FICHA
TÉCNICA DE DESEMPENHO
Velocidade
de cruzeiro: 530 km/h
Velocidade
máxima: 593 km/h
Razão de
subida: 1500
m/min
Fator de
carga: +7, -3,5
Gs
Raio de
ação/ alcance: 550 km
(Hi Lo Hi)/ 4820 km (travessia com maximo combustível)
Propulsão: Um motor Pratt & Whitney
Canadá PT-6 A 68C com 1600 Hp de potencia
DIMENSÕES
Comprimento: 11,33 m
Envergadura: 11,14 m
Altura: 3,97 m
Peso: 3020 kg (vazio)
ARMAMENTO
Até 1500
kg de cargas externas divididos em 5 pontos fixos (4 nas asas e um sob a fuselagem).
Ar Ar: Míssil Piranha.
Ar Terra: Bombas MK-81 de 119 kg, Mk-82 de
227 kg, bombas guiadas a laser GBU-12 de 227 kg, casulos com 19 foguetes
SBAT-70 de 70 mm Skyfire e casulo com canhão de 20 mm.
Interno: 2 metralhadoras FN M-3P calibre.50 (12,7 mm).
Interno: 2 metralhadoras FN M-3P calibre.50 (12,7 mm).
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Um dos maiores sucessos da indústria de defesa brasileira é, sem a menor duvida, o avião de treinamento Embraer EMB-312, mais conhecido como T-27 Tucano. Extremamente confiável e manobrável este pequeno turboélice teve 662 unidades vendidas para nada menos que 13 países, incluindo a França e a Inglaterra. Com um sucesso desses, nada mais previsível de que o modelo servisse como base para um avião de treinamento avançado e ataque leve que pudesse vir de encontro com as necessidades que a Força Aérea Brasileira (FAB) estava apresentando. Essas necessidades são, na verdade, a origem do Super Tucano.
Acima: O Super Tucano foi incorporado no esquadrão demostração aérea, mais conhecidos com "Esquadrilha da Fumaça" em setembro de 2012. Nesta foto podemos ver o AT-29 e mais ao fundo o T-27 que está sendo substituído.
Vou fazer uma breve explicação dessa necessidade, pois acredito ser relevante para entender a origem do Super Tucano. Com o projeto do Sistema de vigilância da Amazônia (SIVAM) que começou a ser implantado a partir de 1994 e se tornou operacional em 2002, a FAB tinha a necessidade de contar com uma aeronave que fosse adequada para operar contra pequenos aviões movidos a hélice, muito usados por narcotraficantes que se aproveitavam da lacuna da cobertura de radar do sistema de defesa aérea do Brasil naquela região para poder executar seus objetivos escusos. A FAB testou caças a reação como o F-5E e o F-103 (antigo Mirage III não mais em serviço) para interceptar esses pequenos aviões a pistão, mas a velocidade baixíssima desses aviões fazia os caças, mais pesados estolarem, demonstrando a total incompatibilidade daqueles caças com a função de interceptar esse tipo de alvo. Nisso a FAB começou a pensar na possibilidade de usar os T-27 Tucanos nessa função, porém foi percebido que o ideal, seria um avião mais potente e com uma aviônica mais completa para a função de combate. Outra necessidade que apareceu foi a substituição dos velhos AT-26 Xavantes, que é o avião a jato de treinamento avançado em uso pela FAB e que já chegou ao fim de sua vida operacional.
Acima: O pequeno avião turbo propulsor de treinamento T-27 Tucano serviu de referência para o desenvolvimento do Super Tucano para operações que deveriam ir além do treinamento de novos pilotos.
Esses
fatos todos coincidiram com outro fato interessante. A Embraer estava, nessa
mesma época, em 1991, oferecendo uma versão do Tucano chamada de EMB-312 H que
era um Tucano remotorizado e que tinha um tamanho maior que o Tucano mais
antigo. Na verdade o EMB-312 H era uma espécie Tucano anabolizado. Uma analise
deste modelo de Tucano com as necessidades da FAB para o braço armado do SIVAM
e um substituto para o Xavante, demonstrou que o EMB-312H preenchia muito dos
quesitos para a plataforma que a FAB procurava. Nascia assim o programa ALX
(Aeronave de ataque leve) da FAB que visava o desenvolvimento de um novo avião
baseado no EMB-312H. O novo projeto passou a ser chamado de EMB-314 Super
Tucano.
Acima: O AT-29 Super Tucano é uma aeronave ideal para operar contra aeronaves leves usadas por narcotraficantes e ainda presta um excelente apoio as tropas em terra em missões de apoio aéreo aproximado.
O motor que era usado no modelo Tucano H era o Pratt & Whitney Canada PT-6A-67 com 1250 Hp de potencia, e foi substituído, para uso no novo ALX, pelo mais potente Pratt & Whitney Canadá PT-6A68C com 1600 Hp de potencia que é controlado por um sistema FADEC. Esse aumento de força se mostrou necessário devido às dificuldades relacionadas a operações em ambientes muito quentes como o nordeste e norte do Brasil, que representa o principal teatro de operações a ser operado o Super Tucano. Além de um motor mais potente foi introduzida, também, uma nova hélice com 5 pás que aumenta a eficiência do motor. A velocidade máxima atingida pelo Super Tucano é de 590 km/h, colocando ele bem dentro do envelope de voo necessário para interceptar aeronaves com motores a pistão usado pelos narcotraficantes.
Acima: O novo motor PT-6A68C com 1600 Hp e as hélices penta pá, deram uma boa potencia e performance a Super Tucano.
A estrela do Super Tucano é sua eletrônica. Nesse ponto pode-se dizer com tranqüilidade que o Super Tucano é o mais avançado avião turboélice em operação. O Super Tucano está equipado com um sistema de transmissão e recepção de dados via datalink fornecido pelo rádio Rohde & Schwartz M3AR (Série 6000) com proteção eletrônica das comunicações, como salto, criptografia e compressão de freqüências. Esse rádio é o mesmo usado pelos aviões R-99 AEW, F-5EM e A-1M AMX. Através desse sistema de datalink o Super Tucano recebe dados do radar do R-99 permitindo uma maior consciência situacional além enviar em tempo real imagens que forem captadas pelo seu sistema FLIR (Forward Looking Infrared) modelo AN/AAQ-22 Safire, fabricado pela FLIR Systems enviando para o posto de comando de missão. O FLIR é usado para navegação através de uma visão infravermelha de alta resolução que funciona de dia ou noite podendo, ainda, designar um alvo para ataque. Cabe observar aqui que o FLIR do Super Tucano está integrado aos óculos de visão noturna NVG ANVIS-9 da ITT garantindo uma total capacidade de operações noturnas ou com baixa visibilidade com segurança. Para proteção da aeronave há um sistema de alerta de radar RWR e um sistema de alerta de aproximação de míssil MAWS. Há, ainda, um lançador de iscas tipo chaff e flares para despistar mísseis guiados a radar e a calor (IR).
Acima: O painel de controle do Super Tucano é, provavelmente, o mais moderno dentre todos os aviões turbo propulsores do mundo. Realmente é uma aeronave muito bem projetada.
Todos esses sistemas são controlados de uma cabine especialmente feita para facilitar a vida do piloto, podendo ser considerada, também a mais moderna cabine de um avião turboélice em serviço atualmente. Nesta cabine há dois displays multifunção e um HUD que contam com todas as informações de navegação de monitoramento do alvo, incluindo aqui o ponto de impacto continuamente monitorado CCIP e o ponto de lançamento continuamente computado CCRP, o que aumenta, substancialmente a precisão do lançamento das armas. Nesta cabine, o piloto fica sentado em uma “banheira” blindada, capaz de suportar impactos diretos de munição .50 (12,7 mm). Essa blindagem foi instalada também nos tanques internos do Super Tucano.
Outra melhoria no cockpit do Super Tucano foi a instalação de um sistema de geração de oxigênio OBOGS que produz oxigênio do próprio ar e o sistema HOTAS, foi usado na configuração da cabine permitindo ao piloto operar os principais sistemas do avião sem tirar as mãos do manete e do manche.
Acima: O Equador é uma das 11 forças aéreas que adquiriram o Super Tucano. A aeronave se tornou um sucesso de vendas graças a suas qualidade únicas.
O armamento disponível para o Super Tucano é bastante variado e relativamente pesado, chegando a um total de 1500 kg, considerando que se trata de um avião turboélice. O armamento básico é composto por duas metralhadoras FN Herstal M-3P calibre .50 (12,7 mm) com uma capacidade de 200 cartuchos e uma cadência de tiro na ordem de 1100 tiros por minuto. Nas asas do Super Tucano existem 4 pontos duros para transporte de armas e tanques de combustível, além de um ponto no ventre do avião. Nesse 5 pontos, podem transportar mísseis ar ar Piranha guiado por IR, de fabricação nacional, e cujo alcance chega a 10 km, que podem ser usados eficazmente contra helicópteros ou outros aviões. Para ataques a alvos terrestres podem ser usadas bombas MK-81 de 119 kg, bombas MK-82 de 227 kg, ou bombas guiadas a laser GBU-12, que foram integradas pela Colômbia, além de casulos de foguetes de 70 mm Avibras SBAT-70 com 19 foguetes. Também podem ser transportados casulos com canhões de 20 mm. No futuro o Super Tucano poderá ser armado com bombas guiadas a GPS GBU-39 SDB e mísseis AGM-169 JCM e Brimstone.
Acima: Duas metralhadoras pesadas M-3P em calibre .50 representam o armamento orgânico do Super Tucano. Essa configuração libera os pontos fixos sob as asas para outros tipos de cargas como mísseis, bombas, foguetes ou tanques de combustibel extras.
Ao
todo foram encomendados 99 Super Tucanos pela Força Aérea Brasileira, um numero
respeitável de vetores que farão o treinamento de pilotos que estiverem
ingressando para a aviação de combate da FAB, além de garantir o patrulhamento
dos céus da Amazônia contra o trafico de drogas e contrabando de armas. As
capacidades aqui mostradas colocam o Super Tucano como um interessante avião de
apoio aéreo aproximado para as tropas em terra. Uma flexibilidade que justifica
seu valor tático para a força.
Acima: Vista em corte do Super Tucano.
Acima: Vista em corte do Super Tucano.
Curtiu o blog WARFARE? Assine a lista de atualizações através da ferramenta de alertas na barra lateral do blog, ou pelo e-mail editorwarfare@gmail.com e siga a fanpage WARFARE no facebook pelo endereço: https://www.facebook.com/warfareblog
Carlos vi há algum tempo o presidente da Avibrás falando que o sistema ASTROS após receber o sistema de guiagem de foguete 90 km digitalizado passou a se enquadrar (por volta de 2011) no seguimento único do gênero onde seu estava entre os três únicos no mercado com aquela capacidade, ou seja, apenas os EUA e Rússia teria tecnologia capaz ou igual ao ASTRO nenhuns pais da Europa ou Ásia tem algo parecido, se é verdade o que acredito é uma boa noticia, mas sobre o AT-29 SUPER TUCANO já passou da hora de receber um upgrade li algo sobre a EMBRAER está estudando a possibilidade de instalar um radar no AT-29 embora seja um bom avião acho que o fabricante acomodou o que acha?
ResponderExcluirOlá Rafael.
ResponderExcluirO Super Tucano será integrado com uma série de novas armas cujo trabalho está sendo feito pela Boeing através de um acordo entre as duas empresas. O radar, no entanto, me parece desnecessário e foge o objetivo do projeto do pequeno turbo propulsor.
Abraços
Carlos parabéns pela matéria,
ResponderExcluirOlha não sei como a EMBRAER não conseguiu fazer um JATO DE GUERRA com tecnologia própria. Ao meu leigo ver, o SUPER TUCANO é prova que isso seria possível com tecnologia própria.
Será que a EMBRAER estava so esperando a garapa do governo comprar um caça para copiarem a tecnologia, como foi o caso do gripen do FX2, que veio com o pacote de tecnologia incluido?
O que voce acha CARLOS?
Olá Carlindo.
ResponderExcluirObrigado! A Embraer não tinha tecnologia para desenvolver aeronaves supersônicas, cuja estrutura é diferente da encontrada em aeronaves de velocidade subsônicas. Fora isso, para que essa tecnologia fosse desenvolvida com tecnologia própria, exigiria um investimento grande e o governo não ajudaria nisso. Não há uma boa chance dese ter o retorno desse investimento uma vez que o Brasil compra poucas aeronaves e o mundo tem muitos caças com esse perfil de desempenho disponível. Assim, as chances de dar prejuízo sempre foram altas demais para a Embraer perder dinheiro nisso. Com o Gripen, há uma diminuição dos custos por a parte pesada está pronta, praticamente e a Embraer só precisa integrar os sistemas nacionais e montar a aeronave.
Abraços
A instalação de mísseis ar-ar no super tucano me pareceu um tanto desnecessária já que para as ameaças encontradas em seu teatro de operações serão quase na totalidade aeronaves de baixo desempenho de narcotraficantes cujo canhão .50 daria conta tranquilamente sem contar na baixa assinatura IR dessas aeronaves que não as tornam alvos ideais para os caros mísseis ar-ar (muitas vezes mais caros que as próprias aeronaves a serem abtidas) e caso uma aeronave a jato se opusesse ao nosso tucano o mesmo não teria como acompanhá-la ou mesmo submetê-la a uma boa distancia pois não tem radar para isso.
ResponderExcluirAo invés disso o ideal seria prover o AT-29 de uma boa capacidade ar-terra, dotá-lo de um bom FLIR e capacidade de guiagem de bombas guiadas a LASER e mísseis Spike ou Hellfire, aí sim seria um investimento coerente.
Qual sua opinião Carlos Emilio?
Olá Topol.
ResponderExcluirOs mísseis são uteis em caso de guerra, pois serviriam bem ao abater de helicópteros inimigos, como um Apache por exemplo, que não pode ser abatido com as metralhadoras. O Super Tucano já é compatível com FLIR e armas guiadas a laser. A Colômbia, por exemplo, os usa nessa configuração e já mandou muito terrorista conhecer Deus pessoalmente com ele.
Abraços
vídeo interessante sobre o emprego dos super tucanos!!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=ipPfv9igAv0
Carlos, qual seria a efetividade do míssil piranha? É confiável?
ResponderExcluirOlá Rodrigo.
ExcluirA efetividade é a mesma de um AIM-9L Sidewnder. Ou seja:É efetivo contra um caça de 3º geração ou um de 4º não muito manobrável. É muito efetivo contra helicópteros ou aeronaves turbo propulsora. Abraços
Olá Carlos, sabe dizer se um dia haverá a capacidade de lançamento do missil A-Darter pelo Super Tucano ?
ResponderExcluirOlá Colttech0.
ResponderExcluirPelo que pesquisei, o A-darter não será integrado no Super Tucano.
Abraços