Mostrando postagens classificadas por data para a consulta rafale alcance. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta rafale alcance. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

terça-feira, 29 de novembro de 2016

CLASSE CHARLES DE GAULLE. O primeiro porta aviões nuclear da França.


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 261,5 m.
Calado: 9,43 m.
Boca: 64,36 m.
Deslocamento: 42500 toneladas.
Propulsão: Nuclear, com dois reatores nucleares PWR K15 mais duas turbinas a vapor fornecida pela Alston e 4 motores a diesel com 80000 hp de potência combinada.
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Autonomia: Reabastecido a cada 20 anos
Sensores: Radar de busca aérea tridimensional Thales DRBJ 11B com 305 km de alcance; Radar de médio alcance DRBV 26D Júpiter; Radar de controle de fogo Thonson CSF 3D Arabel; Radar de busca de superfície Thales DRBV 15C Sea Tiger MK 2 com 100 Km de alcance.
Armamento: SAM: 4 lançadores Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15; 2 lançadores de mísseis SAM de curto alcance Sadral, para mísseis Mistral, com 6 mísseis cada. 8 Canhões GIAT 20F2 de 20 mm.
Aviação: Até 40 aviões, sendo 3 Northrop Grumman E-2C Hawkeye, Helicópteros NH-90, e cerca de 30 caças Rafales.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Este projeto é interessante, pois apresentou algumas características indesejáveis como uma frequência elevada de defeitos durantes seu teste no mar entre 1999 e 2001, e um elevadíssimo custo operacional. Os Franceses precisavam de um porta aviões novo para substituir os cansados porta aviões da classe Clemenceau, que não tinham o tamanho ideal, nem potencia adequada em suas catapultas para operar o novo caça naval francês, o Rafale. Para isso o governo francês decidiu que deveria construir uma nova classe de porta aviões, que usasse propulsão nuclear para permitir uma autonomia muito maior que a dos porta aviões que seria substituídos por ele. Todavia, diversos problemas ocorreram, desde relacionados com o desenho do navio, até problemas ligados a confiabilidade do reator nuclear que impulsiona o navio. Hoje, depois destes problemas terem sido resolvidos, ainda um permanece: O custo elevado para operar um navio nuclear levou a marinha da França a considerar construir um novo porta aviões, em conjunto com a Inglaterra, que era conhecido como CVF, e que teria propulsão convencional, porém, problemas financeiros graves, levaram os franceses a cancelarem o projeto em 2013.
Acima: A marinha francesa precisou de um porta aviões mais capaz para operar os caças Rafales, que na época de sua incorporação, também era um novo caça. O Charles de Gaulle substituiu os dois antigos porta aviões da classe Clemenceau.
O Charles de Gaulle pode  operar 40 aeronaves que hoje são representadas por 34 caças Rafale M, 3 aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) E-2C Hawkeye, além de helicópteros de apoio AS-565 Panther e H-225M Caracal. Esse equipamento torna o Charles de Gaulle, um dos mais bem equipados porta aviões do mundo, sendo inferior, apenas, aos super porta aviões americanos. As duas catapultas C13, de fabricação norte americana, usadas neste navio podem lançar 2 aviões por minuto, podendo colocar uma força respeitável no ar, em pouco tempo.
Embora os aviões de combate de um porta aviões sejam a principal linha de defesa, o Charles de Gaulle possui uma peculiaridade que é seu armamento orgânico relativamente pesado quando comparado com os navios do mesmo tipo ocidentais. O navio está equipado com 4 lançadores verticais Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15, com um alcance de 30 Km, e com guiagem inercial, atualização por data link e radar ativo no final do engajamento. Além desse excelente sistema. Estão instalados, 2 lançadores Sadral com 6 mísseis Mistral cada. Este míssil tem um pequeno alcance de 4 km e usa a guiagem por infravermelho.
Estão instalados, também, 8 canhões automáticos de 20 mm da GIAT modelo 20F2, que disparam 720 tiros por minuto, e os projéteis alcançam 8 km.
Acima: Uma das aeronaves utilizada no Charles de Gaulle é o eficiente Grumman E-2C Hawkeye, de alerta aéreo antecipado, também usado pela marinha dos Estados Unidos.
O sistema de gerenciamento de combate Senit consegue rastrear 2000 alvos no campo de batalha, e é apoiado por um sistema de controle de armas Vigy 105 que são direcionadores optronicos fornecidos pela empresa Sagem. Este sistema permite a detecção de alvos numa distancia máxima de 27 km de forma passiva e imune a interferência. Em fevereiro de 2004, a empresa francesa Thales forneceu  o sistema de comando e controle chamado Sytex, e que será incorporado, não só no Charles de Gaulle, como em outros navios de guerra da frota francesa.
O sistema de radar é composto por um radar tridimensional Thales DRBJ 11B de busca aérea de longo alcance com 305 km de alcance, radar de busca aérea de longo alcance Thales DRBV 26D Júpiter, com o mesmo alcance do radar tridimensional (305 km), e um radar de busca de superfície e aérea Thales DRBV 15C Sea Tiger Mark 2 com 74 km de alcance. O radar de controle de tiro é o Thonson CSF Arabel 3 D, com 150 km de alcance, que é usado para fornecer informações do alvo para o sistema de mísseis antiaéreo Áster 15.
Acima: No começo do serviço operacional do Charles de Gaulle, a ala aérea utilizou aeronaves de combate Dassault Super Etendard modernizados, porém, atualmente, o Rafale assumiu as missões de combate embarcadas.
Como dito no início desta matéria, o Charles de Gaulle,  é um porta aviões nuclear, e ele usa dois reatores nucleares PWR K15, que o permitem, esta embarcação de 42500 toneladas de deslocamento, alcançar 26 nós (50 km/h) de velocidade máxima. A autonomia do sistema, é de 20 anos de operações continuas com o navio à 50 km/h.  Os mantimentos de comida da tripulação permitem ao navio operar sem reabastecimento por 45 dias. Um outro item interessante, é o sistema estabilizador Satrap, que promove uma estabilização executada por um computador e que mantêm o navio em uma situação horizontal com variação de 0.5º, permitindo, assim, operar os aviões em situações de mar agitado.
A marinha francesa é, tradicionalmente, uma das maiores do mundo. Dado à influência política que a França exerce sobre muitos países, notadamente do continente africano, assim como seu compromisso junto da OTAN (tratado do Atlântico Norte), sua marinha deverá continuar forte, porém, com problemas orçamentários, ela ainda poderá contar apenas com um porta aviões por um bom tempo.

Acima: O Charles de Gaulle é a capitânia da poderosa marinha francesa atualmente.

VÍDEO


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

MAPO MIG-29M2 FULCRUM E. O agressivo caça leve russo.


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: 950 km/h.
Velocidade máxima: 2100 km/h.
Razão de subida: 19800 m/min.
Potência: 0,95.
Carga de asa: 102,8 b/ft².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantâneo: 28º/s.
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 17500 m.
Raio de ação/alcance: 850 km/ 3000 km (em velocidade subsônica com 3 tanques externos)
Alcance do radar: Zhuk-ME com alcance de 120 km contra um alvo de  5m2 de RCS
Empuxo: 2 motores RD-33MK de 9000 kgf de potência com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 17,32 m.
Envergadura: 12 m.
Altura: 4,73 m.
Peso vazio: 11000 kg.
Combustível Interno: 12566 lb.
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil R-77M , R-73E  e R-27.
Ar terra: Bombas guiadas KAB 250 e 500, Bombas de queda livre FAB 500 mísseis táticos Kh-29T (TE), míssil anti navio KH-35E e míssil anti radar KH-31P , a sua versão anti navio KH-31A e míssil KH-38 também. Casulos de foguetes não guiados S-8 e S-25
Interno: 1 canhão GSh-301 de 30 mm.



DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O caça MIG-29 Fulcrum foi desenvolvido na Rússia, na época da União Soviética em meados da década de 70, para equilibrar a balança do combate aéreo entre a OTAN e o Pacto de Varsóvia. Naquela época, o novo caça F-15, dos Estados Unidos, que estava entrando em operação, representava uma ameaça muito importante, na medida, em que ele superava as qualidades de voo e as capacidades de combate fora do alcance visual (BVR) de todos os caças soviéticos da época, e com uma grande margem. Para resolver essa incomoda situação, os russos tiveram que mandar seus escritórios de desenvolvimento, construírem dois novos caças que pudessem combater os modernos caças americanos que estavam entrando em serviço, de igual para igual. Além de novos caças, os russos desenvolveram toda uma nova geração de armas ar ar, que deram uma grande margem de superioridade na arena de combate aéreo em relação às armas disponíveis no ocidente naquela época. Um dos caças que surgiram foi o espetacular Sukhoi Su-27 Flanker, um caça de escolta de longo alcance; O outro foi o caça médio MIG-29 Fulcrum, uma aeronave de alto desempenho acrobático, excelente relação empuxo peso e grande poder de aceleração, mas que tinha algumas fraquezas marcantes e graves. Uma era sua autonomia limitada que dava um raio de ação de menos de 700 km, quando operando sem tanques externos. O outro ponto desfavorável do MIG-29 era sua pouca carga de combate composta por 4 mísseis e um canhão de 30 mm. Na verdade, as primeiras versões do Fulcrum  poderiam ser operadas como interceptador de curto alcance e não tinham capacidade relevante de ataque contra alvos em superfície, obrigando a força aérea soviética manter jatos antigos como MIG-27 e Su-17 em operação nessas missões por algum tempo até a chegada de novas aeronaves que pudessem assumir a missão de ataque tático para a força aérea soviética.

Acima: O MIG-29M2 tem uma configuração biplace, devido a maior facilidade de executar as missões de combate com um navegador/ operador de armas. è de conhecimento público que a força aérea russa prefere os caças Su-30SM por serem biplaces ao mais capaz Su-35, monoplace.
Muitas versões modernizadas do MIG-29 foram sendo desenvolvidas para solucionar os pontos apontados como fraquezas nas capacidades do Fulcrum e a aeronave começou a se tornar cada vez mais capaz. O artigo de hoje trata de uma das mais modernas versões do Fulcrum, chamada de MIG-29M2 Fulcrum E. Na verdade, o MIG-29M2 possui uma sub variante que é chamada de MIG-35, este sim, o mais moderno caça desta grande família e tratarei dele em outro artigo no futuro.
O MIG-29M/M2 Fulcrum E tem seu projeto baseado na versão naval desta família, o MIG-29K Flanker D, tanto que as asas do MIG-29M/M2 também se dobram, embora a aeronave não esteja qualificada para operações embarcadas como seu irmão MIG-29K.
De cara, o primeiro ponto que foi melhorado no MIG-29M2 foi sua autonomia. Novos tanques de combustível interno, e ainda uma sonda retrátil para reabastecimento em voo foram instalados dando maior alcance para o MIG-29M2. Agora, o raio de ação subiu de 720 km para 850 km, só com combustível interno. Se colocarmos 3 tanques externos, o raio de ação vai a 1500 km. Vale lembrar aqui que o MIG-29M2 também recebeu mais pontos para cargas externas totalizando 8 cabides externos para transporte de armas e tanques extras de combustível. Isso foi um incremento importante frente aos 5 cabides que o MIG-29 original tinha.
Acima: O MIG-29M2 mantém a tradicional alta manobrabilidade e agilidade que tanto caracteriza a família Fulcrum. Em engajamentos de curta distancia, o MIG-29M2 se revela um adversário bastante indigesto.
Os primeiros MIG-29 eram aeronaves que tinham controles de voo mecânicos e por isso a estabilidade da aeronave era natural. Mesmo assim, o nível de manobrabilidade demonstrada era bastante alto. Porém, as versões mais modernas, como o MIG-29M2, receberam um sistema de controle de voo digital FBW (Fly By Wire), que permite uma maior segurança da aeronave em manobras bruscas para que o piloto não exceda os limites da celula em manobras de alto Gs. Aproveitando o gancho do assunto manobrabilidade, o MIG-29M2 tem uma taxa de curva instantânea de 28º/seg e 23º/seg em curva sustentada. Esse desempenho excede com boa margem o conseguido pelo caça norte americano F-15C Eagle  e mesmo o F-16C Fighting Falcon. A razão de subida também é bastante alta atingindo 19800 metros por minuto, também bem superior aos caças de 4º geração norte americanos.
Outro importante problema resolvido no MIG-29M2 é a melhora no desempenho dos motores RD-33 originais que "fumavam" muito deixando um rastro de fumaça preta que tornava muito facil a detecção visual do Fulcrum a grandes distancias. O motor usado no MIG-29M2 é o RD-33MK que produz 10% mais empuxo, chegando a 9000 kg com pós combustor e não deixa mais o rastro de fumaça escura que os modelos anteriores deixavam. Com esse motor mais potente, e com o aumento de peso que o modelo teve, a relação empuxo peso fpi levemente penalizada com uma pequena queda atingindo um índice de  0,95, contra 1,02 no modelo mais antigo. Os motores também estão ligados a um controle FADEC (Full Authority Digital Engine Control) que melhoram a eficiência do motor e a segurança em sua operação.
Acima: O painel do MIG-29M2 segue o padrão clássico dos caças de 4º geração, com a dominância de 3 painéis multimodo para facilitar a leitura facilitando o trabalho do piloto e combate.
O MIG-29M2 está equipado com um radar multi-modo de varredura mecânica do tipo pulso doppler Zhuk-ME  capaz de detectar um alvo aéreo de 5 m² a 120 km de distancia. Este radar, embora não represente o que há de mais moderno em termos de sensores de detecção ativa, tem uma capacidade respeitável, podendo rastrear 10 alvos simultaneamente e  engajar com mísseis de médio/ longo alcance ativos, 4 desses alvos, também, simultaneamente. Contra alvos de superfície o Zhuk- Me pode detectar um navio de guerra a 250 km! Em apoio ao radar, há o sensor de busca infravermelha (IRST) OEPS-29 que detecta alvos de forma passiva (sem emitir sinais), a um alcance de cerca de 18 km  no quadrante frontal, ou cerca de 40 km no quadrante traseiro, se o alvo estiver com o pós combustor ligado. O MIG-29M2 recebeu sistemas de interferência eletrônica para dificultar sua localização por radares inimigos, e assim impossibilitar que o inimigo consiga travar seus radares nele para lançar mísseis. O cockpit, antes cheio de instrumentos analógicos foi substituído por um bem mais atual, com 3 displays multi-função, tipico e um caça de 4º geração, já com o objetivo de aliviar a carga de trabalho do piloto em missões de combate.
Acima: Embora em um mundo onde a grande moda dos caças são os radares de varredura eletrônica, o MIG-29M2 usa um radar de varredura mecânica Zhuk-ME, porém com uma capacidade respeitável.
Uma das mais interessantes características do MIG-29M2, em minha opinião, é seu sistema de barramento de dados padrão ocidental MIL-STD-1553B, que permite que sejam integrados armamentos e equipamentos de procedência ocidental no MIG-29M2. Essa característica proporciona uma flexibilidade de operação difícil de ser atingida por qualquer outra aeronave do mercado quando tratamos de usar armas de origem diferente de um vetor russo. Porém, cabe observar que se um cliente quiser integrar uma arma ocidental, terá que contratar essa integração no momento da aquisição do caça, pois o MIG-29M2 vem integrado apenas aos sistemas russos.
Falando em armas, o MIG-29M2 pode ser armado com mísseis R-73M Archer,  projetado para superar qualquer ameaça, com ênfase especial a caças ágeis e manobráveis, devido a sua capacidade de manobrar violentamente em combate aproximado, o míssil tem capacidade de ser lançado contra um alvo fora do ângulo de visada, e girar atrás do alvo para persegui-lo se necessário, podendo atacar alvos manobrando a 12g. Seu sistema de guiagem por infravermelho (busca o calor a aeronave inimiga) consegue detectar o alvo posicionado a 60º em relação a seu posicionamento e seguir este alvo mesmo nessas condições. Seu alcance está em 40 km, sendo o míssil com maior alcance dentro de sua categoria (mísseis de combate de curto alcance). As versões mais antigas do R-73 também podem ser empregada na aeronave. Para combate de médio alcance o MIG-29M2 pode usar míssil R-77 guiado por radar ativo. Este míssil, de fabricação russa, equivale ao míssil norte americano AIM-120 Amraam tem alcance de 80 km contra um alvo vindo de frente e possui boa manobrabilidade devido a sua superfície de controle de voo em forma de grelha que permite engajar alvos manobrando a 12 Gs. Ainda na arena ar ar, o Fulcrum E pode operar míssil R-27 Alamo, codinome dado pela OTAN, são mísseis com um maior alcance do que os mísseis AIM-7 Sparrow e Sky Flash, seus concorrentes ocidentais diretos, e dão ao piloto uma flexibilidade sem precedentes, porque possuem versões com 4 diferentes cabeças de busca (Infravermelha, radar semi ativo, radar ativo e radar passivo.) permitindo ao piloto o disparo de dois ou mais mísseis com guiagem diferente contra o alvo, o que maximiza a possibilidade de acerto. O R-27 engaja alvos tripulados ou não e em manobras de combate aéreo aproximado. Pode ser empregado individualmente ou em grupo de aeronaves. O alvo pode estar voando a até 3.500 km/h e entre 20 m e 25 mil metros de altitude e manobrando a mais de 8 Gs. Esta família de mísseis nas versões de alcance estendidas R-27E  é uma excelente arma se utilizada por pilotos snipers, isto é, pilotos que saibam se aproveitar de sua superioridade em alcance sensivelmente superior. Além disto, se usar trajetória loft ele aumenta ainda mais seu alcance efetivo máximo em qualquer  aspecto de disparo.
Acima: A capacidade multifuncional do MIG-29M2 é evidente nessa foto onde o modelo aparece carregando sob suas asas dois mísseis ar ar de médio alcance  R-77 (RVV-AV) e quatro bombas guiadas a TV KAB-500KR para ataque ar/ superfície.
Uma das grandes diferenças entre o MIG-29M2 e suas versões anteriores é sua maior capacidade multi-missão de forma que ele pode ser usado igualmente bem contra alvos de superfície. Assim, as armas ar superfície estão integradas para uso neste caça. Podem ser usados os mísseis KH-29T, versão guiada por sensor eletrooptico/ TV e com alcance de 28 km. Este míssil, de dimensões relativamente grandes, tem o objetivo de destruir alvos reforçados, incluindo veículos blindados de combate. A versão deste míssil com alcance estendido para 30 km, conhecido como KH-29TE, também pode ser empregado. Para ataques anti-navio, o míssil KH-31A, guiado por radar ativo e com alcance de 103 km também está integrado no Fulcrum E. A versão KH-31P é usada para destruir antenas de radar inimigas e tem alcance pouco maior chegando a 110 km. Esta versão usa um radar passivo, ou seja, ele segue o emissor do sinal de radar inimigo até sua fonte (a antena) e a destrói com uma ogiva de 87 kg de alto explosivo.
Uma outra arma para destruir navios que também está disponível é o KH-35E, um míssil com performance muito similar ao modelo norte americano AGM-84 Harpoon. Trata-se, de um míssil subsônico, com perfil de voo sea skimming (voo rasante ao mar), para evitar sua detecção por radares inimigos, cujo alcance chega a 130 km sendo que seu sistema de guiagem se dá por radar ativo. Este míssil tem uma ogiva de 145 kg e pode destruir pequenos navios como corvetas e fragatas ou inutilizar um destróier com um só impacto. O moderno míssil KH-38, inicialmente desenvolvido pensando para ser usado em compartimentos internos de armas de caças de 5º geração poderá ser empregado pelo Fulcrum E também. Os alvos deste míssil podem ser fixos ou moveis, mesmo com forte proteção blindada, e pode ser empregado a uma distancia máxima de 40 km. Esta arma pode usar diversos sistemas de guiagem como IR, laser, radar ativo, GLONASS (Localização por satélite, análogo ao sistema americano GPS).
Outras armas que podem ser empregadas são as bombas guiadas KAB 250 e 500L guiadas a laser ou  KAB-500KR guiadas por TV, assim como bombas "burras" FAB 500. Casulos de foguetes não guiados S-8 e S-25 também fazem parte do arsenal do MIG-29M2. Como armamento orgânico, o MIG-29M2 mantém o potente canhão GSH-301 de 30 mm com cadencia de 1800 tiros por minuto e alcance de cerca de 1800 metros.
Acima: Mesmo sendo uma aeronave formidável, o MIG-29M2 não obteve nenhuma encomenda ainda. A VVS (Força Aérea Russa), está considerando encomendar o MIG-35, versão mais avançada do MIG-29.
O MIG-29M2 é uma interessante alternativa para um país que precise substituir seus caças de 3º geração por um caça relativamente moderno, com excelente capacidade de combate aéreo e bom desempenho em ataques a alvos de superfície, porém com um custo que chega a 60% do valor de um caça de 4º geração  ocidental como o Rafale francês, ou o Typhoon europeu e que não tenha um relacionamento bom com os Estados Unidos. Se o Fulcrum E operar com apoio de uma aeronave de alerta aéreo antecipado (AEW), será um adversário muito robusto no espaço aéreo. É interessante notar, no entanto, que os russos deixam evidente que o modelo MIG-29M2 é uma aeronave para exportação, uma vez que não encomendaram nenhuma unidade. Na verdade, olhando por esse lado, nenhum país  adquiriu esse modelo e com a disponibilidade do MIG-35, a variante mais avançada e completa do Fulcrum, o MIG-29M2 deverá ter poucas encomendas ou mesmo, nenhuma, o que representa uma certa injustiça com uma aeronave cuja relação custo benefício é bastante atraente.



ABAIXO UM VÍDEO DE UMA DEMONSTRAÇÃO DO MIG-29M2.


Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estarão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

CLASSE LE TRIOMPHANT. Dissuasão ala francesa



FICHA TÉCNICA
Tipo: Submarino estratégico lançador de mísseis balísticos.
Data de comissionamento: Março de 1997.
Comprimento: 138 m.
Largura: 12,50m.
Calado: 10,60 m.
Deslocamento: 14335 toneladas (Submerso e totalmente carregado).
Velocidade máxima: 25 nós (47 Km/h submerso).
Profundidade: 400 m.
Armamento:  4 Tubos para torpedos de 533 mm para torpedos ECAM L-5 Mod 3, Mísseis anti-navio SM-39 Exocet, e 16 mísseis SLBM M-45 ou o novo M-51.
Tripulação: 111 homens.
Propulsão: Um reator nuclear Type K-15 com 41500 Hp. Propulsão auxiliar é feita por um motor elétrico alimentado por 2 alternadores diesel elétrico SEMT-Pielstick 8PA-4 V200 que produzem 950 Hp cada.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O submarino francês da classe Lê Triumphant representa o que há de mais moderno na industria naval francesa em termos de submarinos lançadores de mísseis balísticos. Ele é o responsável pela dissuasão nuclear francesa nos dias de hoje e será por muitos anos ainda. O Lê Triomphant foi desenvolvido para substituir o submarino da classe Lê Inflexible, que usava os mísseis M-45.
Inicialmente o Lê Triomphant, também foi armado com 16 desses mísseis M-45, cuja capacidade é de transportar 6 ogivas nucleares com 150 Kilotons cada a uma distancia máxima de 6000 km. Essa ogivas são do tipo MIRV (Multiple independently targetable reentry vehicle, ou veículos de reentrada independentemente direcionados) e tem uma margem de erro (CEP) de cerca de 500 m. Para quem não compreende o que significa isso, eu explico da seguinte forma. Um míssil M-45 transporta 6 bombas nucleares que são programadas para destruir 6 alvos distintos como 6 cidades por exemplo. Atualmente, este submarino tem sido armado com o mais novo míssil M-51 que entrou em serviço em 2010. Este míssil é, efetivamente, muito mais poderoso que o M-45, pois seu alcance é de de 8000 km e ele transporta de 6 a 12 ogivas MIRVs com 100 kilotons cada. O CEP do M-51, é secreto mas pode-se estimar algo em torno de 10 m a 50 m.
Acima: O míssil balístico M-51 é a arma estratégica mais poderosa fabricada na Europa. Seu alcance chega a 8000 km e ele pode transportar de 6 a 12 ogivas nucleares MIRV com 100 kilotons cada uma.
Além destas armas nucleares, o Lê Triomphant é equipado com armas convencionais. Uma delas é o míssil MBDA SM-39 Exocet. Este é a versão lançado de submarino deste que é um dos mais populares mísseis anti-navio do mundo, graças a seu sucesso na guerra das Malvinas. O SM-39, tem um alcance de 50 km e usa uma ogiva de 165 Kg que é detonada por aproximação ou por retardo após o impacto, sendo que essas opções são configuráveis na hora do lançamento, que é feito pelos tubos de torpedos do Submarino. E falando em torpedos, o Lê Triomphant é armado com 4 tubos de 533 mm que lançam o torpedo ECAN L-5 Mod 3, com um alcance de 7 km e que carrega uma ogiva de 150 kg a uma velocidade de 65 km/h, usando um sonar ativo e passivo para se guiar até o alvo. O Lê Triomphat, transporta 18 desses torpedos pesados.
Acima: O Le Triomphant possui tubos de torpedos pesados de 533 mm, estando dois tubos de cada lado da proa do submarino. Estes tubos operam torpedos ECAN L-5 Mod 3 e mísseis anti-navio SM-39 Exocet.
O Lê Triomphant é equipado com um sonar DMUX-80 fornecido pela Thales Underwater, que permite determinar de forma passiva o alcance do alvo para sua interceptação. Um sonar rebocado DSUV-61B de baixa frequência que opera na banda I permite a identificação de alvos a longa distancia. Além dos sonares, existe o componente de guerra eletrônica, representado pelo sistema de apoio eletrônico DR-3000U. Este sistema é um receptor alerta de radar que opera nas bandas C e J que fica na ponta do mastro, separado da antena de alerta do periscópio. Para navegação é usado um pequeno radar Racal Decca. O Le Triomphant opera 3 computadores de que fazem a alimentação de dados para o armamento empregado pelo submarino. São eles o SAD (Systeme d'Armes de Dissuasion) para os mísseis balísticos; e o SAT (Systeme d'Armes Tactique) para os mísseis anti-navio SM-39 e DLA-4A para os torpedos L-5.
Acima: Com 4 submarinos da classe Le Trimphant, a França possui uma das mais poderosas forças de resposta estratégica do planeta.
O Lê Triomphant é um submarino movido a energia nuclear propulsado por um reator de pressão de água Type  K-15 que providencia 150 MW e 41500 HP de força e que precisa ser reabastecido a cada 20 anos (vinte anos mesmo meu caro leitor. Você não leu errado). A propulsão auxiliar é do tipo diesel elétrica com um motor elétrico alimentado por 2 alternadores a diesel SEMT-Pielstick 8 PA-4 V200. O submarino chega a velocidade máxima de 25 nós (47 km/h) quando submerso e 20 nós (37 Km/h) na superfície. è interessante observar que o Le Triomphant usa um sistema de hidro-jato onde as hélices giram dentro de um duto. esse sistema permite maiores velocidades que com as hélices convencionais. O tempo de submersão é de 60 dias e a profundidade máxima chega aos 500 metros.
Acima:O sistema de propulsão do Le Trimphant agrega a potência de uma planta nuclear com um sistema de hidro-jato que garante um otimo desempenho para um submarino com o grande deslocamento que um SSBM possui.
O Lê Triomphant, comissionado em março de 1997, foi o primeiro submarino desta classe que possui 4 submarinos: (S-616) Lê Triomphant, (S-617) Lê Temeraire ,(S-618) Lê Vigilant. Todos os 4 submarinos já foram comissionados. O Lê vigilante foi comissionado em novembro de 2004. O quarto submarino, (S-619) Lê Terrible foi comissionado em 2010. Com isso a França tem atualmente uma força de dissuasão estratégica que será, principalmente, baseada em 4 submarinos com 16 mísseis nucleares (SLBMs) e em seus aviões de combate Rafale e Mirage 2000N que transportam o míssil de cruzeiro ASMP-A, com uma ogiva de 300 kilotons, mantendo esta nação como a mais poderosa da Europa.
Acima: Um submarino da classe Le Triomphant no dique seco durante final de sua construção.


ABAIXO TEMOS UM DOCUMENTÁRIO SOBRE O LE TRIOMPHANT.
Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.







segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MCDONNELL DOUGLAS F-15C EAGLE. A destemida aguia da América


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: 1000 km/h.
Velocidade máxima: 2650 km/h.
Razão de subida: 15240 m/min.
Potência: 1,15.
Carga de asa: 73,1 lb/ft².
Fator de carga: 9 Gs
Taxa de giro instantâneo: 21º/s 
Razão de rolamento: 240º/s
Teto de Serviço: 20000 m
Raio de ação/alcance: 1967 km/ 5550 km (com tanques conformais e 3 tanques externos)
Alcance do radar: AN/ APG-63(V)3: 230 Km contra alvos aéreos de 5m2 de RCS
Empuxo: 2 X Pratt and Whitney F-100-220 com 10810 kgf de empuxo com pós combustor.
DIMENSÕES
Comprimento: 19,43 m
Envergadura: 13.05 m
Altura: 5,63 m
Peso vazio: 12700 kg (vazio)
Combustível Interno: 13448,2 lb
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil AIM-120C Amraam, AIM-9M/ X Sidewinder.
Ar terra: Bombas JDAM (todas), Bombas paveway (todas).
Interno: 1 canhão General Electric M61A1 de 6 canos de 20X102 mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O caça F-15 Eagle representa um marco na história da aviação de combate e se tornou uma lenda viva. Sua história começa nos anos 60 do século passado quando surgiram as primeiras informações de um "novo" caça soviético que foi chamado de MIG-25 Foxbat. As informações que se tinham eram escassas mas davam conta que era uma aeronave extremamente rápida (mach 3) e seu desenho sugeria (equivocadamente) que poderia se tratar de um caça com boa capacidade de manobra. Essa descrição vinda de fontes de inteligencia causou pavor no departamento de defesa dos Estados Unidos que já estavam tendo graves problemas com seus complexos caças F-4 Phanton na guerra do Vietnã, onde o modelo estava sofrendo com a manobrabilidade maior de caças simples e bem mais leves fornecidos pelos soviéticos ao Vietnã do Norte, como os MIG-17 e MIG-21. A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) solicitou que as industrias aeronáuticas norte americanas apresentassem  propostas de um novo caça que preenchesse os seguintes requisitos em relação a seu antecessor F-4 Phanton
  • Tivesse velocidade maior;
  • Que fosse bem mais ágil e manobrável;
  • Tivesse maior alcance sem necessidade de ser reabastecido; 
  • Tivesse razão de subida muito maior;
  • Aceleração mais rápida.
Como se pode ver pelos requisitos, o comando da USAF queria um super caça, algo que pudesse superar com folga qualquer caça soviético e mesmo de outros países por muitos anos. O nome desse programa de desenvolvimento foi FX e foram selecionados para esta concorrência a McDonnel Douglas, a Fairchild Republic e a North American Rockwell, sendo que o vencedor acabou sendo a poderosa McDonnell Douglas com seu caça F-15 Eagle. Logicamente o resultado de uma aeronave com tantas qualidades não saiu barato e o F-15 se tornou uma aeronave muito cara o que levou a USAF a buscar uma aeronave mais leve e simples que acabou se tornando o F-16 já descrito neste site.
Acima: Um dos primeiros protótipos do F-15A Eagle. Nessa época o Eagle já representava um salto qualitativo importantíssimo na letalidade da aviação de combate norte americana.
A versão do Eagle que tratarei nessa matéria é o F-15C, versão destinada a superioridade aérea e com diversas modernizações que tem permitido ao Eagle ser uma plataforma de armas válida mesmo nessa segunda década do século XXI. 
O F-15C Eagle representa um dos mais importantes meios de superioridade aérea da USAF com 159 unidades operacionais. O modelo está equipado com dois motores Pratt & Whitney F-100-PW-220 que fornecem uma potência de 10810 kgf com pós combustor e 6655 kgf com empuxo seco. Esse motor é uma versão do modelo original F-100-PW-100, que tem como melhoria a operação de um controle eletrônico digital do motor DEEC que aumenta a confiabilidade e eficiência. Com essa propulsão, e um peso de 18800 kg apenas com o combustível interno, a relação empuxo peso supera a unidade chegando a 1,15, o que permite uma aceleração bastante rápida, assim como acelerações mesmo em subida vertical. Em termos de manobrabilidade, o F-15C foi na epoca de sua entrada em serviço começo dos anos 80, uma das mais manobráveis aeronaves do mundo, porém, hoje, seu desempenho é inferior a os caças delta canards europeus (JAS-39C Gripen, Dassault Rafale e Eurofighter Typhoon), aos caças russos MIG-29 Fulcrum e  poderoso Sukhoi Su-27/ 30 e 35S Flanker. Assim, sendo, sua taxa de giro instantânea é de 22º/seg a velocidade de mach 0,7 (850 km/h) e puxando uma curva de 9 Gs (seu limite estrutural). Por outro lado, a razão de subida do F-15C que atinge 15240 m/min é, ainda, um parâmetro de comparação para novos caças.
O F-15C Eagle foi o primeiro dentre todas as versões desta família de caças a poder receber os tanques de combustível conformais (CFT) com capacidade para 3215 litros, mais bem conhecidos na versão mais recente chamada F-15E Strike Eagle dedicado a missões de bombardeiro, além de ter a capacidade de transporte de combustível interna ampliada em relação ao modelo F-15A em bem vindos 825 litros de querosene JP8. Isso permitiu um alcance de translado de cerca de 5550 km quando com mais 3 tanques externos com 2271 litros de combustível cada.
Acima: Os dois motores P&W F-100-PW-220 fornecem juntos 21620 kgf de força ao F-15 que com peso menor de 20000 kg consegue uma relação peso potência que excede a unidade. Por isso o F-15 decola rápido e com pouca pista (275 metros).
O F-15C está equipado com um sistema de intercambio de dados (Data Link) MIDS-FDL (Multifunctional Information Distribution System: Fighter Data Link ), fornecido pela BAE Systems, que permite ao Eagle interoperabilidade total com o sistema Link 16, padrão da OTAN. Dessa forma, o piloto pode receber e enviar dados do alvo, posição dos aviões aliados e dos inimigos aumentando a sua consciência situacional sobre o campo de batalha. O F-15C teve, inicialmente, um radar AN/APG-63 PSP (programmable signal processor) e logo na sequência começaram a receber uma versão melhorada deste radar chamado de APG-63(V)1 que permitiu maior facilidade de modernizações, maior confiabilidade e maior capacidade de lidar com alvos múltiplos. Posteriormente, 18 F-15C receberam uma versão deste radar com antena de escaneamento eletrônico ativo (AESA) conhecido como AN/APG-63(V)2 que elevou ainda mais a capacidade de combate além do alcance visual do F-15C. Porém, a ultima versão deste radar a entrar em operação e que deve se manter como o radar definitivo dos F-15C que serão usados até 2035 é o AN/APG-63(V)3, que usa a mesma tecnologia de escaneamento eletrônico ativo encontrada no moderno radar do caça naval F/A-18E/F Super Hornet (bem conhecido de nós por causa do programa FX-2 da Força Aérea Brasileira). Este poderoso radar tem alcance de 230 km contra um alvo do tamanho de um caça (5m2) e pode engajar até 8 alvos simultaneamente. usando mísseis AIM-120 Amraam de gerações mais recentes dos quais falarei mais abaixo quando tratar do armamento do F-15C.
Para guerra eletrônica, o F-15C está equipado com um sistema interno de interferência ativa conhecido como AN/ALQ-135 que atua contra os sensores hostis dificultando que os radares inimigos consigam travar no F-15. Este sistema também é usado pela versão F-15E Strike Eagle. Também está instalado no F-15C um sistema de alerta de radar (RWR) AN/ALR-56 que além de informar o piloto quando seu caça estiver sendo rastreado por um radar hostil, também o classifica como amigo ou inimigo (função IFF) e tem capacidade de apontar o provável tipo de inimigo que está na espreita.
O F-15C, como a grande maioria dos caças modernos, tem um lançador de iscas flares e chaffs para despistar mísseis guiados a calor e a radar, respectivamente.. No caso do F-15C, o lançador é um AN/ALE-45.
Acima: O novo radar AN/APG-63(V)3 de escaneio eletrônico ativo (AESA) aumentou significativamente a capacidade do F-15C Eagle na arena fora do alcance visual.
Acima: O cockpit dos F-15C é o mais analógico dentre todas as versões operacionais do Eagle. Existem programas de modernizações disponíveis para substituir todos esses instrumentos por uma tela única touchscreen mas por enquanto a USAF não adotou essa configuração.
O F-15C é usado para missões ar ar como interceptação e escolta. Para isso, seu armamento é específico para esse tipo de situação e você não vai ver um modelo "C" armado com armamento ar superfície como bombas, foguetes ou mísseis de ataque terrestre. Para isso há a versão de bombardeiro F-15E Strike Eagle. Sendo assim, o arsenal disponível para o F-15C começa com seu canhão com 6 canos rotativos General Electric M-61A1 Vulcan em calibre 20 X 102 mm, capaz de "descarregar" 6000 (seis mil) tiros por minuto sobre o alvo. Esse armamento é empregado a distancia de menos de 1000 metros o que em combate aéreo pode ser considerado a "queima roupa". Para engajar alvos não tão próximos, mas ainda dentro do alcance visual, são empregados o famosíssimo míssil AIM-9X Sidewinder que é guiado pelo calor do alvo. A versão AIM-9X é a ultima deste bem testado armamento ar ar e possui um alcance máximo (cinético) de 26 km, porém é mais comum ser empregado entre 2000 a 15000 metros de distancia do alvo. O sensor de calor é capaz de buscar alvos a 90º de abertura para cada lado, o que lhe dá uma das melhores capacidade off boresight dentre todos os mísseis com essa capacidade. O sensor do míssil opera integrado ao visor montado no capacete do piloto (HMD) de modelo JHMCS, que pode selecionar o alvo apenas com o movimento da cabeça, sem necessidade de manobrar a aeronave para alinhar contra a aeronave alvo. Para combates de médio alcance, ou além do alcance visual (BVR) como é chamado esse tipo de engajamento, o F-15C está armado com o míssil AIM-120C AMRAAM (todas as variantes deste modelo) e a mais moderna e capaz versão, chamada de AIM-120D. A família AMRAAM é guiada por radar ativo, ou seja, ele pode ser lançado contra um alvo com dados pré-gravados em seu sistema inercial antes do lançamento e quando está a uma determinada distancia do alvo, o  míssil liga seu próprio radar e vai de encontro ao alvo permitindo com que a aeronave lançadora possa se evadir assim que faz o lançamento. Isso é o que se chama de "dispare e esqueça". O alcance do AMRAAM varia de acordo com sua versão. A versão AIM-120C, por exemplo, tem alcance de 105 km, enquanto que a ultima versão, a AIM-120D tem alcance aumentado para 180 km.
O uso de mísseis mais antigos como o velho e ineficiente AIM-7M Sparrow, de guiagem semi- ativa (exige que o radar do F-15 ilumine o alvo até seu impacto) podem ocorrer, porém, isso está se tornando a cada dia mais improvável.
Acima: Embora o antigo míssil AIM-7M Sparrow  lançado de um F-15C Eagle tenha sido substituído pelo mais moderno AIM-120 AMRAAM, ainda é possível ver alguns F-15 operando com essas armas.
A caça F-15C é um projeto que já passa dos 40 anos de idade e teve muitas melhorias significativas para se manter combativo frente a impressionante evolução da aviação de combate tradicionalmente adversária dos Estados Unidos (Russia e China). Porém é claro que a garantia de se atingir superioridade aérea que os Estados Unidos sempre almejaram com seus caças e aeronaves de apoio e inteligencia como seus E-3C Sentry (AWACS) ficou seriamente comprometida com os avanços conseguidos pela engenharia russa e chinesa nos últimos 15 anos. O encerramento prematuro da linha de montagem do poderoso caça F-22 Raptor, que deveria ser o substituto do F-15 foi um erro crasso para a manutenção da capacidade de superioridade aérea norte americana em teatros de operação de alta complexidade que seria a hipótese de conflito contra chineses e russos. 
O comando da USAF, todavia, tem o entendimento que com o uso do F-15C e do F-22 juntos, de forma integrada em uma estratégia de engajamento contra caças de alta performance como os aviões da família Flanker e os novos caças de 5º geração que devem entrar em serviço na Rússia e China nos próximos anos como o Sukhoi T-50 Pak Fa e o J-20, ambos com claras soluções para furtividade (em especial o modelo russo) possa ser a resposta a esse tremendo avanço de seus adversários.
O modelo F-15C ultima versão especializada desse extremamente bem sucedido projeto continuará em serviço na USAF junto com o F-22 Raptor, pelo menos até 2035, quando deverá entrar em serviço um novo caça de 6º geração resultado do programa FX que substituirá tanto o F-15C quanto o F-22.

Acima: Em primeiro plano temos um F-15C junto com o F-22 Raptor, caça que deveria ter substituído o F-15. A dupla F-15/ F-22 vão operar por mais 20 anos antes de começarem a ser substituídos.

Acima: O capacete JHMCS elevou a consciência situacional do piloto a níveis inéditos na história da aviação de combate.

Acima: Uma dupla de F-15C escolta um avião de patrulha marítima Tupolev Tu-142 Bear. Esse tipo de encontro sempre foram muito comuns no histórico operacional do Eagle. 
Acima: A capacidade de manobra do F-15 pode ser considerada "comportada" para os padrões atuais. Mas modernizado e com armamentos de nova geração, é bom não subestimar a velha águia da USAF.

Acima: Uma rara foto com dois F-15C voando em formação com dois caças Su-30 Flanker indianos.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O F-15 EAGLE.

Você gosta de tecnologia militar? Fique por dentro das atuais e futuras armas que estão em combate no campo de batalha. Siga o WARFARE no TwitterFacebook.