quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CLASSE SACHSEN F-124. Uma resposta antiaérea da marinha alemã.


FICHA TÉCNICA  
Tipo: Fragata de escolta antiaérea. 
Tripulação: 243 tripulantes. 
Data do comissionamento: Novembro de 2004. 
Deslocamento: 5600 toneladas (totalmente carregado). 
Comprimento: 143 mts. 
Boca: 17,44 mts. 
Propulsão: 2 motores a diesel MTU 20 V1163-TB 63 e 1 motor a gás General ElectricLM 2500 que produz uma potência de 52070 hps.
Velocidade máxima: 29 nós (54 km/h). 
Alcance: 8000 Km. 
Sensores: radar de busca: Thales Nederland  SMART-L de varredura eletrônica. Um radar Atlas Elektronik 9600 –M /I/J ARPA  para busca e guiagem dos mísseis antiaéreos, Sensor infravermelho Thales Nederland Sirius IRST, Sonar DSQS-24B. 
Armamento: AAW: 1 lançador vertical MK-41 de 32 células para mísseis ESSM e Standard SM2, 1 lançador MK-49 para 21 mísseis RIM-116 RAM; SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis Harpoon, 1 canhão OTO Melara 76 mm/62; 2 canhões MGL-27 de 27 mm; ASW: 2 lançadores triplos MK-32 para torpedos Eurotorp. 
Aeronaves: 2 Helicópteros NH-90.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior 
Os navios F-124 ou Classe Sachsen, como são conhecidos na marinha alemã,  foram desenvolvidos pelo estaleiro Blohm + Voss representando a nova geração de navios de guerra daquela marinha, e são os mais bem equipados para a a guerra antiaérea já incorporados na Alemanha pós-guerra. O primeiro navio dos três encomendados, o  FGS Sachsen (F219, foi entregue em novembro de 2002, FGS Hamburgo (F220), que foi o primeiro a ser projetado. O terceiro navio, FGS Hassen (F221) foi entregue em dezembro de 2005. O sistema de controle de combate é feito pela Thales Nederland que integra 17 consoles multifunção e displays grande tela, a 12 unidades de dados que processam as informações e as distribuem para toda a rede, em alta velocidade. 
Acima: Nesta interessante foto podemos ver os três navios da classe Sachsen reunidos. Estes navios representam o que de mais moderno e capaz a marinha alemão dispõe atualmente.
O principal sensor é o radar Thales Nederland  SMART-L de varredura eletrônica de longo alcance, que consegue um alcance máximo de 400 km. Esse radar faz as buscas aérea e de superfície. Além deste radar, existem outro radar Atlas Elektronik 9600 –M /I/J ARPA, multimissão para serem usado para designação de alvos para os mísseis antiaéreos Standard SM-2. Este radar tem alcance de 150 km.
O navio está equipado com um sensor de busca infravermelho, também da Thales Nederland Sirius IRST de longo alcance que proporciona um sistema passivo de busca e rastreio de alvos. Um sensor eletro-óptico STN Atlas MP-500 para controle de fogo fornece os parâmetros de tiro do canhão principal. Para guerra antissubmarino, um sonar da Atlas Elektronik , modelo DSQS-24B foi instalado no casco do navio. Para a defesa do navio contra ataques de mísseis inimigos, foi instalado uma suíte de contramedidas eletrônicas compostas pelo sistema EADS FL 1800S-II e 6 lançadores de chaffs e flares Sippican Hycor super RBOC.
Acima: O radar Atlas Elektronik 9600 –M /I/J ARPA tem um alcance de 150 km é é usado para designar alvos para o sistema SM-2 e ESSM de defesa antiaérea.
Embora a missão principal dos navios da classe Sachsen seja o de guerra antiaérea, ele ainda está armado com outras categorias de armas, para combate a superfície e contra submarinos. Para a guerra antiaérea, está instalado um lançador vertical MK-41 de 32 células para mísseis ESSM (Envolved Sea Sarrow Missile) com alcance de 50 km e guiados por radar semi ativo, com atualização de meio curso com data link, e 24 mísseis Standard SM-2 com 75 Km de alcance, guiados a radar semi ativo. Para guerra antinavio, o navio está armado com 2 lançadores quádruplos de mísseis RGM-84 Harpoon, que atingem um alcance de 130 km e são guiados por radar ativo. Para se defender de ataques de mísseis antinavio foram instalados 2 lançadores MK-49 para 21 mísseis RIM-116 RAM de curto alcance (9 km) sendo sua guiagem por infravermelho  ou por comando de rádio, dependendo da versão. Esses mísseis são capazes de destruir um míssil em rota de colisão, e em voo “sea skimming” (rente ao mar) contra o navio permitindo uma maior sobrevivência em batalha.
Acima: Embora se trate de uma classe de navio multimissão, a fragata Sachsen se destaca pela sua muito boa capacidade antiaérea. nesta foto vemos o momento do lançamento de um míssil antiaéreo SM-2 do lançador vertical MK-41.
Um canhão Oto Melara de 76 mm capaz de disparar 85 tiros por minuto e atingir alvos a 16 km usando granadas convencionais. Este canhão, no entanto, pode disparar munições de alto desempenho como a SAPOMER que atinge 20 km de distacia ou a Vulcano, guiada por GPS e com alcance estendido para 40 km. Existem mais 2 canhões Mauser MGL-27 de 27 mm, estão montados para serem usados contra alvos aéreos, ou pequenas embarcações. Esses canhões operam com uma cadência de 1700 tiros por minuto. O canhão principal, Oto Melara, é controlado pelo sensor infravermelho IRST Sirius.
Para atacar submarinos, 2 lançadores triplos MK-32 para torpedos leves Eurotorp MU-90 com alcance de 23 km e guiados por sonar passivo/ ativo. A fragata Sachsen está preparada para operar 2 helicópteros NH-90, que são usados para localizar e atacar submarinos e para transporte.
Acima: As fragatas Sachsen foram projetadas para poder operar helicópteros médios NH-90 e para isso possuem um hangar e um heliporto em sua popa.
A propulsão dos navios da classe Sachsen é do tipo CODAG (combinação diesel e gás) como a maioria dos modernos projetos de navios de guerra. Os motores ficam montados numa cápsula com vedação total antirruído e operam 2 eixos que trabalham independentemente um do outro. Os motores a diesel são do tipo MTU-20V 1163 TB-63, e são operados em conjunto com uma turbina a gás General Electric M-2500 PF/ MLG  que produzem 23500 KW de energia. Os componentes deste sistema combinado CODAG produz 52070 hp de força o que permite ao navio, atingir a velocidade máxima de 29 nós (54 Km/h), sendo um dos mais rápidos navios de guerra europeus. Sua autonomia, também apreciável, chega a 4000 NM (7400 km), quando navegando a velocidade de cruzeiro de 18 nós (33 km/h).
Acima: O desempenho marinheiro da Sachsen permite que o navio seja operado como parte da escolta de grupos de batalha em missões em qualquer ponto do planeta.
Embora quatro unidades da Sachsen tenham sido planejadas, apenas três foram efetivamente encomendadas e construídas, elevando a capacidade de escolta antiaérea da marinha alemã a um novo patamar. Um ponto a ser destacado é que o desenho do casco da Sachsen segue a tendência atual de desenvolvimento de navios onde os traços visam diminuir a reflexão das ondas de radares inimigas, atrasando a detecção do navio. 
Sem dúvidas esta classe merece ser estudada pelas marinhas que pretendem reequipar suas frotas com meios de superfície efetivamente modernos e altamente capazes, a um custo não tão alto quanto dos grandes destróieres. E pensando por este lado, a marinha brasileira com seu programa PROSUPER, deverá avaliar, com carinho esta classe para este importante programa de modernização das frágeis capacidades de combate naval da nossa marinha de guerra.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM UM NAVIO DA CLASSE SACHSEN EM AÇÃO.  
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

MIKOYAN GUREVICH MIG-21 BISON. A história continua.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 2175 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: aprox. 900 Km/h.
Razão de subida: 14100 m/min.
Potência: 1,16.
Carga de asa: 80lb/ft²
Fator de carga: +8.5, -4,0 Gs
Razão de rolamento: 95º/seg
taxa de giro: 13,1º/seg
Teto de serviço: 17800 m
Alcance: 1210 km (sem tanques subalares)
Empuxo: 1 Turbojato Tumansky R 25-300 com 7.035,93 kgf .Reserva de potência: 3 min. de 9.789 kgf com pós combustão em altitude máxima de 4000 mts.
Radar: Phazotron Kopyo M com 75 km de alcance contra alvos voando alto.
DIMENSÕES
Comprimento: 14,50 m (com pitot)
Envergadura: 7,15 m
Altura: 4,12 m
Peso vazio: 6.200 kg
Peso máximo na decolagem: 10.400 Kg (com 3 subalares e 2 mísseis)
ARMAMENTO
Ar Ar: Curto alcance: 4 x R-73E ou 4 x R-60M; Médio alcance: 2 x R-27 R1 ou R-27T; 4 x R-77 .É permitida qualquer combinação entre mísseis, num total de 4.Apenas o R-27 tem a restrição de um para cada asa,num total de 2.
Ar Terra: máximo de 2 bombas guiadas por TV KAB 500 KR de 500 kg.
Interno: 1 canhão GSH-23, calibre 23 mm.

DESCRIÇÃO
Por Everton Luiz Vasconcelos Pedrosa
Em meados de 2003, um grupo de cinegrafistas- indianos recebeu a missão de ir até o norte de Nova Delhi para mais uma tarde de gravações de um outro filme de divulgação interna da ‘’bharathya Vayu Sena’’ (Força Aérea da Índia ou BVS), chamado ‘’Aakash yodha 2’’.O objetivo era fazer uma visita surpresa a uma das mais antigas bases indianas, a Base aérea de Ambala, abrigo do Terceiro Esquadrão da Força Aérea, o ‘’Cobras’’. Lá eles seriam apresentados a mais um novo vetor que entrara em serviço. Paralelo a isso, um clima de festividade ainda reinava na BVS: todos os ‘’holofotes’’ voltavam-se para a aquisição de novos caças de superioridade aérea SU-30 MKI. Bem mais discreto, o novo vetor a ser mostrado podia não ser, ao jugo comum, tão bonito ou interessante como o caça da Sukhoi, mas o que o ‘’Cobras’’ tinha a mostrar não era algo menos surpreendente: sob o sol de Delhi surgiu a silhueta de um avião projetado a quase 50 anos, que se mostrava pronto a realizar tarefas típicas de caças do século XXI : o Mig-21 Bison.
Para entender certos detalhes de um relacionamento tão duradouro e complexo entre os indianos e o Mig-21 não é preciso mais que conhecer a história dessa aeronave. O caça a jato mais produzido de todos os tempos, com mais de 13 mil unidades construídas; o avião que de mais conflitos participou em todos os tempos num total de 14 guerras com mais de 250 vitórias em seu currículo e 13 ases; o avião de caça com maior número de nações usuárias, servindo em 50 forças aéreas ; a primeira aeronave de combate apta a voar com armas russas e da OTAN de forma combinada; o primeiro caça de Mach 2 a abater um oponente em combate; o avião que mais tempo permaneceu em produção(mais de 45 anos). Resumindo, o mais importante caça a jato de gênese soviética de todos os tempos.
Desenvolvido no final dos anos 50, o Mikoyan Gurevich MIG-21(‘’fishbed para a OTAN) foi incorporado pela BVS no final dos anos 60, e por várias vezes voou em combate pela Índia, sempre alternando seu sucesso em combate com o elevado número de acidentes nos quais se envolveu, fardo que teve carregar sozinho por representar, por mais de 20 anos, 70% da força de caça-bombardeio daquele país. Mas os militares indianos conheciam bem o Mig-21 e confiavam em sua capacidade: ‘’ainda precisamos desse avião, lembrem-se que ganhamos uma guerra com ele’’ disse certa vez o Comandante Marshal Tyagi, referindo-se a Guerra Indo-Paquistanesa em 1971, em entrevista ao The Times of Índia em 2007.
Com os atrasos no desenvolvimento do projeto LCA (ou Tejas) estima-se que o Bison será o último ‘’Fishbed’’ baseado na célula original da versão’ ‘Bis’’ a deixar o serviço ativo, por volta de 2020 . Até lá cumprirá bem o seu papel que é defender o espaço aéreo indiano em pleno século XXI, sendo o caça numericamente mais importante dessa força aérea.
Acima: Nesta foto antiga, da época da guerra fria, este Mig-21 Fishbed L soviético aparece em sua forma original.

A GENESE DO BISÃO
No início dos anos 90, com o esfacelamento da união Soviética, as forças aéreas russas e de países do leste europeu presenciaram uma significativa redução do número de células de aviões de combate em serviço: não havia mais como manter uma ordem de batalha tão sortida e complexa, antes justificada pela Guerra-Fria. Cabia a cada país selecionar quais peças seriam vitais para sua proteção e quais seriam dispensáveis. Para os russos o Mig-21 era uma aeronave pouco interessante, com sérias limitações de alcance, argumento válido para um país de dimensões continentais e no limite da vida útil. Soma-se a isso o grande número de caças Mig-29 em serviço, avião que encontrava-se em produção e desempenhava a mesma função do ‘’fishbed’’, sendo inclusive bem mais moderno. O lobby da Mikoyan e da Sukhoi era forte; Os fabricantes precisavam continuar a produção de aviões novos, inclusive para exportação. Por esse motivo, as modernizações, seja para consumo interno ou para clientes externos, era algo proibido de ser cogitado. Dessa forma o Mig-21 saiu de serviço na Rússia em 1998, juntamente com outros Mig 23/27 e 29 de versões mais antigas. Mas se na Rússia existiam completas linhas de produção de aviões de caça, nos demais países da Europa do leste era bem diferente...
Com grande descontentamento, os russos descobriram que ,em meados de 1992, a Romênia (um de seus antigos aliados) negociava junto a Israel um programa ‘’pirata’’ de modernização dos Mig-21 MF-75, hoje conhecidos como ‘’Lancer’’. Na época haviam pelo menos outras cinco nações interessadas num avião semelhante. Um Mig-21 bis podia estar distante de ser a aeronave ideal, no inicio dos anos 90, mas para os países que dispunha dessa arma, ela apresentava-se como uma ferramenta útil, fácil de operar, barata, com grande estoque de peças, versátil, veloz e razoavelmente ágil. Em alguns países o ‘’fishbed’’ surpreendentemente ousou substituir de forma momentânea ou definitiva modelos mais novos como Mig-23 e mesmo Mig-29, como se observou na república tcheca, Sérvia e Romênia.
Acima: O painel do Bison é consideravelmente mais moderno e facil de operar que o painel original dos Mig-21. A maioria dos mostradores analógicos foram substituídos por um display multifuncional que concentra as principais informações de navegação e ataque na tela.
O estopim para a indústria russa foi a expansão da industria militar chinesa. Se para os russos era proibido pensar em modernizar seus próprios projetos, os chineses começavam a suprir o mercado africano e asiático com o Chengdu F-7, que nasceu como uma cópia do caça da Mikoyan. Diante de situação constrangedora a MAPO/MIG iniciou os trabalhos para a melhoria da capacidade de combate do Mig-21. A proposta era simples: Explorar o máximo do potencial da aeronave sem grandes alterações na estrutura. Em 1993 foi apresentada uma alternativa de modernização denominada Mig-21-93, mas poucos países demonstraram interesse. Porém um deles foi a Índia, então detentora da maior frota ativa de Mig-21 do mundo. As negociações entre a MAPO/MIG e a Índia prosperaram, e, diante do esperado atraso no programa de reaparelhamento da BVS, o governo indiano assinou em 1996, contrato de U$ 340 milhões para a modernização de 125 Mig-21 Bis (com opção para mais 50) para o padrão Mig-21-93. O upgrade oferecia um radar multímodo de pulso-dopller, operando em banda X denominado ‘’Kopyo’’(uma simplificação do radar Zhuk do projeto Mig-29M), da empresa Phazotron; Novo canopy em bolha, sistema de navegação inercial Sextant TOTEM RLG-INS, com giroscópio a laser; HUD da EL Op, cockpit digital com telas multifuncionais da Sextant, sistema de alarme-radar (RWR) Tarang da DRDO, gravador digital de dados em voo, lançadores de chaff-flare da Vympel e sistema de mira montada no capacete da SURA (o mesmo sistema é usado no Su-27/30 Flanker), novos rádios HF/VHF/UHF e H.O.T.A.S com a atualização o leque de armas foi ampliado, de modo que o Mig-21 poderia contar com mísseis guiados por calor R-73 ‘’Archer’’, R-77 ‘’Adder’’, de radar ativo, bem como com os R-27 ‘’Alamo’’. A única arma ar-solo passou a ser a bomba KAB 500 KR, guiada por TV.
Acima: O radar Phazotron Kopyo trouxe nova vida operacional ao cansado Mig-21. Embora as melhorias do modelo não se limitem a o novo radar, certamente que este pequeno caça teve sua letalidade muito aumentada por conta dele.

INTERCEPTADOR POR HERANÇA, GUERREIRO MULTIFUNCIONAL POR OCASIÃO.
Quando o Mig-21 foi concebido, sua missão principal era voar muito alto e interceptar bombardeiros e caças usando a boa manobrabilidade e velocidade que dispunha em grandes altitudes. Mas logo ficou claro que sua principal utilização não seria num cenário de ‘’Guerra total’’ entre superpotências e sim em conflitos militares em países periféricos. Daí exigiria-se dele bem mais como caça-bombardeiro que como interceptador’’ puro’’.Tentativas de converte-lo para o perfil ‘’multi-role’’foram feitas com Mig-21’s de 1ª, 2ª e 3ª gerações,, custando a vida de inúmeros pilotos e a perda de várias aeronaves (o projeto original não previa o uso como avião de ataque, e sim meramente caça/interceptador). Apenas com o surgimento do Mig-21 BIS, otimizado para combates em baixa altitude e com motor mais forte, que pode-se dizer que o Mig-21 ganhou relativas capacidades multifuncionais. E o Bison tira proveito delas: um dos elementos que contribui para  isso, é pequeno radar Phazotron Kopyo, com capacidades de mapeamento de alvos em solo (parados ou em movimento) e interface com armamento ar-mar.
Desenvolvido entre 1988 e 1990, tendo em foco a aplicação em upgrades de aeronaves de caça, ataque e bombardeiros, a primeira geração do Kopyo caracteriza-se pela leveza e pela capacidade multimodal para guiagem de mísseis, bombas e canhões de tipos mais recentes em uso ou em fase de projeto. Desde o início a MAPO/MIG mostrou interesse da aplicação desse radar no seu Mig-21-93, visto que o limitado espaço no interior do cone do radar não comportava um radar de maiores dimensões. Alguns especialistas afirmam que um Mig-21Bis equipado com o Kopyo tem sua eficiência em combate ampliada em 8 vezes em relação ao mesmo modelo equipado com radar Sapfire 22M!
Acima: A modernização do Mig-21 romeno, foi feita com ajuda israelense e passou a se chamar Mig-21 Lancer. Este modelo também traz qualidades impressionantes ao caça "cinquentão".
Porém a validade de determinadas tecnologias nem sempre é muito longa. Passados poucos anos da apresentação do ‘’21-93’’, os russos apresentaram aos usuários estrangeiros, programas ainda mais ambiciosos, denominados Mig-21-97 e Mig-21-98 (alternativa de upgrade para a versão MF). Além de contar com todas as melhorias vistas na modernização anterior, o ‘’21-97’’ previa a adoção de motores RD-33 (menos ‘sedentos’ que os R-25 da versão Bis) e de uma futura versão do radar Kopyo ainda mais capaz, denominada ‘’Kopyo-M’’. A evolução do novo radar em relação ao original era notável: houve um incremento no alcance da ordem de 25% na escala de detecção de alvos aéreos (o Bison na Índia é usado quase que exclusivamente no ar-ar,), graças a uma nova base de elemento e a um novo processador de sinais. Antes o kopyo chegava a ter 57 km de alcance máximo para alvos frontais (ar-ar), no modelo ‘’M’’ são 75 Km de alcance máximo, nas mesmas condições. A resistência a ‘’jammers’’ adversários também aumentou e o peso diminuiu consideravelmente, gerando economia de combustível. Alguns sistemas desse novo radar não operariam em sua total capacidade para que haja margem de futura evolução do equipamento.
Acima: Nesta foto se pode ver um Mig-21 Bison armado com misseis R-73 nos cabides externos e mísseis R-77 nos cabides internos. Estas armas deram uma capacidade real ao Mig-21 de poder vencer caças muito mais modernos como por exemplo um F-16.

DOMADORES DE FOGUETES
O dia 16 de fevereiro de 2004 sem dúvidas foi especial na história da BVS, do Mig-21 e dos pilotos indianos que nele voaram. Passados 2 dias do 49º aniversário do vôo do primeiro protótipo do ‘’Fishbed’’, começara em Gwalior (Jodhpur) a inédita Cope Índia: o primeiro exercício de combate simulado entre Índia e Estados Unidos em mais de 40 anos. Aproximadamente 150 pilotos americanos da base aérea de Elmendorf (Alaska) participaram do evento. Junto a eles, dezenas de equipamentos e profissionais de comunicação, segurança e apoio logístico, e claro, os caças de superioridade aérea F-15 C Eagle. Do lado indiano pilotos aguardavam os embates em meio a dezenas de Mirage 2000 Vajra, Mig-21 Bison, Mig-27 Bahadur, Mig-29 Baaz e SU-30 MKI.
Acima: Uma dupla de F-15C voa em formação com dois Mig-21 Bison durante o exercicio "Cope India" onde os Bison, junto com os Su-30 "derrrubaram" 9 em cada 10 combates contra o F-15C.
Passados dois dias de vôos de familiarização, iniciaram-se as missões, que consistiam em séries de 30 minutos, onde haviam tentativas de engajamentos/ desengajamentos por parte dos pilotos dos aparelhos envolvidos. Nas missões eram simulados ‘’ataques ‘’a ‘’pacotes’’ de aeronaves e a capacidade defensiva das tripulações. Durante quase todo o tempo os pilotos de F-15 limitaram-se a defender posições em terra contra o avanço das aeronaves de ataque hindus, representadas pelos Mig-27 sob escolta de caças, dentre esses, o Mig-21 Bison. O preconceito contra as habilidades dos indianos era notório, pois o senso comum dizia que ‘’os asiáticos eram melhores preparados para o dogfight, e que não tinham grande domínio na arena BVR (além do alcance visual), onde os ‘’olhos’’ dos F-15 conseguiam alcançar. Porém tal erro custaria caro a USAF.
Acima: Este Mig-21 Bison está exposto em uma das feiras aérea que ocorre na Índia, provavelmente o Aero Índia. Para os leigos, a capacidade do Mig-21 pode surpreender.
Em algumas missões do exercício, segundo relato do Cel. americano Terrence Fornof, ocorreram situações que lembraram a Guerra do Vietnã. Em uma delas um piloto de Bison teria se lançado contra um F-15 que estava posicionado diretamente acima dele, voando pouco acima dos 110 nós (204 km/h) e razoavelmente baixo, começou o combate com nariz inclinado para cima em 60 graus, depois disso o indiano teria puxado a manete procurando uma rápida razão de subida, manobra que o fazia ultrapassar fácil (e rápido) os 10 mil pés se fosse preciso. Se ele estivesse no Vietnã poderia apelar para seus  nem sempre certeiros mísseis AA-2 ‘’atoll’’, guiados por calor. Porém dessa vez o Mig-21 dispunha de um visor de capacete, de mísseis R-73 e R-77 e jammer ativo. Com um RCS de apenas 2,2 m² (limpo, sem aplicação de material absorvente/dispersor de radar), o Mig não teria sido visto pelo F-15, e disparou um míssil que imediatamente ‘’abateu’’ o caça americano. Seria mais um bem sucedido dogfight na carreira do ‘’fishbed ‘’ou golpe de sorte? A verdade é que o Eagle em questão estava sendo observado a algum tempo por um SU-30, que de imediato encontrou o Bison próximo ao adversário e o vetorou até seu alvo. No ano de 2005, em exercícios sobre kalaikunda, os Flankers e Bisons, apoiados por outras aeronaves hindus, conseguiram novamente impôr superioridade aérea aos F-15 da USAF venceram 90% dos combates, sendo os dois tipos russos considerados ‘’os mais eficazes caças indianos‘’ na ocasião. O surpreendente resultado levantou suspeitas sobre a veracidade das informações, pois alguns achavam que Elmendorf havia ‘’perdido’’ de propósito para conseguir argumentos favoráveis ao reaparelhamento da base com o F-22 Raptor, mas declarações vindas da própria USAF mostram que o que ocorrera ali não fora apenas uma encenação: Os militares foram unânimes em dizer que a quantidade de horas voadas pelos pilotos de F-15 estava muito aquém do esperado (por razão de economia de combustível) e que os indianos, além dos bons vetores, tiveram tática inteligentes para o Cel Terrence Fornof ‘’ O Mig-21 é um avião porreta! Ainda é bem manobrável e, diferente do passado, hoje possui bom armamento’’. Para o Cel.Greg Neubeck ‘’os pilotos indianos mostraram-se tão preparados como os nossos. São excelentes aviadores!’’Já o Cel Mike Snorgrass foi mais ponderado: ‘’Sobre a BVS, tanto o seu nível de treinamento quanto a qualidade de seus pilotos mostraram-se superiores ao que esperávamos.
Calcula-se que hoje existam cerca de 1500 Mig-21 e F-7 em operação no mundo. Esse numero diz respeito aos Mig-21 que estão em condição de voo, pois foram construídos mais de 13500 exemplares deste importantíssimo caça. Destes, apenas 125 são do modelo Bison. Esses modelos demonstram os sinais do envelhecimento. Faltam-lhe manobrabilidade em baixa altitude, há perda drástica de energia em sequências ininterruptas de curva e a autonomia continua muito limitada, sem a possibilidade do REVO. Mesmo assim a validade do projeto impressiona tanto quanto o número de seus derivados diretos, desenvolvidos para voar nos tempos modernos. Mas uma coisa é certa: um caça como o Mikoyan Mig- 21 jamais pode deixar de ser incluído no Hall dos grandes aviões de combate.
Acima: O MIG-21 Bison é uma variante derivada do modelo FL.

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

sábado, 20 de dezembro de 2014

KRAUSS-MAFFEI WEGMAN LEOPARD 2A7+. A mítica qualidade alemã em MBTs

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 72 Km/h.
Alcance Maximo: 450 Km.
Motor: Motor MTU MB-883 com 12 cilindros e 1500 Hp de potência. 
Peso: 67,5 Toneladas. 
Comprimento: 10,97 m. 
Largura: 4 m. 
Altura: 2,64 m. 
Tripulação:4 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1 m,
Obstáculo vertical: 1,1 m.
Armamento: Um canhão L-55 de 120 mm e 42 munições; 1 metralhadora Rheinmetall MG-3 em calibre 7.62 mm, uma torre remotamente controlada FLW-200 que pode contar uma metralhadora pesada modelo M-2HB calibre .50 (12,7 mm) ou um lançador de granadas automático  de 40 mm e 18 granadas de fumaça.

DESCRIÇÃO
Por Edilson Moura Pinto - Do site www.planobrazil.com
Herdeiro de uma bem-sucedida e consagrada família de carros de combate, o Leopard 2A7+ é a mais nova arma projetada pela Krauss-Maffei Wegmann, KMW,  para  ser a próxima geração de carros de combate do Exército Alemão e provavelmente dos usuários da série 2A6. O veículo  foi testado e aprovado pelo Bundeswehr (forças armadas alemãs) que pretende atualizar pelo menos parte de sua frota de 225 veículos Leopard 2A6 e 125 Leopard 2A5 para este novo padrão. Pode-se dizer que a nova arma é o que de mais moderno e atualizado a KMW tem para oferecer a uma nação que almeje operar carros de combate desta linha.
Por esta razão o Plano Brasil, em estreita colaboração com o WARFARE blog apresentará as principais características deste veículo de combate, suas inovações e tecnologias, de modo que o leitor possa por si só avaliar o que de mais importante e moderno há nesta máquina de guerra projetada para diferentes teatros de operação.
Acima: O modelo desta foto é o Leopard 2A6 um dos mais capazes MBTs do mundo. O Leopard 2A7+  deriva deste modelo.

A GÊNESE  DO LEOPARD 2A7+
Oriundo das atualizações constantes sofridas ao longo dos anos nas famílias Leopard 1A e 2A a nova série 2A7 traz consigo o histórico de evoluções e atualizações aprendidas ao longo dos anos de operação das versões que o antecederam. Sua história começa ainda nos anos 70 com o primeiro veículo da série.

Leopard 2 A”0”O Leopard de base 2, é às vezes informalmente chamado de “A0″ este afixo é usado para diferenciá-lo de versões subsequentes. Os veículos foram fabricados entre outubro de 1979 até março de 1982, pela fabricante Krauss Maffei e MAK.
O veículo era equipado com um canhão WNA-H22, um computador de controle de fogo, um telêmetro laser, um sensor de vento, um telescópio de uso geral EMES 15, um periscópio panorâmico PERI R17, e um sistema de visada na torre FERO Z18, um sistema controlado por computador definida DP 1-8, porém ao invés de um sistema de visão termal o A”0” era equipado com amplificador de luz PZB.


Leopard 2-A1

Após pequenas modificações como a instalação do sistema de visão térmica para o artilheiro a Krauss-Maffei lançava em Março de 1982 a nova série Leopard 2A1 cuja produção seguiu-se até Novembro de 1983. As modificações mais notáveis desta versão ​​foram a dos racks de munição que passaram a padronizar-se em relação aso utilizados no MBT americano M1 Abrams, esta variante teve também redesenhados os filtros de combustível, o que reduziu o tempo de reabastecimento. Outras pequenas modificações foram introduzidas nos veículos produzidos em 1984 que acabaram sendo adotados na série subsequente a 2A2.


Leopard 2A2
Esta designação foi dada aos veículos adaptadas do primeiro lote da série Leopard 2 e consistia numa modernização  que gradualmente substituiu os sistemas  PZB originais, por visores térmicos modelo EMES 15. Além disso, a atualização incluiu o encaixe de aberturas de enchimento e cápsulas para os tanques de combustível para a seção frontal do casco para permitir o reabastecimento em separado, bem como, a adição de uma placa defletora para o periscópio e uma grande placa de cobertura para proteger o sistema de proteção NBQ. O carro recebeu novos cabos de reboque de cinco metros com uma posição diferente. O programa teve início em 1984 e termino em 1987.

Leopard 2A3
Entre dezembro de 1984 e dezembro de 1985 a série 2A3 recebia como principal modificação a instalação de um novo sistema de comunicação de rádios digitais, conhecido como SEM80/90, esta versão diferia muito pouco da anterior e possuía modificações no sistema de recarga e escotilhas.

Leopard 2A4
Fabricada entre 1985 e 1992, esta é sem dúvida a versão que galgou o maior número de encomendas e exportações e também a primeira da séria incorporar significativas modificações. A s modificações incluía um carregador automático e sistema autônomo de controle de incêndio, um sistema totalmente digital de controle de fogo que permitia a operação de novos modelos de munição. Houve também melhorias na arma principal e reforço da blindagem com adição de armadura em titânio / tungstênio.
Ao longo dos anos as versões adquiridas pelos países compradores receberam melhoramentos e personificações, há inclusive inúmeros kit que podem ser adotados pelos clientes e que modernizam as versões mais antigas para um padrão mais atualizado, esta modificações  variavam de cliente para cliente, por esta razão,  não serão aqui citadas em função do foco da matéria.

Leopard 2A5
A série 2A5 introduziu a proteção em forma de cunha na armadura frontal  da torre, esta medida melhorava a proteção balística frente as novas armas de carga oca afetando a energia cinética das munições penetradoras, o Leo 2A5 recebeu melhorias na composição armadura principal e o interior do carro recebeu revestimentos que minimizam a ação das ogivas fragmentadoras. As saias laterais foram substituídas por modelos mais resistentes.
O sistema de visão do comandante foi transferido para uma nova posição atrás da escotilha, este sistema recebeu um canal térmico independente. A visão do artilheiro foi transferida para o topo da torre. Uma nova escotilha de correr foi instalada e a torreta recebeu controles totalmente elétricos, aumentando a confiabilidade e segurança da tripulação, reduzindo a massa do equipamento.
O sistema de travagem foi melhorado e uma nova arma foi adicionada com tubo de alma lisa  modelo L-44 que permite disparos de munições mais potentes, como a DM-53 APFSDS. O A5 entrou em serviço nos batalhões alemães em meados de 1998.
Variantes suecas e dinamarquesas introduziram significativas modificações no que se refere a proteção contra IED entre outras armas, certamente estas modificações impactaram nas variantes futuras do carro. 

Leopard 2A6
Esta versão possui a introdução do canhão L55, porém a própria versão 2A6 possui variações como a série 2A6M que recebeu uma maior proteção nos chassis contra minas e melhorias internas visando melhorar a capacidade de sobrevivência da tripulação. O veículo possui acionamento elétrico da torre, há versões com variações nos sistemas de ar condicionado e comunicações, equipados com metralhadoras MG3 ou FN MAG e sistemas de camuflagem suecos SAAB Barracuda.



Leopard 2PSO

Esta nova variante do Leopard 2 foi desenvolvida tendo em vista as  Operações de Apoio à Paz, por isso recebem o acrônimo PSO (Peace Support Operation). A versão foi projetada especialmente para a guerra urbana e é equipada com proteções mais eficazes que os seus antecessores. Recebeu nova estação de armas secundárias, melhoria na capacidade de reconhecimento, uma lâmina do tipo Bulldozer, e um cano de arma mais curto de modo a melhorar a capacidade de manobra em ambientes urbanos em detrimento do alcance do fogo. O veículo recebeu também sistemas de armas não-letais, e capacidade de vigilância a curta distância com a incorporação de sistemas de câmera, um holofote e outras alterações para melhorar a sua autonomia e mobilidade em ambiente restrito de espaço, estas modificações são tidas como não muito diferente do Kit Tanque Urban Survival fornecido ao carro americano  M1A2 Abrams.


Leopard 2A7 +
Em 14 julho de 2010 a  Krauss-Maffei Wegmann GmbH & Co. KG apresentou a nova geração de veículos da família Leopard 2 a Leopard 2 A7 + , que incorpora novos conceitos de modularidade, sobrevivência e através de uma atualização com os principais avanços alcançados especialmente nas séries 2A5-A6 e PSO, maximiza a eficácia do Leopard 2, quer para operações em terreno urbano quer para as operações de alta intensidade. Projetado para operar tanto em conflitos de baixa intensidade como em de alta intensidade, o veículo recebeu um kit de  proteção e armadura modular.
A seção frontal foi melhorada com um kit na torre e no casco além de proteção a 360 ° contra RPG. Os chassis receberam proteção anti-minas e IED que aumentam a capacidade de sobrevivência em operações urbanas. O veículo pode disparar Munições programáveis ​​HE e possui uma torre comandada remotamente do modelo FLW 200. A mobilidade e a resistência em operação foram aumentadas bem como a capacidade de consciência situacional através de novos sensores e interfaces homem máquina.

SURGE ENTÃO O LEOPARD 2A7+
O novo MBT é inovador em muitos quesitos comparavelmente aos seus adversários e até mesmo aos membros mais antigos da sua família. Ele segue um novo conceito de modularidade que proporciona a integração de sensores e armas que o habilitam tanto ao combate urbano quanto a os conflitos de alta intensidade em campo aberto.
O Leopard 2A7+ possui uma significativa proteção às IED e um conceito de proteção modular que permite a adoção de uma armadura passiva adicional sobre o arco frontal do veículo, o veículo possui proteção lateral ao longo do casco e da torre, além disso, o conceito permite a integração de blindagem do veículo de um kit de operações urbanas, que também oferece uma proteção de 360 ​​graus contra as RPG.
Tendo em conta as ameaças assimétricas, o veículo inova em soluções que permitem que forças blindadas possam cumprir os seus objetivos de forma eficaz e segura. Um fato curioso é que o kit de atualização está disponível para todas as versões dos veículos Leopard 2, qualquer veículo da série pode receber estas modificações a partir da de um processo de modernização.

Acima: O Leopard 2A7 ganhou peso com os incrementos na blindagem sem, contudo, perder mobilidade.
O Leopard 2A7 + está armado com um canhão de 120 mm alma lisa, modelo L55 com42 recargas. A arma foi desenvolvido pela Rheinmetall GmbH de Ratingen, Alemanha. O canhão foi desenvolvido para substituir o L44  também de 120 mm, porém mais curto o qual é utilizado nos veículos da família Leopard 2. O L44 tem um comprimento de 530 cm e pesa 1.190 kg, a arma possui uma massa de  3.780 kg. O compartimento da arma possui uma porta operada eletricamente. A extensão do comprimento do cano em 130 cm do novo canhão L55 resulta em maior energia disponível que é convertida em mais velocidade para o projétil que pode atingir até cerca de 1.750 m / s . Além disso, a arma possui a capacidade de  disparar munições programáveis que permitem o ataque de tropas escondidas por trás de estruturas como prédios, muros e bunkers. O Leopard 2A7 + também está armado com uma estação de armas controlada remotamente modelo KMW-RCWS FLW 200, operável sob proteção do interior do veículo. A torre pode ser equipada com uma arma calibre 50 e/ou com lançador de granadas de 40 mm.
Por comparação, o cano do L 55 possui comprimento de 660 cm, e possui uma massa de  1.374 kg. A peça inteira possui uma massa de 4.160 kg. A torre permite ao cano permite elevações entre -9 e 20 °.Em geral as munições são de tungstênio de 55 calibres capazes de penetrar até 720 mm de aço laminado, cada munição possui uma massa total de 21,4 kg, com o projétil possuindo 8,35 kg. Dependendo da munição o L 55 pode atingir alvos a 6000 m com uma distância efetiva de 4500 m, 1500m a mais que o seu antecessor L 44. A taxa de fogo é estimada em 6-12 / min.A arma principal é totalmente estabilizada e pode disparar uma variedade de tipos de munições, como por exemplo, a munição anti-carro alemã DM33 APFSDS-T capaz de penetrar até 560 mm de armadura de aço em uma faixa de 2.000 m. Outra arma munição utilizada é a DM12 cuja versatilidade permite seu emprego multiuso como munição direta ou de emprego anti-carro MPAT. Se a área de armazenamento das munições for atingido, um painel de purga rompe-se no teto direcionando a energia da explosão para cima e para longe do compartimento da tripulação.
Acima: A munição  DM-63 de 120 mm do tipo APFSDS-T é uma das mais eficientes munições do mundo para perfurar blindagens
Uma nova munição a APFSDS-T , também conhecida como DM-53, foi introduzido para aproveitar o cano mais longo é capaz de penetrar até 810 mm de armadura RHAE a um intervalo de distância de 2.000 m.  A Rheinmetall desenvolveu uma atualização para o Leopard 2 que lhes provê a capacidade de disparar o míssil guiado anti-carro Lahat  que pode ser disparado através da arma principal, o míssil pode atingir alvos à um perímetro de  6.000 m.
Algumas fontes como Dutch Defense citam a utilização da arma L-60 que possui um sistema de carregamento automático avançado, o que torna o Leopard 2A7+  um dos veículos de cadência de disparos mais rápidos do mundo. O  mais interessante sobre o L 60 no entanto, é a possibilidade de uso de armas ECT, ou Eletrotérmica-química.
Esta arma utiliza um cartucho de plasma para acender e controlar propulsor da munição, usando a energia elétrica como um catalisador para iniciar o processo. A ETC aumenta o desempenho em reação aos propulsores sólidos convencionais, reduz o efeito da temperatura sobre a expansão do propulsor e permite maior energia cinética ao projétil.
O sistema de controle de fogo padrão de todos os Leopard 2 é o EMES 15 com um duplo sistema de magnificação primária,  estabilizado e de visão ampliada. A visão primária tem um sistema integrado de neodímio ítrio alumínio Garnet, Nd: YAG. 
O Telêmetro laser é de estado sólido e um telureto 120 de elemento cádmio mercúrio, CdHgTe, também conhecido como CMT. O visor térmico da Zeiss que se ligam a um computador de controle de fogo do carro.
Um telescópio auxiliar FERO-Z18 8x serve de backup é montado coaxialmente para o artilheiro.
O comandante tem um periscópio independente, o Rheinmetall / Zeiss PERI-R 17A2, com sistema de visão panorâmica estabilizada e projetada para operações dia / noite.  O sistema permite executar observação e identificação do alvo e fornece uma visão 360 °.
O conjunto de opto eletrônica é fornecido pelo sistema de visão SEOSS,  composto por um sistema de visão diurna, um sistema de visão térmica e laser, bem como o seu próprio sistema de controle de fogo. Ele é utilizado para controlar a estação de arma montada atrás da escotilha do carregador. Como a estação arma também é equipado com sistemas  de visão, pode-se supor que carregador também seja equipado com um painel de controle.

Acima: Aqui podemos vero detalhe do sistema de controle de fogo EMES-15, presente em todos os modelos do Leopard 2.
A  tripulação do carro usufrui de sistemas de visão noturna e diurna de última geração, o comandante do carro e o artilheiro  fazem uso de câmeras de imagem térmicas de terceira geração ATTICA  da empresa alemã Zeiss. Esta câmera permite a  detecção por modo térmico de um veículo a uma distância de 25 km, propiciando o reconhecimento integral do modelo a distâncias de 20 km.  Para identificação de tropas a ATTICA permite identificar um soldado oculto na vegetação a distâncias de 20 km e reconhecer a distância de 10 km. O condutor tem a sua disposição duas câmeras, uma na parte traseira do casco e outra na frente. Ambas são equipadas com sistema de visão a qualquer tempo. A câmara frontal é montada em um novo compartimento na parte superior da dianteira do casco. A câmera traseira  é colocada em uma caixa estendida para manter a visão noturna.
A imagem térmica do periscópio do comandante é exibida em um monitorar dentro do carro. A suíte de controle de fogo é capaz de fornecer até três valores em intervalo de quatro segundos. O intervalo de dados é transmitido para o computador de controlo de fogo e é utilizado para calcular a solução de disparo.
O telêmetro a laser é integrado ao sistema de visão principal do artilheiro o que lhe permite ler diretamente. O alcance máximo do telêmetro a laser é de menos de 10.000 m com uma precisão de medição dentro de 20 m. O sistema combinado permite que o Leopard 2 possa atingir alvos em movimento em um alcance de até 5.000 m, enquanto este se move até mesmo por terrenos acidentados.


Acima: A torre remotamente  controlada KMW-RCWS FLW 200 equiapda com uma metralhadora M-2HB em calibre 12,7X99 mm.

BLINDAGEM E PROTEÇÃO
A família Leopard, recebeu continuamente atualizações e inúmeros melhoramentos foram incorporados ao longo dos anos às versões subsequentes. A versão Leopard 2 A7+ recebeu melhoramentos importantes que visam aumentar a proteção da tripulação, preparando o veículo para os novos teatros de operações que se impõe às forças da OTAN principalmente para a guerra assimétrica e urbana.
A versão A7 é 23 cm mais largo e possui 5 toneladas a mais que a versão A6, em razão do acréscimo de proteção lateral nas saias do veículo, o carro possui uma massa total de 67,5 toneladas. Isto porque o carro é equipado com blindagem extra contra RPG 360º e IED. Além disso o veículo possui um sistema de comunicação com o exterior que permite ao veículo coordenar e se comunicar com tropas desembarcadas. O veículo  é equipado com dispositivos de imagem infravermelha à frente e à ré, além de dispositivos optrônicos para vigilância à longa distância.
A mobilidade, sustentabilidade e consciência situacional também foram melhorados. Outra alteração importante no casco frontal do Leo A7 em relação aos seus anteriores é a capacidade de montar o equipamento externo em pontos de montagem para  dispositivos de remoção de minas ou lâminas Bulldozer. As montagens também incluem plugues elétricos para variados fins ao lado direito da parte traseira do casco foi adicionada uma unidade auxiliar de potência. O Veículo consome e exige mais potência elétrica em função do acréscimo de novos instrumentos digitais e elétricos, além disso, o A7 oferece terminais para as tropas em apoio as unidades blindadas.
O Leopard 2A7 é  equipado com um novo sistema de ar condicionado em padrão QBN (proteção para ambientes químico biológicos e nuclear)  para a tripulação e  também pode ser equipado com o guarda-chuva de proteção solar e sistema de camuflagem SAAB Barracuda que reduz o calor transmitido ao veículo, bem como minimiza a sua assinatura térmica.

Acima: Este leopard 2A7 está equipado com o sistema de blindagem SAAB barracuda que além de diminuir visibilidade do veículo, também diminui a assinatura térmica dificultando que sensores infravermelhos consigam detectar o leopard;

PROPULSÃO
Ao que se sabe, o veículo 2A7 deve compartilhar a mesma motorização das séries anteriores que são impulsionados por um  motor diesel MTU MB 873, que fornece 1.500 hp ou 1.103  kw de potência. O MTU MB 873 é um motor diesel de quatro tempos, 47,6 litros e multi-combustível,o motor é turbo de 12 cilindros e possui um escape com refrigeração líquida, que tem uma taxa de consumo de combustível estimada em cerca de 300 l / 100 km em estradas e 500 l / 100 km em campo despreparado.
Sabe-se que uma versão melhorada do EuroPowerPack , com 1.650 cv e 1.214 kW do motor MTU MT883 também foi testado pelo Leopard 2, até a escrita deste artigo, não tivemos informações se esta versão do motor pode vir a ser usada na versão 2A7+.
O sistema de frenagem do veículo acoplado é do tipo  Renk HSWL 354, a transmissão tem 4 marchas para a frente, duas marchas a ré com um conversor de torque  totalmente automático. O motor e a transmissão são separados do compartimento da tripulação através de um anteparo à prova de fogo.
O Leopard 2 possui quatro tanques de combustível, que têm uma capacidade total de cerca de 1.200 litros, o que lhe permite uma alcance na estrada de cerca de 500 km, algumas literaturas apontam para 450 km na variante 2 A7, provavelmente devido ao aumento da massa do veículo. Segundo algumas fontes o Leopard 2A 7 pode atingir cerca de 72km/h em estradas pavimentadas. o exército alemão priorizou a mobilidade em seu Leopard 2, que é considerado o MBT mais rápido que existe.
O  veículo pode trafegar por cursos d´água de 4 m de profundidade, pois para isso, faz uso de um snorkel ou 1,2 metros. Além disso, está equipado com uma unidade de refrigeração de alta performance e uma APU (unidade auxiliar de potência) que lhe permite efetuar sem interrupções, operações de mais de 24 horas. O conceito operacional redesenhado permite que a tripulação possa  utilizar os novos recursos de forma eficiente sem a  perda de energia mesmo estando o veículo parado por muitas horas.

Acima: O potente motor  MTU MB 873 de 12 cilindros  equipa todas as versões do Leopard 2. Graças a sua elevada potência (1500 Hp) ele permite uma alta velocidade ao pesado Leopard 2A7.

CONCLUSÃO
Em relação as séries anteriores da família Leopard, a 2A7+ engloba segundo o fabricante, melhorias na:
  • Proteção e blindagem completa passiva para a tripulação contra ameaças como bombas, minas e fogo lança rojões
  • Interface para conectar instrumentos, como um arado sistema anti-minas e lâmina bulldozer.
  • Novo sistemas de refrigeração, tanto para a torre quanto para o chassis.
  • O aumento da potência nominal dos geradores de energia adicionais para missões.
  • Melhor interface de comunicação para o exterior do veículo auxiliando as forças desmontados.
  • Visão noturna combinado do condutor com intensificador de imagem térmica / imagem para frente e retrovisor.
  • Optoeletrônica melhorada (dia / noite) para reconhecimento em longas distâncias.
  • Conceito usuário Digitalizado e multifuncional.

O Leopard 2A7 + adicionou melhorias à mobilidade que vão desde o motor, pista, sistema de rodas e equipamentos relacionados. Melhor proteção contra ruídos para a tripulação, melhoras no sistema de mira térmica e munição mais eficaz para os 120 mm. Introdução de munição não letal.  
É um fato que muitos países vão preferir continuar atualizando seus Leopards nas versões mais antigas principalmente porque não há num horizonte de tempo curto, um novo veículo que possa os substituir, ao invés disto, os kit de conversão dos modelos mais antigos para o padrão 2A7+ parecem ser uma boa alternativa econômica para as nações que operam estes veículos.
A Atualização para o padrão 2A7+ certamente dará uma sobrevida a os Leopard e esta indicação e do próprio exército alemão que ainda espera poder operá-los nos anos vindouros da década 30 deste século.
Acima: Aqui podemos ver o detalhe da lamina Bulldozer usado para remover bombas improvisadas IEDs.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM A APRESENTAÇÃO DO LEOPARD 2A7+.

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