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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

CLASSE MISTRAL - O navio de assalto anfíbio da marinha da França.

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 199 m.
Calado: 6,3 m.
Boca: 32 m.
Deslocamento: 21500 toneladas (Totalmente carregado)
Propulsão: Dois motores propulsores tipo azimute Rolls Royce Mermaid que recebem energia de 3 alternadores diesel elétricos 16V32 e um 18V200 Wartsila que produzem 10000 hps de força.
Velocidade máxima: 18,8 nós (34 km/h).
Autonomia: 19800 km (em velocidade econômica de 15 nós).
Sensores: Radar multifunção tridimensional Thales MRR 3D NG com 180 km de alcance contra alvos aéreos grandes (uma aeronave de passageiros como um Boeing 737), 2 radares de navegação Thales DRBN-38, Receptor de alerta radar (RWR) Thales ARBR 21 (DR 3000S), Sistemas de intercambio de dados Link-16, Link-11 e Link-22. Sistema de comunicação via satélite SYRACUSE 3-A/3-B, Fleetsatcom, RITA 2G.
Armamento: 2 lançadores Simbad para mísseis antiaéreos Mistral; 2 canhões CIWS Breda/ Mauser de 30 mm, 4 metralhadoras M-2HB em calibre 12,7 mm.
Aviação: 16 aeronaves podendo ser helicópteros NH-90 ou Eurocopter Tiger.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O porta-helicópteros da classe Mistral começou a ser construído em junho de 2001 e foi comissionado na marinha da França em fevereiro de 2006. Ao todo, foram construídos 5 navios sendo 3 para a marinha francesa (Marine Nationale) que representam a força de mobilidade anfíbia para as forças armadas francesas e dois navios que, originalmente estavam projetados para serem entregues para a marinha da Rússia (sim, é isso mesmo), mas que depois da anexação da Crimeia pelos russos, teve a entrega suspensa, e os navios foram adquiridos pela marinha do Egito.
A França é um dos principais membros da OTAN. Nessa foto podemos ver um navio da classe Mistral escoltado por um cruzador norte americano da classe Ticonderoga.
O Mistral tem capacidade de transportar até 16 helicópteros multimissão NH-90 ou o modelo de ataque Eurocopter Tiger. Já, a capacidade de transporte anfíbio é maior, sendo que podem ser transportados 450 soldados, 40 carros de combate pesados Leclerc, ou uma combinação de veículos menores e mais soldados. O deslocamento do Mistral chega a 21500 toneladas quando completamente carregado. Com esse deslocamento e com sua inovadora propulsão elétrica, composta por dois motores Rolls Royce Mermaid, que são alimentados por três alternadores 16V32 de 6,2 MW cada e mais um alternador 18V200 com 3 MW, o Mistral consegue uma velocidade máxima de 18,8 nós (34 km/h), o que é insuficiente para acompanhar um grupo de batalha, porém esse não é o objetivo deste navio e por isso essa característica não pode ser considerada como uma deficiência relevante.
Um hovercraft dos fuzileiros navais dos Estados Unidos (Landing Craft Air Cushion LCAC) desembarca do Tonnerre (segundo navio da classe Mistral) em um exercício de integração de desembarque anfíbio.
O armamento é direcionado, exclusivamente, para autodefesa, sendo que, em caso de guerra, o Mistral precisaria estar escoltado por outros navios de guerra para apoio na sua proteção. O armamento é composto por dois lançadores duplos SIMBAD para mísseis antiaéreo Mistral (sim, o míssil tem o mesmo nome do navio). O míssil Mistral é do tipo guiado por calor e possui um curto alcance, que chega 6 km. Além dos mísseis, há dois canhões Breda-Mauser, de 30 mm capaz de uma cadencia de tiro de 800 disparos por minuto. Para finalizar, há 4 metralhadoras M-2HB calibre .50 (12,7 mm) usada contra alvos a curta distancia.
O Mistral representa um dos mais modernos navios do seu tipo em operação na OTAN.
O Mistral pode ser usado como navio de comando e por isso possui um sistema de gerenciamento de informações táticas SENIT-9 que recebe dados de diversos sensores e sistemas de intercambio de dados, como o link 16, padrão da OTAN. Outros sistemas de intercâmbios de dados, também, estão disponíveis no Mistral, como o link-11 e link-22. O principal sensor usado no Mistral é o moderno radar tridimensional multimissão MRR 3D-NG, desenvolvido pela Thales, capaz de detectar alvos aéreos de grande porte (10m2) a uma distancia máxima de 180 km e alvos de superfície, como uma fragata, podem ser detectados a 80 km.
O sistema de comunicação é via satélite, usando os satélites de comunicação Syracuse III.
O estaleiro DCNS construiu 5 navios da classe Mistral, sendo que 3 deles operam na marinha da França.
O Mistral, especificamente, é um porta-helicópteros e navio de desembarque anfíbio com algumas restrições que poderiam ter sido evitadas na fase de projeto, como a limitação de operações de aeronaves de asas fixas VSTOL, como o Harrier ou o F-35B. Para operar esse tipo de aeronave, seria necessário algumas modificações como aumentar a pista, usar um material resistente ao calor das tubeiras de saída de gases dos motores a reação destas aeronaves e colocar uma rampa tipo “sky jump”. 



sexta-feira, 3 de julho de 2020

CLASSE CAVOUR. O gigante da marinha italiana!

Porta Aviões Cavour C 550

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 244 m.
Calado: 8,7 m.
Boca: 39 m.
Deslocamento: 28100 toneladas.
Propulsão:4 turbinas a gás General Electric/ FiatAvio LM-2500 que produzem 88 Mw e geram 120000 Hp de força.
Velocidade máxima: 29 nós (53 km/h).
Autonomia: 12964 km.
Sensores: Radar Finmeccanica RAN-40L tridimensional com 400 km de alcance; Radar de controle de fogo Selex Spy-790 EMPAR com 100 km de alcance; radar de busca RAN-30X/I.
Armamento: 4 lançadores verticais Sylver A-43 para mísseis antiaéreo Áster-15 com 8 células cada (32 mísseis); 2 canhões Oto Melara 76/62 Rapid Gun; 3 canhões leves antiaéreos Oerlikon 25 de 25mm.
Aviação: 8 a 12 aviões de combate AV-8B Harrier plus ou F-35B Lightining II; 8 a 12 Helicópteros multifunção Westland/ Agusta EH-101 Merlin

DESCRIÇÃO
Por John Ironhead
O porta aviões da marinha italiana, conhecido como classe Cavour, é o maior navio de guerra em uso pela aquela marinha atualmente. O porta aviões Cavour irá complementar o outro navio desse tipo, classe Giuseppe Garibaldi, consideravelmente menor que o Cavour. 
A característica mais marcante desse porta aviões é sua flexibilidade de uso. Nele, além da ala aérea composta por aeronaves de asas fixas e rotativas, pode ser transportada uma grande quantidade de veículos  terrestres ou barcos de desembarque para apoio a tropas anfíbias. Para se ter uma ideia da capacidade de transporte desse navio, vou dar alguns dados. O Hangar tem 2500 m² e acomoda 24 tanques Aríete ou ainda, 50 veículos de combate de infantaria (IFV) Dardo, ou até 100 veículos leves Iveco LMV. São transportados, também, 416 fuzileiros navais. Some-se a isso tudo a ala aérea transportada pelo Cavour que é composta por 10 aviões de combate McDonnell Douglas AV-8B Harrier II + que é a versão mais bem equipada do velho jump jet, o primeiro avião de combate  jato a com decolagem e pouso vertical a entrar em serviço. Esta aeronave está em fase de substituição pelo caça de 5º geração F-35B que trará para o Cavour uma capacidade de combate bastante ampliada pois o F-35B é supersônico e projetado para ser difícil de ser detectado por radares inimigos e isso vai garantir que o corpo aéreo do cavou seja mais eficiente em missões de interceptação e superioridade aérea. Além dos seus jatos de combate, o Cavour tem um grupo de 12 de helicópteros Agusta/ Westland AW-101 que são empregados para missões anti-submarino, anti-superfície, na versão de transporte de tropas e salvamento e na versão de alerta aéreo antecipado AEW para detecção de alvos aéreos inimigos a maiores distancias que os sistemas de radar do navio.
O caça F-35B, versão de decolagem curta e pouso vertical do Lighting II.
O Cavour tem 244 metros de comprimento e um deslocamento de 28100 toneladas que são colocadas em movimento pela tradicional turbina a gás norte americana General Electric LM-2500. Essas turbinas foram fabricadas em conjunto com a empresa italiana FiatAvio de Turin em uma programa de transferência de tecnologia e quatro dessas turbinas estão montadas no Cavour, gerando 88000 hp de força que movimentam 2 hélices levando o Cavour a acelerar até uma velocidade máxima de 29 nós (53 km/h). Existem mais 6 geradores auxiliares a diesel Wartsila 12V200 que produzem 2200 kw cada.
A propulsão que empurra este grande navio é de projeto norte americano, mas produzido em conjunto com a industria local italiana. As confiáveis turbinas a gás  LM-2500.
A eletrônica embarcada no Cavour é composta por um sistema de sensores que inclui um potente radar tridimensional RAN-40L da Selex cujo alcance contra alvos aéreos é de 400 km e com capacidade de monitorar 500 alvos simultaneamente, além de elevada capacidade contra interferências eletrônicas (ECM). Para controle de fogo é usado um radar Selex Spy-790 EMPAR cujo alcance é de 100 km operando na banda C e o radar de busca RAN-30X/I, que tem como principal característica a eficiência contra mísseis anti-navio com perfil de voo sea skimming (misseis que voam rente ao mar, em baixíssima altitude)
Para guerra eletrônica existe um dispositivo de contramedidas eletrônicas ECM NETTUNO-4100, da empresa ELT e um sistema de medidas eletrônicas. Um sistema de lançamento de iscas contra mísseis que estejam atacando o navio foi instalado. Trata-se do sistema Oto Melara / Selex SCLAR-H que lança iscas sob a forma de foguetes de 105 e 118 mm. Esses sistema funciona de forma automática assim que uma ameaça é detectada.
O Cavour tem um sonar ativo de busca de minas WASS SNA-2000 montado na proa do casco que permite evitar, não só minas navais, mas também alerta sobre lançamento de torpedos contra a embarcação.


Navegando em um exercício militar, em primeiro plano pode ser visto o porta aviões Cavour e lá atrás, em segundo plano, o porta aviões nuclear Charles de Gaulle, da marinha francesa.
O armamento do Cavour é relativamente mais pesado que o normalmente encontrado nesse tipo de navio, os porta aviões, que costumam depender, de sua aviação como meio de defesa principal. Na verdade, o Cavour é bem equipado para se defender sozinho, particularmente contra ataques aéreos. Existem 4 lançadores verticais Sylver A-43 para 8 mísseis Áster-15 cada. Esse excelente míssil guiado por radar ativo é capaz de destruir aeronaves a 30 km de distancia. Ao todo são transportados 32 mísseis. Como arma de tubo, há dois canhões Oto Melara 76/62 de 76 mm capaz de disparar até 120 tiros por minuto, granadas que podem atingir de 8 a 18 km de distancia dependendo do tipo de granada. E finalizando há  3 canhões antiaéreos Oerlikon de 25 mm.
A marinha italiana opera dois navios aeródromo. O Giuseppe Garibaldi, (o menor navio da foto) e o mais moderno e maior, porta aviões da classe Cavour.
O porta aviões Cavour é um navio moderno que, embora não tenha a capacidade de transportar tantas aeronaves quanto os grandes porta aviões dos Estados Unidos, ou mesmo os novos porta aviões franceses e ingleses, é ainda um elemento muito válido na marinha italiana, dado a qualidade de seus aviões, armamentos e sensores. Sua flexibilidade em transportar veículos blindados e tropas, além de sua ala aérea o coloca em vantagem quando em missões de apoio a desembarque anfíbio sendo um importante recurso de combate dentro da marinha italiana e mesmo, da OTAN.




sábado, 25 de janeiro de 2020

Ele fugiu do Irã quando criança. Agora ele está comandando um porta-aviões dos EUA.

O capitão Kavon Hakimzadeh em seu escritório a bordo do USS Harry S. Truman na Estação Naval de Norfolk, em agosto.
(Crédito: Sarah Holm/The Virginian-Pilot)

Por Dave Phillips, The New York Times, 7 de janeiro de 2020.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 25 de janeiro de 2020.

O porta-aviões Harry S. Truman poderia desempenhar um papel em qualquer conflito militar com o Irã. À frente de sua tripulação está o Capitão-de-Mar-e-Guerra Kavon Hakimzadeh, que fugiu do Irã durante a revolução.

Quando criança, Kavon Hakimzadeh fugiu da Revolução Islâmica no Irã com sua família e encontrou refúgio na pequena cidade do Mississippi. Agora, 40 anos depois, ele está de volta à região do Golfo Pérsico, desta vez como comandante do porta-aviões americano Harry S. Truman, que com as tensões aumentando sobre o assassinato do Major-General Qassim Suleimani poderia desempenhar um papel importante em qualquer confrontação com sua antiga pátria.

Para muitos iranianos-americanos como o Comandante Hakimzadeh, que servem nas forças armadas dos Estados Unidos, a opressão e a turbulência da Revolução Iraniana cultivaram uma apreciação pela liberdade que as forças armadas dos Estados Unidos prometem apoiar e defender, e inspirou muitos a se alistarem.

"Eu acho que provavelmente tem muito a ver com o motivo pelo qual decidi que queria servir e queria estar nessa linha de trabalho", disse o Comandante Hakimzadeh ao The Virginian-Pilot em uma entrevista quando assumiu o comando em agosto.

O Comandante Hakimzadeh, que não pôde ser encontrado para comentar esta semana, nasceu no Texas com pai iraniano e mãe americana e logo se mudou para o Irã, onde viveu até os 11 anos e a revolução de 1979 obrigou sua família a fugir.

A família acabou em Hattiesburg, Mississipi. Ele se alistou na Marinha em 1987 e, em seguida, ganhou uma bolsa do ROTC da Marinha, se formou na Carnegie Mellon University e se tornou oficial de vôo no E-2 Hawkeye, um posto de comando voador que seu fabricante descreve como o "Quarterback digital" de missões de combate.

Em seus 33 anos de carreira, o Comandante Hakimzadeh, que atende o nome-código de Hak, foi desdobrado oito vezes em vários porta-aviões, voou em missões no Iraque e no Afeganistão e recebeu várias medalhas, incluindo a Legião do Mérito e a Estrela de Bronze.

Ele agora comanda uma das plataformas de armas mais formidáveis do planeta - que conta com 20 andares, movido a energia nuclear e arvorando uma bandeira vermelha de batalha que diz "GIVE 'EM HELL".

O porta-aviões pode, a curto prazo, lançar dezenas de jatos com um arsenal impressionante de bombas e mísseis de precisão. É também uma cidade flutuante com mais de 5.000 tripulantes, com barbearias, salas de ginástica e um refeitório que observa o taco da terça-feira.


O USS Harry S. Truman é uma das plataformas de armas mais formidáveis do planeta. (Crédito: Matt Cardy/Getty Images)

O Comandante Hakimzadeh, que supervisiona tudo, disse ao The Virginian-Pilot que esperava que sua ascensão de praça filho de imigrante para comandante de porta-aviões mostrasse que, em sua experiência na Marinha, e na nação, recompensava dedicação e trabalho duro sem preconceitos. "Certamente é um testemunho para os Estados Unidos da América que um cara chamado Kavon Hakimzadeh pode fazer isso", disse ele.

Há muito que os imigrantes ocupam uma porção exagerada das forças armadas, e não faltam aqueles que fugiram do Irã quando crianças antes de se alistarem nos Estados Unidos como adultos.

"Por causa de onde viemos, somos muito apaixonados pela causa da liberdade e queremos contribuir da maneira que pudermos", disse Assal Ravandi, que atuou como analista de inteligência do Exército de 2010 a 2014, e enviado ao Afeganistão.

Ela disse que ficou surpresa ao encontrar dezenas de outros iranianos-americanos de uniforme.

"Alguns queriam compensar o que não podiam fazer pela liberdade em casa", disse ela. "Outros queriam usar suas habilidades linguísticas como uma arma para combater a ditadura que nos expulsou de nossas casas".

Agora que a violência está escalando entre os Estados Unidos e o Irã, ela disse que os veteranos iranianos têm dois pensamentos. Muitos ainda têm famílias estendendo ao Irã e não querem vê-los sofrer, disse ela. Ao mesmo tempo, muitos no Irã já sofrem há décadas sob a opressiva República Islâmica, disse ela.

"Ninguém sabe o que fazer", disse Ravandi, que é diretora de uma pequena organização que faz relações públicas para veteranos. “Mas se formos solicitados pelo nosso país, serviremos. Eu me alistaria amanhã."

Dave Philipps cobre veteranos e as forças armadas, e é o vencedor do Prêmio Pulitzer de Relatórios Nacionais. Desde que ingressou no Times em 2014, ele cobriu a comunidade militar de cima a baixo.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

HMS OCEAN/ PHM ATLANTICO. O novo navio de guerra brasileiro.



FICHA TÉCNICA
Comprimento: 203,4 m.
Calado: 6,5 m.
Boca: 35 m.
Deslocamento: 21500 toneladas.
Propulsão: Dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200 que proporcionam 23904 Hps.
Velocidade máxima: 18 nós (33 km/h).
Autonomia: 13000 km.
Sensores: Radar BAe Type 997 Artisan 3D com 200 km de alcance; Um radar de navegação Type 1008; Dois radares Type 1007 para controle de aeronaves
Armamento: 4 canhões DS30M Mark 2 em calibre 30 mm; 8 metralhadoras de uso geral FN MAG e, calibre 7,62X51 mm
Aviação: 18 helicópteros que podem ser combinações de  EC-725 Cougar de transporte de tropa, S-70B Seahawk para guerra anti-submarino e anti superfície, Bell 206 Jet Ranger, para ligação e HB-350 Esquilo.

domingo, 1 de abril de 2018

CLASSE IZUMO. Um destróier ou um porta helicópteros?


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 248 m.
Calado: 7,5 m.
Boca: 38 m.
Deslocamento: 27000 toneladas.
Propulsão: 4 turbinas a gás GE/IHI LM2500IEC que proporcionam 112000 Hps.
Velocidade máxima: 30 nós (55 km/h).
Autonomia: 11112 km.
Sensores: Radar OPS-50A AESA com 222 km de alcance; Radar de busca de superfície OPS-28 com 74 km; Sonar de proa OQQ-23
Armamento: 2 sistemas de defesa antiaérea de curto alcance CIWS Phalanx em calibre 20 mm, e 2 sistemas CIWS para mísseis RIM-116 Rolling Airframe Missile SeaRam.
Aviação: Capacidade para até 28 aeronaves. Atualmente equipado com 7 helicópteros anti-submarinos que podem ser o SH-60K Seahawk,  MCH-101 Merlin, MV-22 Osprey

Por Carlos E.S Junior
O Japão tem uma forte tradição de possuir uma capacidade de combate naval bastante ampla, devido a sua posição geoestratégica. A Força de Auto Defesa  Marítima do Japão (JMSDF - Japan Maritime Self-Defense Force) possui mais de 50 embarcações de combate ativas, o que a torna uma das 10

terça-feira, 29 de novembro de 2016

CLASSE CHARLES DE GAULLE. O primeiro porta aviões nuclear da França.


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 261,5 m.
Calado: 9,43 m.
Boca: 64,36 m.
Deslocamento: 42500 toneladas.
Propulsão: Nuclear, com dois reatores nucleares PWR K15 mais duas turbinas a vapor fornecida pela Alston e 4 motores a diesel com 80000 hp de potência combinada.
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Autonomia: Reabastecido a cada 20 anos
Sensores: Radar de busca aérea tridimensional Thales DRBJ 11B com 305 km de alcance; Radar de médio alcance DRBV 26D Júpiter; Radar de controle de fogo Thonson CSF 3D Arabel; Radar de busca de superfície Thales DRBV 15C Sea Tiger MK 2 com 100 Km de alcance.
Armamento: SAM: 4 lançadores Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15; 2 lançadores de mísseis SAM de curto alcance Sadral, para mísseis Mistral, com 6 mísseis cada. 8 Canhões GIAT 20F2 de 20 mm.
Aviação: Até 40 aviões, sendo 3 Northrop Grumman E-2C Hawkeye, Helicópteros NH-90, e cerca de 30 caças Rafales.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Este projeto é interessante, pois apresentou algumas características indesejáveis como uma frequência elevada de defeitos durantes seu teste no mar entre 1999 e 2001, e um elevadíssimo custo operacional. Os Franceses precisavam de um porta aviões novo para substituir os cansados porta aviões da classe Clemenceau, que não tinham o tamanho ideal, nem potencia adequada em suas catapultas para operar o novo caça naval francês, o Rafale. Para isso o governo francês decidiu que deveria construir uma nova classe de porta aviões, que usasse propulsão nuclear para permitir uma autonomia muito maior que a dos porta aviões que seria substituídos por ele. Todavia, diversos problemas ocorreram, desde relacionados com o desenho do navio, até problemas ligados a confiabilidade do reator nuclear que impulsiona o navio. Hoje, depois destes problemas terem sido resolvidos, ainda um permanece: O custo elevado para operar um navio nuclear levou a marinha da França a considerar construir um novo porta aviões, em conjunto com a Inglaterra, que era conhecido como CVF, e que teria propulsão convencional, porém, problemas financeiros graves, levaram os franceses a cancelarem o projeto em 2013.
Acima: A marinha francesa precisou de um porta aviões mais capaz para operar os caças Rafales, que na época de sua incorporação, também era um novo caça. O Charles de Gaulle substituiu os dois antigos porta aviões da classe Clemenceau.
O Charles de Gaulle pode  operar 40 aeronaves que hoje são representadas por 34 caças Rafale M, 3 aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) E-2C Hawkeye, além de helicópteros de apoio AS-565 Panther e H-225M Caracal. Esse equipamento torna o Charles de Gaulle, um dos mais bem equipados porta aviões do mundo, sendo inferior, apenas, aos super porta aviões americanos. As duas catapultas C13, de fabricação norte americana, usadas neste navio podem lançar 2 aviões por minuto, podendo colocar uma força respeitável no ar, em pouco tempo.
Embora os aviões de combate de um porta aviões sejam a principal linha de defesa, o Charles de Gaulle possui uma peculiaridade que é seu armamento orgânico relativamente pesado quando comparado com os navios do mesmo tipo ocidentais. O navio está equipado com 4 lançadores verticais Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15, com um alcance de 30 Km, e com guiagem inercial, atualização por data link e radar ativo no final do engajamento. Além desse excelente sistema. Estão instalados, 2 lançadores Sadral com 6 mísseis Mistral cada. Este míssil tem um pequeno alcance de 4 km e usa a guiagem por infravermelho.
Estão instalados, também, 8 canhões automáticos de 20 mm da GIAT modelo 20F2, que disparam 720 tiros por minuto, e os projéteis alcançam 8 km.
Acima: Uma das aeronaves utilizada no Charles de Gaulle é o eficiente Grumman E-2C Hawkeye, de alerta aéreo antecipado, também usado pela marinha dos Estados Unidos.
O sistema de gerenciamento de combate Senit consegue rastrear 2000 alvos no campo de batalha, e é apoiado por um sistema de controle de armas Vigy 105 que são direcionadores optronicos fornecidos pela empresa Sagem. Este sistema permite a detecção de alvos numa distancia máxima de 27 km de forma passiva e imune a interferência. Em fevereiro de 2004, a empresa francesa Thales forneceu  o sistema de comando e controle chamado Sytex, e que será incorporado, não só no Charles de Gaulle, como em outros navios de guerra da frota francesa.
O sistema de radar é composto por um radar tridimensional Thales DRBJ 11B de busca aérea de longo alcance com 305 km de alcance, radar de busca aérea de longo alcance Thales DRBV 26D Júpiter, com o mesmo alcance do radar tridimensional (305 km), e um radar de busca de superfície e aérea Thales DRBV 15C Sea Tiger Mark 2 com 74 km de alcance. O radar de controle de tiro é o Thonson CSF Arabel 3 D, com 150 km de alcance, que é usado para fornecer informações do alvo para o sistema de mísseis antiaéreo Áster 15.
Acima: No começo do serviço operacional do Charles de Gaulle, a ala aérea utilizou aeronaves de combate Dassault Super Etendard modernizados, porém, atualmente, o Rafale assumiu as missões de combate embarcadas.
Como dito no início desta matéria, o Charles de Gaulle,  é um porta aviões nuclear, e ele usa dois reatores nucleares PWR K15, que o permitem, esta embarcação de 42500 toneladas de deslocamento, alcançar 26 nós (50 km/h) de velocidade máxima. A autonomia do sistema, é de 20 anos de operações continuas com o navio à 50 km/h.  Os mantimentos de comida da tripulação permitem ao navio operar sem reabastecimento por 45 dias. Um outro item interessante, é o sistema estabilizador Satrap, que promove uma estabilização executada por um computador e que mantêm o navio em uma situação horizontal com variação de 0.5º, permitindo, assim, operar os aviões em situações de mar agitado.
A marinha francesa é, tradicionalmente, uma das maiores do mundo. Dado à influência política que a França exerce sobre muitos países, notadamente do continente africano, assim como seu compromisso junto da OTAN (tratado do Atlântico Norte), sua marinha deverá continuar forte, porém, com problemas orçamentários, ela ainda poderá contar apenas com um porta aviões por um bom tempo.

Acima: O Charles de Gaulle é a capitânia da poderosa marinha francesa atualmente.

VÍDEO


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domingo, 12 de junho de 2016

CLASSE HMS QUEEN ELIZABETH. O novo porta aviões a serviço de sua majestade

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 284 m.
Calado: 11 m.
Boca: 73 m.
Deslocamento: 65600 toneladas.
Propulsão: 2 turbina a gás Rolls Royce Marine Trent MT-30 que produz 48000 Hp mais 4 motores a diesel Wartsila que juntos produzem 54600 Hp.
Velocidade máxima: 25 nós (46 km/h).
Autonomia: 19000 km.
Sensores: Radar de busca aérea: S-1850M com 400 km de alcance; Radar Type 997 Artisan tridimensional (3D) com 200 km de alcance;  Sistema eletro óptico Series 2500.
Armamento: 3 sistemas CIWS DSM-30 MK-2 calibre 30 mm
Aviação: 40 aeronaves a serem configuradas entre  caças Lockheed Martin F-35B e helicópteros multifunção Westland/ Agusta EH-101 Merlin.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A Real Marinha Britânica, ou simplesmente Royal Navy (RN), tem uma forte tradição em ser uma das mais poderosas marinhas do mundo. Porém, ao fim da guerra fria, a necessidade de manter uma frota numerosa e cara começou a incomodar o parlamento britânico, que começou a uma significativa redução do número de navios. Com o passar do tempo, a necessidade de aposentar os cansados porta aviões leve da classe de Invencible, começava a surgir no horizonte, e a indecisão sobre como deveria ser o substituto dos velhos porta aviões inglês atrasou bastante o processo de substituição. Com o ultimo navio da classe, o HMS Illustrious, tendo dado baixa no serviço em agosto de 2014, e o novo porta aviões britânico ainda em fase de construção depois de uma demorada tomada de decisão sobre sua configuração, a Royal Navy acabou ficando por algum tempo sem um navio desse tipo, diminuindo substancialmente sua capacidade de projeção de poder. Para tornar a situação mais séria, o adversário dos ingleses, no contexto da OTAN, organização do qual este país é um dos principais protagonistas, a Rússia, passou a ter uma postura perigosamente agressiva e continua no cenário internacional com intervenção na Ucrânia e Síria, assim como um aumento significativo no numero de patrulhas em espaço aéreo e mares internacionais com seus bombardeiros, caças de escolta e navios de guerra. Hoje, o movimento de declínio nos investimentos de defesa do ocidente passou a mudar de direção e vem subindo para pode fazer frente a ameaça que a Rússia tem apresentado para os interesses ocidentais.
Acima: O antigo porta aviões Invencible, navio que dá nome a classe com 3 navios, foi aposentado sem que seu sucessor estivesse pronto deixando uma lacuna importante na capacidade de combate da Royal Navy.
O navio que tratarei de apresentar a partir de agora é o novo porta aviões britânico, cujo nome da classe faz uma homenagem a rainha que mais tempo reinou sobre aquela monarquia, a rainha Elizabeth II. Assim o HMS Queen Elizabeth, navio que se encontra em estágio avançado de conclusão de sua construção no estaleiro da BAe Systems Surface Ships, será o primeiro de dois navios a assumirem a importante missão de projeção da força militar inglesa a partir de 2020, ano em que está planejado a entrada em serviço do navio que deverá passar por testes de mar a partir de 2017.
De cara, a classe Queen Elizabeth é o maior navio de guerra já construído para a Royal Navy. São 284 metros de comprimento e um deslocamento de 65600 toneladas. Para você, caro leitor, entender o quanto o Queen Elizabeth é grande, basta observar que o porta aviões da classe Invencible, que os ingleses usaram até 2014, tem 209 metros de comprimento e apenas 22000 toneladas.
Assim, para mover esse monstro dos mares, foi instalado uma configuração de duas turbinas a gás Rolls Royce Marine Trent MT-30 que produzem, juntas 48000 hp mais 4 motores a diesel Wartsila que juntos produzem 54600 Hp, permitindo ao navio atingir a velocidade máxima de 25 nós, o que equivale a 47 km/ h. A opção por uma propulsão convencional ajudou a manter o custo do navio em um patamar aceitável, além de diminuir a complexidade do projeto. Porém, a autonomia acaba sendo limitada a disponibilidade de combustível transportado, que no caso do Queen Elizabeth permite uma autonomia de 19000 km. Nada mal para um navio com propulsão convencional!
Acima: A Royal Navy optou por uma configuração de propulsão convencional com turbinas a gás ao invés de usar uma propulsão nuclear, muito mais cara e complexa de projetar. Mesmo assim, a autonomia de 19000 km do Queen Elizabeth  pode ser considerada excelente.
Os sistemas eletrônicos do Queen Elizabeth  são compostos por um radar de escaneamento eletrônico passivo de longo alcance  AMS UK S-1850M que fornece uma capacidade de rastreamento de 1000 alvos simultaneamente a um alcance de até 400 km. Além desse radar, foi instalado um radar tridimensional de médio alcance  Type 997 Artisan que presta apoio a indicação de alvos e para navegação também. O alcance é de 200 km sendo que pode ser monitorados até 900 alvos simultaneamente. Também foi instalado um sistema eletro-óptico S-2500 desenvolvido pela Ultra Eletronics. Este sensor multifunção fornece uma sofisticada capacidade de detecção passiva de alvos e controle de armamentos. E falando em armamentos, o Queen Elizabeth tem instalado sistemas CIWS DSM-30 MK-2 que faz uso de um canhão MK-44 da Bushmaster, norte americana em calibre 30 mm que dispara a 250 tiros por minuto. Eta arma é efetiva contra alvos a 3 km de distancia e seu objetivo é proteger o navio contra ameaças impostas por pequenas embarcações de forças irregulares ou mesmo, helicópteros ou drones.
Acima: O principal sensor do Queen Elizabeth é o radar de escaneamento passivo S-1850M. Este sensor é usado em outros modernos navios europeus como os destróieres da classe Type 45 e as fragatas da classe Horizon.
Houve várias mudanças de configuração do Queen Elizabeth, durante a faze de projeto. Chegou a ser decidido que ele seria um porta aviões que faria uso do sistema CATOBAR (Decolagem Assistida por Catapulta e Recuperação por Arresto), como nos super porta aviões norte americanos. Com isso, o caça a ser operado seria o F-35C, que foi projetado para ser lançado por catapultas e é a versão que será usada pela marinha dos Estados Unidos. Porém, ao se constatar o acréscimo dos custos (quase 2 bilhões de libras) de se mudar os dois navios, inicialmente projetados para a configuração STOBAR (Decolagem Curta e Recuperação por Arresto), ou seja, um navio que iria operar exclusivamente aeronaves de decolagem curta e pouso vertical e helicópteros, como seus antecessores, acabou ficando mantida a configuração original mesmo que fará uso de caças F-35B, versão VSTOL que substitui o consagrado caça "jump jet" Harrier. As aeronaves de asas fixas decolarão com auxilio de uma rampa, ou "sky jump" como é chamada.
Acima: Deste angulo, pode-se ver com clareza a rampa "sky jump" do Queen Elizabeth. O caça F-35B fara uso desse recurso para decolar do convés do navio
O Navio operará um grupo aéreo com até 40 aeronaves que podem ser 36 caças F-35B mais 4 helicópteros ou uma composição de menos caças e mais helicópteros dependendo do perfil da missão. O F-35B é um caça furtivo de decolagem curta e pouso vertical, e consegue voar em regime supersônico o que lhe garante alguma capacidade de interceptação e uma ótima capacidade de penetração em alta velocidade em ataques contra alvos em terra. A família F-35 já foi foco de um artigo dedicado no Warfare e se você tiver curiosidade de saber mais sobre ele, clique nesse LINK para ser direcionado para o artigo sobre ele. Os helicópteros que podem fazer parte do grupo aéreo do Queen Elizabeth são os Apaches, também já descritos nesse site (clique nesse LINK), um poderoso helicópteros de ataque com forte foco na missão anti-tanque; CH-47 de transporte pesado; o AW159 Wildcat, versão avançada do LYNX que pode ser usado para SAR e ataque a alvos de superfície e o moderno helicóptero AW-101 Merlin  para transporte e guerra anti-submarino. O navio faz uso de dois elevadores para levar as aeronaves do hangar para o convés.

Acima: O moderno caça F-35B será o principal vetor aéreo dos navios da classe Queen Elizabeth. Nesta foto podemos ver um F-35B do corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos se preparando para decolar de um navio de desembarque anfíbio.
Com uma incomum configuração onde foram instalados duas ilhas, sendo a da frente, onde é comandada as operações de navegação, e a de trás, onde se coordena as operações aéreas, o porta aviões Queen Elizabeth, e seu irmão, batizado de Prince of Wales devolverão à tradicional marinha britânica a capacidade de projeção de poder, que será, inclusive, maior que a que ela tinha quando operava os navios da classe Invencible.
Esses navios vem em boa hora uma vez que os adversários da OTAN, (e consequentemente da Grã-Bretanha) tem demonstrado um crescimento nas suas capacidades militares com a incorporação de novos e modernos meios de combate, e apresentado uma maior agressividade em suas ações internacionais, causando desconforto e uma certa insegurança nos países europeus.
Acima: A característica que mais chama a atenção quando vemos o Queen Elizabeth são suas duas ilhas no convés, onde normalmente só haveria uma.

Acima: O Queen Elizabeth tem quase o comprimento de um super porta aviões da classe Nimitz da marinha dos Estados Unidos.

Acima: O primeiro navio da classe, o próprio Queen Elizabeth está praticamente pronto devendo começar seus testes de mar em 2017.


ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O QUEEN ELIZABETH.


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sábado, 25 de julho de 2015

CLASSE GERALD R. FORD. A nova geração de super porta aviões da marinha dos Estados Unidos.

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 337,11 m.
Calado: 11,3 m.
Boca: 41 m (linha da água).
Deslocamento: 110000 toneladas.
Propulsão: Dois reatores nucleares A-1B que geram 360 000 SHP.
Velocidade máxima: 36 nós (68 km/h).
Autonomia: Ilimitada.
Sensores Sistema de radar de banda dupla DBR composto pelo radar AN/SPY-3 de varredura eletrônica ativa e pelo radar AN/SPY-4 VSR (Volume Search radar), formando uma cobertura total de 6 antenas.
Armamento: 2 lançadores MK 29 de 8 células de mísseis ESSM, 2 lançadores MK-49 para 21 mísseis de curto alcance RIM-116 SeaRAM, 2 Canhões CIWS MK-15 Phalanx de 20 mm e 4 metralhadoras pesadas M-2HB em calibre .50 (12,7 mm)
Aviação: Variável conforme a missão, porém em tempos de paz ele vai operar 75 aeronaves que podem ser distribuídos em 25 caças bombardeiros F/A-18 E/F Super Hornet, 6 aeronaves de guerra eletrônica EF-18G Growler, 24 caças stealths F-35C, 6 aviões de alerta aérea avançado Grumman E-2D  Hawkeye, 6 helicópteros Sikorsky MH-60R, 4 helicópteros MH-60S e 4 aeronave de combate sem piloto N-UCAS ( a ser desenvolvida ainda).

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A frota super porta aviões da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) é composta, atualmente por 10 navios, todos da classe Nimitz, um projeto da década de 70 do século XX e que está contabilizando mais de 40 anos. O outro porta aviões, o USS Enterprise, o maior navio de guerra da história, cujo projeto data de 1957, e que saiu de serviço recentemente, em 2012,antes de haver um substituto pronto, também expõe a elevada idade dos porta aviões norte americanos. Por isso a US Navy e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) requisitaram que seus fabricantes de navios começassem a estudar o seu sucessor, e depois de analisar mais de 70 propostas, sendo uma delas referente a um porta avião de menor dimensão, porém com um desenho revolucionário e furtivo, acabaram por manter o desenho clássico dos porta aviões americanos, mas com algumas modificações técnicas, que permitirão um aumento de 25% no numero de lançamentos e recuperações de aviões, em relação ao que se tem hoje nos porta aviões da classe Nimitz. O projeto foi inicialmente chamado de CVN-21 e o seu projeto foi encomendado ao estaleiro Newport News, uma subsidiária da poderosa empresa aeroespacial Northrop Grumman, fabricante de aeronaves como o bombardeiro B-2A Spirit, caça F-5E Tiger II (o principal caça da Força Aérea Brasileira) e o F-14 Tomcat.
Acima: No início do projeto do novo porta aviões da marinha norte americana se cogitou um navio com desenho stealth mas logo se decidiu por abandonar esse desenho. Certamente os custos e riscos seriam bem maiories que usar um conceito de desenho mais conhecido.
Depois de iniciar a construção do novo super porta aviões, a US Navy batizou a nova classe de "Gerald R Ford" (CVN 78), e ele será o substituto, tanto do Entreprise, já aposentado, quanto dos navios mais antigos da classe Nimitz. 
O Gerald R Ford terá muitas inovações em relação a seus predecessores. Uma dessas mudanças é o reposicionamento da ilha, colocada um pouco mais a ré do casco o que facilitará a movimentação dos aviões no convés do navio. Outra importante evolução diz respeito a seu sistema de catapulta eletromagnética EMALS que tomará, em definitivo o lugar das catapultas a vapor que foram usadas por mais de 60 anos nos porta aviões da US Navy. Esta nova catapulta permite menor necessidade de manutenção, menor espaço de instalação e capacidade de lançar aeronaves mais pesadas.
O Gerald R Ford foi projetado para ter uma maior automação de seus sistemas conseguindo uma redução de 17 % da tripulação em relação à tripulação do Nimitz o que resultou em uma diminuição de 1000 homens no navio, que seria necessária para operar todas as operações comuns em um navio aeródromo.

Acima: Nessa ilustração pode ser percebido com clareza o reposicionamento da ilha mais atras do convés, o que representa uma das características mais marcantes dessa nova classe de porta aviões norte americanos.
O sistema de propulsão é do tipo nuclear e é composto por um par de reatores atômicos de nova geração A-1B, desenvolvidos pela Bechtel Marine Propulsion Corporation que produz 30% mais energia elétrica que a planta nuclear do Nimitz chegando a 280 MW o que representa o mais eficiente sistema de geração de energia já instalado em um navio. Graças a essa melhoria na produção de energia que o sistema EMALS de catapulta foi viável nesse navio.
Essa propulsão, também fornece 360000 SHP de potência que movem 4 eixos e suas respectivas helices movimentando as 110000 toneladas de deslocamento deste navio a uma velocidade máxima de 36 nós (68 km/h), colocando como um dos mais rápidos navios de guerra de grande porte da história.
Como todos os navios nucleares, sua autonomia é ilimitada, sendo a operacionalidade do navio restrita a quantidade de combustível aeronáutico, armamentos, e alimentos da tripulação transportados.

Acima: Mesmo com um deslocamento "monstro" de 110000 toneladas, o sistema de propulsão totalmente nuclear do Gerald R Ford proporciona uma alta velocidade a essa "cidade flutuante".
Outra importante melhoria instalada no projeto do Gerald R Ford foi seu avançadíssimo sistema de radar  DBR (Banda dupla) composto por 3 antenas do radar AN/SPY-3, ultima geração em radares de varredura eletrônica ativa com alcance de 320 km contra alvos aéreos. O outro componente do sistema DBR responde pelo radar AN/SPY-4 VSR (Volume Search radar), com mais 3 antenas e que operam de forma integrada aos SPY-3 dando uma elevada capacidade de rastreio multi alvos. Esse sistema, além de fazer a busca de alvos, agrega a função de radar de controle de fogo para o sistema de mísseis antiaéreos ESSM operados a partir de dois lançadores óctuplos MK-29 instalado no navio. O ESSM tem alcance de 50 km e guiagem semi-ativa. E falando em armamento orgânico ainda, o Gerlad R Ford recebeu, também, dois lançadores MK-49 para 21 mísseis de curto alcance RIM-116 SeaRAM de curto alcance (9 km) sendo sua guiagem por infravermelho ou por comando de rádio, dependendo da versão. O armamento de tubo, também presente nesse porta aviões, é composto por dois sistema CIWS Phalanx MK 15 com um canhão de seis canos rotativos de 20 mm. Cada um desses canhões conseguem uma cadencia de 4500 tiros por minuto, o que é suficiente para “rasgar” qualquer coisa que esteja dentro do seu alcance (2000 a 3000 mts). Por ultimo, foram instalados 4 metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7 X 99 mm (.50).

Acima: A ilha do Gerald R Ford foi projetada tendo em vista a integração de seu sistema DBR de radar. Nessa imagem gerada por computador podemos ver a antena frontal do radar AN/SPY-3, que compõe a suíte de sensores do navio.
A ala aérea do Gerald R Ford é composta, em tempos de paz, 75 aeronaves, sendo, portanto, possível aumentar para cerca de 110 aeronaves em caso de necessidade. Normalmente, são transportados 25 caça bombardeiros pesados F/A-18E/F Super Hornet que são os principais vetores de defesa aérea, embora sejam usados como bombardeiros também. O novíssimo caça de 5º geração F-35C Lightining II será operado com 24 unidades e será responsável, principalmente, por missões de ataque e bombardeiro, embora possa, se necessário, operar em missões de interceptação e escolta ar ar; Para guerra eletrônica serão operados 6 jatos E/A-18G Growler que é a versão de guerra eletrônica  do F/A-18E Super Hornet; Para alerta aéreo avançado serão usados 6 unidades do clássico avião Grumman E-2D Hawkeye, que é a ultima versão desta eficiente aeronave. O Gerald R Ford vai operar 4 aeronaves de combate sem piloto N-UCAS quando estes estiverem operacionais. Estas aeronaves serão desenvolvidas com os conhecimentos adquiridos no desenvolvimento do jato X-47B. E agora falando de asas rotativas, são transportados 6 helicópteros Sikorsky MH-60R Seahawk que são usados para guerra antissubmarino e anti superfície usando torpedos leves MK-46 e mísseis AGM-114 Hellfire; e por ultimo, são operados 4 helicópteros Sikorsky MH-60S Kinghthawk para operações anti minas e de transporte. 

Acima: O novo caça F-35C será um dos principais meios de combate do Gerald R Ford. Esta foto foi tirada durante os primeiros testes embarcados com o F-35C abordo no USS Nimitz, já descrito nesse site.
O super porta aviões Gerald R Ford , como todos os super porta aviões da US Navy, transportam uma capacidade de combate aéreo superior a mais de 70 % das forças aéreas do mundo todo. Poucos países tem uma estrutura tão completa e bem armada como um único navio desse tipo. O Gerald R Ford vai manter essa capacidade para o século XXI. Seus sensores avançados, mais capazes que os encontrados nos porta aviões anteriores e mesmo na maioria dos navios de escolta com sistema AEGIS como os navios da classe Arleigh Burke e Ticonderoga, também darão maior independência a esta nova classe de porta aviões. A US Navy tem encomendado nesse momento 3 navios da classe Gerald R Ford, sendo o segundo navio, batizado de John F Kennedy (CVN-79) e o Enterprise (CVN 80) que receberá o mesmo nome do navio antigo que está sendo substituído (Entreprise CVN-65). Se os planos da US Navy forem em frente, haverão 10 unidades deste super porta aviões substituindo totalmente os navios da classe Nimitz até o fim deste século.

Acima: Em breve o Gerald R Ford começará os teste no mar e sua entrada em serviço está programada para meados de 2016.


Acima: Aqui podemos ver como será internamente o Geral R Ford.






ABAIXO TEMOS UMA ANIMAÇÃO COM A CONSTRUÇÃO DO GERALD R FORD


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