domingo, 11 de junho de 2023

TUPOLEV TU-22 M3 BACKFIRE C. A Fúria branca da força aérea russa.


Tupolev Tu-22M3 Backfire C

FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,82 (1008 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1,63 (2000 km/h)
Alcance: 2000 km. em velocidade supersônica ou 6800 km em velocidade subsônica.  
Teto de serviço: 14000 m.
Propulsão: 2 motores Kuznetsov NK-25 com 24520 kg de empuxo máximo.
DIMENSÕES
Comprimento: 42,46 m
Envergadura: 34,28 m
Altura: 11,5 m
Peso: 54000 kg.
ARMAMENTO
1 canhão de canos duplos GSh-23M de 23 mm com 750 munições. A capacidade de carga é de 24000 kg e que compreende: Bombas FAB-100/ 250/ 500/ 1500/ 3000 de queda livre, Minas navais de 500 e 1500 kg; mísseis Kh-22 (AS-4 Kitchen),  Kh-15 (AS-16 Kickback), e o novo míssil hipersônico Kh-47M2 Kinzhal. 

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O fantástico Tupolev Tu-22M3 Backfire C é um bombardeiro único em seu gênero devido a suas dimensões e desempenho diferenciados. Ele não é um bombardeiro de longo alcance, uma vez que seu raio de ação é de pouco mais de 2400 km e seu armamento, também não iguala o transportado pelos grandes bombardeiros estratégico como o Tu-95 Bear ou o Tu-160 Blackjack, porém, sua elevada velocidade que chega a 2000 km/h o coloca como um dos mais velozes bombardeiros dedicado do mundo ao lado do seu irmão maior Blackjack. Devido a suas características diferenciadas, o Tu-22M3 pode ser classificado como um bombardeiro estratégico intermediário.
O velho bombardeiro Tu-22 Blinder apresentou desempenho muito abaixo do que era requisitado.

O desenvolvimento do Tu-22M teve inicio nos anos 60 visando substituir o bombardeiro Tu-22 Blinder cujo desempenho não estava sendo satisfatório. Para resolver essa necessidade da força aérea russa, os engenheiros da Tupolev projetaram um grande avião com asas de geometria variável, recurso este que estava sendo amplamente usado em diversos projetos soviéticos de aeronaves de combate como o Mig-23, Su-17 Fitter e Su-24 Fencer, e que solucionava algumas das deficiências de desempenho em voo de baixa velocidade, aterrissagem e decolagem que ocorria com o antigo Tu-22 Blinder. O primeiro Tu-22M voou no final de agosto de 1969 e apenas nove unidades desse modelo foram construídos para efeito de desenvolvimento do projeto. Mais nove outros Tu-22M1, versão de pré-produção, foram construídas para seguir com os estudos de aperfeiçoamento do modelo.
Tu-22M3 em aproximação para pouso.

O modelo de produção, já com varias melhorias aplicadas foi chamado de Tu-22M2 e entrou em serviço em 1972 e a maior modificação estava em sua entrada de ar para os motores que apresentava uma semelhança com a encontrada no caça norte-americano F-4 Phanton II. Porém a versão definitiva deste bombardeiro só apareceu em 1983. Chamado de Tu-22M3 Backfire C, esta versão apresentava entradas de ar muito semelhantes ao encontrado no grande interceptador MIG-25 Foxbat, além de ter recebido novos motores Kuznetsov NK-25, mais potentes, produzindo 24520 kg de empuxo cada. Com uma potencia total de 49040 kg de empuxo, o Tu-22M3 demonstrou um desempenho melhor chegando a velocidade máxima de 2000 km/h, contra 1750 km/h atingidos pelo Tu-22M2. O alcance do novo Tu-22M3 foi melhorado em 33% em relação a versão anterior chegando a um raio de ação de 2410 km voando em velocidade supersônica, ou, 6800 km em voo econômico, (velocidade subsônica). O peso foi outra mudança entre o Tu-22M3 e seu antecessor. O novo Backfire é três toneladas mais leve que o Tu-22M2, devido as mudanças de desenho e estruturas aplicadas ao modelo.
Cada motor Kuznetsov NK-25 entregam quase 25 mil quilogramas de empuxo cada um. Isso, somado a ao baixo coeficiente aerodinâmico, permite ao Backfire atingir velocidade máxima de 2000 km/h. 

O armamento foi diversificado também. O Tu-22M3 tem capacidade de transportar até 24000 kg de armamento que pode ser composto por 69 bombas de queda livre FAB-250 ou até oito bombas FAB-1500. O Backfire pode transportar também, duas bombas FAB-3000, extremamente potentes, ideais para uso contra alvos reforçados. Os números que constam no nome dessas bombas dão conta do peso delas em quilogramas. Outra carga pouco comentada nos artigos que tratam do Backfire  são as minas navais que são lançadas para interdição naval. Podem ser transportados dois tipos de minas navais sendo que a configuração de transporte delas pode ser de 42 minas de 500 kg ou oito grandes minas de 1500 kg. O arsenal do Backfire, conta com uma variedade de mísseis de precisão como o Raduga Kh-22, mais conhecido no ocidente pela denominação dada pela OTAN “AS-4 Kitchen”, um míssil antinavio extremamente potente cujo alcance pode chegar a 500 km dependendo da versão e condições do lançamento. Este míssil é guiado por INS e por radar ativo, na fase final do ataque, tem uma velocidade de 4300 km/h e sua pesada ogiva de 900 kg de carga moldada revela o principal alvo do Kh-22; os grandes porta-aviões da marinha dos Estados Unidos. Essa ogiva representa mais que dobro do tamanho da de um míssil antinavio convencional. Consta, ainda, que existe uma versão deste míssil equipada com uma ogiva nuclear de 1 megaton (Mt). Essa versão, especificamente, poderia incinerar todo um grupo de batalha norte americano em um só golpe.
O enorme míssil antinavio Kh-22 (AS-4 Kitchen) é o armamento que fez o Backfire se tornar uma grande dor de cabaça para os grandes porta aviões norte americanos.

Outro míssil que faz parte do arsenal do Backfire é o Kh-15 (AS-16 Kickback) um míssil nuclear tático para interdição do campo de batalha, usando uma ogiva nuclear de 350 Kt. O Kh-15 é lançado de um sistema rotatório interno do Tu-22M3 com capacidade de abrigar seis mísseis. O alcance deste míssil é de 280 km, dependendo dos parâmetros de lançamento e seu sistema de guiagem se dá por INS, na versão nuclear. Existe a versão antinavio, chamada Kh-15S, com alcance reduzido para 150 km e equipada com uma ogiva de 150 kg convencional. A sua forma de guiamento se dá por radar ativo.
Mais recentemente, juntou-se ao arsenal de armas que podem ser empregadas no Backfire C, o míssil hipersônico Kh-47M2 Kinzhal. Ao todo, podem ser transportados 4 unidades dessa arma. O Kinzhal pode atingir alvos à distancia máxima de 2000 km e sua velocidade pode chegar a mach 10 (12350 km/h aproximadamente) na fase alta do voo (cerca de 20 km de altitude). Sua ogiva pode ser convencional de alto explosivo ou nuclear com rendimento entre 5 e 50 kt. O sistema de guiagem do Kinzhal é um dado classificado, porém acredita-se que seja uma combinação de um sistema INS que é imune a interferências externas, e por sistema GLONASS. Mesmo assim, algumas fontes chegam a informar que, ainda, há um radar ativo que é usado na fase terminal do ataque.
O Tupolev Tu-22M3 transporta armas externamente em cabides sobre as asas e em um compartimento interno de armas cujo tamanho, relativamente limitado, permite transportar mísseis Hh-15 ou bombas de queda livre.

Para auto defesa, o Backfire, conta ainda, com um canhão de cano duplo em calibre 23 mm GSh-23M que é controlado pelo radar de ré PRS-4KM montado acima do canhão, na base da superfície vertical de controle. Esse canhão tem uma cadencia de tiro na ordem de 2600 a 3000 tiros por minuto e sua capacidade é de 750 projéteis. Além de munição comum, o GSh-23M pode disparar projéteis especiais que agem como iscas flares e chaffs, atrapalhando o sensor de mísseis guiados por calor ou por radar que sejam lançados contra o Backfire pelo quadrante traseiro.
Com um canhão GSh-23 em calibre 23 mm, controlado remotamente, se aproximar pelo quadrante traseiro do Backfire é uma conduta bastante perigosa. 

O radar de ataque usado no Tu-22M3 é o Leninets PNA-D, Este radar funciona com apoio de um sistema de navegação e ataque NK-45. Abaixo do cone do radar existe um sensor óptico OBP-15T usado para mira de bombardeiro com bombas não guiadas (bombas burras).  Como não se pode prescindir nesse tipo de aeronave de combate a suíte de guerra eletrônica do Backfire é bastante completa. O sistema interferidor GERAN SPS-171/ 172 sobrecarrega os radares inimigos com sinais eletrônicos que impedem a determinação da posição correta do Backfire pelos radares inimigos. Além disso, existe um sistema de alerta de aproximação  de mísseis infravermelhos L-082 MAK-UT fornecido pela Ural. Este sistema, operado de forma integrada com o sistema de lançamento de Chaffs (iscas de radar) e flares (iscas infravermelha) APP-50. Para alertar o piloto sobre emissões de radar inimigas que estejam rastreando o Backfire, é usado um sistema RWR Avtomat-3 fornecido pela Ural, também. Como os sistemas de guerra eletrônica apresentada aqui fazem parte de uma mesma suíte fornecida pela Ural, o sistema opera de forma automática quando uma ameaça é detectada, maximizando a eficiência da resposta em caso de ataque.
Devido ao grande tamanho, é possível transporta uma grande variedade de dispositivos eletrônicos para defesa EW (Electronic Warfare -  Guerra Eletrônica).

O Tu-22M3 é um bombardeiro extremamente perigoso, com forte capacidade de infringir severos estragos em um grupo de batalha naval, com suas armas antinavio. Seu armamento e sistema de navegação permitem atacar, de forma muito eficiente, alvos em terra, como bases aéreas ou centro de radares inimigos. Ataques com armas nucleares sobre o campo de batalha ou mesmo contra alvos estratégicos, também fazem parte do “itinerário” do Backfire. Embora o avião apresenta um projeto antigo, para os padrões atuais, ele é, ainda, muito eficiente e digno de respeito pelas forças inimigas. Esse artigo tem por objetivo apresentar apenas a versão Tu-22M3. 
Uma versão atualizada, conhecida como Tu-22M3M está em testes de desenvolvimento nesse momento e quando estiver operacional, trarei os detalhes aqui no WARFARE Blog.
Tupolev Tu-22M3 Backfire C em 3 vistas





                   

2 comentários:

  1. Uma única unidade de 01 megaton acabaria com Kiev e colocaria fim à guerra. Qual será o motivo de Putin preservar Kiev?

    ResponderExcluir