Muito tem sido apresentado nos sites de noticia a respeito do desenvolvimento de aeronaves de combate sem piloto, que irão operar ao lado de aeronaves de combate tripuladas e assim, obter uma multiplicação de força, com um custo muito menor do que se poderia fazer hoje apenas com as aeronaves de combate tripuladas disponíveis. Para nossa geração, isso será uma revolução dentro do campo de batalha e por isso, eu, e acredito que muitos de vocês também, tive uma certa dificuldade em imaginar como se daria essa nova configuração de engajamento ar ar que os Estados Unidos e alguns países europeus, estão planejando para operar já na virada dessa década.
Veja, no vídeo abaixo, como empresa norte americana Collins Aerospace com seu sistema CMA (Collaborative Mission Autonomy) integra hardware e software para permitir que os pilotos trabalhem perfeitamente com plataformas colaborativas autônomas.
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.98 (1050 km/h) à 11000 m.
Velocidade máxima: Mach 1.63 (1741 km/h) à 11000 m
Razão de subida: 10500 m/min.
Potência: 0,64.
Carga de asa: 81,87 lb/ft².
Fator de carga: 7,33, -3,5 Gs
Taxa de giro instantânea: 20º/s.
Razão de rolamento: *250º/s (estimado).
Teto de Serviço: 15790 m.
Alcance: 890 km.
Alcance do radar: Leonardo Grifo F: 56 km, e 38 km contra alvos voando baixo.
Empuxo: 2 turbojatos General Electric J85-GE-21, com 2200 kgf de empuxo máximo, cada um.
DIMENSÕES
Comprimento: 14,45 m.
Envergadura: 8,13 m.
Altura: 4,08 m.
Peso vazio: 4392 kg.
Combustível Interno: 2563 litros.
ARMAMENTO
Ar Ar: Curto alcance: Míssil Piranha, Míssil Python 3, Míssil Python IV.
Médio alcance: Míssil R-Darter, Míssil Derby.
Ar Terra: Bombas Mk82/83/84, bombas incendiárias BINC-200/300, bombas anti pista BAPI, bombas de fragmentação BLG-120/204/252 e lançadores de foguetes de 70 mm.
Interno: 1 canhão M-39A-2 de 20 mm com 280 tiros.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O projeto do F-5 nasceu no início de 1954, quando a Northrop pesquisou junto a aliados americanos, com poucos recursos para usar um caça mais complexo como o grande McDonnell Douglas F-4 Phanton II, as suas necessidades para um novo caça que pudesse ser construído a um baixo custo. O resultado foi um pequeno caça chamado incialmente de N156F, que acabou sendo escolhido pelo departamento de defesa dos Estados Unidos para fazer parte do programa de assistência militar para países considerados amigos. O F-5 passou por diversas versões, sendo que a versão F-5E foi a mais promissora por sua maior capacidade de combate aéreo e por isso foi adquirido por muitos países que acabaram usando-o como a primeira linha de defesa por muitos anos. Logicamente, muitos desses países, aposentaram ou estão na iminência de aposentar os pequenos F-5 e substitui-los por novos caças, porém outros, como o nosso Brasil, com sua crônica falta de verbas para investimentos em aquisição de novos vetores acabaram tendo que usar a criatividade e procurar formas de atualizar os sistemas de seus caças para que pudessem ter alguma eficácia nos cenários atuais do campo de batalha.
O Chile e Singapura foram bem sucedidos nos programas de modernizações de seus F-5E e, mais particularmente o Chile, nosso “quase” vizinho, demonstrou em combates simulados no deserto do Atacama e em Nellis nos Estados Unidos, onde participou de treinamentos Red Flag, um desempenho notável contra caças F-15 e F-16C, que são mais recentes e mais potentes que o leve F-5E.
Graças a esse desempenho satisfatório, a FAB (Força Aérea Brasileira), resolveu seguir a receita de modernizar seus 47 F-5E, para um padrão que se chamou inicialmente F-5BR e atualmente F-5EM. Foram contratadas a Elbit Sytems de Israel, especialista nesse tipo de programa de modernização, e a nossa conhecida Embraer, que fez a integração dos novos sistemas e a revisão estrutural dos F-5s da FAB.
Um caça F-5E da FAB antes de sua modernização.
O F-5EM teve seu radar original APQ 159 V5 da Emerson que possui um alcance teórico de 74 Km, mas sem capacidade rastrear e atacar um alvo voando baixo (look down shot down), por um moderno radar pulso Doppler Fiar Grifo F com capacidade de múltiplo engajamento e look down shot down. O alcance contra alvos voando alto, é de 56 Km, e de 38 Km contra alvos voando baixo. A primeira vista, isso pode parecer pouco, mas os “74 Km” do radar anterior eram teóricos e pela idade do equipamento, eles eram no mínimo “míopes”. Este novo radar Grifo F, permite o uso de mísseis BVR (fora do alcance visual), coisa que nenhum caça da FAB possuía antes. Certamente foi uma escolha bem feita e aumentou a letalidade do pequeno F-5 de forma contundente. O F-5, tem um RCS frontal muito pequeno, e isso, associado ao novo radar, permite que ele se aproxime bem do inimigo antes de ser detectado, diminuindo o tempo de resposta do alvo.
A instalação do novo radar Leonardo Grifo F, exigiu modificações importantes no radome e no interior da parte frontal da aeronave. Uma das modificações foi a retirada de um dos canhões M-39 de 20 mm para acomodar o conjunto de equipamentos do novo radar. O Radome precisou ser aumentado também.
Uma outra melhoria muito significativa, se não a mais significativa, diz respeito ao uso do sistema de transmissão e recepção de dados por data link. Com esse dispositivo, indispensável no campo de batalha atual, o F-5EM pode mandar e receber dados entre si e entre ele e um E-99 AEW&C por exemplo, sem expor sua posição. O F-5EM poderia, por exemplo, manter seu radar desligado e receberia os dados de posicionamento do inimigo, do radar Erieye do E-99. O sistema de data link que o F-5EM usa, e o rádio V/UHF digital da marca Rohde & Schwartz que fazem as transmissões de dados e voz usando criptografia e salto de frequência (com centenas de mudanças de frequência por segundo), tornando a interceptação dessas comunicações algo praticamente impossível. O desenvolvimento de táticas de interceptação e combate usando esse sistema de integração de dados, permitiu um aumento de letalidade para um padrão inédito na Força Aérea Brasileira.
O F-5EM trouxe um importante aumento de capacidade para os pilotos da FAB. Muitos de seus recursos novos só poderiam ser experimentados em aeronaves mais novas.
Foram instalados 2 computadores que recebem dados de diversos sensores espalhados pela fuselagem do avião, e enviam esses dados de forma organizada para as telas do painel do F-5M, promovendo a consciência situacional do piloto, e facilitando a tomada de decisões durante o combate. Um outro sistema muito importante instalado no F-5EM, é o RWR (sistema de alerta radar) da empresa israelense Elisra. Esse sistema detecta, analisa e alerta o piloto sobre emissões de radares que estiverem rastreando o avião. Com isso o piloto fica ciente do tipo de ameaça que ele está sofrendo, e com isso poder iniciar os procedimentos de combate, para enfrentar ou se evadir.
Foi instalado no F-5M uma cabine de nova geração com 3 telas multifunção MFD coloridas, e incorporado um controle HOTAS (hands on throttle-and-stick) para diminuir a carga de trabalho do piloto, e agilizando sua capacidade de resposta em combate, na medida que todos os sistemas importantes para a administração da situação de voo e combate são acionadas no manete do HOTAS.
Uma das mudanças mais severas no F-5EM ficou em seu painel de instrumentos do cockpit. O F-5 original tinha apenas instrumentos analógicos. O novo painel substituiu tudo por 3 telas mulfuncionais que garantem maior agilidade de leitura para facilitar a operação da aeronave.
No que se refere ao armamento, os novos sensores, permitem o uso de armas que nunca tinham sido usadas pelos caçadores da FAB, como por exemplo um míssil de médio alcance. O radar Fiar Grifo F, pode ser usado para fornecer dados de ataque para mísseis de diversas nacionalidades, como o AIM-120 Amraam, MICA, R-Darter, e Derby. Essa possibilidade é muito importante na medida que nos deixa
livres para escolher uma arma que seja isenta de restrições “idiotas” para o fornecimento de armas.
A FAB adquiriu um lote de mísseis Derby, fabricados pela Rafael, empresa do segmento aeroespacial de Israel, Este míssil tem guiagem ativa alcance de 50 km. Os mísseis de curto alcance serão o Piranha, Python III e Python IV. todos guiados por infravermelho, sendo o Python IV o míssil com alta capacidade de engajamento fora do ângulo de visada, o que lhe permite engajar alvos mais manobráveis e com alta chance de destruição.
Para o ataque a alvos terrestres, o F-5EM, terá uma maior precisão por causa da instalação de um radar altímetro usado no AMX. Embora a FAB não deva adquirir o míssil Maverick, ele poderia ser facilmente integrado ao F-5EM devido aos seus novos sistemas. Um dos 2 canhões M-39 A-2 de 20 mm teve que ser removido para a instalação de aviônicos e do novo radar, porém isso não piora o poder de fogo do F-5EM que a partir de agora será armado com mais mísseis por causa dos incrementos na aviônica.
Nessa rara foto de um F-5EM armado, podemos ver sua composição de 2 mísseis Python IV na ponta das asas e 2 mísseis de médio alcance Derby nos cabides externos.
Como pode-se ver, a FAB fez um trabalho muito eficiente para definir os requisitos de melhorias e modernização dos F-5E, para passarem ao padrão F-5EM. Certamente que o programa de modernização da FAB criou a versão mais eficaz do F-5E em serviço no mundo. No entanto, as células estão no final de sua vida útil e antes do fim da década de 20, estes caças deixarão as fileiras da FAB e terão o merecido descanso. A FAB gostaria de substituir estes F-5EM por mais um lote de caças F-39E Gripen, porém, com os cortes de verba impostos pelo governo Lula, os orçamentos reduzidos não permitirão a concretização dessa ideia. Hoje, se considera a possível compra de caças usados, com maior probabilidade sobre caças F-16 de segunda mão que começam a ficar disponíveis no mercado internacional e poderiam atender a demanda da FAB pela substituição de dois esquadrões de caças F-5EM.
Um F-5EM da FAB operando na base norte americana de Nellis em um exercício Red Flag.
F-5EM equipado para treinamento de combate.
A FAB também possui uma reduzida quantidade de exemplares biplaces F-5FM, usadas para treinamento.
Fator de carga: 7,5 Gs, podendo atingir 10 Gs por pequenos espaços de tempo.
Taxa de giro instantânea: n.d.
Razão de rolamento: n.d.warfare blog
Teto de Serviço: 15940 m.
Raio de ação/ alcance: 1,574km com dois mísseis AIM-120, três pods ALQ-99, dois mísseis AGM-88 HARM e dois tanques externos de 480 galões/3.330km
Alcance do radar: Raytheon AN/ APG-79 com 160 km (RCS 5m2).
Empuxo: 2 motores F-414 GE-400 com 10.000kgf de potência com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 18,5 m.
Envergadura: 13,68 m.
Altura: 4,87 m.
DESCRIÇÃO
Por Sergio Santana
AS ORIGENS DO "GROWLER"
O projeto da aeronave que resultou no Northrop Grumman EA-18G “Growler” (“Resmungador”), iniciou-se no final dos anos 1990, culminando com uma demonstração de voo bem sucedida de um F-18F Super Hornet – designado “F-1” – em 15 de novembro de 2001, como prova de conceito para o programa “Airborne Electronic Attack” (Ataque Eletrônico Aerotransportado), que visava a substituir o Grumman EA-6B “Prowler” como futuro vetor de guerra eletrônica a bordo dos porta-aviões da US Navy.
Dois anos depois, a instituição concedeu um contrato de desenvolvimento do EA-18G para a Boeing, que seria a contratante principal, devendo construir a fuselagem dianteira, as asas e fazer a montagem final, enquanto a Northrop Grumman, como subcontratada, faria as seções central e traseira da fuselagem, bem como os componentes do sistema de combate eletrônico.
O primeiro exemplar de teste do EA-18G entrou em produção em 22 de outubro de 2004, e a primeira aeronave de teste, conhecida como EA-1, foi lançada em 3 de agosto de 2006, antes de fazer seu voo inaugural em 15 de agosto de 2006.
No mês seguinte foi transportado para a Estação Aeronaval de Patuxent River em 22 de setembro de 2006. O segundo exemplar, EA-2, voou pela primeira vez em 10 de novembro de 2006, e foi entregue à Patuxent River em 29 de novembro de 2006. Ambas as aeronaves foram atribuídas ao VX-23 ‘Salty Dogs’. Os EA-1 e EA-2 eram F/A-18Fs “F-134” e “F-135”, retirados da linha de produção de St. Louis e modificados para a configuração EA-18G. Como não foram construídos inicialmente como Growlers, a Marinha norte-americana designou essas duas aeronaves de teste como NEA-18G. A primeira aeronave operacional foi entregue à Estação Aeronaval de Whidbey Island em junho de 2008 e a avaliação operacional começou em outubro do mesmo ano a bordo do USS John C Stennis.
Baseado na versão F/A-18F Super Hornet, o Growler traz uma capacidade de combate aéreo que o antigo EA-6B Prowler, não tinha.
CARACTERÍSTICAS TECNICAS DO "GROWLER"
Tendo como missões o ataque eletrônico e supressão das defesas aéreas inimigas, especialmente no início e nos estágios iniciais das hostilidades em curso, o Growler é equipado com um conjunto exclusivo de dispositivos projetados para as suas tarefas:
–Northrop Grumman AN/ALQ-218(V)2: carregado nas pontas das asas e à frente do cockpit do Growler (onde ficava o canhão M61 Vulcan), é um sistema de sensor receptor de alerta de radar passivo aerotransportado/medidas de apoio à guerra eletrônica/inteligência eletrônica (RWR/ESM/ELINT) projetado para consciência situacional e coleta de inteligência de sinais. O AN/ALQ-218 detecta, identifica, localiza e analisa fontes de emissão de radiofrequência.
–EDO Corporation AN/ALQ-99: carregado em até três unidades sob as asas e linha central do Growler, o AN/ALQ-99 foi “herdado” do “Prowler”, sendo formado por um receptor, antenas, transmissores de interferência e equipamento excitador. O sistema é capaz de interceptar, processar automaticamente e bloquear sinais de radiofrequência recebidos Os receptores do sistema também podem ser usados para detectar, identificar e direcionar esses sinais, fornecendo inteligência de sinais (SIGINT) de forma automática ou manual. O AN/ALQ-99 tem uma potência máxima de 10,8 kW em suas versões mais antigas e de 6,8 kW em suas versões mais recentes e usa uma turbina de ar comprimido para fornecer sua própria energia. O AN/ALQ-99 é capaz de bloquear frequências de 64 MHz a 20 GHz. As faixas de frequência de interferência são definidas em 10 bandas: Banda 1: 64 - 150 MHz; Banda 2: 150 - 270 MHz; Banda 3: 270 - 500 MHz; Banda 4: 0,5 - 1 GHz; Banda 5/6: 1 - 1,25 GHz; Banda 7: 2,5 - 4 GHz; Banda 8: 4 - 7,8 GHz; Banda 9: 7,8 - 11 GHz; Banda 10: 11 - 20 GHz.
–Raytheon AN/ALQ-227: é um conjunto de contramedidas de comunicação AN/ALQ-227 é um dispositivo instalado internamente no Growler projetado para interceptar, processar e bloquear sinais, e também para determinar onde eles se originaram.
Aqui, um tripulante verifica um pod AN/ALQ-99:
Além destes equipamentos específicos, e sendo um derivado do Super Hornet, o Growler possui o radar AESA Raytheon AN/APG-79, com alcance de detecção de 150 km contra um alvo de 1m2, possuindo modos ar-ar (incluindo busca e rastreamento aéreos) e e ar-superfície (incluindo busca marítima e indicação e rastreamento de alvos móveis no solo).
Completando o pacote de equipamentos eletrônicos, o Growler possui o sistema de dispensador de contramedida BAe Systems AN/ALE-47, integrado com os receptores de aviso de radar da aeronave, receptores de alerta de mísseis e outros sensores de guerra eletrônica. Quando os sensores da aeronave detectam uma ameaça, o sistema de dispensador de contramedida lança automaticamente contramedidas de chaff e flare, no momento ideal para derrotar os mísseis a caminho da aeronave. O AN/ALE-47 consiste em uma unidade de controle de cockpit, unidades sequenciadoras e os dispensadores de contramedida, As unidades sequenciadoras controlam os dispensadores e são automaticamente capazes de detectar erros de ignição e corrigi-los. Cada dispensador pode conter cinco tipos diferentes de contramedidas para um total de 30. Todo o sistema pode acomodar até 32 dispensadores em aeronaves como o Growler.
O painel do piloto do Growler segue o mesmo padrão do F/A-18F Super Hornet. Já, abaixo, podemos ver o painel do Oficial de Guerra Eletrônica (EWO).
Todos esses sistemas são gerenciados por um segundo tripulante, denominado “EWO”, sigla em inglês para “Oficial de Guerra Eletrônica”, que dispõe de telas LCD e touchscreen de 8x10 polegadas e 5x5 polegadas. Assim como o piloto, o EWO tem um sistema de pontaria montado no capacete, que possibilita a ambos dispararem as armas da aeronave, enquanto executam manobras evasivas de alta aceleração sem receio de ultrapassar os limites da aeronave, cujas superfície de controle são atuadas por FBW. Como é típico da sua geração, os comandos principais para operar a aeronave estão concentrados na coluna de controle e nos manetes de potência, dentro da filosofia HOTAS.
Por falar em armas, ao contrário do Prowler, o Growler pode ser armado para autodefesa, com mísseis Raytheon AIM-120 AMRAAM, enquanto que para as missões de ataque a aeronave pode ser armada com mísseis anti-radiação Northrop Grumman AGM-88 HARM e mesmo a bomba planadora Raytheon AGM-154 JSOW.
Nessa foto, é visível um míssil anti-radiação AGM-88E HARM, no cabide externo da asa. Para auto defesa, o Growler, também, é armado com mísseis de médio alcance AIM-120 AMRAAM.
OS "BLOCKS" DO GROWLER
O EA-18G é fabricado em dois “Blocks”: o Block 1 é equipado com até três pods AN/ALQ-99, os dispositivos AN/ALQ-218(V)2 e AN/ALQ-227. O Block 2 Growler está equipado com o radar AN/APG-79, e os dispositivos AN/ALQ-218(V)2 AN/ALE-47. Deve ser lembrado que as aeronaves do Bloco 2 têm a capacidade de transferir dados de alvo para outros meios aéreos, terrestres ou de plataformas de ataque de superfície através do Link 16.
ENTRADA EM SERVIÇO E O CLIENTE ESTRANGEIRO
Em 5 de agosto de 2009, Growlers EA-18G de VAQ-129 e VAQ-132 completaram seu primeiro pouso em porta-aviões a bordo do USS Harry S. Truman. O primeiro esquadrão EA-18G foi o VAQ-132 ‘Scorpions’, que atingiu status operacional em outubro de 2009. O primeiro cruzeiro operacional do Growler foi anunciado em fevereiro de 2011, com ele tendo sido empregado em combate pela primeira vez no mesmo ano durante a Operação ‘Odyssey Dawn’, reforçando a zona de exclusão aérea da ONU sobre a Líbia.
Até o momento, o único operador do EA-18G Growler é a Real Força Aérea Australiana, que em 2008 anunciou a compraria até seis EA-18Gs (quantidade dobrada em 2013), que integravam o pacote de 24 F/A-18F Super Hornets.
A Austrália recebeu o primeiro de doze Growlers em 29 de julho de 2015, com entrega dos jatos restantes prevista para 2017. Seguindo as missões da Operação ‘Odyssey Dawn’ da Marinha dos EUA em 2011 sobre a Líbia, a Real Força Aérea Australiana decidiu adicionar o pod Raytheon ATFLIR nos seus Growler, melhorando a capacidade de identificação visual dos alvos detectados.
Operados pelo 6º Esquadrão, baseado em Amberley, os Growler australianos também são armados com o míssil ar-ar de curto alcance Raytheon AIM-9X Sidewinder.
A Real Força Aérea Australiana (RAAF) é o único usuário estrangeiro do EA-18G Growler, com 12 unidades (um esquadrão).
A Marinha dos Estados Unidos possuem, atualmente, 152 EA-18G Growler em serviço.
Graças a configuração de "caça", o EA-18G pode se defender bem caso precise lutar para voltar para casa.
Esquema em 3 vistas do EA-18G Growler
Sergio SantanaBacharel em Ciências Aeronáuticas (Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL), pós-graduado em Engenharia de Manutenção Aeronáutica (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG). Colaborador de Conteúdo da Shephard Media. Colaborador das publicações Air Forces Monthly, Combat Aircraft e Aviation News. Autor e co-autor de livros sobre aeronaves de Vigilância/Reconhecimento/Inteligência, navios militares, helicópteros de combate e operações aéreas
Alcance do radar: Hanwha Systems KF21AESA - 130 km contra alvos de 1m2 de RCS (estimado).
Empuxo: 2 motores General Electric F414-GE-400K, com 9790 kgf de empuxo máximo, cada um.
DIMENSÕES
Comprimento: 16,9 m.
Envergadura: 12,2 m.
Altura: 4,7 m.
Peso vazio: 11800 kg.
Combustível Interno: 17000 lb
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil de curto alcance IRIS-T, Míssil de longo alcance Meteor, Míssil de médio alcance AIM-120C/D Amraam, AIM9X Sidewinder.
Ar Terra: Míssil de cruzeiro Taurus KEPD 350, Míssil AGM-65 Maverick, Míssil Brimstone, Bombas de queda livre da família MK, Bombas de fragmentação CBU-87, CBU-97, WCMD, Bombas guiadas por GPS da família JDAM, Bomba planadora KGGB.
Interno: 1 canhão General Electric M-61A2 Vulcan em calibre 20 mm.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
A Força Aérea da Coréia do Sul (ROKAF) possui uma grande responsabilidade sobre suas costas: A defesa de um espaço aéreo de um país que, tecnicamente, se encontra em guerra com a Coreia do Norte desde os anos 50 do século passado, uma vez que nunca foi assinado um tratado de paz. Por isso, sua força aérea é tratada com bastante atenção pelas autoridades politicas do país que investem grandes quantias de dinheiro para que a capacidade da aviação de combate do país tenha uma quantidade grande de caças e que estes sejam aeronaves de boa capacidade. No entanto parte de sua capacidade de combate aéreo já tem uma idade avançada. São 19 caças bombardeiros pesados F-4E Phanton II, e 80 caças F-5E Tiger II. Para substituir esses velhos caças, a Coreia poderia encomendar mais caças F-15K e KF-16 (O F-16 fabricado sob licença por eles) ou partir para investir em um desenvolvimento próprio de uma nova aeronave de combate que tivesse recursos mais modernos.
Durante os estudos para encontrar a configuração aerodinâmica que atendesse melhor os requisitos de desempenho que a Força Aérea da Coreia do Sul solicitou, muitos desenhos foram considerados, incluindo a configuração com canards ativos como nesse desenho conceitual.
A opção escolhida foi partir para um desenvolvimento do zero de um caça leve bimotor que tivesse desenho furtivo, mas que inicialmente, em seu primeiro lote transportaria suas cargas de armas externamente, mas com previsão para mudanças nos segundos lotes para a implementação de um compartimento de armas interno, que tornará esse projeto seu primeiro avião de 5º geração quando estiver pronto. O projeto desta aeronave foi chamado de KF-X, e quando o protótipo foi apresentado em 2021, recebeu o nome de KF-21 Boramae. A Coreia do Sul assinou um contrato com a Indonésia que deveria arcar com 20% do custo de desenvolvimento do projeto, sendo que no entanto, o país deixou de pagar os valores contratados colocando em duvida o futuro da participação da Indonésia no programa. Problemas com espionagem industrial também pesam atualmente na polemica participação da Indonésia no desenvolvimento do KF-21.
O KF-21 Boramae teve sua apresentação publica em 9 de abril de 2021.
O KF-21, em seu primeiro lote, conforme informei anteriormente, transporta suas armas externamente, o que o torna mais fácil de ser detectado pelos radares inimigos. Por isso, ele ainda é considerado uma aeronave de 4,5 geração. Os lotes futuros terão capacidade de transportar armas internamente e isso o tornará um caça furtivo de 5º geração.
Ao todo foram construídos 6 protótipos, sendo que destes, dois são bipostos, porém com capacidade de combate total. O programa de testes de voo está indo perfeitamente bem e sem intercorrências graves, o que mostra um alto grau de competência dos engenheiros da KAI no desenvolvimento do seu novo caça.
Momento do primeiro voo do KF-21 numero 1 em 19 de julho de 2022.
Uma qualidade que considero importante em qualquer caça moderno, é a sua relação empuxo peso. Uma aeronave que tenha uma relação em que o empuxo de seus motor seja próximo do peso da aeronave em condição de combate, ou ainda, melhor, que supere esse valor, vai resultar em um caça que pode manobrar de forma agressiva perdendo menos energia em manobras de combate aéreo ou se recuperando rapidamente, depois de uma manobra de alto G. E é nesse ponto que o projeto do KF-21 surpreendeu positivamente. Quando configurado para missão de combate ar ar, sua relação empuxo peso é 1,1. Isso é melhor do que consegue um caça SAAB JAS-39E Gripen (nosso F-39), e ainda melhor do que o caça F-35 consegue. Para se chegar a esse desempenho, a KAI conseguiu fabricar uma aeronave relativamente leve, e instalou dois confiáveis motores General Electric F-414-GE-400K (uma versão do motor usado no F/A-18E Super Hornet e no nosso F-39 Gripen E). Esses motores, que serão fabricados sob licença pela empresa sul coreana Hanwha Aerospace, entregam 9790 kgf de empuxo com os pós combustores ligados.
Embora muitos dados oficiais de desempenho ainda não tenham se tornado publico, é notório que o KF-21 é um avião que manobra bem, de forma ágil e que acelera bem também.
Embora a aeronave seja uma novidade e ainda esteja em testes de desenvolvimento, alguns vídeos do KF-21 em voo e executando manobras, já deixou claro que ele é um avião bem ágil o que é uma característica positiva. O que não se sabe, ainda, pois não foi informado, é sua capacidade estrutural para suportar as forças G. Não se sabe qual é o limite G para manobras instantâneas e sustentadas.
Outro interessante dado é que mesmo sendo um avião com uma boa relação empuxo peso, sua aerodinâmica não foi muito colaborativa para alta velocidade máxima. Isso parece estar se tornando um padrão em novos projetos de aeronaves de combate. O KF-21 atinge a velocidade máxima de mach 1,8 em alta altitude, o que representa cerca de 2220 km/h. Isso é um pouco mais rápido do que consegue entregar um F-35.
Sua capacidade de transporte de combustível internamente é de 17000 lb, o que permite a aeronave ter um alcance de cerca de 1000 km. Se instalar os tanques externos, esse desempenho aumenta para 2800 km.
Nessa foto podemos ver um equipamento (rampa de estabilização de rotação) que é empregado para testes de voo em altos ângulos de ataque.
A Coréia do Sul, havia solicitado aos Estados Unidos, uma série de tecnologias chaves para o projeto do KF-21. A maioria delas foi liberadas pelas autoridades norte americanas. Nesse ponto, o leitor mais atento terá percebido que eu escrevi "maioria". Sim, meus amigos, os Estados Unidos não aceitaram fornecer 4 das tecnologias pedidas, e isso foi um problema sério para o andamento do desenvolvimento do KF-21. As tecnologias negadas foram: O radar AESA, sistema de rastreamento passivo infravermelho (IRST), pod de mira eletro-óptica (EO TGP) e tecnologia de interferência de radiofrequência (RF jammer). Como você, leitor, pode imaginar, essas são, justamente as tecnologias que a Coreia do Sul não tinha e com a recusa dos norte americanos de liberarem, geraram atrasos no programa.
Algumas tecnologias criticas que foram solicitadas pelos sul coreanos aos Estados Unidos para o projeto KF-X (agora KF-21) e que foram negadas, atrasaram bastante o desenvolvimento da aeronave.
Por isso, o radar precisou ser desenvolvido do zero através dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento da empresa Hanwha Systems, porém com suporte da empresa israelense Elta Systems, que já é conhecida no mercado internacional como uma espécie de "plano B" para quando uma nação não consegue adquirir dos fornecedores tradicionais, tecnologia de sensores como radares aerotransportados. Na minha pesquisa para escrever esta matéria, não encontrei uma designação do modelo de radar que foi desenvolvido para o KF-21, por isso, vou me referir a ele como KF21 AESA. Como se pode notar pela nomenclatura que usei, trata-se de um modelo de varredura eletrônica ativa, como os mais modernos encontrados nos caças de 4º e 5º geração em serviço atualmente. As especificações do desempenho deste radar também não foram divulgadas ainda, mas a julgar pelos padrões encontrados em outras aeronaves de mesma categoria, posso estimar que tenha capacidade de engajamento de alvos múltiplos, algo como, pelo menos 6 alvos simultaneamente, capacidade de interferir nos sensores inimigos, através de redirecionamento de sinais (jammer ativo), e que tenha um alcance de detecção na casa dos 120 a 140 km no modo ar ar.
Rara foto do radar Hanwha Systems KF21 AESA
Para detecção passiva, o KF-21 usa um sensor de buscar e rastreio por infravermelho IRST desenvolvido pela mesma empresa Hanwha Systems que desenvolveu o radar. Porém, para o IRST a Hanwha recebeu ajuda da Leonardo que forneceu a tecnologia para o seu buscador Skyward, também usado pelo caça SAAB JAS-39 Gripen E que a Força Aérea Brasileira está recebendo atualmente. A versão instalada no KF-21 foi designada Skyward-K. Este sistema permite fazer a busca de alvos aéreos de forma passiva, não emitindo assinatura e podendo ser um recurso muito útil contra aeronaves inimigas que usem tecnologia de invisibilidade ao radar. O dado de alcance desse equipamento, também é numa informação classificada. Porém, dados de modelos análogos, como o Pirate, usado no Typhoon e também desenvolvido pela Leonardo, pode se estimar que o alcance esteja na casa dos 40 a 50 km contra o alvo vindo de frente e cerca de 60 a 70 km contra o alvo visto por trás (as saídas de gases do motor ampliam significativamente a assinatura para este tipo de sensor).
O caça recebeu uma suíte de guerra eletrônica com capacidade de bloquear sinais de RF. Porém os dados relacionados aos demais recursos, naturalmente, é informação também classificada.
Um fato interessante sobre o KF-21 é que já tinha uma versão biplace (foto) projetada. Cada vez menos caças de primeira linha tem recebido uma versão biplace. O F-22 e o F-35 dos Estados Unidos, e o Su-57 da Rússia não tem uma versão biplace.
O arsenal que o KF-21 vai empregar, inicialmente já é bastante variado. O avião conta com 10 estações para cargas externas. São 6 estações fixas nas asas e mais 4 pontos semi-embutidos para mísseis de médio e longo alcance sob a fuselagem.
Para missões de combate ar ar, o KF-21 está equipado com o míssil de curto alcance europeu Iris-T, cujo alcance máximo está em 25 km. O Iris-T é um míssil de 4º geração que opera com seu sensor de busca infravermelha integrado ao capacete HMD do piloto e que pode ser apontado com o movimento do capacete e engajar alvos em alto ângulo fora da visada (90º). O sensor de busca infravermelha somado ao sistema de propulsão com vetoração de empuxo, permite ao míssil executar manobras violentas para executar uma curva violenta e correr atrás de seu alvo. Na pratica, trocando em "miúdos", o míssil pode ser lançado contra uma aeronave inimiga que esteja voando ao lado do KF-21 nas posições 3 e 9 horas.
O míssil Iris-T é o armamento de auto defesa padrão que a Coreia do Sul escolheu para ser o armamento padrão do KF-21.
Para combate além do alcance visual (BVR), o KF-21 usa o moderno míssil Meteor, de longo alcance. Trata-se do míssil mais avançado do mercado no momento. Guiado por radar ativo, permite que o caça lance o míssil contra um inimigo e, imediatamente, já saia de sua posição para buscar novos alvos ou retornar a base. O Meteor tem alcance estimado em cerca de 200 km. Além desses armamentos europeus, os mísseis norte americanos de médio alcance AIM-120 e o de curto alcance AIM-9X, também poderão ser empregados no KF-21.
O lote inicial do KF-21 não transporta armas internamente. Os aviões estão sendo entregues com pontos de fixação semi-embutidos para mísseis Meteor (e AIM-120 Amraam) sob a fuselagem e com 6 estações fixas sob as asas
Para missões de ataque conta alvos de superfície, o míssil de cruzeiro Taurus KEPD 350 será usado para destruir alvos de alto valor e reforçados. Este míssil tem alcance aproximadamente de 500 km, transportando uma ogiva penetradora de dois estágios com 480 kg. Seu sistema de guiagem se dá por um complexo sistema que envolve INS, GPS, banco de dados de imagens do terreno e radar altímetro.
Para ataques contra alvos táticos de campo de batalha o míssil norte americano AGM-65 Maverick, amplamente empregado pela força aérea sul coreana em seus F-16, também será empregado pelo KF-21.O Maverick possui versões guiadas por sensor eletro ótico, infravermelho e a laser. Seu alcance está na faixa dos 22 km.
Para as missões antinavio, o míssil AGM-84 Harpoon foi integrado ao KF-21. O míssil, já em uso por outros modelos de caças da aviação de combate sul coreana, possui alcance de 140 km, com guiagem por radar ativo na fase final do engajamento.
Outros armamentos ar superfície estão planejados para serem integrados ao controle de fogo do KF-21. São eles o míssil Brimstone, que pode substituir os Mavericks no futuro. Também o novo míssil SPEAR 3, que pode operar como uma munição vagante e com alcance de 140 km, muito provavelmente será integrado ao caça sul coreano.
As bombas da família MK de queda livre, assim como bombas guiadas da família JDAM e as bombas de fragmentação CBU-87 e 97 estão integradas no modelo. Por ultimo, o KF-21 conta com um armamento orgânico na forma de um canhão de 6 canos rotativos M-61A2 em calibre 20 mm, fabricado pala General Electric e que é amplamente empregado por todos os caças dos Estados Unidos, com exceção do F-35.
Essa ilustração mostra uma configuração para missão de ataque usando duas bombas GBU-32 JDAM, dois mísseis Iris-T na ponta das asas, quatro mísseis Meteor de longo alcance e dois tanques de combustível externos.
O KF-21 foi projetado para entregar um desempenho comparável ao de um caça F-16, no entanto, com tecnologia desenvolvida localmente e com aplicação de soluções de redução de assinatura radar e que, no futuro, terá capacidade de transportar armas internamente, se tornando uma legitima aeronave de 5º geração. A Coreia do Sul vive em constante tensão com seu vizinho comunista, a Coreia do Norte e tem tensões com a China também. Essa situação obrigou o país a investir pesado em tecnologia de defesa, o que resultou em uma das mais completas e bem preparadas forças armadas do mundo.
O KF-21 é o resultado de investimento em pesquisa e desenvolvimento, e de muita coragem da indústria do país em buscar maior autonomia para se defender em um ambiente tão hostil no qual está a Coreia do Sul. O KF-21 terá bom apelo comercial se conseguir ser oferecido com preços menores do que caças como Rafale ou o F-35 tem apresentado. Isso poderá trazer a Coreia do Sul para o disputado mercado de caças de primeira linha dominado por norte americanos, russos e europeus.
As duas versões do KF-21 (monoplace e biplace) voando em formação.
Teste de reabastecimento em voo do KF-21 recebendo combustível de um Airbus A330 MRTT da Força Aérea da Coreia do Sul.
É visível a semelhança do desenho do KF-21 com o F-22 Raptor americano quando visto de alguns ângulos.