segunda-feira, 14 de setembro de 2015

CLASSE SLAVA. O poderoso legado soviético na marinha russa de hoje.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Cruzador lança mísseis.
Tripulação: 529 homens.
Data de comissionamento: Janeiro de 1983.
Deslocamento: 12500 Toneladas (carregado).
Comprimento: 186,4 mts.
Calado: 8.4 mts.
Boca: 20.8 mts.
Propulsão: 4 turbinas a gás M8KF que produzem 108800 hp de potencia, 2 turbinas auxiliares a gás M-70 que produzem 11000hp de potencia e duas hélices.
Velocidade máxima: 32 nós (59,3 km/h).
Alcance: 12100 Km  em velocidade de cruzeiro baixa (18 nós).
Sensores: Radar de busca aérea 3D MR-800 Voshkod (Top Pair) com 555 km de alcance; radar de busca 3D MR-710 Fregat-MA (Top Plate 3D) com alcance de 370 km, radar de controle de tiro Top Dome, Sonar de casco MG-332 Tigan-2T Bull Horn, Sonar rebocado tipo Platina/ Horse Tail.
Armamento: SSM: 16 mísseis SS-N-12 Sandbox (P-500 Bazalt); SAM: 8 lançadores verticais para 8 mísseis SA-N-6 Grumble (S-300F) (64 mísseis), 2 lançadores duplos SA-N-4 Gecko (OSA-M) um canhão duplo de 130 mm modelo AK-130, 6 canhões AK-630 de 30 mm e 6 canos rotativos. ASW: 2  tubos M-57 para 5 de torpedos de 533 mm, 2 lança foguetes com 12 foguetes RBU-6000 Smerch 2 cada.
Aeronaves: 1 helicóptero anti-submarino Kamov Ka-27PL ou Ka-25RT.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O grande cruzador lança mísseis classe Slava, (Project 1164 Atlant) foi projetado para a marinha soviética entre o fim dos anos 60 e início dos 70  como uma solução para os altíssimos custos envolvidos na aquisição e manutenção dos cruzadores de batalha da classe Kirov, (Project 1144), o maior navio de batalha em serviço atualmente no mundo, e já descrito nesse blog. O primeiro navio desta classe, o Slava (depois do fim da União Soviética, foi rebatizado de Moskva) entrou em serviço janeiro de 1983 e ao todo foram construídos três navios desta classe. Um quarto navio, que estava em propriedade da marinha ucraniana nunca foi terminado devido a falta de recursos financeiros para o término deste navio e acabou virando sucata.
Mesmo menor que o Kirov, o Slava é um navio de tamanho acima da média tendo 186,4 m de comprimento e boca de 20.8 metros, este navio possui um deslocamento de 12500 toneladas, mostrando números que superam o do cruzador Ticonderoga da marinha dos Estados Unidos.
Para movimentar esse gigante a propulsão é do tipo COGOG (combinação de propulsão a gás com gás, ou seja, com dois modelos diferentes de turbinas a gás), onde são usadas quatro turbinas a gás M8KF e outras duas turbinas a gás M-70 que juntas garantem mais 108800 hp de potencia. Com essa força toda, o Slava atinge uma velocidade máxima de 32 nós (59,3 km/h), o que pode ser considerado muito bom para um navio com esse deslocamento. Seu alcance, como esperado para um navio desse porte, é grande, chegando a 7500 milhas náuticas (12100 km).
Acima: Com dimensões impressionantes, o Slava tem espaço de sobra para instalação de antenas, sensores e armamentos.
De cara, quando se olha um navio da classe Slava, a primeira coisa que se nota são seus 16 grandes lançadores de mísseis SS-N-12 Sandbox (P-500 Bazalt) dispostos em 8 unidades de cada lado do navio. O aspecto desse pesado armamento montado daquela forma causa uma sensação de incrível poder de fogo. Esses enormes mísseis de cruzeiro anti-navio possuem desempenho de voo supersônico, podendo atingir um alvo a 550 km de distancia. Sua ogiva de 1000 kg é potente e capaz de causar um seríssimo estrago no casco de grande navio como um super porta aviões da marinha norte americana. No inicio da carreira deste poderoso míssil, algumas unidades eram equipadas com ogivas nucleares de 350 kt (kiloton) de potência usadas para atacar as formações dos grupos de batalha inimigos. Continuando a falar do armamento, que é o aspecto mais notável deste grande cruzador, o Slava é armado, também, com 8 silos  (lançadores verticais) octoplus para mísseis antiaéreos SA-N-6 Grumble (S-300F) que possui um alcance de 90 km e pode destruir um alvo a 25 Km de altitude. Ao todo são transportados 64 mísseis desse tipo no Slava. Seu sistema de guiagem se dá por sistema semi ativo, onde um radar do navio ilumina o alvo para que o míssil o atinja. Ainda para guerra antiaérea existem 2 lançadores duplos de mísseis SA-N-4 Gecko (OSA-M) com alcance de cerca de 15 km e guiado por comando de radio. O Slava está equipado com um canhão duplo de 130 mm modelo AK-130 de uso antiaéreo e anti-superfície. O alcance deste canhão chega a 23 km. Para defesa anti-aérea de ponto existem 6 canhões automáticos AK-630 de 30 mm com 6 canos giratórios que proporcionam uma cadencia de 4000 tiros por minuto. Para guerra anti-submarino o Slava está armado com dois lançadores de torpedos M-57 com 5 tubos de 533 mm cada e 2 lançadores de foguetes anti submarinos RBU-6000 Smerch 2 com alcance de 4300 metros. Ainda é operado um helicóptero anti-submarino Ka-27PL Helix, dando uma suíte de combate anti-submarino bem completa.
Acima: Observem os dois homens no canto direito dessa foto onde um poderoso míssil P-500 Bazalt (SS-N-12 Sandbox) é carregado no Slava. O míssil é do tamanho de um caça!
Para poder usar todo esse pesado armamento instalado, o Slava conta com uma suíte de sensores de grande desempenho composto por um radar tridimensional (3D) de busca aérea e de superfície MR-800 Voshkod (denominado pela OTAN como Top Pair) cujo alcance é de 450 km para alvos aéreos e 50 km para alvos de superfície. Este radar opera de forma integrada a outro radar tridimensional de busca do modelo MR-710 Fregat-MA (Top Plate 3D), com alcance de 300 km. Para controle de tiro e designação de alvos para o sistema de mísseis SA-N-6 há um radar de controle de tiro especifico chamado Top Dome, usado também pelo Kirov. O Slava tem um sonar de casco MG-332 Titan-2T Bull Nose que faz busca ativa e passiva e com um alcance de 5,5 km. O outro sonar transportado no Slava é o Platina/ Horse Tail que é do tipo rebocado e opera ativa e passivamente em baixa frequência e tem um alcance de 40 km.
Acima: A antena mais alta é do sistema de radar MR-800 Voshkod (Top Pair) e o segundo, montado logo atrás e mais baixo é o sistema de radar MR-700 Fregat (Top Steer). Nos navios desta classe que foram construídos posteriormente, esse radar foi substituído pelo MR-710 Fregat MA (Top Plate).
Mesmo sendo um navio com mais de 30 anos de serviço e com sua tecnologia ultrapassada quando comparado com os modernos projetos ocidentais, o Slava é ainda um navio muito capaz devido s seu enorme poder de fogo. Ele deverá permanecer em serviço por mais alguns anos uma vez que não existe um substituto para ele num horizonte visível. A marinha russa esteve, durante muito tempo, acostumada a operar grandes e caros navios de guerra e fica a dúvida de como será o futuro da frota russa quando os atuais cruzadores desta potência militar tiverem que dar baixa.
Acima: Os navios da classe Slava devem permanecer por muitos anos na ativa ainda. Seu grande poder de fogo lhe permite ser respeitado pelo inimigo, mesmo mais moderno.


ABAIXO PODEMOS VER O PODER DE FOGO DO SLAVA EM AÇÃO.


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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

FAIRCHILD REPUBLIC A-10 THNDERBOLT II. O assassino de tanques

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 0,68 (839 km/h).
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,59 (728 km/h).
Razão de subida: 1800 m/min.
Potência: 0,49 (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 71,06 lb/ft².
Fator de carga: ,7,33 G.
Taxa de giro instantânea: 25º/s.
Razão de rolamento: 220º/s.
Teto de serviço: 13700 m.
Raio de ação/ alcance: 460 km sem reabastecimento aéreo em missão de apoio aéreo aproximado/ 4150 km (máximo).
Empuxo: 2 motores turbofan General Eléctric TF-34-GE-100A com 4111 kgf de empuxo máximo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 16,26 m.
Envergadura: 17,53 m.
Altura: 4,47 m.
Peso: 11321 kg.
Combustível Interno: 11000 lb.
ARMAMENTO
capacidade total: 7260 kg de carga externa divididos por 11 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Ar Ar: AIM-9L/M Sidewinder.
Interno: Canhão General Electric GAU-8A Avenger de 30 mm com 511 munições.
Ar Terra: Míssil AGM-65 Maverick, Bombas guiadas a laser da família Paveway (GBU-10, 12,16,24 e 27), Bombas dispensadora de sub-munições de vários modelos CBU-52/ 58/ 71/87/89/97. Bombas da família JDAM, guiadas por GPS, Bombas de queda livre da família MK-80, casulo lançador com 19 foguetes LAU-61/LAU-68 calibre 70 mm, Casulo lançador  LAU-10 para 4 foguetes de 127mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O jato de ataque A-10 Thunderbolt II, foco desse artigo, está envolto a uma das grande polêmicas da atualidade. A polêmica é a intenção da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) em aposentar essa aeronave e usar seu novo e avançado caça F-35 nas operações de apoio aéreo aproximado e interdição do campo de batalha, que são executadas com maestria pelo velho e lento A-10, uma vez que ele foi projetado especificamente para essa missão. Na verdade, o A-10 é um dos últimos aviões especializados em serviço atualmente. A absoluta maioria das armas aéreas do mundo estão procurando inserir aeronaves multimissão em seus inventários por uma questão de diminuição de custos e de facilidade logística. A ideia de uma aeronave multimissão é ótima! O Brasil mesmo vai e beneficiar desse conceito em breve quando seus modernos caças Saab JAS-39E Gripen chegarem nas bases da Força Aérea Brasileira FAB. Porém algumas missões exigem uma aeronave especial, dedicada com características muito especificas. O nosso enfocado, o A-10 Thunderbolt II é um desses casos. Uma aeronave especial para uma missão bastante específica.

Acima: O velho avião a pistão Douglas A-1 Skyraider teve uma participação valiosa em apoio aéreo aproximado na guerra do Vietnã. Sua retirada de serviço obrigou a USAF a buscar um substituto para essa missão.
A história do A-10 começa ainda na guerra do Vietnã. Nessa guerra, as tropas norte americanas foram colocadas em enrascadas com grande frequência, necessitando de ajuda vinda dos céus. Quem fazia essa tarefa era o velho e bem armado A-1 Skyraider, uma relíquia da guerra da Coreia, mas que aguentava levar muitos tiros e ainda voltar para a base, além de despejar muitas bombas e "chumbo" nas posições inimigas fazendo um "senhor" estrago. O problema era que, o A-1 era uma aeronave fora de linha e reabrir sua linha de produção seria antieconômico. A partir destes fatos, a USAF decidiu que precisava de uma nova aeronave de ataque de baixo custo e que fosse desenvolvida especificamente para apoio aéreo aproximado. Em 1967 foi emitido um  pedido de propostas para um aeronave de ataque que preenchesse os requisitos de alta manobrabilidade, baixa velocidade (jatos rápidos não servia para essa missão), ser resistente a danos graves podendo ainda voltar voando para a base, mesmo que gravemente danificada, e de ter um canhão  muito potente. Na verdade, até para o desenvolvimento do canhão houve uma concorrência em paralelo onde a General Electric, fabricante dos canhões M-61Vulcan em calibre 20 mm apresentou uma proposta contra seu concorrente Philco-Ford. Pode-se dizer que de certa forma o avião todo foi construído envolta desse canhão. O vencedor dessa disputa do armamento orgânico do A-10 foi a General Electric com seu modelo GAU-8 Avenger em calibre 30 mm do qual tratarei mais afrente.
Voltando a origem do A-10, as empresas selecionadas dentre 6 que responderam o pedido de informação para uma aeronave de ataque e apoio aéreo aproximado, apenas a Fairchild com seu modelo YA-10 e a Northrop com seu YA-9, foram escolhidas para construir seus protótipos e testarem seus jatos para que a USAF pudesse escolher a melhor alternativa a suas necessidades.

Acima: O protótipo YA-10 já apresentava um desenho muito próximo do que seria adotado em definitivo caso o modelo vencesse a concorrência para ser o novo jato de apoio aéreo aproximado da USAF.
Em janeiro de 1973 a Fairchild Republic foi declarada vencedora pelo pela USAF e foram encomendados  os novos A-10A Thunderbolt II através de uma decisão que teve como um dos principais argumentos, o fato do modelo YA-10 se aproximar muito do modelo definitivo que a empresa entregaria, e a maior facilidade demonstrada em manter a aeronave.
Falando sobre a aeronave em si, o A-10 tem algumas características que, na verdade acabaram sendo suas marcas registradas. Uma é o canhão, como mencionei acima; suas asas retas que permitem alta sustentação, boa manobrabilidade e agilidade mesmo em baixas velocidades (ideal para a missão de apoio aéreo aproximado), e a posição de seus motores que ficam montados externamente a fuselagem presos nem uma posição alta. essa posição tem uma interessante vantagem que poucas pessoas percebem. Vindo de frente, um observador que esteja no chão, não conseguirá ver ou mirar seus motores pois as asas estão bem na frente. Os motores só ficam expostos com o A-10 bem em cima do observador. Depois que ele passa, os estabilizadores entram na frente dos motores de novo, dificultando mirar nele por traz e abaixo.  Além disso, os gases que saem do escape dos motores acaba sendo resfriado pelos estabilizadores, devido a sua posição, o que dificulta o engajamento por armas guiadas a calor.
A propulsão do A-10 é fornecida por dois motores turbofans General Electric TF-34-GE-100A que produz 4111 kgf de empuxo máximo cada um. A velocidade máxima do A-10 é de 833 km/h porem, sua missão é executada com cerca de 60 ou 70% desse desempenho. Sua taxa de giro é alta, chegando a 25º/seg. Com esse desempenho nas baixas velocidades que o A-10 voa, seu raio de curva é muito curto. Seu raio de ação em uma missão de apoio aéreo aproximado é de 460 km com reserva para se manter sobre o alvo por 10 minutos. Para um leitor menos avisado, pode parecer que a aeronave é desqualificada simplesmente por ter velocidade pequena e um raio de ação limitado, porém, aeronaves supersônicas foram testadas nessa missão, inclusive o excelente caça F-16, e o resultado não foi tão bom como o apresentado pelo A-10.

Acima: A qualidade de voo do A-10 é excepcional. Voando a velocidade bem lentas, adequadas a missão de apoio aéreo aproximado, ele consegue manter uma agilidade espetacular.
O A-10 é um aeronave projetada para levar tiro. Pode parecer uma maluquice total esta afirmação, mas o fato é que de fato ele foi projetado para sofrer pesados danos de combate e ainda continuar voando. A fuselagem do A-10 tem diversos pontos onde foi colocado placas de blindagem para suportar impactos diretos até de munição de canhão calibre 23 mm, principalmente na parte do cockpit, onde o piloto fica sentado em uma verdadeira banheira em titânio. Os componentes da aeronave que são responsáveis pelos comando de voo, além de duplicados, também receberam titânio em suas estruturas para diminuir as chances de serem destruídas. A bolha do cockpit aguenta impactos de armas leves como fuzis. O A-10 consegue se manter em voo mesmo se perder algumas de suas partes como metade de sua asa, um de seu estabilizadores e uma cauda. É um tanque voador!
Esse tipo de qualidade relacionada a sua resistência de combate, não tem igual no mundo e creio que esse aspecto deveria ser observado com maior objetividade para os responsáveis pelas decisões de reequipamento da USAF.
Além dessas proteções passivas mencionadas acima, o A-10 é equipado com um casulo de interferência eletrônica ALQ-84 que interfere nos radares de defesa antiaérea inimigas dificultando ou inviabilizando que possam apontar mísseis para ele no campo de batalha. O A-10 conta também com lançadores de chaffs e Flares SUU-42A/A que despistam mísseis guiados a calor ou a radar lançados contra ele.

Acima: O A-10, provavelmente, é o mais resistente avião de combate da atualidade. A aeronave pode continuar voando com metade de uma asa, a perca de uma cauda e sem um dos estabilizadores. 
O A-10 é uma aeronave projetada para ser extremamente simples. Por isso ele não tem um radar ou uma aviônica sofisticada como encontramos em aeronaves de alta performance. Na verdade para a missão de apoio aéreo aproximado ou anti tanque, ele precisa ser extremamente resistente (e incontestavelmente ele é) e ter um arsenal de armas adequadas para essa tarefa. O aviônico que mais chama a atenção é casulo detector de laser Lockheed Martin AN/AAS-35 Pave Penny montado junto a fuselagem perto do cokpit do lado direito. Este sensor recebe o sinal do laser emitido por tropas em terra ou por outras aeronaves que iluminam o alvo com designadores a laser. os dados que o Pave Penny recebe é transmitido ao HUD do piloto, que por usa vez transmite os dados aos armamentos guiados a laser para que possam atingir seus alvos. Observem que o Pave Penny não emite o laser. Ele apenas recebe o reflexo de designadores externos. Para o A-10 poder designar os alvos sozinho, ele precisa usar um casulo designador a laser Lockheed Man Sniper que emite um feixe laser sobre o alvo e fornece os dados de posicionamento a serem usados nas armas, além de fornecer detecção destes alvos a distancias estendidas. O Sniper é o designador mais recente integrado aos sistemas do A-10, porém o A-10 pode usar um outro casulo designador um pouco mais antigo mas muito eficiente, chamado AN/AAQ-28 Litening desenvolvido pela Rafael Corporation e pela Northrop Grumman. O Litening faz a designação do alvo através do feixe de laser e mesmo por GPS..

Acima: O cockpit do A-10 é blindado com capacidade de parar munição de canhão de 23 mm, muito comum na época em que o A-10 foi projetado. Porém atualmente os inimigos dos Estados Unidos adotaram o mais potente calibre 30 mm em suas armas antiaéreas. O painel de instrumentos é básico e com muitos mostradores analógicos revelando a idade do projeto.
Embora o armamento do A-10 seja bem variado, a estrela do arsenal dele é, sem sombra de duvidas o poderosíssimo canhão General Electric GAU-8 Avenger que dispara 4200 tiros por minuto. A munição em calibre 30X173 mm é a mais potente munição de 30 mm do mundo. Uma das munições usadas é a PGU-14  perfurante de blindagem e incendiária constituída de urânio empobrecido, uma material extremamente denso. Outra munição usada é a PGU-13, fragmentadora incendiaria. Normalmente o canhão é armado com um mix dessas munições. Como o ataque do A-10 vem de cima, essas munições são capazes de penetrar o teto de todos os carros de combate conhecidos. A blindagem dos tanques é, normalmente, mais fina nessa parte, porém, a maioria dos carros de combate não consegue impedir a penetração mesmo em suas laterais dessa munição. 
Um outro armamento muito comum nas asas do A-10 é o potente míssil AGM-65 Maverick projetado para ser usado em missões de apoio aéreo aproximado destruindo posições reforçadas do inimigo assim como seus veículos blindados e bunkers. Sua ogiva é váariavel dependendo do modelo, pois esse míssil foi construído com uma grande diversidade de modelos, sendo porém,sempre uma ogiva pesada, a menor com 57 kg de alto explosivo e a maior com 130 kg. Normalmente um tanque de guerra não continua inteiro depois de ser atingido por este míssil. O alcance do Meverick chega a 22 km e sua guiagem se dá por TV, infravermelho (IR), ou laser. O A-10 pode ser armado com bombas de queda livre da série MK-80, bem comuns, bombas guiadas a laser da família Paveway, Bombas incendiárias e bombas de fragmentação de vários tipos como as CBU-87, MK-20, CBU-52 entre outras. O A-10C, versão modernizada do Thunderbolt II, recebeu suporte para operar armamento guiado por GPS e por isso ele pode ter as bombas JDAM integradas na aeronave. Ainda, o A-10 opera com um par de mísseis ar ar AIM-9M Sidewinder para seua auto defesa, caso ele precise enfrentar alguma aeronave hostil. O Sidewinder é io míssil ar ar de curto alcance mais difundido no mundo, tem seu sistema de guiagem baseado em um buscador infravermelho IR e seu alcance situa-se em torno de 15 km.

Acima: Nessa foto podemos ver melhor o canhão GAU-8 Avenger montado bem no bico do A-10 para a redução dos efeitos de seu elevado recuo na estabilidade da aeronave. Observem, também, o tamanho do A-10, bem maior que alguns caças.
O A-10 Thunferbolt II, também apelidado de Warthog (Javali), devido a seu aspecto bruto como deste animal, possui qualidades muito específicas e perfeitamente adequadas ao uso em apoio aéreo aproximado. Os membros da infantaria dos Estados Unidos e mesmo de aliados, tem uma grande admiração por esta aeronave devido a sua capacidade de prover apoio de fogo e além disso, por sua resistência a danos recebidos no campo de batalha. A muitos anos atrás a USAF estudou usar uma versão do eficiente caça F-16 para a mesma tarefa que o A-10 executa, e o avião não foi bem na execução das missões. Hoje, no seculo XXI, a USAF está com problemas de caixa para manter seus programas de aquisição e modernização de sua frota de aeronaves de combate e tem intensão de aposentar os A-10, economizando alguns milhões de dólares, e colocar no seu lugar o avançado caça F-35, já apresentado nesse site. Independentemente do F-35 ser um bom avião de ataque graças a certas características como invisibilidade ao radar, ser mais rápido e ter sensores sofisticados, ele não sobreviveria no campo de batalha voando baixo e dando apoio as tropas em terra. Sua capacidade de armamento é menor que a do A-10 também, e mesmo que os representantes da USAF argumentem a favor do F-35 afirmando que as armas inteligentes que ele transporta permitem a ele, o mesmo nível de sucesso que o A-10, acredito que essa afirmação não seja uma verdade. O elemento mais importante em uma missão de apoio aéreo aproximado é sua consciência situacional. Isso, mesmo com sensores modernos, não é conseguido a distancias maiores. O A-10 pode operar próximo do inimigo provendo uma eficaz ação de apoio graças a consciência situacional que essa pouca distancia permite. Seu armamento é mais numeroso o que, também, representa uma vantagem, e por ultimo, mas não menos importante, existe um efeito psicológico positivo na mente das tropas aliadas e extremamente negativo nas tropas inimigas que temem o A-10 devido a sua letalidade.

Acima: A USAF tem 280 jatos de ataque A-10C em seu inventário. A ideia do comando da Força Aérea dos Estados Unidos e substituir esses A-10 pelo novo caça multimissão F-35A até 2028.










ABAIXO PODEMOS ASSISTIR UM VÍDEO COM O A-10 USANDO SEU CANHÃO GAU-8 

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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

PROJECT 667BDRM DELFIN (DELTA IV). O longo braço estratégico da marinha russa.

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 167 m.
Largura: 12,3m.
Calado: 8,8 m.
Deslocamento: 18900 toneladas (Submerso e totalmente carregado).
Velocidade máxima: 24 nós (44 Km/h submerso).
Profundidade: 400 m.
Armamento:  4 tubos para torpedos 533 mm, 16 mísseis R-29RMU Sineva (SS-N-23 Skiff) SLBM (míssil balístico lançado de submarino), mísseis anti submarino RPK-2 Viyuga (SS-N-15 Starfish) que são lançados pelos tubos de torpedos.
Tripulação: 130 homens.
Propulsão: 2 reatores nucleares de água pressurizadas VM-4 de 180 MW, 2 turbinas a vapor do tipo GT3A-365 com potência de cerca de 30 MW e 40000 SHP, dois eixos com duas hélices com 7 pás.

Por Iuri  Gomes em parceria com o site Plano Brasil.
INTRODUÇÃO
A marinha Soviética (Военно-морской флот – ВМФ ou Voyenno-Morskoy Flot – VMF) com uma nova doutrina de expansão em meados dos anos 60, liderada pelo renomado Almirante Sergey Gorshkov fez crescer sua frota de submarinos para nada menos que 340 embarcações nucleares e convencionais contra 137 unidades do seu maior inimigo os Estados Unidos. Com isso, parte do grupo estratégico nuclear soviético concentrava-se nos 34 SSBN classe Yankee (projeto 667A) que utilizavam os mísseis nucleares R-27 (SS-N-6 ‘Serb‘) que possuíam alcance limitado de 3000 km. Porém, essa classe de navio demonstrou ser demasiadamente ruidosa devido ao atraso tecnológico que a indústria naval soviética possuía na época. Diante disso VMF foi um dos grandes apoiadores para um novo SSBN que possuísse uma arma com maior alcance. Dessa forma a classe Yankee se estabeleceu como lançadores de mísseis médios.

Acima: O Submarino K-219 (Classe Yankee – nome da OTAN para o Projeto 667A) navegando com um dos seus silos de misseis danificados apos uma explosão. No dia 3 de outubro de 1986, o submarino nuclear soviético K-219 afundou no Atlântico Norte nas proximidades da Ilha de Bermuda após a explosão em um dos silos de mísseis. A embarcação ainda conseguiu emergir a superfície apesar do incêndio se alastrar, mas afundou quando seus dois reatores nucleares falharem. Quatro tripulantes morreram na explosão.
Em 1973, paralelamente em construção com a classe Yankee, a nova classe de SSBN chamada Delta I (Projeto 667B Murena, versão melhorada e alongada da classe Yankee) foi introduzida à marinha, no qual sua principal arma, os mísseis R-27 (SS-N-6 Serb) se tornaram de fato, o primeiro míssil balístico intercontinental lançado de submarino (SLBM) pelos soviéticos, com alcance de 7800 km. O R-29 possuía maior dimensão que o R-27, dessa forma, para acomodar os novos e maiores mísseis foi instalado uma “corcova” atrás da vela de cada um dos 18 Deltas I construídos até 1978, onde ficavam alojados 12 SLBM. Em 1975 foi incorporada a versão Delta II (projeto 667BD Murena M), que comparada à versão anterior, possuía maiores dimensões para acomodação de 16 SLBM, mas somente quatro foram construídos para que a produção se concentrasse na mais nova versão de SSBN, o Delta III (projeto 667BDR, Kalmar) que entrou em serviço em 1976 e tinha como principal arma os mais novos e avançados mísseis SS-N-18, uma variante modernizada do SS-N-8. Ademais foram construídos 14 submarinos Delta III, o primeiro SSBN Soviético capaz de lançar em uma única salva os 16 SLBM do tipo R-29R, que por sua vez, foi também o primeiro sistema de mísseis soviéticos lançados do mar levando de 3 a 7 veículos de reentrada independentes (MIRVs) com alcance de 6,500 a 8000 km, dependendo do número de MIRV.

Acima: Desenvolvido para equipar os novos submarinos nucleares lançadores de Mísseis balísticos da Marinha Soviética durante a década de 1960, Os R-27 Zyb (SS-N-6 Serb) foram os primeiros mísseis do gênero a terem lançamento real na Marinha Soviética. Entre 1974 e 1990, 161 lançamentos de mísseis foram realizados, com uma taxa de 93% de sucesso nesses disparos.A produção total foi de cerca de 1.800 mísseis.
Eis que na década de 80 surge na VMF um SSBN muito mais capaz que seus antecessores; o Delta IV (667BDRM Delfin) mesmo parecendo externamente com Delta III, o novo submarino possuía um projeto muito mais avançado em todos os conceitos técnicos e tecnológicos, onde pela primeira vez os engenheiros soviéticos conseguiram se igualar em furtividade aos ocidentais em todos os projetos de submarinos deste período.  Este submarino é hoje a espinha dorsal de SSBNs da marinha russa, sofrendo constantes modernizações, que o manterão como um dos pilares da tríade nuclear russa por um bom tempo.

Acima: Delta I



Acima: Delta II


Acima: Delta III


Acima: Delta IV

ORIGEM
No início da década de 70, a marinha soviética percebeu que seus SSBN precisavam ser mais furtivos pois eram ameaçados constantemente pelos SSN (submarinos nucleares de ataque) da OTAN, no entanto, a indústria naval soviética só conseguiu aperfeiçoar sua construção de submarinos em meados dos anos 70 e criar uma série de belonaves muito silenciosas mesmo para os padrões ocidentais. Dessa forma, Gorshkov apoiou dois novos projetos de SSBNs, o imponente Typhoon (projeto 941) já descrito nesse site, para lançar o míssil 3M65/SS-N-20 “Sturgeon”, de combustível sólido e o Delta IV (projeto 667 BDRM) para lançar o míssil de combustível líquido R-29RM/SS-N-23 “Shtil”.  Durante o desenvolvimento do projeto 667BDRM foram implantadas melhorias em relação à redução de nível de ruídos; os sistema e equipamentos encontram-se isolados a partir do casco de pressão e seu sistema anti-hidroacústico foi bastante melhorado em relação ao seu projeto anterior 667BDR.

Acima: A enorme corcova atras da vela nos navios da classe Delta IV é o seu lançador D-9RM para mísseis balísticos intercontinentais R-29RM.

PROPULSÃO
O design do submarino é semelhante com a classe Delta III, constituído de casco duplo com mísseis adotados no casco interno. Como no Delta III, os hidroplanos são posicionados na parte da frente da vela, podendo ficar na horizontal para facilitar no rompimento das grossas camadas de gelo do ártico.
O SSBN projeto 667 BDRM possui dois reatores nucleares de água pressurizadas VM-4 de 180 MW, e possui também duas turbinas do tipo GT3A-365 com potência de cerca de 30 MW que são transmitidas por dois eixos com hélices de sete pás de passos fixos que fornecem 40000 SHP de força. Seu sistema de propulsão permite uma velocidade de 24 nós (43 km/h) quando submerso. A profundidade operacional é de 320 metros, mas possui a capacidade de mergulho de 400 metros se for extremamente necessário. Em condições normais, o submarino pode permanecer em incursões de 80 dias.

AcimaO Delta IV é capaz de mergulhar a 400 metros de profundidade e a navegar a velocidade máxima de 24 nós (43 km/h).

ARMAMENTO
O submarino possui quatro tubos de 533 mm que pode disparar grande variedade de torpedos e torpedos-mísseis de capacidade anti-submarino. A embarcação é capaz de lançar o míssil anti-navio SS-N-15 Starfish que pode ser armado com uma ogiva nuclear de 200 kt e possuindo um alcance de cerca de 45 quilômetros. O submarino pode transportar até 18 mísseis e torpedos.

Família R-29 no SSBN Delta IV
Em 1979 foi iniciado o projeto de um novo míssil SLBN (Míssil Intercontinental Lançado por Submarino) R-29RM (RSM-54) ou SS-N-23 Skiff, pelo centro de engenharia Victor Makeev para ser utilizado no sistema lançamento modernizado D-9RM que é aquela corcova atras da vela do submarino Delta IV que vemos nas fotos e caracteriza esta classe de navio. A concepção do projeto consiste em um míssil intercontinental capaz de atingir pequenos alvos terrestres, dado a sua maior precisão, cujo CEP (Circular error probable, ou margem de erro) chega a 500 metros. O R-29RM foi incorporado a Marinha Soviética em 1986 onde cada Delfin portava 16 mísseis. O R-29RM é uma modificação da versão anterior R-29R com melhorias significativas, onde foram diminuídos os custos em relação a um novo projeto. Dessa forma foi ampliada para 40 toneladas o peso de lançamento e seu alcance máximo para 8300 km, suas dimensões se mantiveram praticamente as mesmas de seu antecessor tendo 14,8 metros de comprimento e 1,9 metros de diâmetro. O corpo do míssil é feito de liga de magnésio-alumínio. O foguete é dividido em três estágios de combustível líquido onde os propulsores de dois estágios são “afogados” nos tanques de combustíveis. Na parte dianteira do foguete está alojado o sistema de controle que inclui sistema de correção celeste de trajetória de voo, sistema de guiamento por satélite, sistema de navegação pelas estrelas, 4-10 ogivas MIRVs e suas iscas. Entretanto, por conta do tratado Start-1, assinado entre EUA e URSS (atual Federação Russa) o número de ogivas nucleares transportada por mísseis intercontinentais é limitado  em apenas quatros unidades.
Em 19 de novembro de 1998 foi realizado um teste com protótipo do míssil SS-NX-28 (RSM-52) no qual houve uma falha a cerca de 200 metros da estação de lançamento terrestre ocorrendo uma explosão e posteriormente duas falhas consecutivas, desta forma optaram por abandonar o projeto.

Acima: Alguns modernos modelos de mísseis balísticos lançados de submarinos (SLBMs) usado pela marinha russa.

RSM-54 Sineva- O novo Martelo do Delta IV
Em 1999, o centro de design VP Makeev recebeu ordem do governo russo para voltar a produção dos sistemas SS-N-23, com a expiração do tratado Start-1 ocorrida em 2009, o míssil pode transportar até dez ogivas nucleares.
O novo RSM-54 Sineva (versão R-29RMU), conhecido no ocidente como (SS-N-23 Skiff) é a terceira geração de mísseis balísticos de combustível líquido a entrar em serviço VMF, e seu comissionamento ocorreu em 2007 sendo considerado um dos projetos mais promissores da indústria militar russa. Esse novo sistema poderá se manter em estado de alerta até 2030. O primeiro submarino a ser modernizado com a nova arma foi o K-114 “Tula” em 2007, essa embarcação foi construída em 1987 no estaleiro de Severodvinsk na região de Arkhangelsk.
O alcance exato do R-29RMU não é conhecido, mas se estima a uma distância superior a 10000 km segundo a algumas fontes russas, mas um teste realizado em outubro de 2008 em um exercício, o míssil alcançou uma distância de 11.547 km, e diferentemente, o teste não foi realizado no campo de provas em Kura no extremo oriente russo e sim lançado do noroeste russo na península de Kola a parte equatorial do Oceano Pacífico.
Com a sequência de falhas no míssil de combustível sólido (SLBN) R-30 (Bulava) no período entre 2009 a 2013 que hoje equipa os moderníssimos SSBN projeto 955(Borei), o projeto do R-29 ganhou maior fôlego para garantir o braço de SSBNs da frota russa. Dessa forma, uma modernização no sistema R-29RMU surgiu em 2011 míssil R-29RMU2 “Lyner” com capacidade de levar até doze ogivas MIRVs e com avanços técnicos não divulgados pelo estado russo, mas testes realizados demonstraram que o sistema possui maior capacidade para superar o escudo de mísseis antibalísticos. “Em 2014 o ‘Lyner’ foi aceito por decreto da presidência russa para equipar os seis SSBN projeto 667BDRM” Delta IV”.Hoje, de fato, o sistema “Lyner” e “Bulava” são os mais capazes sistemas de SLBN em operação no mundo.

Acima: Infográfico do míssil RSM-59 (SS-N-23 Skiff).

Acima: Um submarino Delta IV em teste no ártico disparando seu míssil R-29RMU em 2007.

Eletrônica e comunicação.
O Delta IV possui um sistema de gerenciamento de batalha “Omnibus-BDRM” que controla todas as atividades de combate, processamento de dados e comandos das armas como torpedo e torpedos-mísseis do tipo. O sistema de navegação de precisão dos mísseis que possui capacidade de navegação estelar em profundidade de periscópio é do tipo “Shlyuz4”. O submarino possui também duas boias flutuantes de antenas para “mensagens- rádio”, dados de alvo, navegação por satélite a grandes profundidades. O Skat-BDRM é outro sistema hidro-acústico disponível no Delfin. A suíte de sonar é montada na parte frontal do casco que opera em baixa e média frequência no modo de busca e ataque de forma passiva e ativa. Seu sonar de ataque do tipo RAT ROAR é operado em alta frequência. Seu sonar passivo de baixa frequência é do tipo tubarão. O Delta IV possui um sonar rebocado que opera em baixíssima frequência em modo passivo.

Acima: Um Delta IV em modernização em alguma base naval Russa. Apos a Modernização dos Submarinos Delta IV os mesmo passaram a contar com o míssil balístico lançado por submarino (SLBM) Sineva.

Apocalypse (Behemoth-2)
Em agosto de 1991, em uma inusitada manobra de combate, o submarino K-407 Novomosk, último dos sete Delta IV, comandada pelo capitão Sergey Yegorov, disparou uma salva completa de dezesseis mísseis balísticos (R-29RM) de forma subaquática. Toda essa salva durou 3 minutos e 44 segundos, com intervalo de 14 segundos por lançamento, dessa forma foi expelido incríveis 650 toneladas de sua estrutura, essa operação de código “Behemoth-2” foi um ensaio para uma guerra nuclear total (conhecido também como “ensaio do Apocalipse”). Somente o primeiro e o ultimo míssil atingiram seus alvos na península de Kamchatka , pois os outros  foram autodestruídos em voo.
Essa operação demonstrou ao mundo e a própria cúpula militar russa a capacidade de dissuasão do SSBN do projeto 667 BDRM em um cenário de guerra nuclear e confirmou a segurança de uma rápida salva de mísseis balísticos de forma subaquática. Até aquela data, nenhum submarino no mundo havia disparado todos seus SLBNs em uma única salva.


Abaixo temos dois vídeos sobre a Operação “Behemoth-2″


Operação na Marinha Russa
Ao todo foram construídas sete unidades do DELTA IV, porém, o K-64 foi convertido para BS-64, um submarino para propósitos especiais, tem por função ser a nave mãe de um mini-submarino que serve para pesquisa oceanográfica, busca e salvamento subaquática e coleta de informações.
A estrutura mínima de SSBN na marinha russa é de cerca de doze submarinos, hoje ela é composta por nove navios, seis DELTA IV na frota do “Mar do Norte” (K-51 Verkhoturye, K-84 Ekaterinburg, K-114 Tula, K-117 Bryansk, K-18 Karelia E K-407 Novomoskovsk)  e três velhos Delta III na frota do oceano “Pacífico” (K-223 Podolsk, K-433 Georgiy Pobedonosets Svyatoy e o K-44 Ryazan).

No início dessa década, a mídia ocidental e parte da própria mídia russa, mencionava erroneamente que os SSBN Borei iriam substituir os gigantescos SSBN projeto 941 “Typhoon” e SSBN 667BDRM “Delta IV”, mas desde os tempos soviéticos, a classe “Delfin” tinha por função realizar um ataque nuclear secundário em relação aos “Typhoon”, dessa forma, com a entrada em operação de seus mísseis “R-30 BULAVA” de combustível sólido, os navios da classe Borei irá substituir somente os imponentes “Typhoon”, e os Delta IV voltam a função secundária  de  ataque nuclear em relação aos SSBNs Borei.
A estimativa na Marinha Russa, é que em 2020 os oito navios da classe Borei se encontre prontos e ativos, três das embarcações se encontram prontos na versão projeto 955 que portam dezesseis mísseis SLBM R-30 “Bulava”, os outros cinco, serão uma versão modernizada Projeto 955A com capacidade de 20 mísseis “Bulava”. Dessa maneira nos anos posteriores a 2020, a VMF estará com uma força de quatro ou seis “Delta IV” armados com modernos mísseis “Sineva” e “Lyner” e oito unidades da classe Borei armados com mísseis Bulava. Os SSBNs “Delfin” demonstram ter muito folego para os desafios da próxima década ao lado dos SSBN Borei, garantindo assim a força nuclear submarina da Federação Russa.






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