quarta-feira, 11 de junho de 2014

FAMÍLIA S-300 GRAMBLE E S-400 TRIUMF. A parede antiaérea russa


FICHA TÉCNICA (S-300 Grumble e S-300V)
Motor: Propelente sólido de estágio único.
Velocidade: 7200 Km/h.
Alcance: (5V55K) 47Km, (5V55R) 90Km, (48N6E2) 95 Km, (9M83M) 200 Km.
Altitude: 10000 a 27000 metros dependendo do míssil usado.
Comprimento:  (5V55K) 7 m, (5V55R) 7 m, (48N6E2) 7,5m, (9M83M) 9 m
Peso: (5V55K) 1450 kg, (5V55R) 1450 kg, (48N6E2) 1800kg, (9M83M) 2100 kg.
Ogiva: 150 kg de alto explosivo
Lançadores: Caminhão MAZ-7910, Navio Classe Kirov, Veículo sobre lagartas MT-T.
Guiagem: Comando de radio (5V55K) e guiagem semi ativa para todos os outros modelos de mísseis do sistema S-300.


FICHA TÉCNICA (S-400 Triumf)

Motor: Propelente sólido de estágio único.
Velocidade:  9M96E1: 3240 km/h,  9M96E2: 3600 km/h, 40N6: 8600 Km/h.
Alcance: 9M96E1: 40 km; 9M96E2: 120 km, 40N6: 400 Km.
Altitude: 9M96E1: 20000 m; 9M96E2: 30000 m, 40N6: 30000 m.
Comprimento: 9M96E1: 4,75 m; 9M96E2: 5,65m, 40N6: 9 m.
Peso: 9M96E1: 333kg; 9M96E2: 420, 40N6: 2000 kg.
Ogiva: 24 kg de alto explosivo..
Lançadores: caminhão MAZ-7930,  Tanque type 80.
Guiagem: Ativa em todos os modelos de mísseis deste sistema.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
O sistema de mísseis antiaéreos S-300 (SA-10 Grumble na nomenclatura da OTAN)), foi desenvolvido pela empresa Almaz Scientific Production Association para destruir aviões, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos, seguindo uma necessidade do governo da extinta União Soviética, no final da década de 1960. O S-300 que também é conhecido com a designação SA-10 Grumble, na classificação da OTAN, sofreu muitas modificações através do tempo desde sua entrada em serviço, no início da década de 1980. Uma marca registrada deste excelente sistema é o tamanho descomunal de seus lançadores, instalados em viaturas sobre rodas como o sistema PMU, ou sobre lagartas, no caso do sistema S-300V. Atualmente, o S-300 representa um dos melhores sistemas de defesa antiaérea do mundo, e foram exportados para a China, Índia, Chipre, Irã, Venezuela e Grécia. O fabricante alega que o sistema tem grande capacidade de atacar alvos stealth, devido ao radar de alta freqüência usado pelo sistema

Acima: O descomunal tamanho do sistema S-300 poderia sugerir a uma pessoa desavisada tratar-se de um míssil balístico de curto alcance.
O sistema S-300 diferentemente de seus concorrentes ocidentais possui uma grande variedade de mísseis que foram sendo incorporados ao sistema no decorrer de seu continuo desenvolvimento. O S-300P, a primeira versão a entrar em serviço em 1978, usava um míssil 5V55K cujo alcance era de 47 km e com guiagem feita por comando de rádio, sendo que o sistema estava montado num veículo MAS-7910, e tinha como controle do fogo um radar 36D6  “Big Bird” com alcance na casa dos 165 Km.
Junto com essa versão foi desenvolvida uma versão naval deste míssil conhecida por S-300F, ou SA-N-6 pela codificação da OTAN. Esta versão possui um alcance de 90 Km e foi instalada nos grandes cruzadores de batalha da classe Kirov. Esta versão pode atacar 6 alvos simultaneamente o que a tornou o primeiro sistema antiaéreo multialvos desenvolvido pela Rússia. O sistema de controle de tiro é proporcionado por um radar de varredura eletrônica “Top Dome”, que possui um alcance de 100 km. O radar de aquisição é o “Top Steer” com 300 km de alcance.
De lá para cá muita coisa mudou e mais 4 modelos de mísseis foram sendo integrados de forma que a versão antiaérea mais sofisticada deste sistema, conhecido como S-300 PMU2 (SA-20 Favorit pela OTAN), usa o míssil 48N6E2, cujo alcance chega a 195 km contra um alvo voando a 27000 metros de altitude, sendo guiado guiado por TVM (Track Via Missile) que é uma forma de guiagem que se usa um radar semiativo (o alvo é iluminado pelo radar do sistema S-300) e o míssil segue essa orientação recebendo ainda, correção por comando de radio. No sistema S-300PMU-2 o radar usado é o “Tom Stone” cujo alcance de engajamento é 300 km.

Acima: O lançamento vertical de um míssil do sistema S-300 garante uma vantagem importante do sistema por ter flexibilidade de cobertura de 360º envolta do sitio de lançamento.
Essa extensa e extremamente bem sucedida família de mísseis antiaéreos teve uma versão desenvolvida com maior foco na capacidade antimísseis balísticos táticos (ATBM) sem, com isso, perder sua original capacidade de destruir aeronaves e mísseis de cruzeiro. Essa versão é conhecida como S-300V (SA-12 Gladiator pela OTAN). Diferentemente do S-300P, esta versão é transportada por um veículo sobre lagartas MT-T que permite transportar, designar o alvo (ele tem um radar próprio), e lançar os misseis. Essa flexibilidade garante maior mobilidade que os S-300P. Há duas variantes do S-300V. Uma está armada com dois enormes mísseis 9M82 (SA-12B Giant), especializados em interceptar mísseis balísticos inimigos. Esses mísseis tem alcance de 100 km e é capaz de interceptar um míssil inimigo a uma altitude de 30000 metros. A outra variante usa o míssil 9M83 (SA-12 A Gladiator) de menores dimensões e que pode ser transportado em numero de 4 por veículo. Este míssil tem capacidade de interceptar mísseis balísticos e aeronaves a uma distancia de 75 km a uma altitude de 25000 metros. Em ambas as variantes, o veículo MT-T usa um radar de controle de fogo 9S32 Grill Pan e o radar 9S15 Bill Board de busca que tem alcance de 314 km contra um alvo do tamanho de um caça voando alto. Porém, na variante armada com misseis antibalístico, há um sensor a mais. O radar HIGH SCREEN que presta apoio na varredura contra mísseis balísticos. Também é comum nas duas variantes, o sistema de guiagem dos mísseis se dá por radar semiativo, controlado pelo radar Grill Pan.

Acima: Esteticamente a maior diferença entre o S-300V (foto) e os modelos anteriores, é seus veículo sobre lagartas MT-T, porém a mobilidade e flexibilidade de emprego dá uma boa vantagem desta versão.
Uma versão modernizada do S-300V, é conhecida como S-300VM ou Antey 2500 e possui novos sistemas de radares 9S15M2, 9S15MV2E e 9S32ME. Este radar permite ao sistema engajar até 24 aeronaves simultaneamente. Os mísseis deste sistema são as novas versões dos mísseis do S-300V como 9M82ME com alcance de 200 km e altitude de 30000 metros, desempenho também repetido pelo seu míssil irmão 9M83ME, ambos guiados por radar semiativo, porém com a fase final sendo orientada por um sensor térmico. A Venezuela adquiriu este modelo, especificamente. A ultima versão do sistema S-300 a entrar em produção é chamada S-300V4, porém ainda há muito pouco informação sobre detalhes de seus sistemas.

Acima: Nessa foto podemos ver dois exemplares do sistema S-300VM, ultima versão do sistema Antey 2500. Nossos vizinhos venezuelanos adquiriram esse veículo para compor o que pode-se considerar a mais poderosa rede de defesa antiaérea de todo o continente.
O míssil S-400 é a evolução desta espetacular família de sistemas antiaéreos. A designação da OTAN para este novo sistema é SA-21 Growler. Originalmente o sistema era chamado de S-300PMU3, porem, devido a ser uma evolução muito grande, sobre o S-300, o sistema passou a ser designado de S-400 Triunf. A grande diferença, e por que não dizer também, “vantagem” do sistema S-400 é que ele tem uma maior flexibilidade de emprego de forma a poder executar o conceito de defesa em camadas sozinho, pois ele usa 3 tipos de mísseis sendo um de médio alcance, um de longo alcance e um de ultra longo alcance, podendo ser usado eficazmente contra mísseis balísticos de médico alcance e aeronaves furtivas como o F-22, segundo o seu fabricante.
Os mísseis usados pelo sistema S-400 são o 9M96E1, de médio alcance, podendo atacar alvos a distancias de até 40 km a altitude de 20000 metros; o míssil 9M96E2 de longo alcance, com capacidade de destruir seu alvo a 120 km a altitude de 30000 metros; e por fim, o míssil 40N6 de alcance extra longo, capaz de acertar seu alvo a 400 km de distancia e a altitude de 30000 metros. O radar de usado para a bateria S-400 é do tipo tridimensional, modelo 91N6E e é montado em uma viatura separada. Uma característica muito interessante sobre o S-400 é que seus tubos lançadores de mísseis podem ser carregados com modelos distintos de mísseis para se adaptar melhor a cada situação, diferentemente dos modelos S-300 que eram equipados com um dos tipos de mísseis disponibilizados. O míssil de médio alcance 9M96E1, por ser bastante compacto, pode ser transportado em numero de 4 em um só tubo, somando 16 mísseis se os 4 tubos de lançamento estiverem armado com ele. Porém pode ser misturar os mísseis num só caminhão.

Acima: O sistema S-400 tem a flexibilidade de emprego em um só veículo que só teríamos com todas as versões do S-300.
Como visto, o sistema S-300, assim como o modelo que representa a sua evolução natural. o S-400, podem ser classificados, sem nenhuma duvida, entre os 3 melhores sistemas de defesa antiaérea do mundo hoje.A evolução do S-300 levou a um sistema completo capaz de defesa de camadas, dando um poderoso instrumento dissuasório a uma força aérea inimiga. É interessante notar que os russos costumam informar sobre a probabilidade de acerto dos seus mísseis e os do sistema S-300 sempre ficam no patamar dos 80 ou 90 % para os mísseis desta família quando considerados alvos aerodinâmicos como aeronaves. Logicamente que essa taxa de acerto cai quando o alvo é um míssil, porém ainda fica na excelente marca dos 70% logo no primeiro lançamento. Outro ponto característico importante da família S-300 e S-400, é que em todas os mísseis são lançados verticalmente não tendo, assim, uma restrição de engajamento por quadrante, como no sistema MIM-104 Patriot norte americano que e direcionado para um lado específico.
Não é de se admirar que os Estados Unidos tenham feita tanta pressão sobre os russos para não fornecer uma das versões do S-300 ao Irã, pois isso dificultaria muito uma ação militar contra o programa nuclear iraniano.

ABAIXO PODEMOS ASSISTIR A UM VÍDEO COM O S-300 EM AÇÃO.

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6 comentários:

  1. E pensar que o Brasil poderia ter conseguido, num estalar de dedos, Su-35BM, entrar na parceria para o T-50, MBTs tipo T-90MS para o lugar do Leopard 1A5, ajuda russa no projeto de um nuke realmente moderno e capaz e, de quebra, esses sistemas SAM S-300 ou S-400... e o anancéfalo do Saito ainda arrota de orgulho de
    ter como seu preferido um caça que não impõe respeito a virtualmente ninguém...

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    1. Leonardo me desculpe mas o Saito não arrotou de arrogância dizendo que nos adquiridos o melhores caça do mundo mas no momento é o que temos dos três concorrentes o mas apropriado seria o Rafale, mas olha o preço?!!!! porem fica claro que precisamos de um vetor bem mas capaz, assim como você sou fan do SU-35 e com certeza esses S-300 e 400 seria o ideal quanto ao MBT estamos com os Leopard que da conta do recado o que esta faltando para esses tanques é uma guarnição adequada, abraço.

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    2. O maior problema em fechar uma parceria de grande porte no campo militar com a Russia seria o reflexo negativo que isso acarretaria na esfera política, leia-se EUA, querendo ou não os yankees são o maior mercado consumidor do mundo e tem investimentos pesadíssimos no Brasil e por consequencia o Brasil tem ainda uma dependencia muito grande das importações de produtos por parte dos EUA, assim como quase todos demais países. Nesse contexto se o Brasil optasse por uma forte parceria com o inimigo rival dos EUA o mesmo poderia simplesmente vetar e nos oferecer sansões e romper relações diplomáticas e retirar seus investimentos no país o que certamente acarretaria uma série de desvantagens significativas pra o Brasil.

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  2. Carlos saberia como anda as negociações do FX2? os gripens ja estão sendo fabricado? o Brasil vai mesmo receber gripens emprestado da SAAB?

    abraços

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  3. Olá Carlindo. O FX continua sendo negociado sim, e estre ano houve pelo menos duas reuniões com os suecos para acertarem as bases do contrato. Porém a assinatura final de compra está previsto para dezembro de 2014. Já as negociações com o governo sueco para o leasing de até 10 Gripens C foi assunto de uma reunião feita mais para o começo do ano, mas não sei em que pé que ficou.
    Abraços

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  4. Como eu disse acima, uma parceria militar estritamente bilateral de grandes proporções com a Rússia não seria benéfico para o Brasil como um todo, porém adquirir deles algumas baterias anti aéreas de longo alcance do tipo S-300 ou a versão de exportação da Alamz Antey S-350 e se possível com transferencia de tecnologia seria de vital importancia.
    Os sistemas anti aéreos que o Brasil utiliza hoje só tem a capacidade de cobrir a baixa camada do espaço aéreo, não sendo capaz de impedir o ataque de caças e bombardeiros que invadam a grande altitude.
    O S-350 seria ideal para prover o país de uma proteção efetiva contra ataques aéreos principalmente em pontos estratégicos críticos como grandes usinas hidrlétricas, grandes pólos industriais, bases aérea e sedes do governo

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