terça-feira, 29 de novembro de 2016

CLASSE CHARLES DE GAULLE. O primeiro porta aviões nuclear da França.


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 261,5 m.
Calado: 9,43 m.
Boca: 64,36 m.
Deslocamento: 42500 toneladas.
Propulsão: Nuclear, com dois reatores nucleares PWR K15 mais duas turbinas a vapor fornecida pela Alston e 4 motores a diesel com 80000 hp de potência combinada.
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Autonomia: Reabastecido a cada 20 anos
Sensores: Radar de busca aérea tridimensional Thales DRBJ 11B com 305 km de alcance; Radar de médio alcance DRBV 26D Júpiter; Radar de controle de fogo Thonson CSF 3D Arabel; Radar de busca de superfície Thales DRBV 15C Sea Tiger MK 2 com 100 Km de alcance.
Armamento: SAM: 4 lançadores Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15; 2 lançadores de mísseis SAM de curto alcance Sadral, para mísseis Mistral, com 6 mísseis cada. 8 Canhões GIAT 20F2 de 20 mm.
Aviação: Até 40 aviões, sendo 3 Northrop Grumman E-2C Hawkeye, Helicópteros NH-90, e cerca de 30 caças Rafales.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Este projeto é interessante, pois apresentou algumas características indesejáveis como uma frequência elevada de defeitos durantes seu teste no mar entre 1999 e 2001, e um elevadíssimo custo operacional. Os Franceses precisavam de um porta aviões novo para substituir os cansados porta aviões da classe Clemenceau, que não tinham o tamanho ideal, nem potencia adequada em suas catapultas para operar o novo caça naval francês, o Rafale. Para isso o governo francês decidiu que deveria construir uma nova classe de porta aviões, que usasse propulsão nuclear para permitir uma autonomia muito maior que a dos porta aviões que seria substituídos por ele. Todavia, diversos problemas ocorreram, desde relacionados com o desenho do navio, até problemas ligados a confiabilidade do reator nuclear que impulsiona o navio. Hoje, depois destes problemas terem sido resolvidos, ainda um permanece: O custo elevado para operar um navio nuclear levou a marinha da França a considerar construir um novo porta aviões, em conjunto com a Inglaterra, que era conhecido como CVF, e que teria propulsão convencional, porém, problemas financeiros graves, levaram os franceses a cancelarem o projeto em 2013.
Acima: A marinha francesa precisou de um porta aviões mais capaz para operar os caças Rafales, que na época de sua incorporação, também era um novo caça. O Charles de Gaulle substituiu os dois antigos porta aviões da classe Clemenceau.
O Charles de Gaulle pode  operar 40 aeronaves que hoje são representadas por 34 caças Rafale M, 3 aviões de alerta aéreo antecipado (AEW) E-2C Hawkeye, além de helicópteros de apoio AS-565 Panther e H-225M Caracal. Esse equipamento torna o Charles de Gaulle, um dos mais bem equipados porta aviões do mundo, sendo inferior, apenas, aos super porta aviões americanos. As duas catapultas C13, de fabricação norte americana, usadas neste navio podem lançar 2 aviões por minuto, podendo colocar uma força respeitável no ar, em pouco tempo.
Embora os aviões de combate de um porta aviões sejam a principal linha de defesa, o Charles de Gaulle possui uma peculiaridade que é seu armamento orgânico relativamente pesado quando comparado com os navios do mesmo tipo ocidentais. O navio está equipado com 4 lançadores verticais Silver com 8 celulas para mísseis Áster 15, com um alcance de 30 Km, e com guiagem inercial, atualização por data link e radar ativo no final do engajamento. Além desse excelente sistema. Estão instalados, 2 lançadores Sadral com 6 mísseis Mistral cada. Este míssil tem um pequeno alcance de 4 km e usa a guiagem por infravermelho.
Estão instalados, também, 8 canhões automáticos de 20 mm da GIAT modelo 20F2, que disparam 720 tiros por minuto, e os projéteis alcançam 8 km.
Acima: Uma das aeronaves utilizada no Charles de Gaulle é o eficiente Grumman E-2C Hawkeye, de alerta aéreo antecipado, também usado pela marinha dos Estados Unidos.
O sistema de gerenciamento de combate Senit consegue rastrear 2000 alvos no campo de batalha, e é apoiado por um sistema de controle de armas Vigy 105 que são direcionadores optronicos fornecidos pela empresa Sagem. Este sistema permite a detecção de alvos numa distancia máxima de 27 km de forma passiva e imune a interferência. Em fevereiro de 2004, a empresa francesa Thales forneceu  o sistema de comando e controle chamado Sytex, e que será incorporado, não só no Charles de Gaulle, como em outros navios de guerra da frota francesa.
O sistema de radar é composto por um radar tridimensional Thales DRBJ 11B de busca aérea de longo alcance com 305 km de alcance, radar de busca aérea de longo alcance Thales DRBV 26D Júpiter, com o mesmo alcance do radar tridimensional (305 km), e um radar de busca de superfície e aérea Thales DRBV 15C Sea Tiger Mark 2 com 74 km de alcance. O radar de controle de tiro é o Thonson CSF Arabel 3 D, com 150 km de alcance, que é usado para fornecer informações do alvo para o sistema de mísseis antiaéreo Áster 15.
Acima: No começo do serviço operacional do Charles de Gaulle, a ala aérea utilizou aeronaves de combate Dassault Super Etendard modernizados, porém, atualmente, o Rafale assumiu as missões de combate embarcadas.
Como dito no início desta matéria, o Charles de Gaulle,  é um porta aviões nuclear, e ele usa dois reatores nucleares PWR K15, que o permitem, esta embarcação de 42500 toneladas de deslocamento, alcançar 26 nós (50 km/h) de velocidade máxima. A autonomia do sistema, é de 20 anos de operações continuas com o navio à 50 km/h.  Os mantimentos de comida da tripulação permitem ao navio operar sem reabastecimento por 45 dias. Um outro item interessante, é o sistema estabilizador Satrap, que promove uma estabilização executada por um computador e que mantêm o navio em uma situação horizontal com variação de 0.5º, permitindo, assim, operar os aviões em situações de mar agitado.
A marinha francesa é, tradicionalmente, uma das maiores do mundo. Dado à influência política que a França exerce sobre muitos países, notadamente do continente africano, assim como seu compromisso junto da OTAN (tratado do Atlântico Norte), sua marinha deverá continuar forte, porém, com problemas orçamentários, ela ainda poderá contar apenas com um porta aviões por um bom tempo.

Acima: O Charles de Gaulle é a capitânia da poderosa marinha francesa atualmente.

VÍDEO


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7 comentários:

  1. O Brasil podia comprar esse porta aviões e se tornar mais freguês da França . Muito boa matéria , valeu .

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    1. Obrigado Joel!
      O Charles de gaulle é caro de operar até mesmo para a marinha francesa. Nós mal conseguimos manter o São Paulo no mais por uma semana. Acho que nosso orçamento não comporta a operações de um porta aviões de verdade como o Charles de Gaulle.
      Abraços

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    2. Até poderíamos se não houvesse tantos ladrões em nossa classe política,só de nióbio temos 98% das reserva mundial,fora outras riquezas naturais.

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  2. Eu só disse isso zoando . Realmente não temos condições . A mudança do Brasil tem que ser na política e a política não quer mudar .

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  3. Eu só disse isso zoando . Realmente não temos condições . A mudança do Brasil tem que ser na política e a política não quer mudar .

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  4. Acho que a aquisição do São paulo foi um péssimo negócio para o Brasil. Não acha Carlos?

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    1. Foi sim Carlindo. Mas minha opinião se baseia em um conceito que tenho onde a marinha do BRasil não operaria esse tipo de embarcação. Não temos necessidade de um navio deste tipo pois não visamos projeção de força. Considero que o dinheiro usado em um porta aviões seria melhor empregado em uma frota de aeronaves de asa fixa Su-34/32 para a marinha poder executar missões de interdição naval em nosso litoral.
      Abraços

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