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domingo, 29 de junho de 2025
CLASSE MOGAMI. O amadurecimento da indústria naval japonesa.
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Classe Mogami |
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata Multimissão.
Tripulação: 90 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2022.
Deslocamento: 5500 toneladas (Carregada)
Comprimento: 132,5 mts.
Boca: 16,3 mts.
Propulsão: CODAG (Combinação diesel e gás) com uma turbina a gás Rolls-Royce MT30 e dois motores a diesel MAN V28/33DD STC que produzem 70000 hps, juntos.
Velocidade: 30 nós (55 km/h)
Alcance: 6000 milhas náuticas (11100 Km)
Sensores: Radar AESA multifunção OPY-2 com 320 km de alcance (contra alvos aéreos), Sistema de busca e vigilância eletro ótico OAX-3(EO/IR), Sonar de profundidade variável OQQ-25 VDS com alcance de detecção máximo de 44,4 km, Sonar rebocado OQQ-25 TASS com alcance de 129 km, Sonar de caça minas OQQ-11.
Armamento: Um canhão MK-45 Mod 4 em calibre 127 mm; 2 lançadores quádruplos para mísseis antinavio Type 17; Um lançador vertical MK-41 para 16 mísseis antiaéreos Type 23 de médio alcance ou RIM-162 ESSM; Um lançador SeaRAM com 11 mísseis antiaéreos RIM-116 de curto alcance para defesa de ponto. Dois lançadores triplos de torpedos leves Type 12
Aeronaves: Um helicóptero SH-60J Seahawk.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior com apoio do material do Site Plano Brasil
O Japão possui uma longa tradição de sua marinha, onde numerosos navios, e de grande capacidade, serviram durante sua história. Mesmo sendo um país com um posicionamento pacifico, adotado depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão ainda tem conflitos tensos com sua "vizinhança".
Desde o fim da daquela guerra, as ilhas Curilas do Sul (também conhecidas como Territórios do Norte pelo Japão), foram invadidas pela Rússia que, simplesmente, se recusa a devolver o território ao Japão até os dias atuais. Por outro lado, a China, outra grande potencia militar, reivindica as ilhas de Senkaku, conhecidas na China como Ilhas Diaoyu, levando os chineses a se aproximar com navios de guerra e aeronaves militares de tempos em tempos, gerando reações japonesas que enviam aeronaves de combate e navios de guerra para interceptar estas ações chinesas. Ainda, há o risco de uma guerra na península coreana, com a Coreia do Norte, sempre ameaçando as forças sul coreanas e japonesas na região.
Com essa histórico todo, o Japão mantem uma forte capacidade de combate no ar, em terra e no mar.
Com uma grande frota de navios de guerra de médio e grande porte, sendo que muitos estão envelhecendo e já caindo na obsolescência.
O Ministério da Defesa do Japão (MoD), em 2015, alocou fundos para analisar a construção de um novo navio de guerra que fosse compacto e que fosse equipado com novos sistemas de radar e capacidades multifuncionais adicionais, e que, ainda por cima, fosse de custo mais baixo e de fácil construção. Em agosto de 2017 a empresa Mitsubishi Heavy Industries (MHI), foi contratada para liderar o programa para desenvolvimento e construção de uma moderna fragata, com a subcontratada Mitsui Engineering and Shipbuilding, para fornecer 22 novos navios de guerra que substituirão oito velhos destroieres da classe Asagiri e seis navios da classe Abukuma, ambos projetos da década de 80 do século passado.
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Os destroieres da classe Asagiri (na foto, o Umigiri DD108), devido a sua obsolescência, começaram a ceder lugar para as novas fragatas da classe Mogami. |
O novo navio foi batizado de Classe Mogami, e a partir daqui, vou descrever suas capacidades e características, que estão permitindo à Marinha do Japão, modernizar sua capacidade de combate frente aos enormes avanços tecnológicos que seus adversários, notadamente a China tem colocado em campo.
Quando se vê a Mogami, a primeira coisa que salta à vista é seu desenho limpo e com aplicação de muitas técnicas de redução de sua assinatura de radar. O navio possui um deslocamento máximo de 5500 toneladas, seu comprimento é de quase 133 metros, e a boca (largura máxima) de 16 metros. Esse porte permite que se possa instalar uma razoável quantidade e variedade de tipos de armamentos e sensores, garantindo que a capacidade de combate seja efetiva dentro do cenário em que o Japão precisa empregar esse navio.
Sua propulsão é do tipo CODAG (Combinação diesel e gás), bastante comum e muito eficiente para um navio de guerra desse porte. A configuração do sistema propulsor é composto por uma única turbina a gás Rolls-Royce MT30 e dois motores MAN Diesel V28/33DD STC, movimentando duas hélices que entregam até 70000 hp, levando a Mogami a atingir velocidades superiores a 30 nós (cerca de 55,5 km/h). Seu alcance é de 11100 km (6000 mn), o que também pode ser classificado como ótimo para uma fragata. Esse desempenho a permite participar de grandes grupos de batalha em qualquer ponto do globo.
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A Mogami possui desempenho adequado para emprego em grandes grupos de batalha, podendo acompanhar estes grupos em qualquer ponto do planeta. |
O sensor principal do Mogami é o radar multifuncional OPY-2, de varredura eletrônica ativa (AESA) e que faz uso da tecnologia de construção com nitreto de gálio e que lhe permite um desempenho de busca contra alvos aéreos de até 320 km, (alvos do tamanho de um bombardeiro). Além disso, o radar pode ser empregado em busca de superfície, simultaneamente em quem busca alvos aéreos. Além disso, também tem um modo que permite detectar um mastro de submarino que esteja navegando submerso, próximo da superfície. Complementando essa capacidade, a Mogami conta com o sensor eletro-óptico/infravermelho OAX-3, que oferece maior precisão na identificação de ameaças em diferentes condições climáticas e de luminosidade.
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O equipamento acima é o sensor OAX-3 que fornece busca e vigilância por imageamento eletro-óptico, complementando as capacidade de busca ativa do radar OPY-2. |
Devido à sua finalidade multimissão, as fragatas contam com o sonar de profundidade variável (VDS) sistema de sonar rebocado (TASS) NEC OQQ-25 para guerra antissubmarino (ASW) e um sonar antiminas OQQ-11, fabricado pela Hitachi e que é montado no casco.
As embarcações também contam com o sistema de gerenciamento de combate OYQ-1 e o sistema de exibição/processamento de informações OYX-1-29.
Todos os sistemas de antenas e links de dados táticos são armazenados no mastro de integração UNICORN NORA-50 (UNIted COnbined Radio aNtenna), uma estrutura que centraliza as comunicações e reduz a interferência eletromagnética, contribuindo para a furtividade e eficiência operacional do navio.
As fragatas da classe Mogami estão equipadas com avançados sistemas de guerra eletrônica, incorporando tecnologias de última geração para defesa e operações táticas. Os navios em serviço, bem como aqueles que serão comissionados em breve, contam com o sistema NOLQ-3E, que integra capacidades de guerra eletrônica passiva e ataque eletrônico, permitindo a detecção e interferência em sinais de radar inimigos. Além disso, possuem um lançador de contramedidas do tipo chaff, utilizado para dispersar refletores metálicos e desviar mísseis antinavio guiados por radar, durante ataques.
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Uma das características mais interessantes das fragatas da classe Mogami, é a redução de sua tripulação, conseguida pelo grande nível de automação dos seus sistemas. |
A capacidade de combate da Mogami conta com um canhão MK-45 Mod 4 em calibre 127 mm, armamento comum em navios maiores como destroieres e cruzadores. Este canhão, multipropósito, consegue atingir um alvo à distancia de até 37 km e ainda, tem uma cadencia de 20 tiros por minuto.
Embora alguns navios da classe Mogami, ainda não tenham recebido seus lançadores verticais MK-41 para mísseis (as primeiras embarcações da classe), o armamento está para ser instalado. Trata-se de uma versão com 16 células de lançamento que podem receber diversos tipos de mísseis, sendo mais provável que receba misseis anti aéreos de médio alcance RIM-162 ESSM ou, mesmo, o novo míssil antiaéreo Type 23, versão navalisada do míssil de médio alcance japonês Chu SAM Kai, baseado em laçadores moveis terrestres. O ESSM é um míssil antiaéreo cuja capacidade de interceptar até mesmo, mísseis antinavio supersônicos é bastante importante, considerando os prováveis adversários do Japão, como China, Rússia ou Coreia do Norte. O alcance do ESSM é de 50 km e seu guiamento se dá por radar semiativo na versão Block 1 e radar atyivoi na versão Block 2. Já o míssil Type 23, tem o sistema de guiagem por radar ativo, e seu alcance está na mesma faixa dos 50 km do modelo ESSM. É interessante observar que o Type 23 é um míssil um pouco mais largo que o ESSM, e por isso, só pode ser instalado um em cada célula do sistema MK-41, enquanto que o ESSM são 4 unidades por cada célula do lançador.
Para atacar navios inimigos, foi instalado dois lançadores quádruplos para mísseis Type-17, com alcance de 400 km. Este míssil usa um radar de varredura eletrônica ativa AESA miniaturizado como seu sistema de guiagem terminal. A guiagem inicial se dá por sistema INS e GPS, e na fase final, o radar a bordo do míssil é ativado e faz a busca pelo alvo.
Para atacar submarinos, há dois tubos triplos HOS-303 para torpedos leves Type 97, que são otimizados para lidar contra submarinos que estejam submersos em profundidades elevadas.
Já, para defesa antiaérea de ponto (e anti míssil), é empregado um lançador SeaRAM com 11 mísseis antiaéreos RIM-116 de curto alcance. Estes mísseis são guiados por infravermelho, por radio frequência, de forma passiva, ou uma combinação dos dois sistemas quando operando em modo dual de busca. O alcance máximo do míssil RIM-116 é de 9 km.
Também foi instalado duas metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7x99 mm (.50 BMG) em estações de operação remota.
Por ultimo, foi construído um hangar para operação de um helicóptero anti submarino e de busca SH-60L Sea Hawk, capaz de fazer busca por submarinos com sonares e atacá-los com torpedos leves Type-57 ou MK-46.
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Os navios da classe Mogami possuem um heliponto e um hangar na popa para operar e manutenir um helicópteros antissubmarino SH-60L Sea Hawk. |
O Mogami foi projetado com uma configuração abrangente de sistemas autônomos com objetivo de reduzir sua tripulação para 90 marinheiros, em comparação a um numero que varia de cerca de 130 até 190 tripulantes em navios desse porte e tipo. Isso é particularmente importante para o Japão que tem experimentado uma significativa dificuldade de recrutar novos marinheiros devido a sua baixa taxa de natalidade que se arrasta há décadas.
Esses navios, trazem uma capacidade equilibrada para lidar com ameaças antiaéreas, antinavio e antissubmarino, à um custo operacional bem menor que os custos dos grandes destroieres japoneses, permitindo aumentar a quantidades de meios de combate de superfície de forma eficiente com um navio moderno.
Uma versão bastante melhorada do Mogami, hora identificada como "Upgraded Mogami", com maior deslocamento, e dimensões está em construção, com duas unidades encomendadas e que devem ser comissionadas por volta de 2028, vai aumentar, bem, a capacidade de combate da classe e poderá, dependendo da disponibilidade de recursos, se tornar a versão definitiva, com novos lotes encomendados para a próxima década.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
FRAGATA FRANCESA ALSÁCIA ENTRA NO MAR VERMELHO
À medida que a crise marítima do Mar Vermelho continua, a Fragata Alsácia, uma FREMM otimizada para defesa aérea classe Aquitaine da Marinha Francesa (Marine Nationale) transitou pelo canal de Suez e entrou na área em 21 de janeiro de 2024. Pode ser a segunda fragata francesa na zona.
A informação foi divulgada no X (anteriormente conhecido como Twitter) pelo CECMED que é o comando operacional da Marinha Francesa para as zonas marítimas do Mediterrâneo e do Mar Negro.
A Fragata Alsácia pode juntar-se a outra Fragata FREMM, Languedoc, no Mar Vermelho. Languedoc, que está no Mar Vermelho desde o início de dezembro, interceptou com sucesso dois UAVs em 9 de dezembro. Isto foi seguido por outra interceptação de um drone em 11 de dezembro, enquanto a fragata protegia o M/T Strinda, um navio-tanque de bandeira norueguesa.
A notícia chega num momento em que continuam os ataques a navios mercantes e de guerra no Mar Vermelho e nas águas circundantes. A França participa na Operação “Guardião da Prosperidade”, a resposta coletiva da comunidade internacional à crise, mas os seus ativos permanecem sob o comando francês. A França não participa nos ataques dos EUA e do Reino Unido no Iémen.
Ao contrário do Languedoc, que é uma fragata multifunção focada em ASW (equipada com “apenas” 16 mísseis superfície-ar Aster 15), a Alsácia é uma fragata multifunção focada em defesa aérea (ostentando 32 mísseis Aster 15 e sua versão de longo alcance Aster 30 ) conhecido como “FREMM DA”.
Para conhecer detalhes sobre as capacidades da fragata Alsácia clique AQUI.
quinta-feira, 27 de abril de 2023
CLASSE JIANGKAI II TYPE 054A. A fragata mais importante da marinha chinesa.
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Fragata multimissão Type 054A |
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata lança mísseis.
Tripulação: 180 tripulantes.
Data do comissionamento: Janeiro de 2008.
Deslocamento: 4053 toneladas (Carregada)
Comprimento: 134 mts.
Boca: 16 mts.
Propulsão: 4 motores a diesel SEMT Pielstick 16 PA6V –280 STC que produzem 9050 hp de potencia cada.
Velocidade: 28 nós (52 km/h)
Alcance: 7400 Km
Sensores: Radar de busca aérea H/LJQ-382 3D cujo alcance estimado é de 120 km, Radar busca de superfície H/LJQ-366 com alcance máximo de 250 km, Radar de controle de fogo Type 344 para os mísseis antinavio; Radar de controle de fogo Type 345 para os mísseis SAM; Radar de controle de fogo Type 347G para o canhão H/PJ26; Radar de controle de fogo H/LJP-349A para os sistema de defesa antiaéreo de ponto CIWS; Sonar de média frequência ativo/ passivo MGK-335; Sonar de casco H/SJD-9 e sonares rebocado H/SJG-206 ou H/SJG-311, dependendo da versão do navio.
Armamento: 1 lançador vertical com 32 células para mísseis HQ-16 (9M317 de fabricação local) e foguetes anti-submarino YU-8 com torpedo leve APR-3E; 2 lançadores quádruplos para mísseis antinavio YJ-83; 1 canhão de fogo rápido H/PJ26 de 76 mm; 2 sistemas CIWS H/PJ-12 com canhão de 7 canos rotativos em calibre 30 mm; 2 lançadores de foguetes anti-submarino Type 87; 2 lançadores triplos para torpedos leves de 324 mm YU-7.
Aeronaves: Um helicóptero Harbin Z-9C.
DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
A China, dentro de seu objetivo em se tornar uma marinha de águas azuis, vem investindo pesado em sua capacidade naval e as modernas fragatas Type-054, construídas a partir de 2002, são um dos mais notáveis resultados desse esforço. Com um desenho visando a diminuição de sua assinatura de radar, pode-se dizer que esse projeto foi a primeira experiência chinesa nesse tipo de desenho.
O modelo original teve apenas duas unidades construídas e entregues à marinha chinesa, porém uma versão melhorada com armamento e sensores incrementados foi lançada em 2005 e passou a ser chamada de Type-054A e essa passou a ser o padrão da classe Type-054 com 30 navios em operação e com mais 50 (sim, cinquenta unidades) a caminho. A maior diferença entre as duas versões está no armamento antiaéreo, que na Type-054A, é capaz de defesa de área enquanto que no navio original, essa capacidade era apenas de ponto com o uso do míssil HQ-7, uma versão chinesa do míssil francês Crotale, cujo alcance máximo está em 8500 metros.
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Embora, durante muitas décadas houve forte influencia do design soviético nos navios de guerra chineses, a Type 054A já possui uma influencia mais próxima dos navios europeus. |
A fragata Type-054A aproveitou o bom projeto do casco e do sistema de propulsão tipo CODAD (propulsão combinada diesel e diesel) onde quatro motores a diesel trabalham juntos para mover uma única hélice. No caso da Type-054A são quatro motores baseados no modelo francês SEMT Pielstick 16 PA6 –280 STC que produzem 9050 hp de potencia cada, levando a fragata Type-054A a uma velocidade máxima de 28 nós (52 km/h) e com uma autonomia de 7400 km. Com esse desempenho a Type-054A pode escoltar um grupo de batalha para bem além dos mares que banham a China continental.
O principal sensor da Type-054A é o radar de fabricação chinesa H/LJQ-382 3D cujo alcance é de 120 km. Este radar pode rastrear 40 alvos simultaneamente. O radar busca de superfície é um H/LJQ-366 com alcance máximo de 120 km. Para guiar os mísseis antiaéreos HQ-16 são usados quatro radares de controle de fogo MR-90 Front Dome capazes de guiar dois mísseis simultaneamente. Para controle dos mísseis antinavio YJ-83 é usado um radar Type 344 Mineral-Me “band Stand” pela nomenclatura da OTAN.
Já a detecção anti-submarino é feita por um sonar de média frequência de fabricação russa MGK-335 que opera ativa e passivamente.; Também são usados os Sonar de casco H/SJD-9 e sonar rebocado H/SJG-206 ou H/SJG-311, dependendo da versão do navio.
As Type-054A possuem uma suíte de comunicação composta por um sistema de intercambio de dados via data link HN-900 e por um sistema SNTI-240 de comunicação via satélite.
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O principal sensor dos navios Type 054A é o radar H/LJQ-382 3D cujo alcance é de 120 km. |
O armamento da Type-054A é composto por um lançador vertical de mísseis com 32 células para mísseis HQ-16 (9M317 de fabricação local) Esse míssil é a versão naval do míssil antiaéreo Buk M-2 lançado de terra. Esse lançador está armado, também, com foguetes anti-submarino YJ-8, equipado com torpedo leve APR-3E, com alcance de 40 km.
Para combate de superfície foram instalados dois lançadores quádruplos para mísseis antinavio YJ-83. Este poderoso míssil de origem chinesa voa a uma velocidade de mach 0,9 e que, em sua fase terminal, atinge a velocidade supersônica de mach 1,4 (1650 km/h) nos últimos 15 km antes de impactar o casco do navio inimigo. Durante o voo, este míssil recebe atualizações do posicionamento do alvo através de data link, enquanto que a guiagem final se dá por radar ativo.
A Type-054A possui um canhão PJ26 de 76 mm. Este canhão dispara granadas de 76 mm a uma cadência de 120 tiros por minuto. O alcance das granadas de 76 mm são de 12 km, aproximadamente e ele pode ser empregado contra alvos de superfície e alvos aéreos. Seu carregador abriga 152 granadas para pronto uso. Para defesa antiaérea de ponto são usados dois canhões CIWS H/PJ-12 (Type-730) com 7 canos rotativos em calibre 30 mm. Esses canhões proporcionam elevado volume de fogo com uma cadencia de 5800 tiros por minuto. O alcance das granadas chega a 3 km. Esses canhões são controlados por um radar de controle de fogo TR-47C e por um sensor eletro-óptico, ambos montado na parte de cima da torre do canhão.
Para a guerra anti-submarina, existem dois lançadores Type-87 de foguetes anti-submarino com alcance de 1200 metros, além de dois lançadores triplos de torpedos de 324 mm YU-7, que são baseados no projeto do torpedo leve MK-46 dos Estados Unidos, e cujo alcance chega a 7,5 km, sendo sua guiagem por sonar ativo/passivo.
Um helicóptero Harbin Z-9C, uma versão local do helicóptero europeu Dauphin da Eurocopter, ou um helicóptero russo Kamov Ka-28 Helix podem ser operados da Type-054 A, que tem um hangar na popa.
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Os navios da classe Type 054A possuem um heliporto e um hangar. Nessa foto, o helicóptero Harbin Z-9C, uma versão local do europeu AS365 Dauphin. |
A fragata Type-054A é um interessante navio de guerra que poderia ser interessante para a marinha brasileira, cujos navios são consideravelmente menos capazes que a Type-054A. Os chineses são conhecidos por praticarem custos menores que os normalmente encontrados no mercado internacional. Já a baixa qualidade que estigmatizou os produtos da industria chinesa já não é uma característica tão comum. Os chineses tiveram um grande aumento da qualidade de seus produtos que já são consumidos, mesmo em mercados mais exigentes como o europeu.
O que falta a indústria chinesa e a seu governo, no que tange a seus produtos bélicos é uma política para exportação que saia do perímetro oriental e africano.
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quinta-feira, 25 de agosto de 2022
CLASSE FRIDTJOF NANSEN F-310.Caçando submarinos no Mar do Norte!
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata Multi-missão otimizada para operações anti-submarino.
Tripulação: 120 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2006.
Deslocamento: 5290 toneladas.
Comprimento: 134 m.
Boca: 16,8 m.
Propulsão: 2 motores a diesel Izar Bravo 12V de 4.5 MW e uma turbina a gás General Electric LM 2500 com 19.2MW que podem produzir 39700 HP
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Alcance: 8300 Km.
Sensores: Radar multifunção AN/ SPY-1F com 400 km de alcance contra alvos aéreos; Radar de controle de fogo MK-81/ SPG-62; Sonar de casco MRS-2000. Sonar ativo/ passivo, rebocado CAPTAS MK 2; Sensor eletro-Optico Sagen Vigy 20 de controle de armas
Armamento: AAW: 1 lançador vertical MK41 de 32 células para mísseis ESSM, SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis NSM, 1 canhão OTO Melara de 76 mm, ASW: 2 lançadores duplos de torpedos BAE Stingray. 4 metralhadoras .50 (12,7 mm)
Aeronaves: 1 helicóptero NH-90.
terça-feira, 7 de abril de 2020
TYPE 23 CLASSE DUKE. Preparada para qualquer missão!
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata anti-submarino.
Tripulação: 185 tripulantes.
Data do comissionamento: Junho de 1990
Deslocamento: 4900 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 113m.
Boca: 16,1 m.
Propulsão: 2 turbinas a gás Rolls Royce Marine Spey SM1C com 26150 hp, 2 motores elétricos Gec Electric Motors com 4000 hp cada e 4 motores diesel Paxman Valenta com 8100 hp de potencia total.
Velocidade máxima: 28 nós (51,85 km/h).
Alcance: 13890 Km.
Sensores: Radar de busca aérea e de superfície Type 997 Artisan tridimensional (3D) com 200 km de alcance; Radar de navegação: Kelvin Hugues Type 1007; Sistema de busca eletro-optico Sea Archer 30 Sonar de casco (proa) Thales Type 2050 (em fase de substituição pelo sonar Ultra S-2150) , Sonar rebocado Type 2087
Armamento: 1 canhão Vickers Mk-8 de 114 mm , 2 canhões DS30M Mark 2 de 30 mm, 1 lançador vertical de mísseis Sea Ceptor CAMM (32 mísseis), 2 lançadores quádruplos de mísseis RGM-84 Harpoon; 2 metralhadoras gatling M-134 Minigun em calibre 7,62 mm; tubos duplos para torpedos leves de 324 mm BAE Stingray.
Aeronaves: 1 Helicóptero Super Links ou um helicóptero EH-101
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A fragata da classe Duke, também conhecida como Type 23, começou a ser projetada em 1980 para substituir as velhas fragatas da classe Leander. Porém em 1981 uma revisão dos programas de defesa da Inglaterra pediu que fosse acelerado o programa de construção da nova fragata Type 23, e acabou sendo redesenhado nos anos seguintes tendo seu tamanho e preço aumentado. Desta forma, lições aprendidas durante o conflito das Malvinas, foram incorporadas ao projeto, assim como um hangar maior para operar o helicóptero Sea King ou o Lynx, e posteriormente o novo EH-101 Merlin. A primeira fragata Type 23 foi comissionada em junho de 1990 e o ultimo navio desta classe foi comissionado em 2002, tendo totalizado 16 embarcações construídas. Recentemente, em 2005, o Chile, dando andamento ao programa de modernização de suas forças armadas, adquiriu da marinha inglesa 3 embarcações da classe Type 23, sendo que em 2006 foi entregue o primeiro navio que foi batizado de Almirante Cochrane.
Acima: Desenvolvida com base na experiência adquirida na guerra das Malvinas, a Type 23 trouxe um navio de custo relativamente baixo, e com uma capacidade multi-missão elevada.
O sistema de controle e comando da Type-23 foi desenvolvido pela poderosa BAE e usa processadores Intel 80486, transponders INMOS T-800 e um sistema de rede com fibra óptica em via dupla. Esse sistema foi atualizado para poder operar integrado ao novo sonar 2087 que substituiu o sonar 2031. O sonar 2087 é um sonar rebocado que trabalha passivo e ativamente e tem profundidade variável. Sua frequência menor que as dos sonares anteriores se propaga melhor no oceano permitindo um maior alcance de varredura. O sionar de casco Thales 2050 estão sendo substituido pelo novo sonar Ultra S-2150, que também será instalado nas modernas fragatas Type 26.
O novo radar, que 11 dos 13 navios desta classe passou a contar depois de sua modernização em 2017, foi o BAE Type 997 Artisan 3D capaz de rastrear 900 alvos simultaneamente a um alcance máximo de 200 km. Isso representa um acréscimo de 25% sobre o alcance do radar Type 996 original instalado nestes navios. O radar de navegação é o Type 1007 que trabalha na banda I e além disso há dois radares de controle de fogo BAE System Type 911 atuam integrados ao sistema de mísseis Sea Wolf,.
Acima: Recentemente modernizada, as Type 23 receberam o moderno radar Type 997 Artisan 3D, que também compõe a suíte de sensores dos novos porta aviões da classe Queen Elizabeth, já abordados aqui no WARFARE.
De longe, o mais importante armamento da Type-23 é o seu sistema de defesa antiaérea que, durante 26 anos foi composto por um lançador vertical GWS-26 para mísseis antimíssil Sea Wolf de defesa de ponto. O Sea Wolf é um pequeno míssil com um alcance útil que vai de 1 km até o máximo de 10 km em sua ultima versão, e que possui uma ogiva de fragmentação com 14 kg de massa. Sua guiagem é do tipo comando em linha de visada (CLOS) onde um radar é apoiado por um sensor eletro-óptico que garantia um elevado nível de precisão do sistema. Porém, a qualidade das ameaças navais aumentou e levou a necessidade da marinha inglesa de modernizar o armamento de suas fragatas Type 23 remanescentes para poder fazer face a esta nova realidade. A resposta da Royal Navy para essa nova demanda veio sob a forma do CAMM (Common Anti-Air Modular Missile), mais conhecido pelo seu nome Sea Ceptor. O moderno míssil, baseado no projeto do míssil ar ar AIM-132 Asraam, tem seu sensor de guiagem composto por um radar ativo, no lugar do sensor de calor (IR) do míssil aerotransportado. O lançador é vertical permitindo deixar 32 mísseis prontos para emprego imediato, no lugar dos 32 Sea Wolf originais. Por ultimo, vale observar que o alcance do Sea Ceptor é de 25 km, sendo, assim, mais que o dobro do mísseis Sea Wolf. este moderno armamento foi escolhido pela marinha do Brasil para ser empregado na nova classe de corvetas classe tamandaré a ser construída no país.
Acima: O moderno míssil CAMM Sea Ceptor ampliou significativamente a capacidade de destruir alvos aéreos. Além de ser uma arma mais precisa que o Sea Wolf, seu predecessor, o novo míssil tem mais que o dobro do alcance.
Para combate de superfície, a Type-23, está equipada com 2 lançadores quádruplos para mísseis anti-navio RGM-84D Harpoon, cujo alcance é de 120 km. O Harpoon é um míssil com perfil de voo “sea skimmig” onde o trajeto final é feito a baixa altitude para dificultar sua localização, voando a uma velocidade de cruzeiro na ordem de 800 km/h. O Harpoon foi um dos mais bem sucedidos mísseis anti-navio já construídos e está equipado com uma potente ogiva com 224 kg de alto explosivo que é capaz de por fora de ação a maioria dos navios de guerra do mundo. A sua baixa velocidade, no entanto, o coloca em vulnerabilidade frente aos sistemas anti mísseis modernos que podem destruir o míssil quando se aproxima do seu alvo. Em breve a Royal Navy deve aposentar este míssil e até o momento não possui um substituto escolhido ou em desenvolvimento para ocupar a missão anti-navio.
Acima: Nesta foto podemos ver, logo a frente da ponte do navio, os dois lançadores quádruplos para mísseis anti-navio Harpoon. Em breve, estes mísseis serão aposentados devido a chegada do fim da vida útil deles. A Real marinha Inglesa ainda não tem um substituto para esta arma o que deverá abrir uma perigosa lacuna na capacidade de combate de seus navios de guerra.
Logo na proa do navio pode-se ver uma torre do canhão Vickers MK-8 de 114 mm, um canhão clássico nos navios britânico do final do século 20. Esse canhão tem um alcance de 22 km e consegue disparar até 25 tiros por minuto. Atualmente uma nova munição para este canhão desenvolvida pela RO Defense estendeu o alcance do projétil para 27 km. A torre do canhão, também recebeu uma modernização e tem um desenho facetado para diminuir sua reflexão a radares inimigos. Para defesa antiaérea de ponto, existem 2 canhões DS30M Mark 2 de 30 mm cujo projétil atinge um alcance de 10 km contra alvos de superfície ou 3,5 km contra alvos aéreos. Cada um desses canhões podem disparar em uma cadência de 200 tiros por minuto.
Para atacar submarinos estão instalados 4 tubos lança torpedos de 324 mm equipados com torpedos leves BAE Stingray cujo alcance chega a 11 km e pode atacar submarinos a uma profundidade de 750 m. O Stingray usa uma ogiva de 45 kg de torpex, altamente explosivo e sua velocidade chega a 83 km/h. Ainda, para apoio a guerra anti-submarina, a Type-23 opera um helicóptero médio Agusta/ Westland AW-101 Merlin que executa tarefas de busca e ataque contra alvos submarinos e de superfície. O Merlin está substituindo o extremamente bem sucedido helicóptero Agusta/ Westland Lynx.
Acima: O armamento de defesa de curto alcance é representado pelo canhão DS30M Mark 2 de 30 mm instalado um de cada lado da fragata.
O sistema de propulsão da Type-23 é do tipo diesel elétrica (CODLAG), composto por duas turbinas a gás Rolls Royce Spey SM1C que desenvolvem 37540 hp de potencia, e dois motores elétricos GEC electric motors que produzem 2980 kW e 4000 cavalos de potencia. A velocidade máxima que é atingida por esta classe de fragata é de 28 nós (52 km/h), e o alcance do navio, em velocidade econômica de 15 nós (30 km/h) chega a 13890 km. Existe, também, 4 motores auxiliares movidos a diesel Paxman Valenta 12 RPA 200 CZ que podem desenvolver 1,510 kW e 2025 shp de força, cada um. Essas características de desempenho tornam o fragata Type-23, um navio totalmente capaz de operar em águas azuis e a fazer parte de um grupo de batalha e escolta.
Acima: Com um competente sistema de propulsão baseado em motores a diesel e turbinas a gás, as fragatas Type 23 possuem boa capacidade marinheira podendo participar de grupos de batalhas navais como escoltas.
Em 2006, governo britânico, decidiu que haveria uma substancial diminuição de sua marinha o que acarretaria em muitos navios de guerra sendo disponibilizados para compra de segunda mão por países com orçamentos mais limitados. O Brasil, com uma importante influencia britânica nos navios de guerra em uso pela marinha, poderia ser muito beneficiada por essa disponibilidade de navios como as fragatas Type-23 que certamente estarão entre os navios disponibilizados. Embora a maior deficiência dos navios de guerra da marinha do Brasil seja a falta de um sistema de mísseis antiaéreos de área, ainda sim a Type-23, que não tem esta capacidade, poderia ser útil para substituir as fragatas Type-22 já em uso pela nossa marinha. Mas recentemente, no entanto, a mudança no cenário estratégico internacional que foi iniciado com a anexação da Crimeia pela Rússia e pela, visível maior agressividade do governo russo na defesa de seus interesses, causou maior preocupação em todos os países europeus, de forma a reverter o processo de redução de ativos militares e fazendo com que os orçamentos de defesa dos membros da OTAN e nações alinhadas recebessem um aumento. Hoje é entendido que as 13 fragatas Type 23 remanescentes da Inglaterra só deixarão o serviço ativo depois de começarem a ser entregues as novas fragatas Type 26 em meados de 2023 que as substituirão na Royal Navy.
Acima: Embora os navios não sejam tão antigos, o desenho, certamente, é baseado em conceitos ultrapassados. A popa tem um heliporto e um hangar para operar um helicóptero AW-101 Merlin.
sábado, 7 de março de 2020
CLASSE TAMANDARÉ. O futuro navio de escolta da marinha do Brasil.
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Fragata Classe Tamandaré |
FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata Leve.
Tripulação: 120 tripulantes*.
Data do comissionamento: Entre 2024 a 2028*.
Deslocamento: 3455 toneladas.
Comprimento: 107,2 mts.
Boca: 15,95 mts.
Propulsão: 4 Motores MAN 12V 28/33 DSTC produzem 21840 shp.
Velocidade máxima: 28 nós (52 km/h).
Alcance: 5000 mn (9260 Km) em velocidade econômica (14 nós/ 26 km/h)
Sensores: 1 radar tridimensional Hensoldt TRS-4D AESA com 250 km de alcance (Instrumentado); Radar de navegação Raytheon de banda X, Radar de controle de fogo Thales STIR 1.2 EO MK2; Sistema de de apoio a Guerra eletrônica MAGE ET/SLR-1, Um sistema eletro-óptico SAFRAN Pasei XLR e um sonar de casco ATLAS Elektronik ASO 713
Armamento: 2 lançadores duplos MBDA ITL-70A para mísseis MM-40 Exocet Block I e Block III; Um lançador vertical para 12 mísseis Sea Ceptor; Um canhão Leonardo Super Rapid de 76 mm; 1 canhão CIWS Bofors 40 mm MK-4, dois lançadores triplos de torpedos MK-46 e duas metralhadoras pesadas M2HB em calibre 12,7 mm (.50)
*Dado estimado
Por Carlos Junior
A Marinha do Brasil tem a responsabilidade de patrulhar uma área litorânea com território marítimo de 4.489.919 km² de área, formada por mais de três milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva e mais 950 mil km² de plataforma continental, área maior do que as Regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Para isso, a marinha conta com 6 fragatas da classe Niterói, projetadas nos anos 70, duas fragatas Type 22, classe Greenhalgh, de 4 unidades compradas usadas em uma dessas compras de oportunidade, 5 corvetas da classe Inhaúma (incluindo a mais recente classe Barroso, mas com apenas 3 navios em serviço atualmente). Observando o breve quadro descrito acima, pode se chegar rapidamente a uma conclusão que não estamos bem equipados, materialmente para a missão da Marinha do Brasil. Independentemente de modernizações que foram feitas e ainda serão implementadas nas fragatas Niterói, nada fará com que ela deixe de ser um navio obsoleto e já "cansado" de tanto tempo no mar.
A Marinha do Brasil tinha o objetivo de comprar uma nova classe de modernas fragatas no programa PROSUPER para substituir as fragatas classe Niterói e as fragatas da classe Greenhalgh, porém, a crise que assolou o país, principalmente na segunda gestão do governo Dilma impossibilitou que houvesse recursos financeiros para este empreendimento.
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Acima: A corveta Barroso é derivada, diretamente, da corveta Inhaúma, desenvolvida no inicio dos anos 80. Hoje, é o navio em melhores condições de toda a frota brasileira. A Tamandaré será bastante superior em capacidade a este navio. |
Embora a questão de falta de dinheiro seja um dos problemas do país, o problema principal da marinha, a necessidade de um novo navio de escolta, permaneceu e alguma solução tinha que ser dada. Optou-se pela construção de uma nova classe de corvetas pelo Arsenal da Marinha do Brasil, porém, foi emitido um RFI (requerimento por informação) para empresas do setor naval do mundo todo proporem suas soluções para os requisitos que a Marinha do Brasil tem em vista. A proposta que viesse a ser escolhida, teria que se juntar com a Emgepron, que será a contratante principal, para construir o navio no Brasil.
Pois bem. No dia 08 de março de 2019, a Marinha do Brasil publicou sua escolha pelo Consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa &; Segurança e Atech com seu projeto baseado na classe MEKO A-100 para se tornar o futuro navio de escolta da Marinha do Brasil.
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Acima: A proposta do consórcio Águas Azuis, composto pela Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, venceu a licitação da marinha do Brasil para construir 4 navios de guerra da Classe Tamandaré, usando como base o projeto da MEKO A-100. |
A família de navios do projeto MEKO tem com principal característica seu elevado nível de modularidade que permite que cada cliente coloque sistemas específicos às suas necessidades, customizando o navio. Um dos navios mais capazes da família MEKO já foi mostrado aqui no WARFARE Blog, na matéria que trata dos navios da classe Valour da marinha sul africana. Estas são fragatas multi-função MEKO A-200 SAN, com deslocamento maior que o modelo que será fornecido para a marinha do Brasil.
A Tamandaré terá um deslocamento de 3455 toneladas, valor esse, relativamente pesado para uma corveta e mais coerente com o deslocamento de uma fragata, classificação esta, que passou a ser usada depois que o contrato de construção das Tamandaré foi assinado. A propulsão do novo navio será responsabilidade para quatro motores MAN 12V 28/33 DSTC que produzem 32180 hp de potência, e o sistema de geração de energia será feito por quatro geradores Caterpillar C-32, também alimentados a diesel. A autonomia da Tamandaré será de 30 dias no mar e o navio terá alcance de 9260 km em velocidade econômica de 14 nós, que equivale a 24 km/h. A velocidade máxima que esse sistema de propulsão permite a Tamandaré acelerar é até 28 nós (52 km/h). Estes números são bastante bons fazendo jus, novamente, ao desempenho de uma fragata.
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Acima: O desempenho projetado para as futuras fragatas Tamandaré estão bem acima da média que se tem nos navios da classe Niterói. |
A gama de sistemas e sensores da classe Tamandaré tem como seu principal elemento o radar tridimensional Hensoldt TRS-4D AESA com 250 km de alcance que faz a busca, rastreio e vigilância a uma distancia de até 250 km podendo ser monitorados até 1000 alvos simultaneamente. Este sistema de radar permite operar mesmo sob ação de interferência de guerra eletrônica. O radar de controle de fogo é o Thales STIR 1.2 EO MK2, que fornece a solução de tiro para os mísseis e para o canhão do navio. Para navegação serão instalados um radar Raytheon que opera na banda S e outro que opera em banda X. Para apoiar os sistemas de detecção ativa, os navios da classe Tamandaré receberão um sistema eletro-óptico SAFRAN Pasei XLR que proporciona imagem clara de dia ou de noite, em qualquer condição climática do ambiente, ajudando na busca de ameaças de pequenas dimensões que podem acabar escapando do radar.
O sistema MAGE ET/SLR-1 será instalado também e trata-se de um sistema de Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica capaz de contribuir para o reconhecimento tático dos emissores radar de um dado ambiente eletromagnético. Este sensor tem a função de interceptar radiações de emissores, localizar sua marcação, registrar o tempo de chegada e medir os seus parâmetros (Frequência, Presença de Modulação Intrapulso, Largura de Pulso e Amplitude), separando-os em grupos associados a um determinado radar emissor, caracterizando a frequência, frequência de repetição e varredura, classificando o tipo e o modo de operação do radar envolvido e a provável plataforma associada segundo uma Biblioteca de Emissores.
Para lidar com ameaças submarinas, será instalado um sonar de casco ATLAS Elektronik ASO 713 que opera de forma ativa e passiva nas bandas entre 660 Hz e 3000 Hz podendo detectar, não somente submarinos, mas também minas navais, lanchas ou navios inimigos, assim como veículos submarinos sem tripulantes (UUV).
As fragatas da classe Tamandaré terão uma combinação de armamentos bem equilibrada para lidar com ameaças aéreas, de superfície e submarinas.
Para defesa antiaérea, um lançador vertical com 12 mísseis MBDA Sea Ceptor que são guiados por radar ativo e com atualização de meio curso por data link será instalado a frente da ponte. Com alcance que supera os 25 km de distancia, o Sea Ceptor será o mais capaz míssil antiaéreo já operado pela Marinha do Brasil.
Em apoio a este sistema, o sistema de defesa antiaérea de ponto (CIWS) será composto por um canhão Bofors 40 mm MK4, fabricado pela BAE Systems, capaz de engajar alvos aéreos a 4 km de distancia podendo empregar granadas com detonação por espoleta de aproximação e ogiva de fragmentação, o que aumenta, substancialmente, a probabilidade de destruição do alvo.
Este canhão possui um carregador para 100 granadas para pronto emprego e pode disparar a uma cadência teórica de 300 tiros por minuto.
O canhão principal será o popular Leonardo 76/62 Super Rapid (SR) em calibre 76 mm, capaz de ser empregado contra alvos aéreos e de superfície, disparando suas granadas a uma distancia que pode chegar a 16 km, e disparando a uma cadência de 120 tiros por minuto. Para ataque antinavio, o Tamandaré será armado com dois lançadores duplos para mísseis antinavio MM-40 Exocet ou míssil MANSUP, um projeto nacional que foi desenvolvido com ajuda da MBDA, tendo ambos os mísseis, alcance ma faixa de 70 km e guiamento por radar ativo. Haverá, também dois lançadores triplos para torpedos leves MK-46 capazes de atingir um alvo a 11 km de distancia e 365 metros de profundidade. O sistema de guiagem do MK-46 é feito por um sonar ativo/ passivo. Há dois reparos de suporte para metralhadoras pesadas M-2HB em calibre 12,7 mm (.50).Para defesa antiaérea, um lançador vertical com 12 mísseis MBDA Sea Ceptor que são guiados por radar ativo e com atualização de meio curso por data link será instalado a frente da ponte. Com alcance que supera os 25 km de distancia, o Sea Ceptor será o mais capaz míssil antiaéreo já operado pela Marinha do Brasil.
Em apoio a este sistema, o sistema de defesa antiaérea de ponto (CIWS) será composto por um canhão Bofors 40 mm MK4, fabricado pela BAE Systems, capaz de engajar alvos aéreos a 4 km de distancia podendo empregar granadas com detonação por espoleta de aproximação e ogiva de fragmentação, o que aumenta, substancialmente, a probabilidade de destruição do alvo.
Este canhão possui um carregador para 100 granadas para pronto emprego e pode disparar a uma cadência teórica de 300 tiros por minuto.
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Acima: O destaque dentre as capacidades de combate dos navios da classe Tamandaré será seu sistema de lançamento vertical para mísseis antiaéreos Sea Ceptor da MBDA. Certamente será o mais capaz sistema de defesa antiaéreo já empregado por qualquer navio da Marinha do Brasil. Nesta foto vemos o lançamento de um Sea Ceptor a partir de uma fragata classe Duke (Type 23). |
Embora classificada originalmente de corveta, o projeto da Tamandaré a ser executado pelo consórcio Águas Azuis com base no projeto MEKO A-100, fornecerá um navio com capacidades análogas a uma fragata leve, e por isso o navio acabou recebendo esta nova classificação. Os quatro navios deverão ser entregue para a Marinha do Brasil entre os anos de 2024 até 2028. Quando entrar em serviço, a Tamandaré será o mais capaz navio de guerra nacional e terá capacidade de combate superior a das fragatas da classe Niterói e as fragatas da classe Greenhaugh, navios maiores que a Tamandaré.
A matéria acima visa apresentar as características e capacidades que a futura classe de navios de guerra da Marinha do Brasil terá. No entanto, exponho que, sob meu ponto de vista, as 4 fragatas da classe Tamandaré não serão suficientes para dar a Marinha do Brasil, uma capacidade dissuasória e capacidade de escolta adequada, principalmente quando se leva em conta o grande aumento da capacidade dos navios de superfície modernos da categoria de fragatas. Torço para que, em meados da década de 20, a instituição tenha recursos para incorporar e operar uma classe de modernas fragatas de maior deslocamento e armamento para que a dissuasão estratégica seja atingida e não fique apenas dependente de nossos submarinos.
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Acima: Nesta ilustração podemos ver a quantidade de alternativas de equipamentos que se pode instalar em um navio da classe MEKO A-100. A modularidade é a característica chave desta extensa família de navios. |
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