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sábado, 7 de novembro de 2015

SUKHOI SU-35S FLANKER E. O exterminador russo de 4º geração.


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 1,2 (1350 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2,25 (2500 km/h).
Razão de subida: 16800 m/min
Potência: 0,97.
Carga de asa: 98,90 ft/lb²
Fator de carga: 9 Gs
Taxa de giro instantânea: 30º/s
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 18000 m.
Raio de ação/ alcance: 1580 km/ 3600 km
Alcance do radar: Tikhomirov NIIP  N035E Irbis-E com 400 km de alcance
Empuxo: 2 X Lyulka AL-41F com 17500 kgf de empuxo
DIMENSÕES
Comprimento: 21,9 m
Envergadura: 15,3 m
Altura: 5,9 m
Peso: 18400 kg.
Combustível Interno: 25400 lb.
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil R-73 Archer, missil R-27 Alamo e missil R-77 Adder.
Ar Terra: Míssil Kh-59, missil Kh-31, missil Kh-35, missil Kh-29, missil Moskit/ Brahmos, missil PJ-10, , missil Kh-59 míssil 3M54AE Klub, missil Kh-65, Bombas guiadas Kab (todas as versões), Bombas convencionais FAB (todas as versões)
Interno: Canhão GSH-301 de 30 mm.

DESCRIÇÃO
Por Marcel Ribeiro De Castro
Um avião de guerra impressionante. Assim pode ser definida a família de caças derivados do famosíssimo e conceituado Sukhoi Su-27 Flanker. Projetado para superar o também excepcional F-15 Eagle, este caça tornou-se o padrão a ser comparado. Com o fim da Guerra fria e o desmantelamento da União soviética, as industrias bélicas russas lançaram-se em uma política extremamente agressiva de vendas de seus equipamentos bélicos com extremo sucesso, obtendo fundos monetários para seguir suas o pesquisas, bem como a globalização trouxe frutos extremamente benéficos e excelente competitividade.
Os Russos também tiveram acesso à tecnologia antes só disponível, no ocidente e começaram a unir esta tecnologia a sua tecnologia, à sua extrema criatividade e engenhosidade de seus materiais bélicos, com as soluções já efetivas e eficazes de seus materiais de uso militar. Um belíssimo exemplo disto é a família de caças do Su-27 Flanker, que supera não só o caça a que era destinado a combater (o excelente F-15 Eagle) como os outros caças americanos e europeus de sua geração que tem missões similares (F-16 e F-18), como suas versões avançadas (Su-30MKI/ Su-35) superam também as variantes avançadas destes caças e também os novos deltas Europeus, Rafale, EF-2000 JAS-39, não somente em combate direto, como e principalmente nos parâmetros globais.
O Único caça que derrota o Flanker em combate direto com consistência é o Lockheed Martin F-22 Raptor que não é de sua geração, e custa de 5 a 7 vezes mais caro.
Com um desempenho rápido, manobrável, fortemente armado com radar e sensores no estado da arte, versátil ao extremo, o Flanker ainda é incrível 32 anos após sua entrada em operação. O texto abaixo versa especialmente sobre a versão mais recente do Flanker o Su-35BM Super Flanker.
Acima: Essa interessante foto feita na base aérea da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) em Langley Virginia, onde um caça F-15 C (a direita), posa ao lado de um Su-27UB Flanker. Nesse dia caças Flanker foram testados contra os F-15 e o resultado foi muito ruim para a velha águia americana. O desempenho superior do Flanker ficou claro em combate a curta distancia onde ele venceu todos os embates contra o F-15.

Su-35BM GRULLA. UM VERDADEIRO EXTERMINADOR
Se hoje e ainda por 20 anos os Su-30MK devidamente modernizados, são um verdadeiro pesadelo para todos os caças e meios inimigos não stealth devido a combinação de radar/ sensores/ motores e armamento, aerodinâmica perfeita, capacidade de combate, a OKB Sukhoi preparou uma versão do Flanker superior a todas as outras versões anteriores da família desta aeronave, e muito superior em todos os aspectos a toda e qualquer aeronave ocidental não furtiva no planeta hoje e no futuro. Trata-se do Su-35BM (BM é a sigla em russo para "grande modernização"). Derivado do antigo SU-27M (Su-35) , embora seja na realidade, uma aeronave completamente nova, com toda a tecnologia já testada nos 12 Su-35 (Su-27M) e no Su-30MKI, sendo de acordo com a designação russa um caça de geração 4++. O caça já incorpora tecnologia de 5º geração e será o padrão da força aérea russa até pelo menos 2025 quando a 5º geração russa, representado pelo moderno Sukhoi T-50 Pak Fa começará a ser produzida em grande escala.
O caça foi apresentado na Maks 2007, com a entrada em serviço realizada  em 2013  tendo como primeiro cliente, a própria Força Aérea Russa com 48 unidades iniciais encomendadas. No mercado internacional, a Venezuela já demonstrou interesse acentuado no avião além do Brasil  que considerou ele como uma das opções para o programa FX-2, da Indonésia, China sendo os dois últimos clientes quase certos  e recentemente até o Paquistão demonstrou interesse. O Su-35S (versão definitiva do Su-35BM) é também o passo lógico para todos os clientes do Flanker incluindo os que tem as melhores versões do Su-30, como a Índia e a Malásia e Argélia, muito embora estes Flankers possam ser elevados para um padrão razoavelmente similar em futuro próximo.
O Su-35S tem como principais características, a altíssima performance e agilidade em voo manobrado, capacidade supercruise (voo em velocidade supersônica sem uso dos pós combustores do motor), altíssimo desempenho no combate ar ar a curta, média e longa distancia e ar superfície, disparando munição de precisão através de um sofisticado sistema de informação e de detecção de alvos de longo alcance, sofisticado sistema de defesa e guerra eletrônica, acentuada redução na assinatura por radar/ térmica, fusão de sensores, computadores de alta velocidade e sensores de alta potencia. Também carrega 1,5 toneladas a mais de combustível (11,5 Ton), do que as variantes comuns do Flanker.
O Su-35S  monoplace lembra muito o SU-27S. Ele não tem cannards, como os Su-27M e o Su-30MKI ou o Su-33. Seu cone de cauda é menor, seus flaperons são grandes e o Su-35S tem grandes entradas de ar.

Acima: O protótipo do Su-35BM, sob o numero "902" fez várias demonstrações de desempenho de fazer o mais experiente piloto acrobático deixar cair seu queixo. 

O SEGREDO DO SUCESSO DA FAMÍLIA SU-27 FLANKER.
A configuração escolhida pelo Bureau Sukhoi para seu novo projeto, e que diferia dos caças anteriores de projeto soviético e foi adotar uma fuselagem e uma configuração integral, com duas turbinas bem separadas uma da outra (o que aumenta a área de sustentação e a possibilidade de sobrevivência em caso de acerto de míssil) com o centro de gravidade em local diferente do comum em aeronaves de caça. A fuselagem integral, permite grande acomodação de combustível e excelente aerodinâmica. Em uma configuração integral, as asas e a fuselagem formam uma única superfície geradora de sustentação, pois tem formas suaves entre asas e fuselagem  é aerodinamicamente, eficiente ao extremo. No caso a fuselagem do que futuramente seria chamado de  T-10 (protótipo do Su-27 Flanker), permitia que grande quantidade de fluxo de ar passasse por baixo da aeronave e assim mantivesse uma altíssima sustentação. A quantidade de ar que passava por baixo do T-10, era muito maior, do que a que passava ou a que pressionava o avião para baixo causada pelo fluxo de ar que passava na parte de cima da aeronave garantindo enorme sustentação da fuselagem integral que também era muito mais leve, eficaz e simples que o complexo conceito envolvido de asas de geometria variável então presente em diversas aeronaves militares da época, como as do Mig-23, as do F-14 e as do Su-17 Fitter, que usavam a geometria variável de suas asas na forma enflechada para melhorar o voo supersônico e as asas abertas (sem enflechamento) para melhorar as qualidades de dirigibilidade e manejo durante o pouso, facilitando ao reduzir um pouco mais a velocidade dos aviões durante o processo de aterrissagem.
O uso de uma configuração aerodinâmica integral também permitiu que a aeronave tivesse grande quantidade de combustível interno, evitando o uso de combustível externo, que causaria  um grande aumento na assinatura radar, bem como um aumento do arrasto aerodinâmico, piorando sua eficiência ao manobrar, além de provocar  o desperdício de pilones que poderiam ser usados para carregar armas.

Acima: Visto de baixo, o espaço existente entre os dois motores do Su-35 sob a fuselagem fica evidente. Notem a composição de 12 mísseis desse protótipo do Su-35BM.
O centro de gravidade definido para o novo projeto, também estava em um lugar distinto do comum. Em aeronaves “normais”  até então, este centro de gravidade era dianteiro. A resposta normal a um  distúrbio aerodinâmico qualquer com o centro de gravidade dianteiro é a aeronave, voltar ao ponto de equilíbrio inicial, o com a  dianteira para a frente e para baixo. Este conceito é chamado estabilidade estática e explora a tendência das forças exercidas de fazer um corpo voltar a posição normal e manter-se nesta posição de equilíbrio. No protótipo T-10, entretanto, o centro de gravidade era mais para atrás, e exatamente por isso  a aeronave tem a tendencia natural de ser instável e apontar a aeronave para cima e para o alto pois o centro de gravidade é posterior, tem a tendencia de puxar a traseira para baixo e depois ocorrer a tendencia da  queda da parte frontal para a posição neutra. Este conceito aplicado é chamado instabilidade longitudinal  estática. Com esta pequena diferença o piloto tem uma tremenda facilidade de apontar a aeronave para onde quiser e a manobrabilidade torna-se acentuadamente melhor, com um dramático salto de qualidade, como temos assistido em todos os shows aéreos em que caças da família do Su-27 sem apresentam até hoje. O delicado  equilíbrio, na verdade, é obtido através de um controle FBW (Fly By Wire) que permite substancial decréscimo nas perdas provocadas pela alteração no balanço gravitacional  da aeronave.

Acima: A capacidade de manobra do Su-35S é simplesmente mágica. Além de sua instabilidade natural e um avançado sistema de controle de voo FBW como explicado acima, o Su-35S conta com vetoração de empuxo tridimensional. É o avião de combate mais manobrável do mundo.

REDUÇÃO DE ASSINATURA E DETALHES DE COMBATE.
O extenso uso de materiais RAM e de novos materiais compostos na estrutura do Su-35S permitiu lhe diminuir muito o peso e sua assinatura radar frontal (RCS) de forma que se conseguiu um índice de 1m2 de RCS estimada, o que o coloca no mesmo nível de caças como os deltas europeus ou os caças de 4º geração norte-americanos quando tratados com RAM.
O Itae (um instituto da academia Russa de ciências de Moscou) tem desenvolvido materiais e técnicas que propiciam uma redução muito significativa no RCS de seus caças; Por exemplo o Mig-29 SMT que tem um RCS estimado  frontal  de 5m2 (sem armas) tem um RCS de 1m2 se tratado com o material RAM russo. O Itae conseguiu também reduzir o RCS estimado do Su-35 (6m2) para 1m2 no quadrante frontal. A face do motor, foi coberta com RAM magnético e as paredes das entradas de ar também receberam o mesmo material quee foram aplicados em finas camadas entre 0,7 e 1,4  mm e aplicadas por Spray controlado digitalmente. Nos motores e exaustores foram aplicados RAM cerâmico. O canopi foi tratado com material metálico e anti reflexivo. A antena foi mudada de posição e tratada com material RAM, e o radome recebeu cobertura seletiva, que altera a condutividade. A  diferença é que enquanto os russos trabalham fortemente com materiais compostos redutores de assinatura, eles não trabalharam  tanto com redução de RCS  pela forma como fazem os americanos. Alias os europeus também costumam trabalhar melhor o uso de materiais compostos do que técnicas de forma. Não é por acaso que existem poucos aviões furtivos pela forma.
Acima: O Su-35S tem tratamento de sua fuselagem com materiais absorventes de radar RAM, que permitiu uma significativa diminuição de sua reflexão para os radares inimigos que tem dificuldades de detectar ele a distancias elevadas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE ALCANCE, CARGA E CUSTOS
Quando o Su-27 foi projetado, os russos especificaram que queriam um caça de
longo alcance suficiente para alcançar alvos na Inglaterra e no norte da Europa e voltar. Para missões comuns, o caça deveria levar 5.000 kg de combustível e 8 mísseis ar ar. Devido a estes requerimentos e sabendo dos 4 projetos de caças de 4º geração nos EUA, os engenheiros da Sukhoi e do TSGI, projetaram um caça muito aperfeiçoado
aerodinamicamente, com grandes asas, estável com turbinas potentes e espaço
interno para mais de 9 toneladas de combustível. O resultado desta imensa
quantidade de combustível é que o caça conseguiu alcançar os requerimentos
pedidos de cerca de 1400 km de raio de combate, com espaço para 10
mísseis ar ar. Com o aperfeiçoamento do Su-27 e versões posteriores, tiveram,
também, reforçadas suas estruturas e a capacidade de carga de armas passando
de 4000 kg originais para 8.000 kg de armas, em até 14 pontos para fixação de
armas. Hoje, o Su-35S tem uma vantagem de pelo menos 30% no seu raio de combate
em relação a seu rival mais próximo o F-15 Eagle (sem tanques extras de
combustível).
O raio de combate do Su-35S e sua grande capacidade de carregar armas permite
a ele uma vantagem operacional muito grande em missões de médio e longo alcance, sobre rivais ocidentais. Para realizar operações de médio/ longo alcance de certa complexidade e dificuldade como o Su-35S, os caças ocidentais (quase todos) necessitam de enormes e pesados tanques de combustível externos, penalizando sua carga de armas e aumentando o arrasto aerodinâmico. Também o tornam muito mais dependentes de aeronaves de apoio para reabastecimento.
Resultado: O caça russo pode realizar a mesma missão de varias aeronaves menores
e sem apoio por uma distancia maior. Resumindo: Menos Su-35S fazem a mesma
missão de muitas aeronaves menores com apoio.

Acima: Observem que o Su-35S, assim como qualquer caça da família Flanker, nunca é visto com tanques externos. na verdade ele nem precisa. Sua capacidade de armazenamento de combustível interna, permite uma autonomia fora do comum liberando os cabides externos apenas para armas.

COCKPIT E AVIÔNICA
A cabine do Su-35, consiste em duas grandes telas LCDs com 22,5/30cm e dão ao piloto as informações integradas, completas apresentadas no capacete do piloto e existe mais um LCD de backup. A aeronave tem um novo sistema de ataque e de navegação guiado por satélite (Sistema Glonass) e sistemas de radionavegação digitais. O sistema de comunicação é digital e multicanal consiste em dois canais de radio, capacidade de ligação com o link-16 padrão OTAN que é um tipo de datalink a prova de interferência.
Falando em "interferência", vamos falar de guerra eletrônica. O Su-35S usa na ponta das asas o sistema Khibiny-m que trabalha em pelo menos 3 modos distintos sendo eles: 
  • Modos de proteção individual;
  • Escolta;
  • Grupo de ataque, tendo similaridades aos instalados nas versões do F-15E, E/A-18G e outras aeronaves especializadas nesta função de guerra eletrônica.
O sistema trabalha em conjunto com o radar, direciona diferentes  ondas de interferência para cada ameaça, e direciona energia eletromagnética para as contra-medidas descartáveis chaffs e flares, aumentando a possibilidade de sucesso contra as ameaças como mísseis guiados por calor ou por radar. Sistemas similares e correlatos de guerra eletrônica, tem sido testados desde 2008 na Geórgia, e mais recentemente na Ucrânia, e na Síria com resultados excelentes. Na Geórgia o único Sistema de SAM guiado por radar que funcionou efetivamente foi um SA-11 (Sistema BUK M-1 já descrito nesse site), na Ucrânia, um sistema Aegis de um navio americano ficou inoperante e na Síria, bem , digamos que os americanos não enxergam quase nada por 350 km de raio quando ligam os radares. Além disto, o sistema de defesa da aeronave conta com um RWS Alerta de radar); com um sistema de alerta contra designação por laser; um sistema de MAWS (missele aproach  warning  Sistem) e ainda pode contar com um sensor eletro-óptico Mak que alerta contra a aproximação de mísseis com guiagem IR. Adicionalmente, os russos incluem a utilização de um sistema de isca rebocada, para aumentar a capacidade defensiva, contra mísseis guiados por radar.
 
Acima: O painel do Su-35S é um dos mais avançados que existem. Graças a concentração dos dados de navegação e ataque em duas telas LCDs, o piloto tem diminuída sua carga de trabalho na missão.
No que se refere a sensores de detecção, o Su-35, como todos os caças da família Flanker, está equipada com um sensor de detecção passiva IRST que usa a energia infravermelha (calor da aeronave alvo) para detectar sua presença e localização. Este sistema IRST opera integrado ao capacete do piloto, enviando dados para um display montado diretamente em seu capacete. Além disso, esse sistema também opera em conjunto com o sensor de busca dos mísseis infravermelhos integrados ao caça. Assim o piloto precisa apenas olhar o alvo para designar ele para o míssil. O sensor IRST usado no Su-35 é o OLS-35, modelo derivado direto do OLS-30 que equipa o Su-30MKI, e que tem alcance de 50 km quando apontado para a frente do alvo e 90 km na traseira (sem o uso de pós combustor). Seu telêmetro laser mede as distancias contra alvos aéreos acima de 20 km e alvos no solo acima a de 30 km e ainda pode traquear 4 alvos simultaneamente.
O outro sensor é o radar Tikhomirov NIIP Irbis-E também conhecido como N035E que é um radar de escaneio eletrônico passivo (PESA),  multifuncional, que trabalha na banda X usando o sistema de controle de fogo, EKVS-E BTsVM Solo 35. O radar é capaz de detectar 30 alvos e engajar 8 simultaneamente e continuar escaneando o ar em busca de mais alvos. Também é capaz de guiar mísseis ar ar semiativos a dois alvos simultâneos. No modo ar superfície traqueia 4 alvos, atacando 2 simultaneamente. No modo ar superfície o radar Irbis mapeia alvos usando pulso doppler, rastreio por feixe estreito e em modos SAR e tem o alcance de 200 km.  A mesma capacidade no Bars usado nos Su-30MKI, mas a capacidade de resolução e de detecção dos modos ar solo  foram aumentadas.
O N035E tem potencia  máxima de 20 quilowatts graças a dois TWT com potencia máxima 10 Quilowatts cada um, podendo detectar um caça carregado, tratado com RAM e com 3m2 de RCS, a 400 km no modo de longa distancia, no quadrante frontal e 150 km em perseguição. Aviões furtivos como o F-35 e o avião de ataque aposentado F-117 poderiam ser detectados a 90 km, sendo o radar capaz de detectar e classificar os alvos, conduzindo busca e ataque a alvos simultaneamente no ar no solo e no mar, tais como os AESAs atuais.
Acima: O poderoso radar Tikhomirov NIIP N035E Irbis E é o mais poderoso radar já instalado em um caça. Um alvo do tamanho de um caça a 400 km de distancia quando vindo pela quadrante frontal.


AS ARMAS DO GUERREIRO
O Su-35S tem como armamento interno um canhão GSH-301, de 30 mm, com cadencia de tiro de 1800 tiros por minuto. A quantidade de munições transportada no Su-35S é de 150 projéteis. O canhão opera integrado ao radar, IRST e HMD. Seu alcance a alvos aéreos é até 1,8 km, e em terra de 1,3 km.
O Su-35S também pode carregar casulos de foguetes não guiados que poderão, receber um sistema de guiagem e correção de voo conhecido como Ugroza e que consiste em instalar um sensor passivo ou de laser semiativo, e um estabilizador de voo no foguete com isso, seu alcance efetivo chega a 8 km.



R-73 ARCHER
No campo de armas ar ar,  a área onde o Su-35 se destaca forte, embora ele seja, de fato, totalmente multifuncional, começa com o míssil de curto alcance R-73 Archer, desenvolvido para substituir o míssil R-60, sendo um míssil de combate aéreo de guiagem infravermelha, “dispare e esqueça”, projetado para superar qualquer ameaça, com ênfase especial a caças ágeis e manobráveis, devido a sua capacidade de manobrar violentamente em combate aproximado, o míssil tem capacidade de ser lançado contra um alvo fora do ângulo de visada, e girar atrás do alvo para persegui-lo se necessário, podendo atacar alvos manobrando a 12g. 
O R-73 é o primeiro míssil russo a usar TVC (Vetoração de empuxo) e superfícies de controle, o que permite disparos em qualquer direção e voo estabilizado em qualquer ângulo de ataque. Pode ser disparado contra alvos cruzados e frontais, sem considerar altitude, carga G do alvo ou do caça atacante, tem capacidade de aquisição de alvos facilitada e capacidade de seguir o alvo a 60 graus por segundo. O R-73 tem passado por modernizações. Em 1994, o R-73K recebeu modificações e uma nova versão foi criada. O R-73M, operacional desde 1997 na Rússia, ganhou um novo sensor, agora capaz de ter um ângulo de visada de ± 60º, capacidade de contra-contramedidas melhorada (significa que o míssil é capaz de distinguir uma isca flare do alvo real). O R-73M ganhou também um novo processador digital, e neste caso ele foi renomeado para R-74. Seu alcance (balístico) aumentou 25%, indo de 30 para 40 km. A versão de exportação chama-se R-74ME. A versão Russa deste míssil, o R-74M1, entrou em serviço no fim de 2006, com um novo perfil de voo e um sensor modificado, e sensibilidade aumentadas, bem como um sensor com capacidade de aquisição fora da linha de visada (off boresight) de ±75º. 

Acima: O míssil de curto alcance R-73 Archer e seus derivados modernizados são os principais misseis de curto alcance em uso no Su-35S.


R-27 ALAMO
Entre as armas de alcance médio e longo, os chamados mísseis "BVR" (além do alcance da visão), o Su-35S usa os mísseis da família R-27 e R-77. No caso do R-27, ou Álamo codinome dado pela OTAN, são mísseis com um maior alcance do que os mísseis AIM-7 Sparrow e Sky Flash, seus concorrentes ocidentais diretos, e dão ao piloto uma flexibilidade sem precedentes, porque possuem versões com 8 diferentes cabeças de busca, permitindo ao piloto o disparo de dois ou mais mísseis com guiagem diferente contra o alvo, o que maximiza a possibilidade de acerto. O R-27 engaja alvos tripulados ou não e em manobras de combate aéreo aproximado. Pode ser empregado individualmente ou em grupo de aeronaves. O alvo pode estar voando a até 3.500 km/h e entre 20 m e 25 mil metros e manobrando a mais de 8 Gs. Esta família de mísseis nas versões de alcance estendidas R-27E  é uma excelente arma se utilizada por pilotos snipers, isto é, pilotos que saibam se aproveitar de sua superioridade em alcance sensivelmente superior, em especial a médias e altas altitudes e das capacidades de alcance, energia de voo e persistência de combate do Flanker. Além disto, se usar trajetória loft ele aumenta ainda mais seu alcance efetivo máximo, em qualquer  aspecto de disparo.
Acima: O míssil acima é a versão de alcance estendido do R-27, conhecido como R-27ER. Seu alcance chega a 117 km.


R-77
O outro míssil de médio alcance usado pelo Su-35S é o R-77 guiado por radar ativo. Este míssil, de fabricação russa equivale ao míssil norte americano AIM-120 Amraam. Seu desenvolvimento começou em 1982 e terminou em 1994 . Seu alcance operacional é de 80 km na primeira versão e 110 km na segunda versão R-77-1 que também já é operacional e que é usada pela força aérea russa. Os misseis são altamente manobráveis capazes de destruir alvos manobrando a 12 Gs. O desenvolvimento continua, e em um futuro muito próximo teremos versões guiadas por infravermelho e versões passivas liberadas para exportação, repetindo o arranjo já realizado com os misseis R-40, R-23/24 e R-27.
Acima: O R-77 é o míssil ar ar de médio alcance de melhor desempenho do Su-35S. Além de ter um bom alcance (110 km. nas versões mais recentes), tem ainda capacidade elevada de manobra o que permite que seja usado até em combate de curto alcance  se for necessário.


3M54AE Klub
Para ataques de precisão à superfície, foi integrado ao arsenal do Flanker E o míssil de cruzeiro russo 3M54AE Klub, versão lançada de aeronaves. Trata-se de um míssil multifuncional e multiplataforma, com pelo menos 5 versões, que são lançadas por navios e submarinos kilo, Amur e Lada inicialmente. A versão 3M54AE é mais recente e permitiu ampliar bastante o raio de ataque do Su-35S. Seu alcance chega a 300 km e existe sub versões anti navio com capacidade de ataque supersônico; Anti navio com perfil de ataque sub-sônico, e uma versão configurada para destruir alvos em terra. As duas primeiras versões são guiadas por radar ativo, e a ultima, mais complexa, é guiada por satélite (Glonass, o equivalente russo do GPS).

Acima: Aqui temos uma rara fotografia do novo míssil de cruzeiro 3M54AE Klub que equipa o Su-35S. esta arma de precisão permite ataques contra alvos posicionados a 300 km de distancia do ponto de lançamento.


PJ-10 BrahMos
O PJ-10 BrahMos é uma variante mais avançada do que o míssil Moskit do qual é derivado. Em 1998 Índia e Rússia se uniram para desenvolver esta moderna arma. O BrahMos possui versões lançadas por navio e por aeronaves. O primeiro teste foi em junho de 2001 e em setembro de 2006 ele entrou em operação tendo sido integrado ao Su-30 MKI indiano e Su-35S. O míssil tem 300 km de alcance, e velocidade de mach 2.9 e seu sistema de guiagem se dá por  INS, GPS/ Glonass, e radar ativo dependendo da versão. A margem de erro desta arma (CEP) é de apenas 1 m o que a coloca como um dos mais precisos armamentos stand off (capazes de serem lançados longe das defesas inimigas), do mundo.

Acima: O caça indiano Su-30MKI dessa foto está com um potentíssimo míssil de cruzeiro PJ-10 BrahMos no cabide ventral. Reparem nas grandes dimensões dessa arma.


KH-29
A família Kh-29/ AS-14 é uma família de mísseis russos equivalentes aos franceses AS-30 francês e o americano AGM-65 Maverick, e tem como missão o ataque a alvos terrestres e navais. Até 6 podem ser carregadas pelo Su-35S. Existem várias versões deste míssil, sendo que as principais são:
1- Kh-29L(A) com guiagem semiativa a laser, alcance 12 km. 
2- Kh-29T(B) com sensor eletro-óptico, guiagem TV,alcance 28 km. 
3- Kh-29D, com sensor eletro-óptico, e guiagem térmica e alcance de12 Km. 
4- Kh-29MP GUIAGEM passiva.
5- Kh 29-TE, variante nova do KH-29T, alcance 30 km.
Acima: O míssil Kh-29 é o equivalente russo do míssil norte americano AGM-65 Maverick. Como o modelo ocidental, o Kh-29 pode ser usado contra uma grande variedade de alvos. 



KH-59MK
Outro armamento para ataques a superfície disponível no Su-35S é o KH59MK. Esse míssil foi apresentado pela primeira vez em 2001, no salão de Moscou, e é chamado como míssil cruzeiro de emprego geral para caças da família Flanker, e do Su-24 Fencer. 
O requerimento desse míssil  foi atirar fora do alcance das defesas dos grupos de batalhas inimigos. Para alcançar tais requerimentos foi necessário modificar o sistema de propulsão do míssil original KH-59M, o motor R-95-300, por um novo motor mais eficiente e econômico, o turbofan 36MT da Saturn. Este novo motor permite que o míssil tenha o alcance de 285 km. O novo  míssil, usa guiagem por radar ativo.
Entre suas versões estão, a KH-59MK2 land atack, a Kh-59M2, com guiagem por TV ou IR (infravermelho), a kh59L  guiada a laser, Kh-59T, guiada por TV, e Kh-59MK2 Stealth Standoff, que na versão russa objetiva dotar os russos de um míssil cruise tático com 600 km de alcance.

Acima: Aqui temos o lançamento de um míssil Kh-59 por um Su-30MK russo. Notem o pequeno motor turbofan 36MT abaixo do míssil, que permite um alacance de 285 km a este armamento.


KH-35U
O míssil anti-navio Kh-35U é uma versão melhorada do Kh-35 dos anos 90, que pode ser carregada por varias plataformas  e que possui mais combustível que permitiu estender seu alcance para 270 km (antes era de 130 km). Seu sistema de guiagem usa um radar ativo e um sistema inercial.
Acima: Com um desenho similar ao míssil americano AGM-84 Harpoon, o KH-35 é um dos poucos mísseis anti-navio com velocidade subsônica fabricado na Rússia.


KH-31
A variante anti-navio, conhecida como KH-31A tem guiagem inercial com voo pré programado e alimentado pelos dados dos computadores de navios e aviões, sobre o alvo.
O sensor ao invés de ser intercambiável, como o do KH-31P (versão anti radar), que era direcionado a uma só ameaça, será o novo radar L-130 de largo espectro, cobrindo varias ameaças. O míssil melhorado  tem um novo perfil de voo, mais eficiente, sendo que o software do míssil foi atualizado, e há também mais reserva de combustível para o motor. A versão anti navio (KH-31A) tem alcance de 103 km enquanto a versão anti radar, que usa um sensor passivo que segue a fonte das ondas do radar inimigo, tem alcance de 110 km.
Acima: O míssil Kh-31  é uma das armas com várias versões que podem ser usados contra diversos tipos de alvos, incluindo antenas de radares inimigas.


Bombas Guiadas KAB-TK/ KR e R
São bombas russas guiadas equivalentes a GBU-8 HOBOS, a GBU-15 e a Spice. Tem a mesma estrutura das Kab a laser. Apenas usa a guiagem por tv.. A variante Kab-R usa o sistema de guiagem por infravermelho IR. Diversas outras bombas estão disponíveis a Upab 500 Kr, uma bomba planadora com guiagem por TV , acessorada por datalink e alcance de até 70km. Outras bombas como a Kab-250 L, também já estão disponíveis. Por fim,  disponível A Kab-500S e sua variante mais pesada a Kab-1500, com guiagem por satélite (no caso, russo GLONASS), com alcance similar a JDAM americana (70km), já em uso no conflito Sírio.
Acima: A Kab-500S é a bomba guiada por satélite usada pela força aérea russa. Trata-se de uma arma muito precisa com elevado poder destrutivo.


Bombas de uso Geral
O Flanker pode carregar diversas bombas de uso geral, como as da família FAB (Bombas clássicas ou fragmentação) RBK (fragmentação) BETAB(penetração), PB-250, Odab-500 (combustível-ar) , ZAB, Entre outras, em lançadores múltiplos se necessário.


PROPULSÃO
Os motores planejados para o Su-35S são os AL-41F, que equipará o futuro caça de 5º geração russo PAF-KA/T-50. Os primeiros Su-35S estão equipados com os motores designados AL-41A, ou antigo 117S. Trata-se de uma Al-31F + completamente alterada. A AL-41F será utilizada em modernizações futuras do SU-35S  de outros Flankers.
O padrão de empuxo da AL-41A é o mesmo padrão das turbinas AL-31FU do Su-37(Su-27 M/ T-10m-712), com 14 500kg, e 4000 horas de vida útil se equivalendo em termos gerais ao padrão ocidental de durabilidade, e com vetoração de empuxo tridimensional com variação de 15º. Há ainda o modo especial de configuração com apenas 13800 kg de empuxo para tempo de paz em que não é necessário o uso mais potente e consequentemente mais desgastante para o motor. Com esse propulsor o Su-35, consegue velocidade de cruzeiro de match 1.2 sem o uso de pós combustor.
A AL-41F tem potência de 175 kN com pós-combustor,  representando um aumento de 40% no empuxo em relação a AL-31F original. Ela também é entre 10-15% mais econômica, e 15% mais leve. Equipado com este motor, um Su-35S deverá ser capaz de excelente velocidade de cruzeiro (mach 1.6-1.7) e de aumentar ainda mais seu o alcance . 

Acima: Os motores 117S instalados no Su-35S possuem vetoração de empuxo tridimensional de 15º, aumentando significativamente o controle da aeronave e sua manobrabilidade em velocidades reduzidas.

PROLOGO
Equipamentos militares russos são feitos para guerras e para o mundo globalizado, onde equipamentos militares são personalizados de acordo com o bolso do cliente, ainda que a Rússia não tenha a indústria americana a produzir seus meios e muito menos o poder de influencia americana (economicamente, politicamente e através da imprensa e do marketing)  pelo globo. E não para desfiles festivos ou países  riquíssimos que podem pagar 120 milhões de dólares por caças complexos de operar e consertar, com metade da capacidade de combate do Flanker se este for modernizado e equipado adequadamente. Os equipamentos bélicos russos estão onde estão as guerras e em países não ricos e não perdulários. São equipamentos militares na acepção do termo. Para guerra e defesa. Com eles por exemplo não existe risco de fazermos parte de uma coalizão que atenda a interesses que não sejam nossos. Nem risco de embargos.
A diferença da industria russa  dos anos 90 para cá é tão visível que os EUA apressaram a entrada em serviço de um caça que custa 360 milhões de dólares a unidade (F-22 Raptor) que teve um corte de 80% na quantidade inicial e gastaram montanhas de dinheiro para encomendar 180 caças e superar a “falta de capacidade do Flanker e da industria russa”.
A conjunção de um caça com manobrabilidade superior, radares e mísseis ar ar superiores, sensores passivos, imenso raio de combate, a capacidade de atirar mísseis subsônicos e hipersônicos além de bombas guiadas ou não, de qualquer procedência no caso de variantes do Su-30, inigualável capacidade de modernização preço competitivo, adaptabilidade sem precedentes, faz do Flanker um real desafio a quem quer que o enfrente. As ultimas variantes do Flanker tem muito do que os modernos caças ocidentais oferecem sendo superiores em várias áreas e sendo mais adaptáveis do que os rivais na sua maioria. E o que é pior, os caças russos, continuam com as inovações bélicas russas e as boas características russas de sempre como a robustez e facilidade de reparo.
O Flanker moderno, tem “menos idade do que caças ditos mais tecnológicos”, e é muito diferente do Su-27S de 1983. Para citar um exemplo, o Su-30 MKI é de 1998 e seu o projeto é de 1990, baseado na critica que fizeram ao chefe da Sukhoi que o Su-27S não era multifunção. O Typhoon,  e o Rafale  moderníssimos são   projetos  de 1984. Dizer que o Flanker e o Eagle, são “inferiores” a qualquer outro caça de sua geração por causa da “idade” do projeto é absurdo. Fazer isso, é como dizer que na formula 1, a Ferrari de 1980, anda tão rápido ou tem as mesmas especificações  quanto o modelo de 2016, pois ambos são Ferrari. Porque as versões modernas destes caças são tão de “nova geração”, quanto qualquer outro caça festejado como novíssimo e moderno, sendo mais capazes do que eles. O F-15E+/I/S/SG/K é completamente diferente do F-15A, e o Su-30MKI é completamente diferentes do Su-27S.
Toda esta conjunção de fatores faz do Flanker um genuíno pesadelo convencional. Ele é superior em todos os quesitos, que contam para uma batalha. Note que eu nem me referi ao presente da família o Su-35S, que é muito superior a qualquer coisa que não seja o F-22 Raptor e que por enquanto só carrega armas russas. Para terminar, gostaria de salientar que, este texto é uma homenagem não só ao Flanker, mas ao caça que deu todo este trabalho aos projetistas russos, o F-15 Eagle.
O preço absurdo e a tecnologia ultra avançada do F-22 Raptor não são por acaso. Também não é coincidência, que cerca de 36 aviões segundo a maioria dos informes (apenas alguns Su-30SM (o MKI russo) e o restante bombardeiros e outras peças das forças militares russas)  e uma boa dose de inteligência, quase que fechou o espaço aéreo sírio, e com 1 semana de operações  já acertou muito mais terroristas  e rebeldes  do que o bombardeio das areias da Otan em 16 meses.
Os americanos sabem muito bem que, se for adequadamente modernizado equipado e apoiado o Flanker dominará o campo de batalha geral e as batalhas aéreas contra qualquer avião que não seja stealth verdadeiro e de grande desempenho pelos próximos 30 anos seja nas versões não furtivas ou mesmo no seu correlato próximo o T-50. Não é a toa que todo o piloto que senta no cockpit de um Flanker moderno, e voa nele, sai com um sorriso apaixonado do caça, como fizeram alguns pilotos ingleses em um recente exercício, com os indianos. Um deles chamou o Flanker de “cruzador espacial pesado”. É por sua qualidade.

ABAIXO TEMOS UMA APRESENTAÇÃO DE UM SU-35S FLANKER E NO SALÃO DE LE BOURGET 2013

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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

TEJAS MK-1. O pequeno caça leve indiano.

Caça Tejas MK-1
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 1.8 (1920 km/h).
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.9 (1100 km/h).
Razão de subida: *13000 m/min.
Potência: 0,94.
Carga de asa: 52,31 lb/ft².
Fator de carga: +8, -3,5 Gs.
Taxa de giro instantânea: 17º/s.
Razão de rolamento: 220º/s.
Teto de serviço: 15000 m.
Alcance: 850 km..Alcance do radar: Elta EL/M-2032 multi-modo: 64 Km (RCS 5m²).
Empuxo: Um motor General Electric F404-IN20 com 9000 kgf de empuxo com pós combustão.
DIMENSÕES
Comprimento: 13,2 m.
Envergadura: 8,2 m.
Altura: 4,4 m.
Peso: 6560 kg (vazio).
Combustível Interno: 5419 lb.
ARMAMENTO
Capacidade total: 3500 kg de carga externa divididos por 8 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Ar Ar: Míssil de curto alcance R-73; Míssil de médio alcance Derby; Míssil de médio alcance Astra.
Ar Terra: Bombas guiadas a laser BGL-1000; Bombas de queda livre de 250 kg. Casulo de foguetes não guiados de 68 mm FFAR.
Interno: Canhão de duplo cano GSh 23 mm com 220 munições.

domingo, 17 de novembro de 2019

EUROFIGHTER TYPHOON. O feroz defensor dos céus europeus.


FICHA TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade de cruzeiro: * Mach 1 (1234 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2 (2469 km/h).
Razão de subida: 18900 m/min.
Potencia: 1.12.

Carga de asa: 64 lb/ pé².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro 
instantânea: 31º/s.
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 20000 m.
Raio de ação/ alcance: 1390km/ 2780km
Alcance do radar: Euroradar CAPTOR 185 km.
Empuxo: 2 motores EJ-200 com 9200kgf (pós combustor) cada e 6073 kg de empuxo seco.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,96m.
Envergadura: 10,95m.
Altura: 5,28m.
Peso: 11000 kg.

Combustível Interno: 11020 lb.
ARMAMENTO
13 pontos fixos de armamentos podendo transportar até 7500 kg de armas, tanques de combustivel e casulos de reconhecimento e designação de alvos.

Ar Ar: Mísseis AIM-120 Amraam, Meteor, AIM-9 Sidewinder, AIM-132 Asraam, IRIS-T.
Ar terra: Mísseis Storm Shadow, Taurus MAW, Brimstone; mísseis AGM-65 Maverick; mísseis AGM-88E HARM; Bombas Guiadas a laser da família Paveway III e IV; bombas guiadas por GPS como as SDB e JDAM.

Interno: Um canhão Mauser MK 27 de 27 mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
Os países europeus que participam da OTAN sempre tiveram uma situação delicada com relação a sua defesa. No período da guerra fria, um eventual confronto entre a União Soviética e os Estados Unidos liderando seus aliados europeus, levaria o caos para o território europeu, principal campo de batalha nessa situação. A defesa aérea destas nações representa um aspecto critico para a estratégia de sobrevivência e mesmo, dissuasão contra o poderio representados pelas milhares de aeronaves de combate que a então União Soviética dispunha. A evolução das capacidades dos mais modernos projetos soviéticos, o MIG-29 Fulcum e o Su-27 Flanker obrigaram os europeus, assim como os americanos a correrem atras de projetarem novas aeronaves que fossem capazes de enfrentar as novas ameaças. Os europeus, se juntaram para desenvolver um novo caça que atendesse as necessidades de defesa das nações envolvidas no projeto. 
Inicialmente, os países envolvidos para o desenvolvimento do que era chamado de "FEFA" ou Future European Fighter Aircraft, eram Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Espanha. A França tinha intenção de impor alguns de seus requisitos para poder ser o projetista da aeronave, porém, isso causou divergências entre os sócios do programa o que acabou resultando na saída da França deste programa, e  no desenvolvimento  do caça Rafale, já tratado nas paginas desse blog. Os ingleses tinha um protótipo de uma aeronave de demonstração de tecnologia, chamada de EAP (Experimental Aircraft Programme) que se enquadrava na configuração que estava sendo estudada para o novo caça europeu. A partir dai foi criado, em 1986, o consórcio Eurofighter para o desenvolvimento e montagem dos caça que passou a ser chamado de Typhoon, e teria como base o modelo do EAP britânico, para ser o novo caça de superioridade aérea e, posteriormente para missões de ataque também, das quatro nações europeias remanescentes do estudo original: Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha. 
Acima: O protótipo demonstrador de tecnologia EAP foi base para o desenvolvimento do Eurofighter Typhoon. Embora semelhantes deforma geral, o Typhoon tem linhas mais suaves e melhor desempenho.

O Typhoon substituiu vários modelos de aeronaves de combate como por exemplo o Tornado F-3 na Inglaterra, o velho F-104 Starfighter italiano, o clássico F-4F Phanton II alemão, e os Mirage F-1 espanhóis. Todos estes modelos tinham limitação elevada para enfrentar os manobráveis e bem equipados caças russos de 4º geração. Quando se compara os dados e especificações de cada uma destas aeronaves contra os dados do Typhoon, fica claro que a evolução do novo caça foi excepcionalmente grande. 
A propulsão do Typhoon é feita por dois motores Eurojet EJ-200, cujo empuxo máximo é de 9200 kgf, com a pós-combustão, e 6073 kgf com empuxo seco. Este moderno motor, teve seu desenvolvimento feito em paralelo com desenvolvimento do Typhoon. Quando o primeiro protótipo do Typhoon estava pronto, os motores, ainda não tinham sido entregues, sendo que acabaram por instalar a mesma turbina dos Tornados neste protótipo, a RB-199 para iniciar os testes de voo.

Acima: Os dois motores turbofan Eurojet EJ-200 garante um desempenho de voo muito bom para o Typhoon. 

O Typhoon foi desenvolvido para ter um desempenho de curva muito elevado, e por isso a escolha pela configuração delta com canards ativos foi natural, pois ela permite taxas de giro instantâneas e sustentada bem altas. No caso do Typhoon, sua taxa de giro instantânea é de 31º/ seg a uma velocidade de mach 0,7, índice muito melhor do que se consegue com um F-16 e mesmo que um Su-27 Flanker. Só os caças JAS-39 Gripen e Rafale, da França, conseguem igualar essa marca em desempenho de curva, justamente devido a suas configurações delta canards. Outro ponto a favor do Typhoon é sua elevada relação empuxo peso, de 1,15 e sua baixa carga de asa de 63,9 lb/ pé², que beneficiam sua agilidade e manobrabilidade. A estrutura do avião suporta acelerações de gravidade da ordem dos 9 G positivos e 3 G negativos. Como se pode ver, o Typhoon seria um adversário indigesto em combate de curto alcance ou dogfight, como é chamado no meio aeronáutico esse tipo de batalha.

Acima: Um dos pontos em que o Typhoon é mais forte quando se compara com outros caças é sua agilidade e manobrabilidade. Aqui podemos ver um Typhoon T1 (versão biplace) entra em uma curva em alta velocidade.

Porém, na atualidade, as chances de um combate aéreo evoluir para o doghfight estão bastante diminuídas devido a evolução da eficiência dos sensores como radares, dos sistemas de detecção passivos como o IRST e dos mísseis de médio e longo alcance, que permitem destruir os inimigos a distancias que excedem o campo visual. Aqui o Typhoon tem uma característica positiva e outra nem tanto. O ponto positivo é que ele tem um bom radar de varredura mecânica Euroradar CAPTOR, capaz de detectar um caça inimigo com 5 m2 de RCS (um MIG-29 por exemplo) a 185 km. Muito em breve, um novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) chamado CAPTOR-E desenvolvido no programa CAPTOR Active Electronically Scanned Array Radar (CAESAR), que além de poder lidar com um numero muito maior de alvos simultâneos e também terá seu alcance aumentado para 278 km contra alvos de 5m2 de RCS. Estima-se que uma aeronave de baixa detecção como o F-35 poderia ser detectado a 60 km com este moderno radar que deve entrar em serviço até o final de 2014. Outro sensor é o sistema IRST PIRATE que faz a busca passiva do dos alvos através da busca de radiação infravermelho (calor) a distancias de 55 km aproximadamente. O ponto negativo é que o Typhoon não é furtivo aos radares inimigos embora seu RCS seja pequeno (0,75 m²), ele pode ser engajado por um inimigo a longas distancias ainda. Assim, a tática e os sistemas de guerra eletrônica como o sistema DASS (defensive aids sub-system) constituído de um sistema de alerta de aproximação de mísseis, um sistema de contra medidas eletrônicas de proteção, um sistema de isca rebocado para desviar mísseis guiados por radar, lançadores de chaff e flares da Saab Tech Eletronics e um interferidor (jammer) montado num pod a bombordo da aeronave que permite iludir os sensores de radar inimigos sobre a real posição do Typhoon.
O piloto do Typhoon usa um capacete do tipo HMS (Helmet Monted Sight) que opera totalmente integrado ao sensor PIRATE e ao radar da aeronave, mostrando os dados coletados diretamente na viseira do capacete, sendo que ainda, as armas do Typhoon também podem ser apontadas pelo capacete simplesmente olhando para o alvo. Esse recurso é, particularmente bom em combate de curta distancia onde os mísseis guiados pelo calor podem ser lançados fora da linha de visada da aeronave (capacidade off boresight).

Acima: O novo radar CAPTOR-E, mostrado nessa foto dará, maiores capacidades de combate para o Typhoon.


Acima: O cockpit do Typhoon não é o mais moderno do mundo, mas mesmo assim, permite uma pilotagem com reduzido estresse de trabalho.

O Typhoon pode ser armado com um grande leque de armamentos de muitas origens, o que facilita muito sua adaptação por novos clientes. O avião pode operar em missões de combate aéreo e de ataque a superfície, porém, inicialmente, os primeiros exemplares, identificados como "Tranche 1" eram limitados a missões ar ar, como patrulha aérea de combate, interceptação e escolta. Já a versão Trenche 2 já tem uma capacidade de ataque a alvos terrestres, e a versão Trenche 3 terá total capacidade multimissão. 
Para combate aéreo, o Typhoon pode ser armado com mísseis norte americanos AIM-9M Sidewinder (sendo substituído atualmente por armas mais modernas e capazes) guiado por infravermelho (IR), e com alcance de 18 km aproximadamente. 
Os mísseis de curto alcance, guiados a calor de 4º geração como o britânico AIM-132 Asraam, são capazes de atacar um alvo posicionado a 90º em relação ao avião (isso é o que se conceitua como capacidade off boresight, e é nessa situação onde o capacete HMS opera integrado ao sensor de busca do próprio míssil para designar o alvo). O alcance dele chega a 15 km. Outro ótimo armamento disponível é o míssil IRIS-T, de projeto alemão, e fabricação multinacional, tem a mesma capacidade de adquirir alvos off boresight a 90º, e um alcance de 12 km. Para combate aéreo além do alance visual, o armamento usado nesse momento é o AIM-120 Amraam, guiado por radar ativo e com alcance de 105 km contra um alvo em rota de colisão. Porém, mesmo sendo um ótimo míssil, o Amraam deverá ser substituido em breve pelo moderníssimo míssil Meteor, fabricado pela MBDA propulsado por um motor RAMJET, consegue alcance de cerca de 140 km, sendo guiado por radar ativo também.

Acima: O novo míssil MBDA Meteor vai dar ao Typhoon uma das melhores capacidade de engajamento de médio e longo alcance. Este míssil será o mais avançado do mundo quando entrar em serviço nos próximos anos.

Para atacar alvos terrestres, a gama de armas disponíveis é, igualmente variada. Além de bombas guiadas a laser Paveway III GBU-24 de 907 kg e as modernas Paveway IV, de guiagem dual, sendo usado um sistema laser semi ativo e GPS. As novas bombas GBU-39 SDB, assim como suas irmãs maiores JDAM, ambas guiadas por GPS, também podem ser usadas nas versões mais recentes do Typhoon. 
Também estão integrados mísseis AGM-65 Maverick para serem usados contra alvos terrestres moveis  (tanques), ou fixos, mísseis de cruzeiro Storm Shadow, com alcance de 250 km, transportando uma ogiva de penetração anti bunker de 450 kg de explosivos. O sistema de guiagem desta arma é feito por GPS, TERPROM (segue o terreno em voo de baixa altitude evitando ser detectado por radares) e com guiagem terminal por infravermelho. O míssil de cruzeiro Taurus KEDP-350, com alcance que excede os 500 km com uma grande ogiva de 480 kg também estará disponivel quando entrar em serviço em 2018. Os pequenos e altamente capazes misseis BRIMSTONE, podem ser transportados em cachos triplos, o que permite o Typhoon operar em apoio aéreo aproximado de forma eficaz. Este míssil tem alcance de 20 km, sendo guiado por radar de ondas milimétricas, e laser. Para atacara antenas de radares inimigos, o Typhoon pode operar o mísi AGM-88 HARM, de fabricação norte americana, podendo ser lançado a 150 km (alta altitude) e ele voa direto para o emissor de ondas de radar inimigos. 
O armamento orgânico é composto por um canhão Mauser BK-27 em calibre 27 mm com cadência de 1700 tiros por minuto, com uma capacidade de armazenar 150 munições.
Acima: Nesse desenho podemos ver o arsenal que os Typhoons da força aérea inglesa (RAF) usam.

Embora de uma forma geral, os países europeus sempre foram relativamente bem equipados em todos as suas forças armadas, um olhar mais atento para os equipamentos usados pelas principais nações europeias da OTAN, justamente os países que se juntaram para desenvolver o Typhoon , se perceberá que os caças usados nas décadas de 70 e 80 eram tinham bom desempenho de velocidade, e alguns deles tinha uma respeitável capacidade de combate fora do alcance visual (BVR), porém, nenhuma era ágil o suficiente para enfrentar um combate de curta distancia tão formidavelmente quanto o Typhoon é capaz. Fora isso, a aeronave é muito eficaz em combate BVR por ser adequadamente equipada com sensores e armamentos modernos, além de ter um baixo índice de reflexão de radar (o RCS do Typhoon é de cerca de 0,75 m² de RCS) o que, embora no o coloque na classificação de "aeronave furtiva" ou "invisivel" como gosta de mencionar a media leiga, no minimo o coloca como uma aeronave particularmente "chata" do radar inimigo encontrar a longas distancias. O Typhoon, uma aeronave de 4º geração, poderá, devido a suas ótimas qualidades, se manter em serviço além de 2030, quando poderemos ter o primeiro projeto de 6º geração a entrar em serviço.

Acima: Um Typhoon se aproxima para aterrissagem. Notem os mísseis AIM-132 Asraam nos cabides externos das asas.