Northrop F-5EM Tiger II |
FICHA TECNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0.98 (1050 km/h) à 11000 m.
Velocidade máxima: Mach 1.63 (1741 km/h) à 11000 m
Razão de subida: 10500 m/min.
Potência: 0,64.
Carga de asa: 81,87 lb/ft².
Fator de carga: 7,33, -3,5 Gs
Taxa de giro instantânea: 20º/s.
Razão de rolamento: *250º/s (estimado).
Teto de Serviço: 15790 m.
Alcance: 890 km.
Alcance do radar: Leonardo Grifo F: 56 km, e 38 km contra alvos voando baixo.
Empuxo: 2 turbojatos General Electric J85-GE-21, com 2200 kgf de empuxo máximo, cada um.
DIMENSÕES
Comprimento: 14,45 m.
Envergadura: 8,13 m.
Altura: 4,08 m.
Peso vazio: 4392 kg.
Combustível Interno: 2563 litros.
ARMAMENTO
Ar Ar: Curto alcance: Míssil Piranha, Míssil Python 3, Míssil Python IV.
Médio alcance: Míssil R-Darter, Míssil Derby.
Ar Terra: Bombas Mk82/83/84, bombas incendiárias BINC-200/300, bombas anti pista BAPI, bombas de fragmentação BLG-120/204/252 e lançadores de foguetes de 70 mm.
Interno: 1 canhão M-39A-2 de 20 mm com 280 tiros.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O projeto do F-5 nasceu no início de 1954, quando a Northrop pesquisou junto a aliados americanos, com poucos recursos para usar um caça mais complexo como o grande McDonnell Douglas F-4 Phanton II, as suas necessidades para um novo caça que pudesse ser construído a um baixo custo. O resultado foi um pequeno caça chamado incialmente de N156F, que acabou sendo escolhido pelo departamento de defesa dos Estados Unidos para fazer parte do programa de assistência militar para países considerados amigos. O F-5 passou por diversas versões, sendo que a versão F-5E foi a mais promissora por sua maior capacidade de combate aéreo e por isso foi adquirido por muitos países que acabaram usando-o como a primeira linha de defesa por muitos anos. Logicamente, muitos desses países, aposentaram ou estão na iminência de aposentar os pequenos F-5 e substitui-los por novos caças, porém outros, como o nosso Brasil, com sua crônica falta de verbas para investimentos em aquisição de novos vetores acabaram tendo que usar a criatividade e procurar formas de atualizar os sistemas de seus caças para que pudessem ter alguma eficácia nos cenários atuais do campo de batalha.
O Chile e Singapura foram bem sucedidos nos programas de modernizações de seus F-5E e, mais particularmente o Chile, nosso “quase” vizinho, demonstrou em combates simulados no deserto do Atacama e em Nellis nos Estados Unidos, onde participou de treinamentos Red Flag, um desempenho notável contra caças F-15 e F-16C, que são mais recentes e mais potentes que o leve F-5E.
Graças a esse desempenho satisfatório, a FAB (Força Aérea Brasileira), resolveu seguir a receita de modernizar seus 47 F-5E, para um padrão que se chamou inicialmente F-5BR e atualmente F-5EM. Foram contratadas a Elbit Sytems de Israel, especialista nesse tipo de programa de modernização, e a nossa conhecida Embraer, que fez a integração dos novos sistemas e a revisão estrutural dos F-5s da FAB.
Um caça F-5E da FAB antes de sua modernização. |
O F-5EM teve seu radar original APQ 159 V5 da Emerson que possui um alcance teórico de 74 Km, mas sem capacidade rastrear e atacar um alvo voando baixo (look down shot down), por um moderno radar pulso Doppler Fiar Grifo F com capacidade de múltiplo engajamento e look down shot down. O alcance contra alvos voando alto, é de 56 Km, e de 38 Km contra alvos voando baixo. A primeira vista, isso pode parecer pouco, mas os “74 Km” do radar anterior eram teóricos e pela idade do equipamento, eles eram no mínimo “míopes”. Este novo radar Grifo F, permite o uso de mísseis BVR (fora do alcance visual), coisa que nenhum caça da FAB possuía antes. Certamente foi uma escolha bem feita e aumentou a letalidade do pequeno F-5 de forma contundente. O F-5, tem um RCS frontal muito pequeno, e isso, associado ao novo radar, permite que ele se aproxime bem do inimigo antes de ser detectado, diminuindo o tempo de resposta do alvo.
Uma outra melhoria muito significativa, se não a mais significativa, diz respeito ao uso do sistema de transmissão e recepção de dados por data link. Com esse dispositivo, indispensável no campo de batalha atual, o F-5EM pode mandar e receber dados entre si e entre ele e um E-99 AEW&C por exemplo, sem expor sua posição. O F-5EM poderia, por exemplo, manter seu radar desligado e receberia os dados de posicionamento do inimigo, do radar Erieye do E-99. O sistema de data link que o F-5EM usa, e o rádio V/UHF digital da marca Rohde & Schwartz que fazem as transmissões de dados e voz usando criptografia e salto de frequência (com centenas de mudanças de frequência por segundo), tornando a interceptação dessas comunicações algo praticamente impossível. O desenvolvimento de táticas de interceptação e combate usando esse sistema de integração de dados, permitiu um aumento de letalidade para um padrão inédito na Força Aérea Brasileira.
O F-5EM trouxe um importante aumento de capacidade para os pilotos da FAB. Muitos de seus recursos novos só poderiam ser experimentados em aeronaves mais novas. |
Foram instalados 2 computadores que recebem dados de diversos sensores espalhados pela fuselagem do avião, e enviam esses dados de forma organizada para as telas do painel do F-5M, promovendo a consciência situacional do piloto, e facilitando a tomada de decisões durante o combate. Um outro sistema muito importante instalado no F-5EM, é o RWR (sistema de alerta radar) da empresa israelense Elisra. Esse sistema detecta, analisa e alerta o piloto sobre emissões de radares que estiverem rastreando o avião. Com isso o piloto fica ciente do tipo de ameaça que ele está sofrendo, e com isso poder iniciar os procedimentos de combate, para enfrentar ou se evadir.
Foi instalado no F-5M uma cabine de nova geração com 3 telas multifunção MFD coloridas, e incorporado um controle HOTAS (hands on throttle-and-stick) para diminuir a carga de trabalho do piloto, e agilizando sua capacidade de resposta em combate, na medida que todos os sistemas importantes para a administração da situação de voo e combate são acionadas no manete do HOTAS.
No que se refere ao armamento, os novos sensores, permitem o uso de armas que nunca tinham sido usadas pelos caçadores da FAB, como por exemplo um míssil de médio alcance. O radar Fiar Grifo F, pode ser usado para fornecer dados de ataque para mísseis de diversas nacionalidades, como o AIM-120 Amraam, MICA, R-Darter, e Derby. Essa possibilidade é muito importante na medida que nos deixa
livres para escolher uma arma que seja isenta de restrições “idiotas” para o fornecimento de armas.
A FAB adquiriu um lote de mísseis Derby, fabricados pela Rafael, empresa do segmento aeroespacial de Israel, Este míssil tem guiagem ativa alcance de 50 km. Os mísseis de curto alcance serão o Piranha, Python III e Python IV. todos guiados por infravermelho, sendo o Python IV o míssil com alta capacidade de engajamento fora do ângulo de visada, o que lhe permite engajar alvos mais manobráveis e com alta chance de destruição.
Para o ataque a alvos terrestres, o F-5EM, terá uma maior precisão por causa da instalação de um radar altímetro usado no AMX. Embora a FAB não deva adquirir o míssil Maverick, ele poderia ser facilmente integrado ao F-5EM devido aos seus novos sistemas. Um dos 2 canhões M-39 A-2 de 20 mm teve que ser removido para a instalação de aviônicos e do novo radar, porém isso não piora o poder de fogo do F-5EM que a partir de agora será armado com mais mísseis por causa dos incrementos na aviônica.
Nessa rara foto de um F-5EM armado, podemos ver sua composição de 2 mísseis Python IV na ponta das asas e 2 mísseis de médio alcance Derby nos cabides externos. |
Como pode-se ver, a FAB fez um trabalho muito eficiente para definir os requisitos de melhorias e modernização dos F-5E, para passarem ao padrão F-5EM. Certamente que o programa de modernização da FAB criou a versão mais eficaz do F-5E em serviço no mundo. No entanto, as células estão no final de sua vida útil e antes do fim da década de 20, estes caças deixarão as fileiras da FAB e terão o merecido descanso. A FAB gostaria de substituir estes F-5EM por mais um lote de caças F-39E Gripen, porém, com os cortes de verba impostos pelo governo Lula, os orçamentos reduzidos não permitirão a concretização dessa ideia. Hoje, se considera a possível compra de caças usados, com maior probabilidade sobre caças F-16 de segunda mão que começam a ficar disponíveis no mercado internacional e poderiam atender a demanda da FAB pela substituição de dois esquadrões de caças F-5EM.
Um F-5EM da FAB operando na base norte americana de Nellis em um exercício Red Flag. |
F-5EM equipado para treinamento de combate. |
A FAB também possui uma reduzida quantidade de exemplares biplaces F-5FM, usadas para treinamento. |
Eu acredito que esse caça voaria mais algum tempo pela FAB e algumas unidades deveriam ser doadas para a MB, assim a MB manteria a Aviação de caça naval em transição para o futuro caça naval da nossa MB. Só acho.
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