domingo, 29 de junho de 2025
CLASSE MOGAMI. O amadurecimento da indústria naval japonesa.
![]() |
Classe Mogami |
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata Multimissão.
Tripulação: 90 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2022.
Deslocamento: 5500 toneladas (Carregada)
Comprimento: 132,5 mts.
Boca: 16,3 mts.
Propulsão: CODAG (Combinação diesel e gás) com uma turbina a gás Rolls-Royce MT30 e dois motores a diesel MAN V28/33DD STC que produzem 70000 hps, juntos.
Velocidade: 30 nós (55 km/h)
Alcance: 6000 milhas náuticas (11100 Km)
Sensores: Radar AESA multifunção OPY-2 com 320 km de alcance (contra alvos aéreos), Sistema de busca e vigilância eletro ótico OAX-3(EO/IR), Sonar de profundidade variável OQQ-25 VDS com alcance de detecção máximo de 44,4 km, Sonar rebocado OQQ-25 TASS com alcance de 129 km, Sonar de caça minas OQQ-11.
Armamento: Um canhão MK-45 Mod 4 em calibre 127 mm; 2 lançadores quádruplos para mísseis antinavio Type 17; Um lançador vertical MK-41 para 16 mísseis antiaéreos Type 23 de médio alcance ou RIM-162 ESSM; Um lançador SeaRAM com 11 mísseis antiaéreos RIM-116 de curto alcance para defesa de ponto. Dois lançadores triplos de torpedos leves Type 12
Aeronaves: Um helicóptero SH-60J Seahawk.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior com apoio do material do Site Plano Brasil
O Japão possui uma longa tradição de sua marinha, onde numerosos navios, e de grande capacidade, serviram durante sua história. Mesmo sendo um país com um posicionamento pacifico, adotado depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão ainda tem conflitos tensos com sua "vizinhança".
Desde o fim da daquela guerra, as ilhas Curilas do Sul (também conhecidas como Territórios do Norte pelo Japão), foram invadidas pela Rússia que, simplesmente, se recusa a devolver o território ao Japão até os dias atuais. Por outro lado, a China, outra grande potencia militar, reivindica as ilhas de Senkaku, conhecidas na China como Ilhas Diaoyu, levando os chineses a se aproximar com navios de guerra e aeronaves militares de tempos em tempos, gerando reações japonesas que enviam aeronaves de combate e navios de guerra para interceptar estas ações chinesas. Ainda, há o risco de uma guerra na península coreana, com a Coreia do Norte, sempre ameaçando as forças sul coreanas e japonesas na região.
Com essa histórico todo, o Japão mantem uma forte capacidade de combate no ar, em terra e no mar.
Com uma grande frota de navios de guerra de médio e grande porte, sendo que muitos estão envelhecendo e já caindo na obsolescência.
O Ministério da Defesa do Japão (MoD), em 2015, alocou fundos para analisar a construção de um novo navio de guerra que fosse compacto e que fosse equipado com novos sistemas de radar e capacidades multifuncionais adicionais, e que, ainda por cima, fosse de custo mais baixo e de fácil construção. Em agosto de 2017 a empresa Mitsubishi Heavy Industries (MHI), foi contratada para liderar o programa para desenvolvimento e construção de uma moderna fragata, com a subcontratada Mitsui Engineering and Shipbuilding, para fornecer 22 novos navios de guerra que substituirão oito velhos destroieres da classe Asagiri e seis navios da classe Abukuma, ambos projetos da década de 80 do século passado.
![]() |
Os destroieres da classe Asagiri (na foto, o Umigiri DD108), devido a sua obsolescência, começaram a ceder lugar para as novas fragatas da classe Mogami. |
O novo navio foi batizado de Classe Mogami, e a partir daqui, vou descrever suas capacidades e características, que estão permitindo à Marinha do Japão, modernizar sua capacidade de combate frente aos enormes avanços tecnológicos que seus adversários, notadamente a China tem colocado em campo.
Quando se vê a Mogami, a primeira coisa que salta à vista é seu desenho limpo e com aplicação de muitas técnicas de redução de sua assinatura de radar. O navio possui um deslocamento máximo de 5500 toneladas, seu comprimento é de quase 133 metros, e a boca (largura máxima) de 16 metros. Esse porte permite que se possa instalar uma razoável quantidade e variedade de tipos de armamentos e sensores, garantindo que a capacidade de combate seja efetiva dentro do cenário em que o Japão precisa empregar esse navio.
Sua propulsão é do tipo CODAG (Combinação diesel e gás), bastante comum e muito eficiente para um navio de guerra desse porte. A configuração do sistema propulsor é composto por uma única turbina a gás Rolls-Royce MT30 e dois motores MAN Diesel V28/33DD STC, movimentando duas hélices que entregam até 70000 hp, levando a Mogami a atingir velocidades superiores a 30 nós (cerca de 55,5 km/h). Seu alcance é de 11100 km (6000 mn), o que também pode ser classificado como ótimo para uma fragata. Esse desempenho a permite participar de grandes grupos de batalha em qualquer ponto do globo.
![]() |
A Mogami possui desempenho adequado para emprego em grandes grupos de batalha, podendo acompanhar estes grupos em qualquer ponto do planeta. |
O sensor principal do Mogami é o radar multifuncional OPY-2, de varredura eletrônica ativa (AESA) e que faz uso da tecnologia de construção com nitreto de gálio e que lhe permite um desempenho de busca contra alvos aéreos de até 320 km, (alvos do tamanho de um bombardeiro). Além disso, o radar pode ser empregado em busca de superfície, simultaneamente em quem busca alvos aéreos. Além disso, também tem um modo que permite detectar um mastro de submarino que esteja navegando submerso, próximo da superfície. Complementando essa capacidade, a Mogami conta com o sensor eletro-óptico/infravermelho OAX-3, que oferece maior precisão na identificação de ameaças em diferentes condições climáticas e de luminosidade.
![]() |
O equipamento acima é o sensor OAX-3 que fornece busca e vigilância por imageamento eletro-óptico, complementando as capacidade de busca ativa do radar OPY-2. |
Devido à sua finalidade multimissão, as fragatas contam com o sonar de profundidade variável (VDS) sistema de sonar rebocado (TASS) NEC OQQ-25 para guerra antissubmarino (ASW) e um sonar antiminas OQQ-11, fabricado pela Hitachi e que é montado no casco.
As embarcações também contam com o sistema de gerenciamento de combate OYQ-1 e o sistema de exibição/processamento de informações OYX-1-29.
Todos os sistemas de antenas e links de dados táticos são armazenados no mastro de integração UNICORN NORA-50 (UNIted COnbined Radio aNtenna), uma estrutura que centraliza as comunicações e reduz a interferência eletromagnética, contribuindo para a furtividade e eficiência operacional do navio.
As fragatas da classe Mogami estão equipadas com avançados sistemas de guerra eletrônica, incorporando tecnologias de última geração para defesa e operações táticas. Os navios em serviço, bem como aqueles que serão comissionados em breve, contam com o sistema NOLQ-3E, que integra capacidades de guerra eletrônica passiva e ataque eletrônico, permitindo a detecção e interferência em sinais de radar inimigos. Além disso, possuem um lançador de contramedidas do tipo chaff, utilizado para dispersar refletores metálicos e desviar mísseis antinavio guiados por radar, durante ataques.
![]() |
Uma das características mais interessantes das fragatas da classe Mogami, é a redução de sua tripulação, conseguida pelo grande nível de automação dos seus sistemas. |
A capacidade de combate da Mogami conta com um canhão MK-45 Mod 4 em calibre 127 mm, armamento comum em navios maiores como destroieres e cruzadores. Este canhão, multipropósito, consegue atingir um alvo à distancia de até 37 km e ainda, tem uma cadencia de 20 tiros por minuto.
Embora alguns navios da classe Mogami, ainda não tenham recebido seus lançadores verticais MK-41 para mísseis (as primeiras embarcações da classe), o armamento está para ser instalado. Trata-se de uma versão com 16 células de lançamento que podem receber diversos tipos de mísseis, sendo mais provável que receba misseis anti aéreos de médio alcance RIM-162 ESSM ou, mesmo, o novo míssil antiaéreo Type 23, versão navalisada do míssil de médio alcance japonês Chu SAM Kai, baseado em laçadores moveis terrestres. O ESSM é um míssil antiaéreo cuja capacidade de interceptar até mesmo, mísseis antinavio supersônicos é bastante importante, considerando os prováveis adversários do Japão, como China, Rússia ou Coreia do Norte. O alcance do ESSM é de 50 km e seu guiamento se dá por radar semiativo na versão Block 1 e radar atyivoi na versão Block 2. Já o míssil Type 23, tem o sistema de guiagem por radar ativo, e seu alcance está na mesma faixa dos 50 km do modelo ESSM. É interessante observar que o Type 23 é um míssil um pouco mais largo que o ESSM, e por isso, só pode ser instalado um em cada célula do sistema MK-41, enquanto que o ESSM são 4 unidades por cada célula do lançador.
Para atacar navios inimigos, foi instalado dois lançadores quádruplos para mísseis Type-17, com alcance de 400 km. Este míssil usa um radar de varredura eletrônica ativa AESA miniaturizado como seu sistema de guiagem terminal. A guiagem inicial se dá por sistema INS e GPS, e na fase final, o radar a bordo do míssil é ativado e faz a busca pelo alvo.
Para atacar submarinos, há dois tubos triplos HOS-303 para torpedos leves Type 97, que são otimizados para lidar contra submarinos que estejam submersos em profundidades elevadas.
Já, para defesa antiaérea de ponto (e anti míssil), é empregado um lançador SeaRAM com 11 mísseis antiaéreos RIM-116 de curto alcance. Estes mísseis são guiados por infravermelho, por radio frequência, de forma passiva, ou uma combinação dos dois sistemas quando operando em modo dual de busca. O alcance máximo do míssil RIM-116 é de 9 km.
Também foi instalado duas metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7x99 mm (.50 BMG) em estações de operação remota.
Por ultimo, foi construído um hangar para operação de um helicóptero anti submarino e de busca SH-60L Sea Hawk, capaz de fazer busca por submarinos com sonares e atacá-los com torpedos leves Type-57 ou MK-46.
![]() |
Os navios da classe Mogami possuem um heliponto e um hangar na popa para operar e manutenir um helicópteros antissubmarino SH-60L Sea Hawk. |
O Mogami foi projetado com uma configuração abrangente de sistemas autônomos com objetivo de reduzir sua tripulação para 90 marinheiros, em comparação a um numero que varia de cerca de 130 até 190 tripulantes em navios desse porte e tipo. Isso é particularmente importante para o Japão que tem experimentado uma significativa dificuldade de recrutar novos marinheiros devido a sua baixa taxa de natalidade que se arrasta há décadas.
Esses navios, trazem uma capacidade equilibrada para lidar com ameaças antiaéreas, antinavio e antissubmarino, à um custo operacional bem menor que os custos dos grandes destroieres japoneses, permitindo aumentar a quantidades de meios de combate de superfície de forma eficiente com um navio moderno.
Uma versão bastante melhorada do Mogami, hora identificada como "Upgraded Mogami", com maior deslocamento, e dimensões está em construção, com duas unidades encomendadas e que devem ser comissionadas por volta de 2028, vai aumentar, bem, a capacidade de combate da classe e poderá, dependendo da disponibilidade de recursos, se tornar a versão definitiva, com novos lotes encomendados para a próxima década.
sábado, 28 de junho de 2025
DICA DE LIVRO! BOEING E-3 SENTRY - AUTOR: SERGIO SANTANA - EDITORA CRÉCY PUBLISHING
O escritor Sérgio Santana, escreveu um novo livro sobre o o famoso avião de alerta aéreo antecipado Boeing E-3 Sentry para a série "Famous American Aircraft", da editora britânica Crécy Publishing.
Seus conhecimentos e pesquisa, trazem detalhes da história de serviço, assim como a origem desta icônica aeronave.
Pré venda já aberta no site da editora: https://crecy.co.uk/product/boeing-e-3-sentry
terça-feira, 29 de abril de 2025
SAKO AK-24 O novo fuzil de assalto do Exército sueco
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Aimpoint Comp M5 e miras de ferro Magpul montadas no trilho picatinny.
Peso (vazio): 3,2 kg
Sistema de operação: A gás com pistão de curso curto com trancamento rotativo do ferrolho.
Calibre: 5,56 x 45 mm e 7,62x51 mm (AK-25)
Capacidade: 30 munições.
Comprimento Total: 71,5 cm (coronha rebatida); 80 cm com (coronha estendida).
Comprimento do Cano: 11,5 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 810 m/seg.
Cadência de tiro: 850 tiros/ min.
Por Carlos Junior
A Suécia participou do desenvolvimento de novas armas para DMR (designated marksman rifle) e de um fuzil de assalto para o Exército finlandês desenvolvido pela empresa SAKO, hoje parte da Beretta, e que foi denominado M-23. Na pratica, o M-23 é baseado na plataforma AR-10 e AR-15, sendo que, diferentemente dos modelos originais dessas plataforma, a SAKO seguiu a "receita" das melhores versões dessa familia no mundo, atualmente. Assim, como no alemão Heckler & Koch HK-416, FN SCAR, CZ BREN 802, etc, o M-23 apresentou o sistema de aproveitamento de gases e pistão de recuo curto, que garante funcionamento mais confiável e relativamente limpo de resíduos da queima do propelente das munições.
![]() |
Fuzil SAKO M-23 KIV-23, em calibre 7,62x51 mm para DMR (atirador designado) do Exército finlandês. |
O M-23 está sendo fabricado em calibre 7,62x51 mm (KIV-23 para DMR, TKIV-23 para Sniper e AK-25 que é o fuzil de batalha para forças suecas) e no calibre 5,56x45 mm (M-23 exército finlandês e AK-24 exército sueco)
A FMV (Administração sueca de material de defesa) e o Exército sueco, no intento de substituir os já antigos fuzis AK-5. solicitaram, então, uma versão do M-23, e o nomeou como AK-24 com algumas características especiais da arma, como por exemplo, o acabamento em Cerakote HIR-601 - Swedish Flat Dark Earth (Uma variação do tan, só que pouco mais escuro), o cano mais curto, tendo 11,5 polegadas (292 mm), uma peça de limitador de batente, montado embaixo, e no fim do guarda mão a fim de evitar acidentes com a mão do operador em uma arma com cano tão curto. O AK-24 usa munição 5,56x45 mm, como o AK-5 que será substituído, e também com carregadores de 30 munições.
![]() |
Fuzil AK-5, em uso desde 1985 e que, já se apresentava "cansado" nas mãos da infantaria sueca. |
Peças como a coronha telescópica CTR, a empunhadura K2, carregador e o guarda mão, são da empresa norte americana Magpul, a mira ótica é sueca, Aimpoint Comp M5 com um ponto vermelho de 2 MOA - conhecido pelo Exército Sueco como “Rödpunktsikte 18 EHV B”, com miras de ferro de reserva Magpul.
![]() |
O novo fuzil SAKO AK-24 traz um amalgama das melhores características já desenvolvidas na plataforma AR e o coloca como um produto premium dentro do mercado de fuzis de assalto. |
O Exército sueco, recebeu um primeiro lote este ano de 2025, logo em janeiro e deve receber mais 15000 unidades ainda este ano. Ao todo, foram encomendados 37000 fuzis, podendo ser aumentado isso, considerando o incremento das forças armadas suecas dentro de um contexto de sua participação na OTAN.
Com a guerra na Ucrânia contra os invasores russos, e o recorrente comportamento agressivo do governo russo frente aos países ocidentais, a modernização das forças armadas suecas, assim como a da maioria dos países europeus, se tornou uma corrida contra o tempo e uma questão de sobrevivência.
![]() |
![]() |
![]() |
sábado, 8 de março de 2025
Vitória de Pirro: Estratégia e Operações Francesas na Grande Guerra
Por Ryan Thomas, HubPages, 9 de dezembro de 2021.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 8 de março de 2025.
[4 de 5 estrelas]
De fato, já faz muito tempo desde a Primeira Guerra Mundial, que, em setembro de 2018, está se aproximando não apenas do centenário de seu início, mas do centenário de seu fim. Apesar do crescente abismo de tempo que nos separa de seu derramamento de sangue, de muitas maneiras o mundo em que vivemos ainda precisa escapar da sombra da Grande Guerra: as fronteiras europeias foram amplamente definidas por ela, a civilização ocidental foi abalada até o âmago em seu senso de si e valor, mas também profundamente modificada em sua composição geográfica, e as raízes do mundo pós-imperial moderno hesitantemente colocadas por ela. Se a Segunda Guerra Mundial desperta mais interesse em filmes e ficção, é a Primeira que a criou, e que sem dúvida é o evento que realmente inaugura o curto e cruel século XX.
Mas pode-se notar, em toda essa lista de efeitos acima, uma coisa que não é mencionada de forma alguma: o conflito em si, a guerra que se tornou menos importante nos estudos em comparação com suas ramificações políticas e, acima de tudo, sociais. Embora possa parecer que a história dos aspectos militares do conflito já foi mais do que escrita, ainda há sempre coisas a aprender, especialmente quando se atravessam barreiras linguísticas. Esse problema fez com que os acadêmicos anglo-americanos que escreveram a história da guerra normalmente consultassem seus próprios arquivos e fontes, o que tendeu a resultar em uma visão distorcida da guerra, que frequentemente elogiava os britânicos e sempre os colocava como o centro da guerra, sendo seu desenrolar a partir da perspectiva britânica.
É aqui que surge Pyrrhic Victory: French Strategy and Operations in the Great War (Vitória de Pirro: Estratégia e Operações Francesas na Grande Guerra, em tradução livre), do respeitado historiador militar e especialista em história militar francesa, Robert A. Doughty. Em vez disso, visa cobrir qual foi a estratégia francesa durante a guerra, e como os militares franceses realizaram suas atividades para tentar combatê-la. Ao fazer isso, ajuda a permitir que se entenda muito melhor o esforço militar da França durante a Grande Guerra, e a vê-lo da perspectiva francesa. Um livro extenso, que contém um excelente nível de detalhes sobre operações táticas, uma apresentação abrangente e completa de conflitos estratégicos, mudanças e um toque pungente ao discutir os efeitos do conflito na França.
Capítulos
A Introdução estabelece que os franceses sofreram pesadas baixas na Primeira Guerra Mundial, o que levou a uma visão desdenhosa de suas operações estratégicas e operacionais. Doughty alega que, inversamente, os franceses foram constantemente inovadores e se mantiveram fiéis a uma estratégia comum de uma guerra multifrontal, e que suas perdas foram devidas às lutas do conflito, em vez de estupidez ou uma busca por glória.
![]() |
Joseph Joffre, que fez muito para mudar o exército francês antes da guerra, provavelmente para pior, mas também teve a determinação necessária para mantê-lo lutando em circunstâncias sombrias. |
O Capítulo 1, “A Transformação do Exército Francês”, abrange os desenvolvimentos que ocorreram no exército francês entre 1871 e 1914, quando os franceses formaram um alto comando (embora com problemas organizacionais devido à necessidade de impedir um comandante excessivamente poderoso), liderados no início da guerra por Joseph Joffre, elaboraram planos de guerra, alternaram doutrinas e formaram forças de artilharia pesada - embora marcadamente inferiores às alemãs. O exército francês passou por uma metamorfose que lhe permitiu sobreviver a 1914, mas que ainda o deixou cruelmente despreparado para os longos anos de guerra que se seguiriam.
O Capítulo 2, “A Guerra de Movimento: 1914”, trata da inicial Batalha das Fronteiras, da Batalha do Marne e da Corrida para o Mar. O plano francês de atacar na Batalha das Fronteiras tinha como objetivo atingir o vulnerável centro alemão, mas os alemães tinham mais tropas disponíveis do que esperavam, e as ofensivas francesas na Lorena, Luxemburgo e Bélgica falharam. No entanto, eles venceriam a Batalha do Marne, mantendo-se unidos em más condições. Ambos os lados continuaram a disputar a vitória, mas, finalmente, após o avanço dos franceses para o rio Aisne, as linhas se estabilizaram amplamente.
O Capítulo 3, “Guerra de Cerco, 1914-1915”, detalha como a guerra estática que aconteceu neste ponto prosseguiu, enquanto os franceses continuaram a pressionar ataques constantes energicamente, mas com o problema de obter equipamentos adaptados a essas condições. A mobilização industrial levaria tempo para produzir novo material, e, enquanto isso, o canhão de campanha francês regular, o 75mm, estava mal adaptado à guerra de trincheiras, e levou tempo para treinar táticas de artilharia para as novas condições. As ofensivas francesas falharam, e o generalíssimo Joffre passou a sofrer críticas crescentes.
O Capítulo 4, “Uma estratégia ofensiva: maio-outubro de 1915”, relata como os franceses continuaram sua estratégia de lançar ofensivas para tentar manter a pressão sobre os alemães partindo de todas as frentes e poupar a Rússia do fardo de toda a atenção das Potências Centrais. As baixas foram mais uma vez intensas, apesar do aumento constante de quantidades de artilharia pesada. E mais uma vez, as ofensivas falharam em romper as linhas alemãs, ganhando no máximo alguns quilômetros.
![]() |
A frente de Salônica, que surgiu após o fracasso de Galípoli, tentou reforçar os sérvios, mas sem sucesso. |
O capítulo 5, “A busca por alternativas estratégicas: 1915-1916”, mostra os franceses tentando encontrar uma maneira de escapar do impasse sangrento da Frente Ocidental, seja nos Bálcãs, tentando apoiar a Sérvia, ou lutando contra os otomanos em Galípoli para tomar Istambul. Quando a Bulgária se juntou às Potências Centrais, essa operação fracassou, e o esforço foi direcionado para tentar apoiar a Sérvia, o que foi insuficiente para mantê-los na guerra, mas proporcionou uma base de operações em Salônica, na Grécia. Joffrey continuou a se opor ao desvio de forças excessivas para lá, o que prejudicaria as operações da frente ocidental, mas era necessário por razões diplomáticas e para mostrar solidariedade aos russos. No entanto, ele era mais favorável a ofensivas lá do que os britânicos, que a essa altura decidiram focar suas atividades na Frente Ocidental. Os Aliados fizeram o melhor que puderam para ajudar a Romênia quando ela entrou na guerra, mas falharam e ela entrou em colapso, e depois desse ponto os Bálcãs perderam sua importância.
Com o fracasso das alternativas, o foco retorna mais uma vez à frente ocidental no Capítulo 6, "Uma estratégia de atrito: 1916", onde os franceses buscaram, por meio de táticas aprimoradas e equipamentos materiais, lançar uma batalha metódica que infligiria maiores baixas aos alemães, levando ao seu colapso - abandonando efetivamente suas tentativas anteriores de rompimentos. Os alemães pretendiam fazer o mesmo em Verdun, mas Joffre não percebeu suas intenções até que fosse tarde demais. Os franceses lutaram ferozmente em Verdun, mas estavam perto do ponto de ruptura no verão, exigindo uma ofensiva franco-britânica no Somme para aliviar a pressão. As operações francesas lá ocorreram relativamente bem, mas a cooperação com os britânicos sempre foi insatisfatória. Havia esperanças de que 1916 pudesse derrubar as Potências Centrais, já que ofensivas as atingiram de todos os lados, mas os austríacos sobreviveram e a Romênia foi eliminada da guerra: embora os franceses tenham vencido em Verdun e não tenham perdido a esperança na vitória final, o alto comandante Joffre finalmente perdeu apoio político.
Capítulo 7, “Uma estratégia de batalha decisiva: início de 1917”, mostra uma continuação das estratégias do ano anterior, visando esmagar as Potências Centrais com ações unidas em muitas frentes. Joffre, no entanto, foi de fato demitido ao receber diferentes responsabilidades que o removeram do comando militar. Nivelle se tornou o novo comandante-em-chefe francês, um artilheiro experiente e bem-sucedido que havia tido sucesso na Batalha de Verdun, mas sem o prestígio e a influência de Joffre, experiência limitada de comando no nível de exército e sem qualquer experiência estratégica. A “Ofensiva Nivelle” contra Chemin-de-Dames, com o objetivo de vencer a guerra no Oeste com um avanço decisivo, não conseguiu atingir sua esperança de sucesso, esmagando o moral e levando à nomeação do general Philippine Pétain como chefe do Estado-Maior.
Após o fracasso da Ofensiva Nivelle, Capítulo 8, “Uma Estratégia de ‘Cura’ e Defesa: Final de 1917”, os franceses começaram a restaurar o moral nos exércitos que haviam sofrido com grandes motins. Pétain melhorou as condições e renovou a confiança, mas o mais importante é que ele engavetou grandes ofensivas, optando apenas por ataques limitados e cuidadosamente preparados, que se mostraram bem-sucedidos, alcançando muito mais objetivos com menos baixas. Estrategicamente, a situação piorou, pois embora os americanos tenham entrado na guerra, a Rússia a deixou, e a Itália sofreu uma derrota decisiva. Os desafios levaram os franceses e os britânicos a coordenar mais suas atividades, embora continuassem a discordar, os britânicos agora reclamando da inatividade francesa em um contraste divertido com as reclamações francesas dos britânicos no início da guerra.
O momento da decisão determinante da guerra acontece no Capítulo 9, “Respondendo a uma Ofensiva Alemã: Primavera de 1918”, quando a Ofensiva Alemã da Primavera teve como objetivo tirar os aliados da guerra por meio da vitória na Frente Ocidental. Houve extensas discussões entre franceses e britânicos sobre como obter cooperação entre suas forças e as dos americanos. Quando o ataque alemão realmente aconteceu, ele teve sucessos perigosos em vários pontos da frente, levando Foch a ser promovido a comandante aliado, mas também gerando tensões entre Pétain, comandante das forças francesas, e Foch, o comandante geral aliado.
Capítulo 10, uma “Estratégia de Oportunismo” relata como Foch aproveitou a força crescente dos Aliados e a posição declinante da Alemanha para lançar ataques implacáveis ao longo da Frente Ocidental, enquanto simultaneamente, finalmente, a estratégia multi-frente valeu a pena com vitórias ao longo das frentes italiana, balcânica e otomana. O exército alemão não entrou em colapso, apesar da desolação inicial, mas foi evidentemente derrotado, e a revolução eclodiu na Alemanha. A guerra foi vencida.
Com o fim da guerra, o Capítulo 11, “Conclusão: A ‘Miséria’ da Vitória”, conta a triste história do imenso custo que os franceses pagaram pela vitória, a tremenda determinação e fortaleza que foram demonstradas durante a guerra, e como isso moldou o exército e a nação franceses, para melhor ou pior, para um conflito futuro. A vitória em 1918 não significou derrota em 1940, mas o custo que os franceses pagaram pela vitória os assombraria para sempre.
Análise
O livro de Doughty é sem dúvida um dos livros mais úteis, bem pesquisados e importantes para entender como as forças armadas francesas lutaram na Primeira Guerra Mundial em nível estratégico e operacional. Como observado, esse assunto foi muito influenciado por histórias anglófonas que foram tendenciosas contra a França devido à dependência de registros britânicos, problemas de linguagem e falta de material de arquivo, Pyrrhic Victory corrige isso esplendidamente com sua longa quantidade de pesquisa de arquivo, mostrando a guerra em detalhes ao longo de seus quatro anos, bem como o estado em que ela existia em 1914 e as transformações que a moldaram antes daquele ano. As várias operações conduzidas pelos franceses são descritas em detalhes, principalmente no nível operacional, é claro, e não no nível tático, mas ainda assim o suficiente para fornecer uma excelente visão da guerra e de como ela foi travada. Ler as datas e o tempo na qual as operações foram travadas pode levar alguém a um sentimento de horror, percebendo o quão lenta, rastejante e fútil foi grande parte da luta, que é levada ao seu ápice com a rara descrição tática do pesadelo de Verdun. Além disso, há excelentes mapas e esboços para iluminar o trabalho. Embora mais sejam sempre bem-vindos, o número significativo ajuda a entender as operações.
O livro faz um excelente caso de que a estratégia francesa não é de forma alguma aleatória, incompetente ou irrefletida, mas sim uma resposta lógica, e talvez inevitável, aos desafios de travar uma guerra multifrontal, e uma à qual os franceses consistentemente se apegaram por anos - a ideia de que, exercendo pressão em múltiplas frentes, eles poderiam forçar as Potências Centrais a ceder. Da mesma forma, o pensamento operacional francês evoluiu constantemente, variando de guerra móvel, para guerra de cerco, para guerra de atrito, para batalha decisiva, então para cuidadosa administração de forças e ataque metódico, e o livro explica de forma compreensível e detalhada.
Isso também serve como uma maneira importante de equilibrar a imagem dos generais franceses durante o período, que são mostrados não como simples açougueiros incompetentes, mas sim como soldados que estavam se adaptando a condições sem precedentes e tentando corresponder a uma curva de aprendizado íngreme em condições desfavoráveis. Eles cometeram erros, desastrosos, ao longo do caminho, e eram tudo menos perfeitos, mas estavam longe da caricatura banal retratada deles.
Ao mesmo tempo, mostra claramente as limitações do exército francês, seus problemas, derrotas e o preço terrível que pagou. Se for para ser comparado a um elogio fúnebre ao exército francês, é definitivamente um que se enquadra no sentido de uma homenagem aos mortos. Ao mesmo tempo em que demonstra que durante o último ano da guerra o exército francês continuou a executar suas operações e lutar, jogando tudo na luta desesperada das Ofensivas de Primavera Alemãs, ele simultaneamente reconhece a profunda exaustão e fadiga que se apoderaram das forças francesas na época do Armistício, após anos de constante derramamento de sangue e luta. Este quadro equilibrado é importante tanto para respeitar os sacrifícios feitos quanto para entender que eles tinham limites.
Há momentos em que alguém poderia desejar mais detalhes. Por exemplo, o Capítulo 4 aborda o fracasso das ofensivas francesas em 1915, quando, apesar de abordagens mais metódicas e quantidades constantemente crescentes de artilharia francesa, as ofensivas francesas ainda falharam com pesadas baixas. O livro não explica o porquê, e embora seja, afinal, uma história estratégica e operacional, em vez de uma história tática, e os aspectos táticos sejam, sem dúvida, bem abordados em outros lugares, uma pequena seção detalhando os motivos teria sido útil sem adicionar extensão extra de qualquer nota ao livro. Notavelmente, capítulos posteriores, como aquele sobre Verdun (capítulo 6), abordam com muito mais detalhes as considerações táticas. Além disso, embora o livro observe que os britânicos se opunham à estratégia dos Bálcãs que os franceses preferiam ao longo da frente de Salônica, que eles achavam a estratégia de ataques em todas as frentes um desperdício e, ainda assim, simultaneamente os franceses estavam insatisfeitos com seu papel na Frente Oriental, ele não observa exatamente o que eles propuseram em vez disso... uma concentração de todos os ativos contra o Império Otomano? Com o tempo, ele fornece um nível variável de detalhes para as estratégias dos aliados, mas é uma omissão infeliz. O mesmo pode ser dito sobre os alemães, que estão totalmente ausentes em seu pensamento. É claro que este livro é fundamentalmente sobre o exército francês, mas o meio em que ele operou é extremamente importante.
Da mesma forma, há algum contexto crítico que está faltando em algumas seções. Sim, Foch pode ter sido um general competente e capaz que foi importante para permitir as ofensivas finais, em comparação com Pétain (também um general muito capaz e competente, e a quem foi justamente atribuído o crédito pela sobrevivência do exército francês durante as suas horas mais sombrias em 1917, mas muito pessimista e cauteloso), mas os Aliados também desfrutavam de uma grande vantagem em material e homens em 1918, apesar do esgotamento do exército francês. Isso não é mencionado tanto quanto deveria, na minha opinião, colocando a vitória principalmente no manto de Foch, em vez de em termos das vantagens que ele desfrutou e, reconhecidamente, habilmente explorou.
Há também coisas que são ignoradas como parte da evolução dos assuntos em relação à estratégia e às operações. A inteligência e seu funcionamento receberam atenção limitada, fora de alguma inteligência tática e informações ocasionais sobre pré-avisos de onde os ataques inimigos viriam, quando houve falhas francesas notáveis a esse respeito, particularmente em relação a baixas. Enquanto a produção recebe relatórios constantes, a logística e os suprimentos não. Enquanto isso, os ramos mais altos do Alto Comando Francês recebem bastante atenção, mas sua organização e operação fora das figuras do Chefe do Estado-Maior Geral e Generalíssimos como Joffrey, Nivelle, Pétain e Foch não recebem o mesmo grau de atenção sobre como o Alto Comando operava como um todo e sua eficácia.
No geral, porém, o livro é uma fonte tremendamente útil e, para qualquer pessoa interessada na estratégia geral francesa na Grande Guerra e em suas operações em um escopo mais amplo na Frente Ocidental, há poucos livros melhores. É claro que é um livro especializado que se concentra puramente no lado militar dos assuntos e tenta ser o mais clínico e prático possível (às vezes em excesso: o comandante francês Joffre não é criticado o suficiente, na minha opinião), não apenas sobre história pop, então a prosa pode ser por vezes seca, embora com uma conclusão elegante, mas contextualiza a estratégia e as operações do exército francês e é excelente para ver a guerra do ponto de vista deles - o que nos faz refletir sobre as críticas que eles levantaram contra os britânicos, por exemplo, quando a historiografia anglo-americana naturalmente foi tendenciosa em relação a eles. Com um livro que já tem quase 600 páginas, Doughty obviamente teve que fazer algumas concessões de espaço, o que, para resolver algumas das limitações que considero para o livro, obviamente exigiria muito mais páginas. Para os interessados na história militar francesa, na Primeira Guerra Mundial, na estratégia na Primeira Guerra Mundial, na conduta operacional na Primeira Guerra Mundial e, até certo ponto, na produção e na política, o livro é muito útil — útil não apenas para os interessados na França, mas também em uma perspectiva mais equilibrada de como a Primeira Guerra Mundial foi travada e moldada pelos e para os Aliados.
Ucrânia & T-72: A morte do tanque?
Tradução Filipe do A. Monteiro, 8 de março de 2025.
A invasão da Ucrânia expôs a facilidade com que tanques podem ser mortos em combate moderno. As mídias sociais foram inundadas com filmagens e imagens de tanques russos destruídos espalhados pelas estradas, destruídos por drones ucranianos doados e mísseis antitanque montados no ombro.
Muitos perguntaram se o tempo do tanque está finalmente chegando ao fim. Argumentamos que isso é improvável, como será explicado neste artigo e no Tank Chat do Prof. David Willey.
![]() |
O T-72. |
Primeiro, devemos olhar por que a Rússia é um exemplo ruim quando se trata da viabilidade do tanque. O moral do exército deles é baixo, e o treinamento parece estar em um nível rudimentar. Em termos de logística — vital para manter e abastecer tanques — é claramente desorganizado.
Alguém pode ter o melhor equipamento do mundo, mas se suas tropas não estiverem motivadas e não souberem como usá-lo, então ele é essencialmente inútil. Além disso, os russos falharam em aprender suas próprias lições da Segunda Guerra Mundial.
A doutrina de armas combinadas é vital no conflito moderno, todos os elementos do exército devem trabalhar em conjunto uns com os outros. O tanque não pode operar efetivamente sem infantaria e uma força aérea efetiva apoiando-o.
Tanques enviados sozinhos para o combate são alvos fáceis, principalmente nas estradas, outra lição que os russos deveriam ter aprendido com Grozny em 1995. Há uma razão pela qual a Ucrânia continua a solicitar tanques para combater os russos: eles são bem treinados, motivados e podem usá-los de forma eficaz.
Em seu Tank Chat, David lista as muitas vezes em que o tanque foi declarado "morto", não apenas por jornalistas em busca de títulos que chamassem a atenção, mas também por militares de alto escalão. Um exemplo recente disso seria o General Hillier, ex-chefe das Forças Armadas Canadenses.
Em 2003, ele fez um grande show dos planos do Canadá de abandonar sua frota de Leopard 1, optando em vez disso por veículos sobre rodas mais leves. Ele declarou que os tanques tinham paralisado o pensamento militar por anos, apesar das sérias objeções de que isso colocaria vidas em risco.
Pouco depois desse pronunciamento, o Canadá rapidamente abandonou esses planos e enviou seus tanques para o Afeganistão, onde a mobilidade, o poder de fogo e a proteção que eles forneciam eram desesperadamente necessários.
Enquanto o tanque fornecer essas três características, ele continuará a ser usado por forças armadas modernas, que podem adaptar suas estratégias e contramedidas para novas ameaças, como Israel fez após o Yom Kippur, outra chamada "morte" do tanque.
Uma comparação frequentemente feita é o fim dos grandes navios de guerra do tipo encouraçado. No entanto, isto não compreende por que estes navios foram abandonados. Não era porque eram mais fáceis de destruir, mas porque seu trabalho poderia ser executado melhor e mais barato por contratorpedeiros menores, armados com sistemas de mísseis avançados que poderiam superar os grandes canhões navais que eles substituíram.
Até que outro equipamento possa fornecer mobilidade, poder de fogo e proteção em um pacote organizado, o tanque continuará relevante.
Assinar:
Postagens (Atom)