quarta-feira, 4 de junho de 2014

CLASSE ARLEIGH BURKE. O cavalo de batalha da marinha da US Navy

 
FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier.
Tripulação: 346 tripulantes (incluindo 22 oficiais)
Data do comissionamento: 04 de Julho de 1991.
Deslocamento: 9033 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 153,8 mts.
Calado: 6.3 mts.
Boca: 20,4 mts.
Propulsão: 4 turbinas a gás GE LM 2500 de 105000 SHP
Velocidade máxima: 30 nós
Alcance: 8149 Km
Sensores: Radar SPY-1D AEGIS, multifuncional, radar de busca de superfície AN/ SPS 67 V, Sistema de controle de fogo feito por 3 radares SPG-62 (MK99). Sonar SQQ 89 (V)6
Armamento: 2 lançadores verticais MK41 totalizando 90 celulas para mísseis Tomahawk, Standard SM2MR, SM-3, Asroc VLA. 1 canhão MK-45 Mod 4 de 127 mm; 2 canhões MK15 Phalanx de 20 mm CIWS. 2 lançadores quádruplos de mísseis Harpoon antinavio. 2 lançadores triplos para torpedos leves MK-34/ MK-46/ MK-50
Aeronaves: 2 helicopteros SH-60 Seahawk (navios da versão Flight II A)

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
O Destróier classe Arleigh Burke (DDG 51) foi projetado pela Northrop Grumman Ship System com o objetivo de substituir os navios da classe Charles F Adamas e Coontz que estavam em serviço desde a década de 60.
Sua principal missão é o combate antiaéreo , e para isso ele foi equipado com um radar SPY-1 D (AEGIS), que garante uma capacidade multialvos e antimísseis muito eficaz.
A versão D do radar SPY-1, usada nos navios dessa classe, são menores que o radar original SPY-1, e é ideal para instalação em navios de guerra de menor porte, tanto, que até a fragata F100 Alavaro De Bazam, usa uma versão deste radar. O alcance deste radar, está em torno de 470 Km para alvos voando alto e de 80 km para alvos na linha do horizonte. Muitos dados deste radar são classificados, mas é certo que este radar, dentro do sistema AEGIS, que engloba, também, os mísseis antiaéreos standard SM 2 ME/ER, representa o que há de mais eficaz em defesa de área disponível hoje. O radar de busca de superfície é um AN/ SPS 67V. As capacidades anti-superfície e anti-submarinas, são consideradas muito boas no Arleigh Burke, e para a busca de alvos submersos ele usa um sonar SQQ 89 (V)6 da Lockheed Martin que opera integrado a outro sistema composto de um sonar ativo SQS 53C, e um sonar rebocado de busca passiva SQS 19B. Além disso, um pequeno veículo submarino de controle remoto (RMV) usando um sonar de profundidade variável AN/AQS20A.

Acima: O Arleigh Burke continuará sendo o mais moderno destróier norte americano enquanto não entrar em serviço a revolucionaria classe Zumwalt DDG-1000.
No quesito armas, a classe Arleigh Burke, é uma das mais completas que existem. Seu principal sistema de armas é o lançador vertical (VLS) MK-41 com 90 células capaz de lançar 4 tipos de mísseis, sendo eles os mísseis da família Standard, o míssil ESSM, o Tomahawk e o  ASROC.
Para a guerra antiaérea o MK-41 usa os mísseis antiaéreos Standard RIM-66C SM-2MR, cujo alcance chega a 74 km, guiados por radar semiativo. A ultima versão desta numerosa família de mísseis é a versão RIM-161 SM-3, desenvolvida dentro dos requisitos de defesa antibalística BMD (defesa anti-míssil balístico). Não foram todos os navios desta classe que receberam o SM-3, porém os que receberam atuam em apoio ao sistema antimíssil norte americano, deslocado no mar mediterrâneo e no mar do Japão. O SM-3 é uma arma especializada, e sua ogiva não possui explosivo, sendo usado, exclusivamente a força cinética, ou seja, impacto direto contra o míssil balístico inimigo. O seu sistema de guiagem é por radar semiativo, sendo no final do curso, ativado um sensor de infravermelho LWIR. O alcance é de 700 km e seu objetivo é destruir alvos em órbita, como as ogivas de mísseis balísticos de médio alcance ou mesmo satélites em orbitas baixas. A ultima versão deste míssil, a SM-3 Block IIA tem alcance aumentado para 2500 km e capacidade de destruir um alvo a 1500 km de altitude (orbital). Também para guerra antiaérea são usados os modernos mísseis RIM-162 ESSM, uma versão muito melhorada do famoso míssil Sea Sparrow. Este míssil é usado para defender o navio de ataques de aeronaves e de mísseis antinavio. Seu sistema de guiagem se dá por radar semiativo com atualização de meio curso por data link e seu alcance chega a 50 km.

Acima: O poder de fogo dos destróieres da classe Arleigh Burke supera, com grande margem o que um encouraçado da segunda guerra seria capaz de proporcionar. Não se enganem com a ausência de dezenas de canhões. O poder de fogo vem dos mais de 100 mísseis abaixo do convés.
Para guerra anti-superfície o principal armamento é o poderoso míssil de cruzeiro Boeing BGM-109C Tomahawk, capaz de destruir alvos em terra, a 1700 km com uma potente ogiva unitária de 450 kg de alto explosivo, ou ainda, a versão D, que usa uma ogiva de fragmentação (submunições como pequenas granadas que se espalham), cujo alcance é de 1300 km. O sistema de guiagem destes mísseis é o sistema TERCOM que faz o guiagem seguindo o contorno do terreno previamente carregado na memoria do míssil que segue um curso pré-estabelecido para atacar o alvo. O míssil conta com apoio de GPS e de um sistema inercial INS também para sua guiagem.
E para guerra antissubmarino, o Arleigh Burke, está armado com o míssil RUM-139 VL, ASROC que transporta um torpedo leve MK-46 ou MK-54 até um ponto próximo do contato sonar onde o alvo foi detectado.
Para guerra antinavio há 2 lançadores quádruplos para mísseis Boeing RGM-84 Harpoon, guiado por radar ativo e com alcance de 130 km.
Um canhão MK 45 MOD 4 de 127 mm está instalado a frente do navio e pode ser usado tanto contra alvos de superfície, como contra alvos antiaéreos. Seu alcance normal é de 24 Km, porém já está disponível uma munição guiada de longo alcance conhecida como ERGM, cujo alcance atinge 125 Km e a guiagem se dá por INS/GPS. Esse alcance soberbo é conseguido através de uma propulsão do próprio projétil, que o torna um míssil lançado do cano do canhão. Para defesa antiaérea de ponto, estão instalados 2 canhões automáticos (metralhadoras) de seis canos rotativos CIWS Phalanx MK 15, de 20 mm. Esse canhões conseguem uma taxa de tiro de 4500 tiros por minuto, o que é suficiente para “rasgar” qualquer coisa que esteja dentro do seu alcance (2000 a 3000 mts). 

Também, para guerra antissubmarino, estão instalados 2 lançadores triplos para torpedos leves MK 34, MK 46 ou MK 50.Particularmente o torpedo MK46 tem um alto desempenho e pode destruir um submarino inimigo a 7500 mts, em alta velocidade.
Acima: Os primeiros navios da classe Arleigh Burke, podem operar um helicóptero Sikorsky SH-60 Seahawk. Porém, as versões mais recentes, conhecidas como Flight IIA receberam um hangar capaz de operar até duas aeronaves deste tipo.
A propulsão do Navio é feita por 4 turbinas a gás General Electric LM 2500 de 105000 HP que conseguem impulsionar este navio a mais de 30 nós ou 60 km/h aproximadamente. Seu alcance máximo, em velocidade econômica é de 8149 km. 
Este excelente destróier, um dos melhores navios desta categoria em uso hoje, foi planejado para defender a si e a frota que ele escolta de um ataque em massa com mísseis antinavio, que era a tática que seria usada pela extinta União Soviética em caso de guerra. Por isso, o resultado do projeto, fez surgir um navio com capacidades extraordinárias, e que com seu poderoso armamento, pode infligir ataques em terra firme, Ao todo, haverão 75 navios dessa classe, sendo que 62 deles já estão em serviço, fazendo dele, o principal navio de guerra dos Estados Unidos, em operação hoje, e pelo andar da carruagem, com os Estados Unidos tendo gravíssimas dificuldades com relação a seu orçamento, provavelmente os navios desta classe permanecerão por mais duas décadas como o principal elemento de combate de superfície daquela poderosa nação.

Acima: Nessa foto podemos ver duas versões desta classe. Notem que o navio em primeiro plano tem na popa uma elevação que é o hangar dos helicópteros SH-60 Seahawk. No navio ao fundo essa elevação não existe, tendo apenas um espaço para pouso de um helicóptero.





ABAIXO PODEMOS ASSISTIR UM DOCUMENTÁRIO SOBRE O DESTRÓIER ARLEIGH BURKE. 

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2 comentários:

  1. Marcelo. saberia dizer qual a capacidade máxima de Tomahawk deste navio. na situação da síria desta semana. sera que o navio disparou todos os seus misseis?

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  2. Olá Jeimes.
    As 90 celulas verticais de lançamento do sistema MK-41 usam diversos mísseis. Algumas celulas usam o SM-2 anti aéreo, outra usam o Tomahawk. Muito provavelmente usaram mais de 70% do arsenal disponível nesse ataque.

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