domingo, 30 de agosto de 2020

GALERIA: Ativação do Comando de Operações Especiais venezuelano

 

Comandos da 99ª Brigada de Operações Especiais do Exército da Venezuela.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de agosto de 2020.

No dia 17 de agosto de 2017, o "General en Jefe" (G/J) Vladimir Padrino López ativou o Comando Geral de Operações Especiais "General em Chefe Félix Antonio Velásquez" como parte da Operación Soberanía Bolivariana 2017; uma operação de defesa contra "a agressão imperialista" dos Estados Unidos. A unidade militar está localizada no setor La Placera de Maracay, em Aragua.

O G/J Padrino López avisou que “desde o império falam de um Estado falido; primeiro falavam de democracia, já mostraram esse conceito, que faz parte de toda a cadeia de ações que vem se armando com a edição do decreto de 2015, onde declararam o país como uma ameaça incomum para os Estados Unidos”.

O General Padrino López também possui os pomposos títulos de Vice-Presidente Setorial de Soberania Política, Segurança e Paz, e de Ministro do Poder Popular para a Defesa (ministro da defesa).

Durante sua intervenção, o General Padrino López afirmou que “a Venezuela é um assunto de interesse nacional. Recusamo-nos terminantemente a entregar o país a qualquer império". Ele também explicou que a formação de forças de ação especial, tropas de ação rápida e forças especiais é um dos conceitos mais revolucionários no campo da defesa venezuelana.

O general-ministro ainda assegurou que a Revolução Bolivariana é formada pelo povo venezuelano e que “sem vocês não somos nada, daí a importância da união cívico-militar para a defesa de nossa Pátria”.

Comando de Operaciones Especiales "General en Jefe Félix Antonio Velásquez" está incorporado ao Comando Estratégico Operacional da Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB), sob o comando do Almirante-em-Chefe Remigio Ceballos Ichaso, dos fuzileiros navais.

Boinas pretas com o distintivo das forças especiais do exército.

O Comando leva o nome do Major-General Félix Antonio Velásquez, que foi um comandante da Milícia Nacional Bolivariana durante o governo do ditador Hugo Chavez; sendo também comandante da Casa Militar, em 2003, e do Comando da Guarda de Honra Presidencial. Ele foi assassinado em 2016 e promovido postumamente a General-em-Chefe.

Durante a cerimônia foi também ativada a 99ª Brigada de Fuerzas Especiales, que agrupa os batalhões desta especialidade do componente terrestre da FANBO seu primeiro comandante foi o General-de-Brigada Pablo José Bravo Parra. A brigada está sob o controle direto do Exército, mas é operacionalmente desdobrada com as Divisões do Exército.

A bandeira do novo Comando sendo entregue ao GB Pablo Parra (esquerda) por um fuzileiro naval.

Ordem de batalha da 99ª Brigada:

  • QG da Brigada
  • 107º Batalhão de Operações Especiais "General en Jefe Jose Gregorio Monagas";
  • 509º Batalhão de Operações Especiais (Selva) "Colonel Domingo Montes";
  • 993º Batalhão de Operações Especiais;
  • Companhia de Comando e Serviço.

Boinas vermelhas-bordô da Guarda Nacional Bolivariana (GNB).

Bibliografia recomendada:

World Special Forces Insignia.
Gordon L. Rottman.

Leitura recomendada:

Poderia haver uma reinicialização da Guerra Fria na América Latina?, 4 de janeiro de 2020.

Um olhar mais profundo sobre a interferência militar dos EUA na Venezuela, 4 de abril de 2020.

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Os Mercenários e o Ditador: Ex-Boinas Verdes americanos são condenados por golpe fracassado quixotesco na Venezuela, 9 de agosto de 2020.

GALERIA: Graduação no ANASOC, 13 de abril de 2020.

GALERIA: Comandos Anfíbios Argentinos com o FAMAS17 de julho de 2020.

FOTO: Salto de amizade na Polônia

Sargento americano ajustando o arnês de um paraquedista polonês.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de agosto de 2020.

O Sargento de 1ª classe Robert Baker, 10º Grupo de Forças Especiais, completa a checagem de mestre de salto do paraquedista polonês Rafal Nenlcin em preparação para o salto conjunto durante o exercício Double Eagle '95, na base de Wedryzn, na Polônia, em 10 de setembro de 1995.

O 10th Special Forces Group (Airborne) foi criado em 19 de junho de 1952 e tem como sua área de atuação a Europa. Inicialmente foi planejado que metade do 10th SFG(A) fosse composto de voluntários estrangeiros europeus através do Lodge Act, mas esse número jamais foi atingido. Um dos mais célebres boinas verdes do 10th SFG(A) foi o Major Larry Thorne, o veterano de 3 exércitos.

O 10th SFG(A) também chegou a atuar no Oriente Médio durante a Guerra Fria, incluindo o Líbano, a Jordânia, o Iêmen, o Irã e auxiliando forças tribais curdas. Elementos do 10th SFG(A) também participaram de missões humanitárias no Congo, Somália e Ruanda.

Áreas de atuação dos Grupos de Forças Especiais.
(Special Forces / Tom Clancy)

Bibliografia recomendada:

Special Forces:
A Guided Tour of U.S. Army Special Forces,
Tom Clancy.

A histórica secreta das Forças Especiais,
Éric Denécé.

SPEC OPS
Case Studies in Special Operations Warfare: Theory and Practice,
William H. McRaven.

World Special Forces Insignia,
Gordon L. Rottman e Simon McCouaig.

Leitura recomendada:

Os Boinas Verdes do Lodge Act18 de agosto de 2020.

É por isso que as Forças Especiais do Irã ainda usam boinas verdes4 de janeiro de 2020.

Barry Sadler e a história por trás da Balada dos Boinas Verdes7 de fevereiro de 2020.

PERFIL: Ivica Jerak, o croata que morreu como um herói americano4 de junho de 2020.

Quando a China se instala na América Latina

Por Nashidil RouiaïDario Ingiusto, Areion24, 15 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de agosto de 2020.

A China tornou-se em poucos anos um importante parceiro econômico e financeiro dos países da América Latina e do Caribe. Vários estados da região adotaram, portanto, o principal programa da República Popular no comércio e infraestrutura mundial, a “Nova Rota da Seda”.

Há muito tempo considerada o quintal dos Estados Unidos, a América Latina e o Caribe gradualmente se voltaram para a China. No espaço de uma década, a China se tornou seu segundo maior parceiro comercial, com o volume de comércio de mercadorias aumentando de US$ 12 bilhões para US$ 307,4 bilhões entre 2000 e 2018.

Cartografia de Dario Ingiusto.

A República Popular também é o principal credor dos países latino-americanos. O valor de seus empréstimos superou o do financiamento do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Entre 2008 e 2018, mais de US$ 153 bilhões foram emprestados por Pequim, grande parte para o Brasil e a Venezuela. A China deseja garantir os recursos estratégicos úteis para as suas necessidades internas, em primeiro lugar hidrocarbonetos, recursos minerais e produção de alimentos. Assim, 88% dos empréstimos referem-se a projetos de energia e infraestrutura.

Essa estratégia permite que as empresas chinesas entrem em novos mercados. Várias barragens e usinas hidrelétricas foram construídas por empresas chinesas na floresta amazônica e na Patagônia. E enquanto milhares de quilômetros de ferrovias estão em construção no Brasil, Peru e Venezuela, chineses e argentinos negociaram em março de 2019 a construção de uma instalação nuclear de 8 bilhões de dólares em Atucha, na província de Buenos Áreas. Espera-se que esses grandes projetos continuem: quinze países da região foram integrados à iniciativa da “Nova Rota da Seda”, e a Jamaica e o Peru ratificaram protocolos de intenção em abril de 2019. Embora eles sejam bem recebidos por atores econômicos regionais, esses projetos são alvo de críticas de populações locais e associações ambientalistas.

A presença chinesa também envolve tecnologia. Desde 2017, a Bolívia lançou um sistema de resposta a desastres naturais desenvolvido por uma empresa chinesa e financiado por um empréstimo de Pequim. Enquanto o Equador adotou a vigilância de espaços públicos desenvolvida pela China, a Venezuela usa tecnologia chinesa por meio de um documento de identidade emitido em janeiro de 2017. Esse “caderno da pátria” tornou-se necessário para se beneficiar da ajuda social concedida pelas autoridades, mas ativistas de direitos humanos denunciam seu uso para fins de vigilância ou para invadir a vida privada. Do ponto de vista cultural, a República Popular está suprindo sua falta de influência com o estabelecimento de Institutos Confúcio, inclusive em parceria com universidades locais. Em agosto de 2019, eram 43, incluindo 10 no Brasil. Além de aumentar seu poder sobre uma região onde os Estados Unidos têm uma influência histórica, Pequim também está assumindo uma liderança decisiva sobre Taiwan, já que os últimos aliados globais de Taipei estão principalmente na América Latina.

Bibliografia recomendada:

China versus Ocidente:
O deslocamento do poder global no século XXI.

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A Marinha Americana demite comandante das forças de reserva em Portland

Comandante Erin Borozny.
(US Navy)

Por Paul Szoldra, Task & Purpose, 28 de agosto de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de agosto de 2020.

A Marinha demitiu a oficial comandante de marinheiros da reserva em Portland, Oregon, devido a uma "perda de confiança em sua capacidade de comando", disse a Força em um comunicado à imprensa na sexta-feira (28/08).

A Comandante Erin E. Borozny foi dispensada de suas funções como comandante do Centro de Apoio Operacional da Marinha em Portland na sexta-feira pelo Capitão Jonas C. Jones, comandante das forças da Reserva da Marinha no noroeste dos EUA. Ela estava no comando há menos de um ano.

O Tenente Adam Demeter, um porta-voz da Marinha, disse à Task & Purpose que a decisão de demitir Borozny foi baseada em seu "desempenho geral" e disse que ela não estava sob investigação.

Borozny, uma oficial de recursos humanos da reserva, foi temporariamente transferida para o quartel-general da Reserva da Marinha regional em Everett, Washington, disse o comunicado, que acrescentou que "procedimentos adicionais não estão previstos neste momento".

O Comandante Christian R. Parilla assumiu como comandante do NOSC Portland até que um substituto permanente possa ser designado, de acordo com o comunicado.

Os Centros de Apoio Operacional da Marinha são responsáveis pela preparação e treinamento dos marinheiros em seus respectivos estados, e apoiam os comandos da ativa em toda a frota.

Borozny, formada pela Academia Naval e que foi promovida a comandante em junho de 2019, assumiu o comando da unidade em 7 de outubro de 2019. Seus prêmios e condecorações incluem duas medalhas de comenda da Marinha/Corpo de Fuzileiros Navais, três medalhas de conquista da Marinha/Corpo de Fuzileiros Navais e a Fita "E" da Marinha.

Paul Szoldra é o editor-chefe da Task & Purpose e ex-fuzileiro naval de infantaria.

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Caráter x Competência: A Equação da Confiança25 de fevereiro de 2020.

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Mais de 60.000 assinam petição para a França assumir o controle do Líbano

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 30 de agosto de 2020.

Mais de 60.000 pessoas assinaram uma petição pedindo que a França assuma o controle do Líbano após a explosão mortal em Beirute. Os críticos dizem que a causa foi a corrupção e a má gestão do governo libanês.

No momento da publicação deste artigo, 61.431 pessoas assinaram uma petição online para "colocar o Líbano sob um mandato francês pelos próximos 10 anos". A petição, criada no site da comunidade Avaaz, foi supostamente criada por cidadãos libaneses na quarta-feira dia 5 de agosto após a explosão que abalou Beirute na terça-feira, dia 4 de agosto, matando mais de 140 pessoas e ferindo mais de 5.000. No dia 8, a petição já contava com mais de 55 mil assinaturas conforme noticiado por veículos de comunicação como o Deutsche Welle (DW), a Agence France-Presse (AFP) e a Reuters.

A petição direcionada ao presidente francês Emmanuel Macron diz:

"As autoridades do Líbano mostraram claramente uma total incapacidade de proteger e administrar o país. Com um sistema falido, corrupção, terrorismo e milícias, o país acabou de chegar ao último suspiro. Acreditamos que o Líbano deve voltar ao mandato francês a fim de estabelecer um governo limpo e durável".

O Presidente Emmanuel Macron chega a Beirute chega a Beirute, saudado pelo presidente libanês Michel Aun, 6 de agosto de 2020. (D. Nohra/Reuters)

Dima Tarhini, do departamento árabe do DW, disse que a petição tem circulado amplamente nas redes sociais libanesas. “Esse é o tanto que alguns libaneses estão desesperados”, disse ela. "Tanto se perdeu de onde já havia tão pouco. Eles perderam suas casas, perderam suas propriedades, não podem salvar seus filhos. Eles não sabem o que fazer." 

A França controlou o país do Oriente Médio de 1920 a 1945 sob um mandato estabelecido após a Primeira Guerra Mundial, dentro do Acordo Sykes-Picot assinado secretamente em 1916.

Mapa do Acordo Sykes-Picot mostrando o Leste da Turquia na Ásia, Síria e Pérsia Ocidental, e áreas de controle e influência acordadas entre britânicos e franceses. Royal Geographical Society, 1910-15. Assinado por Mark Sykes e François Georges-Picot, 8 de maio de 1916.

A petição foi dirigida ao presidente francês Emmanuel Macron, que na quinta-feira se tornou o primeiro líder estrangeiro a chegar a Beirute desde a tragédia. Macron alertou que o Líbano "continuará afundando" sem reformas quando ele desembarcou em Beirute. Ele prometeu que a França ajudará a mobilizar recursos para a cidade, que viu bilhões de dólares em danos e destruição. Macron disse a multidões furiosas no centro de Beirute que buscaria um novo acordo com as autoridades políticas locais.

“Eu lhes garanto isso - a ajuda não irá para mãos corruptas”, disse Macron aos manifestantes. "Vou falar com todas as forças políticas para pedir-lhes um novo pacto. Estou aqui hoje para propor um novo pacto político a eles".

Multidões protestando nas ruas de Beirute pediram a Macron para ajudar a derrubar a liderança do país. O choque rapidamente se transformou em raiva na cidade, com muitos comentaristas e manifestantes dizendo que a corrupção e a incompetência entre as classes políticas foram responsáveis pela explosão mortal.

Promotores na França abriram uma investigação sobre a explosão. Pelo menos 21 cidadãos franceses ficaram feridos e um morreu na explosão. Mesmo antes da pandemia do coronavírus, o Líbano foi abalado por protestos de pessoas irritadas com o governo e a economia. Uma recente desvalorização da moeda fez com que muitos libaneses perdessem milhares de dólares em economias.

A explosão ocorreu próximo aonde o navio brasileiro da UNIFIL atracava, a Fragata “Independência”, mas felizmente nenhum brasileiro se feriu pois a embarcação se encontrava em alto mar. Dois dias depois, a Fragata Independência enviou uma lancha com equipes médica e de reparos para apoio à Corveta Bijoy, do Bangladesh, que sofreu danos com as explosões; incluindo avarias e feridos.

Marinha do Brasil em ação na região do porto de Beirute, no Líbano, atingida pela explosão.

Líbano sob 'risco de desaparecer' sem reformas, alerta França

O Líbano poderia "desaparecer" sem uma ação mais rápida de sua elite política, disse o principal diplomata da França, o Ministro do Exterior Jean-Yves Le Drian. A potência européia espera que a necessidade de ajuda de recuperação após a explosão do porto de Beirute acelere as reformas.

"A comunidade internacional não vai assinar um cheque em branco se eles [as autoridades libanesas] não colocarem em prática as reformas. Eles devem fazer isso rapidamente... porque o risco hoje é o desaparecimento do Líbano", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Jean- Yves Le Drian disse em uma entrevista de rádio da França no dia 27 de agosto.

Por dois anos, a França liderou esforços diplomáticos para persuadir as autoridades da ex-colônia francesa a promulgarem reformas que garantissem ajuda estrangeira crucial para evitar uma crise econômica no país.

O presidente francês Emmanuel Macron planeja retornar a Beirute na próxima semana para promover reformas e reconstrução após o sinistro. Macron voara para Beirute imediatamente após a devastadora explosão portuária em 4 de agosto, que matou mais de 180 pessoas e deixou cerca de 250.000 desabrigados. O presidente francês havia sugerido a possibilidade de ajuda internacional para a reconstrução em uma tentativa de persuadir a elite política do Líbano a implementar um novo governo livre de corrupção.

As forças de segurança libanesas ficam de guarda enquanto o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, deixa uma escola em Mechref, Líbano, em 24 de julho de 2020. (Reuters)

"Cabe às autoridades libanesas assumir suas responsabilidades. Eles são treinados e competentes, mas fizeram um consenso entre si pela inação e isso não é mais possível", disse Le Drian. "O presidente disse a eles isso quando ele visitou em 6 de agosto e vai repetir quando ele estiver em Beirute na terça-feira."

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COMENTÁRIO: Quando se está no deserto...29 de agosto de 2020.


O SOCOM mostra discrepâncias na aquisição de equipamentos após auditoria

Os pára-resgatistas da Força Aérea dos EUA, designados para o 83º Esquadrão de Resgate Expedicionário, se preparam para embarcar em um CH-47F Chinook do Exército dos EUA durante uma missão de treinamento no Afeganistão em 15 de março de 2018.

Por Jared Keller, Task & Purpose, 18 de agosto de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 29 de agosto de 2020.

O SOCOM não documentou consistentemente se mais de US$ 800 milhões em equipamentos atendiam às principais métricas de desempenho ou não.

O Comando de Operações Especiais dos EUA (Special Operations Command, SOCOM) ao longo de dois anos não conseguiu rastrear adequadamente se centenas de milhões de dólares em equipamentos especializados atendiam totalmente às principais métricas de desempenho para as operações especiais para as quais foram enviados, de acordo com uma nova auditoria do inspetor geral do Departamento de Defesa (Department of DefenseDoD).

Uma equipe de forças especiais americanas sai de uma aeronave CV-22 Osprey da Força Aérea dos EUA em 26 de fevereiro de 2018.

A auditoria do Escritório do Inspetor Geral do DoD, divulgada publicamente na sexta-feira, examinou se o equipamento de Operações Especiais-Peculiar (Special Operations-PeculiarSO-P) foi completamente avaliado para atender aos requisitos da missão antes de entrar em serviço para as forças de operações especiais do ano fiscal de 2017 ao ano fiscal 2019. O equipamento SO-P refere-se especificamente à tecnologia sofisticada exclusiva das unidades do SOCOM e abrange uma gama de equipamentos de comunicação e vigilância para veículos e aeronaves especializados.

A auditoria cobriu 10 dos programas mais caros do SOCOM, totalizando mais de US$ 1,4 bilhão e incluiu: o Modificação do Pacote de Ataque de Precisão do AC-130J Ghost Rider (AC-130J Ghost Rider Precision Strike Package ModificationUS$ 659,1 milhões); a Rede de Área Local Tática: Dispositivo de Computação de Campanha vestível (Tactical Local Area Network: Field Computing Device, US$ 136,8 milhões); Munição Deslizante Pequena (Small Glide Munition, US$ 53,1 milhões); e Veículos Comerciais Fora do Padrão (Non-Standard Commercial Vehicle, US$ 145,5 milhões); entre outros.

Uma equipe de snipers na Competição de Snipers do Comando de Operações Especiais do Exército dos EUA manobra sobre um obstáculo em Fort Bragg, Carolina do Norte, 19 de março de 2019.

Desses 10 programas SO-P, apenas quatro, avaliados em cerca de US $ 494,1 milhões, foram completamente validados pelo pessoal do SOCOM por meio de testes e avaliação, ou pelo menos preenchidos com suas principais deficiências de desempenho registradas pela equipe do SOCOM para ajustes futuros.

Mas para os seis programas SO-P restantes que culminaram na colocação em serviço de equipamentos novos - avaliados em impressionantes US$ 815,8 milhões - o pessoal do SOCOM "não verificou" se o equipamento havia passado nos testes e avaliações exigidos antes de entrar em serviço para forças de operações especiais, ou seja, o equipamento foi colocado em serviço "sem verificar se o equipamento atende às necessidades do usuário", de acordo com a auditoria.

De acordo com um porta-voz do SOCOM, o equipamento detalhado no relatório do DoD OIG funciona muito bem e é atualmente empregado pelas forças de operações especiais dos EUA em campanha - o comando apenas se esqueceu de documentar de forma consistente os resultados dos testes de equipamento e avaliação para futura revisão pelo cão-de-guarda do Pentágono.

“Todos os programas auditados que estão listados no relatório tiveram requisitos aprovados que confirmam a necessidade de cada sistema para nossas forças operacionais. Validamos que todos os sistemas eram operacionalmente eficazes e adequados por meio do OT&E antes de entrar em serviço”, disse o Tenente Comandante Tim Hawkins, porta-voz do SOCOM, à Task & Purpose. "O que não fizemos foi documentar adequadamente os resultados do cumprimento de alguns dos parâmetros-chave de desempenho individuais. É por isso que o SOCOM concordou com essa descoberta e está tomando medidas para documentar e arquivar mais detalhadamente os resultados dos parâmetros-chave de desempenho para resolver as descobertas da auditoria".

Mestres-de-salto do 320º Esquadrão de Táticas Especiais da Força Aérea dos EUA se preparam para operações de salto em alta altitude e alta abertura (HAHO) em 11 de julho de 2017, sobre a Área de Treinamento da Baía de Shoalwater em Queensland, Austrália durante o exercício Talisman Saber 2017.

Você pensaria que o comando responsável por treinar e equipar as forças de elite das forças armadas americanas poderia prestar mais atenção ao rastreamento da eficácia do seu equipamento caro, mas o relatório do DoD OIG detalha exatamente o quão desleixado o processo de documentação de teste e avaliação para alguns equipamentos realmente é. Considere este pequeno trecho do programa de Comunicações Táticas de Próxima Geração:

"O gerente do programa do USSOCOM para o programa de Comunicações Táticas de Próxima Geração forneceu a documentação T&E para o KPP que consistia em e-mails entre um usuário e o contratante do equipamento em que o usuário declarou que o equipamento "funcionou muito bem". A comunicação por e-mail não forneceu informações ou evidências suficientes de que o KPP foi testado ou passou no T&E; portanto, o USSOCOM não pôde verificar se o KPP foi testado e atende aos requisitos do KPP delineados no documento de capacidade."

Esta não é a primeira vez que o SOCOM tem problemas com o DoD OIG sobre o gerenciamento de seus programas SO-P. Em 2018, uma auditoria separada descobriu que o SOCOM comprou pelo menos US$ 26,3 milhões em equipamentos extras, desde rádios portáteis a óculos de visão noturna.

"Por exemplo, o USSOCOM não identificou que o Comando de Operações Especiais do Exército dos EUA tinha 17.571 rádios portáteis de acordo com seus registros de propriedade, mas foi alocado apenas 13.351 nos documentos de capacidade, para um excesso de 4.220 rádios", relatou o DoD OIG na época. “O USSOCOM não identificou o excesso de equipamento SO-P porque os dados de permissão e alocação autorizados na [Tabela do USSOCOM de Distribuição de Equipamentos e Concessões] não eram precisos ou completos e não podiam ser reconciliados com o estoque.

Treinamento conjunto com os comandos afegãos.

Após anos de má gestão, parece que o SOCOM está finalmente pagando um preço. Conforme observa a National Defense Magazine, a solicitação de orçamento do presidente Donald Trump para o ano fiscal de 2021 incluiu apenas US$ 2,3 bilhões para aquisições para o SOCOM, redução de 12% em relação a 2020 e uma queda de 26% em relação a 2019.

“O orçamento do ano fiscal de 2021 para investimentos [das Forças de Operações Especiais] adquire, moderniza e/ou modifica SOF-peculiar de aviação, mobilidade e plataformas marítimas, armas, munições e equipamentos de comunicação”, disse o DoD em sua visão geral do orçamento, de acordo com o National Defense. “O orçamento do ano fiscal de 2021 sustenta o crescimento e a prontidão das SOF e aumenta a letalidade por meio da modernização e recapitalização, e do investimento em novas tecnologias”.

Parte dessa redução do orçamento é provavelmente devido à reorientação do Pentágono da contra-insurgência e contraterrorismo no Oriente Médio e Norte da África - áreas onde o SOCOM tem servido regularmente como ponta-de-lança - para a chamada "competição de grandes potências" contra adversários mais tradicionais como a Rússia e a China.

Mas, como um especialista corretamente apontou para a National Defense, a redução também significa um foco mais severo sobre como o SOCOM adquire e avalia material e equipamentos novos - e, potencialmente, mais atenção em como o comando falha em avaliar suas necessidades em meio a um cenário de missão que muda lentamente.

“Agora vamos ter que ter muito mais escrutínio para que a compra de equipamentos e o uso de equipamentos que obtivemos tenham que ser úteis em ambas as lutas”, disse o analista da Heritage Foundation e ex-operador das Forças Especiais Steven Bucci ao National Defense. “Essa é a única maneira do SOCOM manter a capacidade de que precisa para fazer as duas [missões]."

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sábado, 29 de agosto de 2020

GALERIA: Os fuzis AK-74M da Síria

Por Stijn Mitzer e Joost OliemansOryx, 19 de fevereiro de 2015.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 29 de agosto de 2020.

Da Rússia com amor...

O AK-74M lentamente ganhou seu lugar como o fuzil de assalto mais popular atualmente em uso com as várias facções que lutam pelo controle da Síria. Embora originalmente adquirido apenas em pequenas quantidades pela Síria, as entregas recentes garantiram uma presença sólida deste fuzil no país dilacerado pela guerra. O AK-74M não é popular apenas com as forças do Exército Árabe Sírio e da Guarda Republicana - leais a Assad -, mas também com vários outros grupos que lutam pelo controle do país.

A Síria adquiriu seu primeiro lote de fuzis AK-74M no final dos anos 90, embora em números muito pequenos. Acredita-se que esse primeiro lote tenha sido parte de um acordo fechado com a Rússia em 1996, que renovaria a cooperação militar e tecnológica com a Rússia após esta ter diminuído devido ao colapso da União Soviética.


O acordo previa a entrega de uma ampla seleção de armas portáteis, mísseis anti-carro, equipamentos de visão noturna e munição para armamentos já em uso pela Síria. Incluídos no pacote estavam um grande número de carabinas AKS-74U, um número menor de fuzis AK-74M, lança-rojões RPG-29, granadas PG-7VR para o RPG-7, mas também mísseis guiados anti-carro Konkurs 9M113M (ATGM) e até mesmo mísseis anti-carro lançados de canhões Bastion 9M117M para uso pela Síria, para os então recentemente atualizados T-55MV.

Desentendimentos sobre a insistência da Síria em preços mais baixos e esquemas de pagamento estendidos para compras futuras e sua dívida com a Rússia levaram ao fracasso de um relacionamento aprofundado entre os dois países. No entanto, grande parte do armamento encomendado finalmente chegou à Síria.

O programa também viu a fabricação de dois tipos de "novos" padrões de camuflagem, ambos cópias exatas do padrão de camuflagem florestal americana M81 Woodland, que também é usado por combatentes do Hezbollah. Além disso, um grande número de coletes à prova de balas e capacetes foram encomendados e entregues da China, e um número limitado de dispositivos de visão noturna para forças especiais foram recebidos de uma fonte desconhecida. O soldado visto abaixo descreve como seria a aparência do produto final. Observe que seu AK-74M vem equipado com uma mira a laser noturna Alpha-7115 e um lança-granadas GP-30M acoplado.


As relações entre Damasco e Moscou são muito antigas, se intensificando com o golpe de estado sírio de fevereiro de 1996, sendo sucedido por um novo golpe de estado em 13 de novembro de 1970, denominado Movimento Corretivo. Este levou o General Hafez al-Assad (o pai do atual ditador) ao poder na Síria, alinhando Damasco com a União Soviética ainda mais. Russo passou a ser ensinado como segunda língua nessa época e milhares de oficiais militares e profissionais qualificados sírios estudaram na Rússia. Em 1971, por meio de um acordo bilateral, a União Soviética teve permissão para abrir sua base militar naval em Tartus, dando à União Soviética uma presença estável no Oriente Médio. Esta base permanece como a única instalação naval da Rússia na região do Mediterrâneo e a única instalação militar restante fora da ex-União Soviética.

Em outubro de 1980, a Síria e a União Soviética assinaram um Tratado de Amizade e Cooperação de vinte anos.



A primeira aparição pública do AK-74M foi em 2000, quando foi flagrado sendo carregado por um guarda em frente à sede da Frente Progressista Nacional (NPF) em Damasco. Este AK-74M pertencia ao primeiro lote e, juntamente com as AKS-74U, foram distribuídos principalmente para unidades especiais e militares guardando locais de alto valor. A quantidade de fuzis AK-74M ainda era muito pequena para permitir uma distribuição mais ampla.

A segunda tentativa de adquirir fuzis AK-74M (em uma escala mais ambiciosa desta vez) ocorreu nos anos que antecederam a Guerra Civil Síria, iniciada em 2011. O Exército Árabe Sírio (SAA) lançou um ambicioso programa de modernização com o objetivo de melhorar a proteção e o poder de fogo de uma parte da sua força de infantaria durante esse período.

General-de-Brigada Nur-Ali Shushtari, da Guarda Revolucionária Iraniana, com um fuzil KH-2002 Khaybar durante uma demonstração.

O SAA testou dois fuzis de assalto como parte deste programa de soldado do futuro em 2008, o AK-74M e o iraniano KH-2002 "Khaybar", calibrados em 5,45x39mm e 5,56x45mm, respectivamente. Para tanto, a Organização das Indústrias de Defesa Iranianas (IDIO ou DIO) enviou dez fuzis KH-2002, um modelo bullpup, junto com vários representantes para a Síria. Todos, exceto dois dos dez KH-2002s, tiveram travamentos durante os testes, resultando em uma risada do lado sírio às custas dos envergonhados representantes iranianos. Sem surpresa, o AK-74M foi, portanto, declarado o vencedor da competição.

Depois que o interesse do Uruguai no KH-2002 também desapareceu, o programa foi cancelado em 2012. O fracasso em atrair encomendas de exportação e a falta de interesse do exército iraniano em comprar o fuzil condenou uma das poucas tentativas sérias de projetar e produzir um fuzil de assalto indígena no Irã.


A Rússia continua a provar que é uma apoiadora leal e confiável do regime de Assad, e a Guerra Civil evidentemente não serve como impedimento para que a Rússia continue entregando todo tipo de material, desde armas portáteis a tanques, vários lançadores de foguetes e até peças de reposição para a Força Aérea Árabe Síria (SyAAF). Para surpresa de ninguém, vários lotes grandes de fuzis AK-74M também encontraram seu caminho a bordo dos navios de desembarque da classe Ropucha da Marinha Russa entregues à Síria nos últimos anos.

Assim que chegaram à Síria, esses lotes permitiram uma ampla distribuição do AK-74M dentro do Exército Árabe Sírio e, em menor grau, na Guarda Republicana. A Força de Defesa Nacional (NDF) ainda tem que se contentar com os velhos AK-47, Tipo-56 e AKM, embora armas de fogo ocidentais ou outros AK adquiridos através do mercado negro no Líbano também estejam disponíveis.

A 104ª Brigada da Guarda Republicana, então sob o comando do Brigadeiro General Issam Zahreddine, recebeu um lote considerável de fuzis AK-74M e AKS-74U ao partir para Deir ez-Zor para enfrentar os combatentes do Estado Islâmico.

O General Issam Jad'aan Zahreddine testando um lança-granadas acoplado em um AK-74M.

O General Issam Zahreddine, "O Leão da Guarda Republicana", posando ao lado do seu guarda-costas Saqr al-Harath. O general era uma celebridade entre os combatentes pró-Assad até sua morte aos 56 anos, quando sua viatura detonou uma mina em Hawija Saqr, próximo a Deir Ezzor, em 18 de outubro de 2017.

O Estado Islâmico é o maior operador de AK-74M dos grupos que lutam pelo controle da Síria. Surpreendentemente, e ao contrário do fluxo normal de armas que vê principalmente fuzis M16 e carabinas M4 capturados transferidos do Iraque para a Síria, vários AK-74M também acabaram nas mãos de combatentes do Estado Islâmico no Iraque.

O AK-74M em si é uma variante modernizada do AK-74, e entrou em produção em 1991. Ele não apenas oferece mais versatilidade em comparação com o AK-74, mas também é mais leve e apresenta uma nova coronha sintética dobrável rebatível. Isso se opõe aos AKS e AKMS anteriores, que usam a típica coronha dobrável para baixo.


Vários tipos de miras ópticas russas podem ser instaladas no AK-74M para garantir um direcionamento mais preciso. Essas miras são instaladas no trilho de montagem padrão no lado esquerdo da caixa da culatra (receptor). Na Síria, os AK-74M equipados com essas miras são mais comuns do que os AK-74M que usam a mira de ferro padrão. A quantidade de miras ópticas e lança-granadas acoplados recebidos pela Síria nos últimos anos foi grande o suficiente para permitir a instalação em vários AK-47, Type-56 e AKM.

Vários AK-74M também foram equipados com miras de visão noturna NSPU. Apenas um número limitado de tais miras está disponível na Síria, e eles viram uso esporádico ao longo da Guerra Civil.


O AK-74M também pode ser equipado com um lança-granadas de 40mm, dois tipos dos quais foram adquiridos pelo Exército Árabe Sírio até o momento: o GP-25 e o GP-30M. O primeiro destina-se ao uso em fuzis de geração mais antiga, enquanto o GP-30M foi projetado para fuzis de assalto mais modernos, como o AK-74M ou o AK-103. O GP-30M pode engajar alvos em um alcance de 100m a 400m e é capaz de disparar granadas de fragmentação e granadas de fumaça. É apontado por meio de uma mira de quadrante.

O AK-74M é um fuzil temido e amado nos campos de batalha da Síria e que certamente continuará a desempenhar um grande papel no curso da guerra, agora que a paz parece cada vez mais distante.

Bibliografia recomendada:

The AK-47:
Kalashnikov-series assault rifles.
Gordon L. Rottman.

Arabs at War:
Military Effectiveness, 1948-1991.
Kenneth M. Pollack.

Estado Islâmico:
Desvendando o exército do terror.
Michael Weiss e Hassan Hassan.

Leitura recomendada:

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