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sexta-feira, 15 de março de 2024

AIRBUS MANIFESTA QUE EUROPA DEVERIA UNIFICAR SEUS PROGRAMAS DE AERONAVES DE COMBATE


Ilustração do programa GCAP em desenvolvimento pela Grã-Bretanha, Itália e Japão

Por Carlos Junior
Para uma pessoa que conhece a história da aviação militar sabe que a Europa foi um berço de grandes conquistas da tecnologia aeroespacial. Muitos aviões de combate inovadores e de bom desempenho foram projetados e construídos no velho continente.
Depois que a OTAN foi criada, sob a liderança dos Estados Unidos, a promoção do medo de uma União Soviética ameaçadora que poderia vir a invadir a Europa Ocidental durante a guerra fria na segunda metade do século passado, e agora, com o medo de uma Rússia governada por um lunático que tem, claramente ambições expansionistas, tem facilitado com que muitos países europeus, no decorre de todas essas décadas que elenquei acima, se tornassem clientes da indústria militar norte americana, levando a uma degradação da capacidade industrial europeia, que não estava mais recebendo investimentos de seus governos para projetar aeronaves próprias. Poucos países se mantiveram firmes investindo em suas industrias, sendo a Grã-Bretanha, França e Suécia os poucos países que tiveram cuidado de não abandonar sua independência nesse campo, embora ainda adquiriram alguma tecnologia dos Estados Unidos.
Hoje,  Guillaume Faury, CEO da Airbus defende que os dois únicos grandes programas de desenvolvimento de aeronaves de combate em solo europeu, o GCAP (Programa Global de Combate Aéreo) na sigla em inglês, e que envolve a Grã-Bretanha, Itália e Japão (este ultimo entrou a pouco tempo) e o programa FCAS ou SCAF, como eu prefiro me referir, (Sistema Aéreo de Combate Futuro), que está sendo desenvolvido pela França, Alemanha e Espanha, se unissem em um só programa, para poder proteger a indústria aeroespacial europeia da agressiva entrada de novos caças de 5º geração F-35 de fabricação norte americanas nos países europeus. Com vendas de caças F-35 que superam a soma de vendas de caças Typhoon e Rafales, a manutenção de dois programas de caças vai levar a uma muito provável perda de viabilidade econômica para os dois programas que terão que disputar por encomendas menores dos poucos países que não compraram F-35.
Desenho do programa SCAF da França, Alemanha e Espanha.
Embora haja particularidades nos requisitos de cada nação, a verdade é que, de uma forma bastante geral, ambos os projetos apresentam uma solução com desempenho muito parecido, para não falar idêntico. Observem que tanto o Rafale, quanto o Typhoon, aeronaves irmãos que foram desenvolvidas ao mesmo tempo, trouxeram aeronaves que poderiam, tranquilamente, serem substituídas um pelo outro, pois seus desempenho são muito similares. Esse erro está se repetindo com os programas separados liderados pela França e pela Grã-Bretanha.