde 1961 e cujos sistemas não mais se adéquam a preparar o futuro piloto de combate para operar as modernas aeronaves de 4º e 5º geração. A Lockheed Martin, que deu forte suporte para o desenvolvimento do KAI T-50, está oferecendo uma variante do T-50 para o programa TX. De todos os concorrentes, dos quais fazem parte o moderno M-346/ T-100 italiano, o inglês Hawk T-2 e Saab/ Boeing T-7A Red Hawk, o T-50 e o T-7A eram os únicos com desempenho supersônico, o que corresponde sim, a uma vantagem técnica sobre os outros dois. Vale lembrar que o próprio T-38 é uma aeronave supersônica. O vencedor dessa concorrência foi o modelo T-7A, já descrito aqui no WARFARE Blog
Além da Coreia do Sul, o T-50 foi adquirido pelo Iraque, Indonésia, Filipinas e Tailândia, mostrando claramente o forte potencial de exportação desse modelo de aeronave.
Acima: O primeiro protótipo do T-50A é a versão que a Lockheed Martin, em associação com a KAI foi proposto para a concorrência T-X da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) para fornecer 350 aeronaves de treinamento avançado em substituição aos T-38 Talon em uso a mais de 50 anos. Essa concorrência foi vencida pelo T-7A Red Hawk.
terça-feira, 2 de agosto de 2016
DESERT EAGLE - Atualização Full Metal Jacket
Olá amigos.
O blog Full Metal Jacket traz para suas paginas um artigo sobre a famosa pistola Desert Eagle. Conheça um pouco melhor uma das mais populares armas de fogo do mundo. http://fullmetaljacketbr.blogspot.com.br/2016/08/magnum-research-imi-desert-eagle.html
Abraços
MAGNUM RESEARCH/ IMI DESERT EAGLE. A Queridinha de Hollywood.
FICHA TÉCNICA
Calibre: 357 Magnum; 41 Magnum; 44 Magnum; 440 Cor-Bon e 50 AE
Peso: 1998,6. gr (Descarregada).
Capacidade: 9+1 em 357 Magnum; 8+1 em 41 Magnum e 44 Magnum; 7+1 em 440 Cor Bon.
Comprimento do cano: 6 polegadas.
Comprimento total: 27,30 cm.
Gatilho: ação simples.
Sistema de operação: Aproveitamento de gases com ferrolho rotativo.
Mira: Alça e massa fixa. Possibilidade de substituição por alça ajustável e miras ópticas.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Uma das mais populares armas de fogo nas telas dos cinemas que passam filmes "hollywoodianos" é a "encorpada" pistola Desert Eagle. Equivocadamente tratada como um projeto israelense, poucos sabem que a verdadeira origem dessa poderosa e eficiente pistola teve início nas terras do Tio Sam.
A empresa norte americana Magnum Research começou a projetar uma pistola que fizesse uso do sistema de operação de aproveitamento dos gases do disparo e com trancamento rotativo do ferrolho. Ou seja, estavam atrás de uma arma curta que fazia uso de um sistema comum em fuzis de assalto, mas que era inédito em uma arma curta. A ideia de inovação não parava apenas no sistema de operação. Na verdade o que norteou a escolha desse sistema foi o de adaptar uma pistola para usar grandes calibres de revolveres, como o excelente 357 Magnum, uma das mais eficientes munições no mundo para uso em defesa. O estojo das munições de revolveres não são adequadas para uso em pistolas devido a sua forma de sua base que dificulta a extração do cartucho deflagrado. Com o projeto sendo iniciado em 1979 e chegando a um protótipo batizado de Eagle 357, que apresentava algumas falhas em 1981, a Magnum Research contratou a competente IMI (Israel Military Industries) para aperfeiçoar este projeto, e que acabou por dividir a "paternidade" deste muito bem sucedido projeto.
Acima: Existem poucas fotos da pistola Eagle 357 que levou ao desenvolvimento da Desert Eagle. esta acima é uma destas raras imagens.
A partir dessa parceria, a IMI desenvolveu o projeto norte americano da, então Eagle 357, e produziu uma pistola totalmente funcional, eficiente que foi batizada de Desert Eagle. Uma das características marcantes no design da Desert Eagle o formato triangular que a parte frontal do cano da arma apresenta. Justamente nessa parte, embaixo, é onde está localizado o furo na alma do cano que faz a captação dos gases do disparo que movem o ferrolho, destravando-o e permitindo que a ejeção do cartucho deflagrado ocorra, e a alimentação de uma mova munição na câmara seja concluído, deixando a pistola pronta para um novo disparo. Inicialmente, a Desert Eagle estava disponível apenas em 357 Magnum e no 44 Magnum, mas seu desenvolvimento continuou e a arma também acabou sendo fabricada no pouco conhecido calibre 41 Magnum. Porém, a incorporação do mais potente calibre para a Desert Eagle ocorreu em 1996 com a adoção do potentíssimo calibre 50 AE (Action Express Magnum). Este sim, uma ignorância de calibre e que representa um dos mais potentes calibres para uma arma curta já produzidos. Porém, dado a sua potência absurda, e seu elevado recuo, trata-se de uma arma mais adequada para defensa contra animais de grande porte como ursos ou para tiro a silhueta metálica.
Acima: A Desert Eagle MK I, a primeira versão da grande pistola, em calibre que normalmente usado em revolveres, chama a atenção pelo seu aspecto robusto.
Por usar munições maiores, a empunhadura da Desert Eagle não é, exatamente, a melhor do mundo em termos ergonômicos, justamente por precisar ser grande para comportar tais munições. Pessoas com mão grandes podem se sentir confortável com ela, mas pessoas com mãos de dimensões normais ou pequenas tem dificuldade de manter uma boa empunhadura. Suas dimensões avantajadas também impossibilitam um porte velado ou confortável, pois é uma arma com quase 30 cm de comprimento e quase 2 kg de peso. Os carregadores, de todas as versões são sempre monofilares, sendo que o calibre 357 Magnum é o que permite maior quantidade de munição; 9 tiros, enquanto os calibre 44 Magnum permite 8 tiros, e o potentíssimo 50 AE, apenas 7 tiros.
A tecla de segurança fica acima da parte posterior do pesado ferrolho da pistola e é ambidestra. A alça da mira é fixa, mas pode ser substituída por sistemas reguláveis, e mesmo, lunetas ou dispositivos reflex podem ser integrados a Desert Eagle.
O sistema de gatilho é o de ação simples, ou seja, o ferrolho precisará ser manuseado antes do primeiro disparo, como em uma clássica M-1911.
Acima: Nesta foto temos uma Desert Eagle e sua munição calibre .50 AE. Notem o tamanho da munição exposta no carregador e a grande abertura que o ferrolho tem para poder ejetar o estojo da munição deflagrada.
Por ser uma arma grande, com recuo relativamente pronunciado, principalmente nos calibres mais potentes como o 44 Magnum e no "ignorante" 50AE, a Desert Eagle não se presta adequadamente para uma pistola de uso tático, embora forças militares de Israel e Portugal operam algumas unidades destas grandes pistolas mas usando munição 357 Magnum. Além das munições citadas no texto, a Desert Eagle teve algumas unidades produzidas no desconhecido, porém, igualmente potente calibre 400 Cor-Bon que é, na verdade uma adaptação do estojo de uma munição 50AE, cujo "pescoço" é diminuído deixando a munição com o mesmo aspecto de "garrafinha" que uma munição de fuzil tem, para poder inserir um projétil calibre 44 nele. Assim, o projétil é impulsionado a velocidades 20 a 25% maiores que a do projétil 50 AE gerando um efeito desastroso para o alvo.
Acima: Nesta cena do filme Matrix, o vilão da história, o agente Smith empunha sua Desert Eagle. Como fica claro na imagem trata-se de uma arma de dimensões exageradas que na pratica não são indicadas para uso tático/ militar. O pessoal de Hollywood gosta de expor esta pistola pelo impacto visual que ele causa.
Acima: O sistema de trancamento rotativo do ferrolho da Desert eagle, mostrado nessa foto, é uma característica incomum em uma pistola.
Com seu projeto sendo iniciado no fim da década de 70, era de se esperar que a Deserte eagle tivesse versões sendo lançadas com aperfeiçoamentos em relação aos mdoelos anteriores. assim, as Desert Eagles foram fabricadas na versão MK I, versão inicial; MK VII, a partir de 1989; MK XIX que possuem trilhos padrão picatinny acima do cano e abaixo da armação da pistola e as novas pistolas Desert Eagle L5 (cano de 5 polegadas e com compensador de recuo de fábrica) e sua versão L-6 que tem as dimensões normais da Desert Eagle (6 polegadas de cano), também com compensador de recuo tipo Mag-na-Port) e uma nova empunhadura mais ergonômica..
A Desert Eagle permanece em produção pela empresa norte americana Magnum Research e é vendida, principalmente no mercado dos Estados Unidos a preços relativamente altos (U$ 1500,00 a U$ 2500,00). Essa pistola tem sido mais usada para fins recreativos e para defesa contra grandes predadores como ursos, onde a munição 44 Magnum e a 50 AE são particularmente eficazes. As Desert Eagles que são fabricadas atualmente usam munição 357 Magnum, 44 Magnum e 50 AE, sendo que os outros calibres citados neste texto deixaram de ser produzidos e só são encontrados no mercado de colecionismo.
Acima: A Desert Eagle pode receber diversos tipos de miras. Nessa foto , podemos ver uma mita óptica que ajuda muito na modalidade de caça com armas curtas, que é uma das modalidades das quais uma Desert Eagle se adequá perfeitamente.
Acima: A ultima versão da Desert Eagle é a L-5, com cano reduzido para 5 polegadas e com um compensador de recuo tipo Mag-na-Port, que direcionam os gases da queima da pólvora para cima, forçando o cano para baixo.
Acima: Uma Desert Eagle L6 com acabamento "saia e blusa" e com a nova empunhadura muito mais ergonômica. Belíssima arma!
Acima: Modelo Desert Eagle MK XIX, com acabamento por fosfatização dando um aspecto grosseiro, mais "militar" à pistola.
Acima: A "quase compacta" Desert eagle L-5, em calibre 357 Magnum.
Acima: Aqui temos a mais popular versão da Desert Eagle, a MK VII, muito vista em filmes de ação.
ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM A DESERT EAGLE CALIBRE 50 AE.
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