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sábado, 15 de outubro de 2022

OSHKOSH M-ATV - Um jeep com muito "esteroide"!


Oshkosh M-ATV
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 105 Km/h.
Alcance Máximo: 510 Km.
Motor:  Um motor Caterpillar C7 turbo diesel 6 cilindros em linha  com 370 Hp de potência.;
Peso: 14,74 toneladas.
Altura: 2,67 m.
Comprimento: 6,24 m.
Largura: 2,49 m.
Tripulação: 4+1.
Armamento: 1 metralhadora M-240 cal 7,62X51 mm ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), Um lançador de granadas MK-19 de 40 mm. As metralhadoras podem ser empregadas em uma torre remotamente controlada. Um lançador de míssil antitanque BGM-71 TOW ou um lançador de míssil antitanque Milan, 1 canhão M-230 Chain Gun de calibre 30 mm
Trincheira: 0,50 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 40º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: 0,90 m

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
Durante a guerra no Afeganistão levada a cabo pelo governo dos Estados Unidos em resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001, mostraram que os famosos veículos M1114 Humvee não forneciam a proteção adequada para os militares norte americanos em combate. Problemas com explosivos improvisados (IEDs) usados para destruir os veículos norte americanos em varias emboscadas e até mesmo perfuração da blindagem por tiros levaram a uma necessidade urgente de uma nova viatura que sobrevivesse a essas ameaças. Inicialmente foram projetados grandes veículos MRAP que se assemelham mais a um pequeno caminhão do que, propriamente a um "jeep" Isso acarretou veículos muito protegidos, mas pesados e com mobilidade reduzida. Esse tipo de veículo penou nas péssimas estradas afegãs e ao terreno montanhoso do país. Assim, em 2008, o Departamento de defesa dos Estados Unidos passou a estudar junto aos fabricantes militares um veículo que atendesse aos critérios de proteção MRAP, porém, que fosse mais leve para operar, justamente, no ambiente encontrado no Afeganistão.
Um veículo M-1114 Humvee a esquerda e o M-ATV a direita. Os incrementos na capacidade de sobrevivência deram uma boa "anabolizada" no veículo da Oshkosh.
A empresa Oshkosh, bastante famosa pelos seus excelentes caminhões militares empregados pelas forças armadas dos Estados Unidos e de vários países aliados, seguiu derrotando todas as ofertas para esse programa e abocanhou um contrato para o Exército dos Estados Unidos (US Army) e Corpo de Fuzileiros Navais (USMC) com seu M-ATV (MRAP All-Terrain Vehicle), com um contrato que já passou dos 6000 unidades entregues só para essas duas forças armadas americanas. Vários outros países também adquiriram o M-ATV posteriormente. Mais compacto que os grande MRAP, conforme mencionado, a tripulação do M-ATV é composto por 5 pessoas, sendo um deles, o artilheiro.
O M-ATV foi projetado pensando, especificamente, nas dificuldades que as forças armadas norte americanas encontraram em solo afegão durante a guerra ao terror.
Quando pronto para combate, o M-ATV pesa 14700 kg e é movido por um motor 7.2 litros Caterpillar C7 com 6 cilindros em linha que entrega 370 cv de potencia e uma relação peso potencia de 23 cavalos por tonelada. A velocidade máxima em estrada é de 105 km/h e ela é limitada eletronicamente para garantia de operação segura. E falando em segurança, a proteção blindada deste veículo foi projetada em parceria com a empresa Plasan, líder mundial no desenvolvimento de proteção para veículos aéreos, terrestres e navais. O habitáculo do M-ATV suporte impactos de munições de armas portáteis até calibre 7,62x51 mm. O assoalho do M-ATV, foi projetado em "V" para dissipar detonações de explosivos improvisados e minas terrestres (e é nesse ponto que o M-ATV supera os antigos Humvee). O motor foi projetado para conseguir seguir funcionando por, pelo menos um quilometro caso seja atingido por um disparo em calibre 7,62 mm e ocorra vazamento de óleo. Há um sistema anti-incendio no compartimento do motor. Além disso, pode ser instalado placas de blindagem que permitem ampliar a resistência até contra granadas propulsadas por foguete (RPGs).
Os pneus são do tipo run flat e podem se manter rodando por quase 50 km em caso de atingidos por tiros.
A excelente altura do solo que a suspensão do M-ATV possui, permite ele superar obstáculos de 0,50 m e inclinação frontal de 60º. 
O M-ATV pode receber diversas configurações de armamentos para sua defesa. Pode ser usado uma metralhadora de uso geral M-240 (nome que a nossa conhecida FN MASG recebe nas forças armadas norte americanas) em calibre 7,62X51 mm, ou uma metralhadora pesada M-2HB em calibre 12,7X99 mm (.50 BMG). Outras armas que podem ocupar o lugar dessas opções de fogo rápido é o lançador automático de granadas  MK-19 em calibre 40 mm capaz de disparar 360 granadas por minuto ou um lançador de mísseis BGM-71 TOW usado para destruir tanques. O TOW é uma arma bem conhecida e muito difundida entre nações aliadas dos Estados Unidos e que tem um alcance de 7350 metros, sendo guiado por fios (linha de comando) ou por radio frequência em suas versões sem fio. O míssil MILAN , de fabricação franco alemã, com alcance de 3000 metros (versão de alcance estendido ER) e guiado por comando de visão (fio).
Um exemplar do M-ATV armado com um canhão M-230 Chain Gun de calibre 30 mm montado em uma torre remotamente controlada tem sido vista em apresentações mas não há confirmação, por enquanto de que tenha sido adquirida essa configuração ainda. Aqui cabe observar que este é o canhão empregado no poderoso helicóptero de ataque AH-64 Apache, também já descrito aqui no WARFARE Blog
O M-ATV é bem maior que um Humvee. São quase 3 metros de altura (2,67 m).
Com a mudança na natureza da guerra e a mudança do campo de batalha para as áreas urbanas, um veiculo mais leve que um AVC (Armored Vehicle Carrier) e mais protegido que um Humvee ou um "jeep", cai como uma luva e por isso muitos países tem se interessado em adquirir esse tipo de viatura para sua infantaria. Hoje, especificamente o M-ATV é empregado em 12 países. Porém outros modelos de viaturas MRAP também foram desenvolvidas por outros países como é o caso do Dingo 2, já descrito nas paginas do WARFARE Blog, de fabricação alemã que atende aos requisitos MRAP.

 



domingo, 21 de março de 2021

IVECO VBTP-MR GUARANI. O futuro da mobilidade do exército brasileiro

VBTP-MR GUARANI

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 110 Km/h.
Alcance Máximo: 600 Km (em rodovia).
Motor: Motor Iveco Cursor 9 com 383 hp movido a diesel.
Peso: 16,7 toneladas.
Altura: 2,34 m.
Comprimento: 6,9 m.
Largura: 2,7 m
Tripulação: 3 + 8 soldados equipados.
Armamento: Metralhadora FN Mag cal 7,62X51 mm ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm) ambas montadas em uma torre remotamente controlada Ares REMAX.
Trincheira: 1,3 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: Anfíbio.

DESCRIÇÃO:
Por Carlos Junior
O Exército Brasileiro, como todas as forças armadas do Brasil, carece de modernos meios de combate para suas atribuições. Esta afirmativa não é nenhuma novidade para os poucos patriotas que acompanham a agonia em que se encontrava nossa força terrestre no final da década de 90, quando tratamos de seus meios de combate. A situação chegou a ser tão explicita que o governo brasileiro acabou sendo forçado (digo forçado, pois é claro e flagrante a total falta de sensibilidade dos péssimos políticos brasileiros diante da grave situação militar brasileira) a tomar alguma providência para amenizar este quadro. Um dos muitos equipamentos do Exército Brasileiro, que estava em péssima situação devido a seu alto grau de obsolescência, era o famoso veículo blindado de transporte de tropas EE-11 Urutu, cuja empresa fabricante, a Engesa, faliu em outubro de 1993, causando alguma dificuldade para executar a manutenção dos velhos blindados sobre rodas. Além disso, a blindagem do Urutu se mostrou vulnerável quando esteve em ação no Haiti onde se experimentou algumas ocorrências em que tiros em calibre 7,62X51 mm perfurantes de blindagem conseguiram superar a proteção de sua blindagem, como foi demonstrado na missão brasileira no pequeno país caribenho. Assim, estava claro que era fundamental ao Exército Brasileiro adquirir um novo blindado de transporte de tropas que pudesse dar a mobilidade e segurança aos soldados no campo de batalha moderno. Aproveitando o momento de se adquirir este novo veículo, o exercito determinou alguns outros requisitos que tornaria o novo blindado, um produto que pudesse ter sucesso no mercado internacional também.
Projetado pela Iveco e pelo Exército Brasileiro, o Guarani é pouco maior que o Urutu, veículo que ele substitui.

Por tudo isso, a empresa escolhida pelo Exercito para fornecer este novo blindado foi a Iveco Veículos de Defesa, uma empresa do grupo Fiat e o veiculo passou a se chamar VBTP-MR (Veículo Blindado de Transporte de Pessoal. Media Sobre Rodas) e foi nomeada “Guarani” em uma votação aberta ao publico para se escolher o nome da viatura. A encomenda feita pelo governo brasileiro foi de 2044 veículos Guarani em varias versões que devem ser entregues em vários lotes até 2030. 
O Guarani é, evidentemente, fortemente baseado em um outro produto da Iveco, o SuperAV, um blindado 8X8 desenvolvido antes do programa brasileiro. Esse é um dos principais motivos da rapidez com que este programa foi levado a cabo. 
O Guarani possui a mesma configuração do Urutu, ou seja 6X6 e seu motor, é o Iveco Cursor 9 turbo diesel, que fornece 383 Hp de força ao veículo. Assim, o Guarani, poderá rodar a uma velocidade máxima de 105 km/h em estradas. Sua suspensão hidropneumática garante conforto aos tripulantes e a tropa (quando comparado ao Urutu). O Guarani é totalmente anfíbio e quando na água, pode navegar a 9 km/h.
O Guarani já vem com capacidade anfíbia como padrão, sem necessidade de adaptações.

O Guarani está equipado com uma blindagem leve, capaz de proteger ele contra disparos de todos os tipos de projéteis em calibre 7,62X51 mm, inclusive AP (perfurantes de blindagem) e fragmentos de granadas. Seu assoalho foi projetado com forma em “V” para dissipar detonações de minas terrestres e IEDs (explosivos improvisados) que já causaram centenas de mortes e muita destruição em blindados convencionais no Iraque e Afeganistão. A capacidade de proteção NBC (nuclear, bacteriológico e químico) é um opcional e não vem de série.
Como o projeto do Guarani seguiu a tendência de praticamente todos os novos projetos em blindados, ele tem uma modularidade que lhe é muito útil para adaptação de placas de blindagem extra, reforçando sua capacidade a níveis bem mais resistentes, caso seja necessário, além de se poder integrar diversos armamentos de vários tipos.
A proteção blindada do Guarani permite suportar disparos de armas leves e de estilhaços de granadas. O assoalho construído em V, protege a tripulação de detonação de explosivos tipo IED.

O armamento da versão básica será uma metralhadora M-2 em calibre.50 (12,7 mm), porém diversas torres controladas remotamente e armadas com metralhadoras 7,62X51 mm, lança granadas de 40 mm, e metralhadora pesada em calibre 12,7 mm, também podem ser instaladas facilmente no Guarani. Algumas unidades dele foram armadas, porém, com uma torre UT-30BR, desenvolvida pela Elbit System, de Israel, que possui um canhão de ATK de 30 mm, uma metralhadora coaxial de 7,62X51 mm e  um sensor óptico para uso do comandante do veículo e outro para o artilheiro. Além disso, há sistemas de defesas como um alerta de laser LWS que avisa o comandante quando o veiculo estiver sendo iluminado por um designador de alvos a laser. 
Esta torre tem proteção blindada padrão STANAG 4569 nível 2, capaz de proteção contra disparos de projéteis em calibre 7,62X39 mm (como dos AK-47), porém esta proteção pode ser ampliada para nível 4 e “segurar” impactos de projéteis de metralhadoras pesadas em calibre 14,5X114 mm.
Poucas unidades do Grarani receberam uma torre israelense UT-30BR, com um potente canhão automático norte americano da ATK em calibre 30 mm. A maioria das viaturas estão armadas com metralhadoras M-2 em calibre 12,7x99 mm (.50BMG)

O Guarani básico, para transporte de tropas, tem capacidade de transporte de 3 tripulantes mais 8 soldados totalmente equipados dispostos numa cabine, relativamente, mais espaçosa que a do Urutu, dando melhor conforto para os militares.
Uma das versões que chegou a ser considerada para o Guarani foi a de um veículo de reconhecimento, que substituiria os atuais veículos Cascavel, e seria armado com um canhão de 105 mm, porém, depois de várias mudanças e atrasos, há forte indicação que o projeto de obtenção da Viatura Blindada de combate de Cavalaria (VBC-Cav), que responde por essa necessidade de um sucessor do já cansado Cascavel, pode não ser baseado no Guarani.
O compartimento da tripulação comporta 8 soldados equipados dispostos em 4 de cada lado e sentados de frente um para o outro. A saída da viatura se dá exclusivamente pela parte traseira.

O Guarani é uma solução para substituir o velho Urutu e, eventualmente o Cascavel, que já passaram da hora de serem aposentados devido a obsolescência destes antigos projetos. Hoje, ambos os veículos só servem para desfilar em festas de 7 de setembro, pois na prática são fracos e mal equipados. A quantidade de 2044 unidades adquiridas é um excelente numero para um exército com a grande responsabilidade de defender este território gigante que é o Brasil.