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domingo, 21 de março de 2021

IVECO VBTP-MR GUARANI. O futuro da mobilidade do exército brasileiro

VBTP-MR GUARANI

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 110 Km/h.
Alcance Máximo: 600 Km (em rodovia).
Motor: Motor Iveco Cursor 9 com 383 hp movido a diesel.
Peso: 16,7 toneladas.
Altura: 2,34 m.
Comprimento: 6,9 m.
Largura: 2,7 m
Tripulação: 3 + 8 soldados equipados.
Armamento: Metralhadora FN Mag cal 7,62X51 mm ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm) ambas montadas em uma torre remotamente controlada Ares REMAX.
Trincheira: 1,3 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: Anfíbio.

DESCRIÇÃO:
Por Carlos Junior
O Exército Brasileiro, como todas as forças armadas do Brasil, carece de modernos meios de combate para suas atribuições. Esta afirmativa não é nenhuma novidade para os poucos patriotas que acompanham a agonia em que se encontrava nossa força terrestre no final da década de 90, quando tratamos de seus meios de combate. A situação chegou a ser tão explicita que o governo brasileiro acabou sendo forçado (digo forçado, pois é claro e flagrante a total falta de sensibilidade dos péssimos políticos brasileiros diante da grave situação militar brasileira) a tomar alguma providência para amenizar este quadro. Um dos muitos equipamentos do Exército Brasileiro, que estava em péssima situação devido a seu alto grau de obsolescência, era o famoso veículo blindado de transporte de tropas EE-11 Urutu, cuja empresa fabricante, a Engesa, faliu em outubro de 1993, causando alguma dificuldade para executar a manutenção dos velhos blindados sobre rodas. Além disso, a blindagem do Urutu se mostrou vulnerável quando esteve em ação no Haiti onde se experimentou algumas ocorrências em que tiros em calibre 7,62X51 mm perfurantes de blindagem conseguiram superar a proteção de sua blindagem, como foi demonstrado na missão brasileira no pequeno país caribenho. Assim, estava claro que era fundamental ao Exército Brasileiro adquirir um novo blindado de transporte de tropas que pudesse dar a mobilidade e segurança aos soldados no campo de batalha moderno. Aproveitando o momento de se adquirir este novo veículo, o exercito determinou alguns outros requisitos que tornaria o novo blindado, um produto que pudesse ter sucesso no mercado internacional também.
Projetado pela Iveco e pelo Exército Brasileiro, o Guarani é pouco maior que o Urutu, veículo que ele substitui.

Por tudo isso, a empresa escolhida pelo Exercito para fornecer este novo blindado foi a Iveco Veículos de Defesa, uma empresa do grupo Fiat e o veiculo passou a se chamar VBTP-MR (Veículo Blindado de Transporte de Pessoal. Media Sobre Rodas) e foi nomeada “Guarani” em uma votação aberta ao publico para se escolher o nome da viatura. A encomenda feita pelo governo brasileiro foi de 2044 veículos Guarani em varias versões que devem ser entregues em vários lotes até 2030. 
O Guarani é, evidentemente, fortemente baseado em um outro produto da Iveco, o SuperAV, um blindado 8X8 desenvolvido antes do programa brasileiro. Esse é um dos principais motivos da rapidez com que este programa foi levado a cabo. 
O Guarani possui a mesma configuração do Urutu, ou seja 6X6 e seu motor, é o Iveco Cursor 9 turbo diesel, que fornece 383 Hp de força ao veículo. Assim, o Guarani, poderá rodar a uma velocidade máxima de 105 km/h em estradas. Sua suspensão hidropneumática garante conforto aos tripulantes e a tropa (quando comparado ao Urutu). O Guarani é totalmente anfíbio e quando na água, pode navegar a 9 km/h.
O Guarani já vem com capacidade anfíbia como padrão, sem necessidade de adaptações.

O Guarani está equipado com uma blindagem leve, capaz de proteger ele contra disparos de todos os tipos de projéteis em calibre 7,62X51 mm, inclusive AP (perfurantes de blindagem) e fragmentos de granadas. Seu assoalho foi projetado com forma em “V” para dissipar detonações de minas terrestres e IEDs (explosivos improvisados) que já causaram centenas de mortes e muita destruição em blindados convencionais no Iraque e Afeganistão. A capacidade de proteção NBC (nuclear, bacteriológico e químico) é um opcional e não vem de série.
Como o projeto do Guarani seguiu a tendência de praticamente todos os novos projetos em blindados, ele tem uma modularidade que lhe é muito útil para adaptação de placas de blindagem extra, reforçando sua capacidade a níveis bem mais resistentes, caso seja necessário, além de se poder integrar diversos armamentos de vários tipos.
A proteção blindada do Guarani permite suportar disparos de armas leves e de estilhaços de granadas. O assoalho construído em V, protege a tripulação de detonação de explosivos tipo IED.

O armamento da versão básica será uma metralhadora M-2 em calibre.50 (12,7 mm), porém diversas torres controladas remotamente e armadas com metralhadoras 7,62X51 mm, lança granadas de 40 mm, e metralhadora pesada em calibre 12,7 mm, também podem ser instaladas facilmente no Guarani. Algumas unidades dele foram armadas, porém, com uma torre UT-30BR, desenvolvida pela Elbit System, de Israel, que possui um canhão de ATK de 30 mm, uma metralhadora coaxial de 7,62X51 mm e  um sensor óptico para uso do comandante do veículo e outro para o artilheiro. Além disso, há sistemas de defesas como um alerta de laser LWS que avisa o comandante quando o veiculo estiver sendo iluminado por um designador de alvos a laser. 
Esta torre tem proteção blindada padrão STANAG 4569 nível 2, capaz de proteção contra disparos de projéteis em calibre 7,62X39 mm (como dos AK-47), porém esta proteção pode ser ampliada para nível 4 e “segurar” impactos de projéteis de metralhadoras pesadas em calibre 14,5X114 mm.
Poucas unidades do Grarani receberam uma torre israelense UT-30BR, com um potente canhão automático norte americano da ATK em calibre 30 mm. A maioria das viaturas estão armadas com metralhadoras M-2 em calibre 12,7x99 mm (.50BMG)

O Guarani básico, para transporte de tropas, tem capacidade de transporte de 3 tripulantes mais 8 soldados totalmente equipados dispostos numa cabine, relativamente, mais espaçosa que a do Urutu, dando melhor conforto para os militares.
Uma das versões que chegou a ser considerada para o Guarani foi a de um veículo de reconhecimento, que substituiria os atuais veículos Cascavel, e seria armado com um canhão de 105 mm, porém, depois de várias mudanças e atrasos, há forte indicação que o projeto de obtenção da Viatura Blindada de combate de Cavalaria (VBC-Cav), que responde por essa necessidade de um sucessor do já cansado Cascavel, pode não ser baseado no Guarani.
O compartimento da tripulação comporta 8 soldados equipados dispostos em 4 de cada lado e sentados de frente um para o outro. A saída da viatura se dá exclusivamente pela parte traseira.

O Guarani é uma solução para substituir o velho Urutu e, eventualmente o Cascavel, que já passaram da hora de serem aposentados devido a obsolescência destes antigos projetos. Hoje, ambos os veículos só servem para desfilar em festas de 7 de setembro, pois na prática são fracos e mal equipados. A quantidade de 2044 unidades adquiridas é um excelente numero para um exército com a grande responsabilidade de defender este território gigante que é o Brasil.

 





domingo, 22 de março de 2020

NIMDA ACHZARIT - A couraça israelense na mobilidade da infantaria.

Nimda Achzarit




FICHA TÉCNICA 
Velocidade máxima: 55 Km/h.
Alcance máximo: 600 Km.
Motor: Detroit Diesel 8V-71 TTA com 650 hp de potência.
Peso: 44 Toneladas (pronto para combate)
Altura: 2 m.
Comprimento: 6,3 m.
Largura: 3,6 m
Tripulação: 3+7 soldados equipados.
Armamento: 1 Torre Rafael OWS (overhead weapon system )com uma metralhadora FN MAG em calibre 7,62x51 mm.
Trincheira: 2,7 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 40º
Obstáculo vertical: 0,8 m
Passagem de vau: 1,4 m (com preparação: 4 m).

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior.
Como já mencionado em matéria anterior, a criatividade israelense é, sem a menor sombra de dúvidas, a chave do sucesso que seus produtos apresentam. A empresa israelense NIMDA, conhecida por desenvolver programas de modernização de diversos tipos de carros de combate como o M-41, M-60, T-55, PT-76, dentre outros, usou seu know how para fabricar uma viatura blindada de transporte de tropa que foi projetada pela Israeli Defence Forces Corps of Ordnance que tivesse como sua característica mais marcante, o nível de proteção blindada. os israelenses sempre tiveram que enfrentar ataques de diversas armas portáteis, sendo que a granada impulsionada por foguete, a famosa RPG, se mostrou uma pedra no sapato dos veículos de combate israelenses.
O veículo Achzarit foi a solução apresentada para dar ao infante das forças de defesa de Israel uma forma mais segura para operar em zonas conflagradas.
O carro de combate russo T-55, muito empregado pelos inimigos de Israel, foi base para o desenvolvimento do Achzarit.
O Achzarit  é baseado em carros de combate T-54 e T-55 que Israel capturou as centenas durantes suas muitas guerras com os países árabes. O uso de um MBT para ser a base de um veículo de transporte de tropa já permite concluir que o principal objetivo residia na necessidade de uma viatura que fosse pesadamente blindada.
A retirada da torre com seu canhão, todo o aparato para guardar granadas, liberou um bom espaço interno para acomodar 3 tripulantes e 7 soldados totalmente equipados. Por ser derivado do tanque T-55, a proteção básica é a mesma, suportando disparos de armas leves como fuzis 7,62x51 mm,  porém, com o uso de espaçadores e reforços de blindagem adicionais, o Achzarit é capaz de sobreviver a impactos direto de RPGs, e além disso há informação de que o quadrante frontal suporta um disparo de canhão de 125 mm. É interessante observar que 14 toneladas das 44 toneladas total do veículo, é apenas de blindagem extra.
O Achzarit tem cerca de 1/3 de seu peso em blindagens adicionais quando comparado ao tanque T-55.
Para sua autodefesa, o veículo recebeu uma torre OWS remotamente controlada que pode receber uma metralhadora de uso geral FN MAG em calibre 7,62 x 51 mm ou uma metralhadora pesada M-2HB calibre 12,7 x 99 mm (.50) É um armamento básico que não permite que o Achzatit possa participar ativamente do combate. Vale observar que o veículo não foi projetado para isso e sim para transportar de forma mais segura possível a tropa.
Nesta imagem, pode-se ver no topo da viatura Achzarit a torre remotamente controlada OWS. Ela pode receber uma metralhadora de 7,62 ou de 12,7 mm. Embora não tenha sido explicitado nos textos pesquisados, é provável que lançadores de granadas automáticos também possam ser instalados com alguma facilidade neste sistema de armas.
O motor russo V-55 empregado no T-55 original, naturalmente, foi substituído por um motor norte americano Detroit Diesel 8V-71TA turbodiesel que entrega 650 hp de potência para levar as pesadas 44 toneladas do Achzarit a velocidade de 55 km/h de velocidade máxima em estrada. Algumas alterações foram feitas na suspensão e no chassi do T-54 / T-55. A atualização da suspensão resultou em melhor mobilidade em terrenos acidentados. Ainda vale observar que, embora o Achzarit não seja um veículo anfíbio, se receber preparação, consegue transpor um rio com até 4 m de profundidade.
A autonomia é de 500 km nas condições de estrada e transportando 7 soldados equipados e 3 tripulantes. E falando em soldados, estes tem saída por uma compacta porta na traseira, ao lado direito da viatura. A tripulação é composta por comandante, artilheiro e motorista, sendo que o artilheiro e o motorista possuem periscópios enquanto que o comandante usa sua escotilha blindada para poder ter uma visão em 360 º com boa proteção.
Nesse desenho podemos ver a porta de saída traseira aberta.
Com um efetivo de 215 veículos, as forças de defesa de Israel são os únicos operadores do Achzarit. Isso pode ter como motivo diversas bases, sendo elas, preço (equipamento pesado tende a ter um valor maior), a base do veículo ser de um carro de combate russo; lobby de países produtores de veículos desta classe e que tem maior penetração no mercado mundial. Independente o motivo de este veículo não ter sido exportado ainda, o fato é que Israel pode se gabar de estar de posse de um dos mais bem protegidos blindados de transporte de infantaria do mundo. perfeito para o teatro de operações (TO) em que as forças de defesa de israel estão inseridas.













sexta-feira, 15 de março de 2019

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS - EXÉRCITO BRASILEIRO

Por Exército Brasileiro

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domingo, 6 de janeiro de 2019

JAGUAR EBRC . As novas garras do Exército Francês.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 110 Km/h (Em estrada).
Alcance Máxima: 800 Km (Em estrada).
Motor: Motor turbodiesel Renault DXi7 com 500 HP de potência.
Peso: 25 Toneladas (carregado).
Comprimento: 7,3 m.
Largura: 3,0 m.
Altura: 2,6 m.
Tripulação:3 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1,2 m,
Obstáculo vertical: 0,60 m.
Armamento: Um canhão automático Nexter 40 CTAS em calibre 40 mm,  Um lançador de mísseis antitanque MMP (Missile Moyenne Portée), Uma torreta remotamente controlada T3 com uma metralhadora de uso geral Minimi em calibre 7,62X51 mm

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

ARTEC GmbH BOXER MRAV. Mais um gigante alemão.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 103 Km/h.
Alcance máximo: 1100km.
Motor: Um motor MTU 8V 199 TE20 alimentado a diesel  com 711 Hp
Peso: 33 Toneladas.
Altura: 2,37 m.
Comprimento: 7,88 m.
Largura: 2,99 m
Tripulação: 3+8 soldados equipados.
Armamento: Variável com a versão. Ver texto
Trincheira: 2 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,8 m
Passagem de vau: 1,2.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S Junior
Uma das características mais marcantes dos produtos da industria bélica alemã que se tornaram uma espécie de “marca registrada” deles é o tamanho de seus veículos de combate terrestre. O veículo blindado sobre rodas do exército alemão, batizado de Boxer, não é uma exceção. Com suas 33 toneladas de peso bruto, o Boxer é 8 toneladas mais pesado que a média dos veículos de sua categoria. Na verdade, o Boxer não um projeto somente da industria alemã, mas uma criação conjunta entre a industria britânica, francesa, alemã e holandesa que precisaram desenvolver uma nova geração de veículo blindado sobre rodas para múltiplas missões e que o modelo básico fosse um transporte de tropas em meados de 1998.  A França e a Inglaterra se retiraram do programa em 1999 e 2003 respectivamente, passando a desenvolverem seus próprios projetos, deixando apenas a Alemanha e Holanda no programa do Boxer. O primeiro blindado ficou pronto em 2002 e foi entregue para o Exército Alemão para testes. A Alemanha encomendou 272 unidades do Boxer e a Holanda pediu 200 unidades.

Acima: A Alemanha encomendou, inicialmente 272 unidades do Boxer para seu exército. Esta encomenda foi seguida por um lote adicional cujo término das entregas deve ocorrer durante o ano de 2018.
O Boxer, como todos os projetos recentes de veículos sobre rodas, tem na sua modularidade seu principal atributo. Assim, o modelo básico pode ser preparado para diversas missões específicas com a fácil instalação de módulos de missão que podem ser substituídos rapidamente para modificar a função do veículo, promovendo um efeito multiplicador a frota de Boxers, através desta flexibilidade de emprego. Para se ter uma ideia da facilidade desse sistema de módulos, basta observar que em apenas uma hora os módulos são trocados mudando o perfil de missão do veículo. Nesse aspecto, o Boxer pode ser considerado superior a outros blindados da mesma categoria.
A blindagem do Boxer é particularmente forte e é composta de cerâmica com outros elementos não especificados. Normalmente esse tipo de informação é classificada, mas certamente deve haver tecnologia adquirida na produção da blindagem de outros veículos alemães como o poderoso carro de combate pesado Leopard 2A6. Porém, é informado pelo fabricante que a blindagem do Boxer suporta impactos de 30 mm na parte frontal e de munição 12,7 mm no resto de veículo. O assoalho é reforçado com três camadas para proteger contra minas e IEDs (Explosivos improvisados), muito usados em guerra irregular para destruir ou inutilizar os veículos e tanques inimigos.
Acima: Nesta ilustração podemos ver de forma fácil como funciona o sistema de modularidade do Boxer. Esta forma de troca de módulos, pode ser empregada até mesmo em projetos de outras áreas como a naval (já tem sistemas parecidos em navios) e em projetos de aeronaves de combate.
A versão básica do Boxer é capaz de transportar 8 soldados totalmente equipados. A capacidade de transporte de carga excede 8 toneladas, dando muita flexibilidade para adaptações de módulos de missão mais pesados. Ele pode ser usado como posto de comando, porta morteiro de 120 mm, ambulância, transporte logístico entre outras versões, ao gosto do cliente. A Lituânia, o terceiro país a adquirir o Boxer, usa o modelo como um IFV (Infantry Fighting Vehicle) que usa uma torre Samson Mk2, armada com um canhão de 30 mm e um lançador duplo para mísseis anti tanque Splike -LR, guiado por infravermelho e com alcance de 4 km. É interessante que a Lituânica batizopu sua versão do Boxer como "Vilkas IFV". Já, a Austrália, testou a versão Boxer CRV equipada com uma moderna torre Lance que é armada com um canhão automático Rheinmetall MK30-2/ ABM em calibre 30 mm para seu programa de aquisição de um veículo blindado de combate (AFV) sobe o nome Land 400, que deve ter sua seleção decidida em meados de 2018.
Acima: A versão Boxer CRV é armada com um poderoso canhão automático Rheinmetall MK30-2/ ABM em calibre 30 mm capaz de destruir viaturas leves e causar danos graves em veículos maiores como IFVs ou mesmo MBTs, dependendo do modelo.
O Boxer é propulsado por um motor MTU 8V 199 TE20 alimentado a diesel, e que produz 711 Hp de força. A velocidade máxima é de 103 km/h em estrada, o que o torna um dos mais rápidos veículos blindados sobre rodas da atualidade. A autonomia é muito boa, chegando a 1100 km também o colocando em destaque como o blindado de maior autonomia dessa categoria. Todos estas capacidades, é claro, dificilmente, sairia barato. Cada Boxer, básico, custa cerca de U$ 4,5 milhões, cerca de 3 vezes mais que um MOWAG Piranha IIIC, como o usado pelos fuzileiros navais brasileiros. Assim o Boxer traz mais força para uma tendência em se utilizar veículos sobre rodas modulares capazes de múltiplas missões, ainda mais por que a guerra tem se tornado cada vez mais urbana, onde blindados sobre lagartas não tem a mesma agilidade que um blindado sobre rodas.
Acima: Uma das missões que o Boxer pode assumir é o de posto de comando. Nesta foto podemos ver um exemplar desta versão do exército holandês. 

Acima: O Boxer é uma viatura de grandes dimensões.  O "maiorzinho" ali da esquerda é um Boxer CRV, seguido pelo Patria AMV, M-1A1 Abrams (sim, é um MBT!), e um LAV-25.

VÍDEOS

BOXER ACV/ IFV


BOXER ATV/ MRAP


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

BAE SYSTEMS AB SEP 8X8 THOR. O pioneirismo que não emplacou.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 120 Km/h.
Alcance Máximo: 600 Km.
Motor: Hibrida Diesel elétrica com 2 Motores a diesel com 270 HP.
Peso: 14,5 toneladas (vazio).
Altura: 2,2 m.
Comprimento: 6 m.
Largura: 2,8 m.
Tripulação: 4 +8 soldados equipados.
Armamento: Metralhadora FN Mag cal 7,62X51 mm, um lançador automático de granadas LAG-40 de 40 mm, ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), Canhões de 25 a 120 mm, podem ser instalados.
Trincheira: 1,8 m.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 36º.
Obstáculo vertical: 0,60 m.
Passagem de vau: 1,2 m.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Em todos os segmentos de assuntos em que nós observemos mais atentamente, acabaremos em algum momento nos deparando com alguma injustiça. As vezes, em nossos ambientes de trabalho notamos um colega que acaba demitido, mesmo sendo muito competente, por motivos que não justificariam aquele desligamento. No segmento que tratamos no WARFARE, as armas de guerra, essa triste possibilidade também tem um grande potencial de se tornar realidade. E é interessante notar que esse fato nem é assim, tão incomum. Hoje vamos tratar de um veículo de combate que se enquadra nessa situação de "injustiçado". Desenvolvido pela subsidiaria sueca da empresa BAE, conhecida por BAE Systems AB, o avançado veículo SEP 8X8 Thor foi projetado para preencher os requisitos do exército sueco para uma nova e moderna viatura de transporte de tropas que pudesse ser transportada por um cargueiro C-130 Hércules e que tivesse, também, alta mobilidade. Inicialmente o projeto trouxe um protótipo de uma viatura sobre lagartas no ano 2000. Uma variante sobre rodas foi apresentada 3 anos depois.
Acima: O projeto do Thor deriva do veículo modular SEP que, originalmente era um veículo sobre lagartas.
O Thor é o mais compacto veículo com tração 8X8  dentre os grandes players do mercado como o Piranha III e o Patria AMV, ambos já descritos aqui no WARFARE. Seu peso, 14,5 toneladas vazio, também é menor que a media dos veículos similares no mercado. Mesmo sendo mais compacto, ele preserva a capacidade de de 8 a 10 soldados transportados dependendo da versão, mais o motorista e comandante. A propulsão do Thor possui uma exclusividade. Ele é movido por dois motores Steyr M-16 com 6 cilindros 3.2 L turbodiesel que fornecem 270 Hps de força cada. Além disso há um motor elétrico que permite o Thor operar de forma silenciosa.  A autonomia desse motor elétrico não foi informado nas fontes que pesquisei, mas baseado no fato de ser uma tecnologia relativamente nova, provavelmente não deve ser muito boa. No entanto, com a propulsão diesel, o Thor tem alcance de 600 km, o que o coloca em pé de igualdade com seus similares. O Thor não é anfíbio, mas tem capacidade de passar por rios com profundidade de até  1,2 m. A suspensão do Thor é do tipo hidropneumática.
Acima: O Thor possui alta mobilidade e suas dimensões compactas facilitam seu transporte por uma aeronave C-130 Hercules.
Muito pouca informação sobre os sistemas eletrônicos foram apresentadas nas fontes disponíveis de pesquisa, porém, o Thor está equipada com câmeras que permitem uma visão em 360º em volta do veículo, para suprir a ausência de janelas. Certamente o Thor deve ter, também, periscópios para o comandante e para o artilheiro, nos exemplares que forem armados. Existe uma sistema computadorizado de diagnóstico que permite uma rápida visualização de qualquer defeito ou dano que ocorrerem no Thor.  Já, o nível de proteção para a tripulação é um dado informado com detalhes e informa que o veículo pode receber blindagem composta por peças de cerâmica modulares que permitem parar projéteis em calibre 14,5 mm de metralhadoras pesadas, ou uma blindagem mais robusta que segure impactos de munição de 30 mm de canhões automáticos. Ainda é possível instalar blindagem reativa que já demonstrou em um teste, aguentar dois impactos de granadas RPG-7 sem causar danos significativos e mantendo o habitáculo onde os soldados são transportados intacto. Um detalhe curioso é que é possível o cliente optar pela proteção NBQ (nuclear, Bacteriológica e Química), sendo que esta proteção não vem de série.
Acima: O habitáculo onde a tropa fica é protegido por uma blindagem modular que pode suportar tiros de munições calibre 14,5 mm até 30 mm dependendo da configuração adotada pelo operador.
Graças a modularidade do projeto, as opções de armamentos para serem instaladas no Thor são bem variadas. Pode ser instalado torres remotamente controladas com metralhadoras de uso geral em calibre 7,62 mm, ou uma metralhadora pesada em calibre 12,7 mm. Alternativamente, um lançador automático de granadas em calibre 40 mm pode tomar o lugar destas metralhadoras. Uma torre com canhão em calibre 25 mm, ou mesmo um pesado canhão de 120 mm podem ser instalados.  Morteiros de 81 e 120 mm também fazem parte das opções de se armar o Thor. Ao todo, sua modularidade permite 40 configurações diferentes de missão para esta moderna viatura.
Com seu pioneirismo, com possibilidade de usar um motor elétrico para se mover silenciosamente, alta proteção blindada e grande modularidade, é frustrante para seus projetistas não terem conseguido vender este bom veículo a nenhuma força armada. Além da Suécia, a Inglaterra chegou a ser sondada sobre uma possível venda para o exército daquela nação, sem conseguir emplacar uma encomenda.

Acima: Aqui podemos perceber uma torre remotamente controlada, equipada com uma metralhadora pesada M-2HB em calibre 12,7 mm (.50) instalada no topo da viatura Thor. Armamentos ainda mais pesados como canhões de 25 mm e morteiros podem tomar lugar dessa configuração.

Acima: Essa mancha escura na parte lateral traseira do Thor é o resultado da detonação de duas celulas de proteção reativa ao sei impactada por dois foguetes RPG 7. É claro a ausência de danos significativos na estrutura da viatura.

Acima: A tropa desembarca do Thor pela traseira, seguindo o padrão em veículos do mesmo tipo projetados no ocidente.

VÍDEO


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sexta-feira, 22 de julho de 2016

ARZAMAS MACHINE BUILDING PLANT BTR-80/82. Perna longa para o Exército russo.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 90 Km/h.
Alcance Máximo: 600 Km.
Motor:  Um motor turbodiesel KAMAZ 7403 com 260 hp;
Peso: 13,6 toneladas.
Altura: 2,41 m.
Comprimento: 7,6 m.
Largura: 2,41 m
Tripulação: 3 +7 soldados equipados.
Armamento: 1 Metralhadora KPVT de calibre 14,5 mm ou um canhão automático 2A72 em calibre 30 mm; 1 metralhadora coaxial PKT em calibre 7,62 X 54 mm
Trincheira: 2 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: Anfíbio.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O veículo de transporte de infantaria BTR-80 e seus derivados são viaturas aperfeiçoadas baseadas em deficiências observadas no modelo BTR-70, sucessor dos velhos BTR-60 da extinta União Soviética.  Na verdade o próprio BTR-80 foi projetado ainda no fim da Guerra Fria, na União Soviética no começo dos anos 80, sendo que entrou em serviço em 1986 e segue até os dias atuais, embora outros veículos mais modernos ainda estejam entrando em serviço.
O BTR-80 trouxe mudanças na acessibilidade do veículo em relação ao BTR-70 que tinha duas portas laterais muito pequenas (uma em cada lado), que se abriam para o lado e que atrapalhava muito na agilidade para entrar ou sair. No BTR-80 as portas são duplas se abrem em duas partes, sendo a porção de cima abre para  o lado e a de baixo abre para baixo fornecendo um pequeno degrau que até auxilia na saída do veículo.
Acima: Uma das mudanças visíveis externamente na família BTR-80/82 em relação ao BTR-70 é a maior porta lateral, que facilita a acessibilidade da tropa durante uma ação de assalto.
Outra mudança importante no BTR-80 foi a adoção de apenas um motor no lugar de dois usados no BTR-70 e BTR-60. O motor instalado no BTR-80 é um motor turbodiesel KAMAZ 7403 com 260 hp (19 hp/ton de torque) que permite acelerar o BTR-80 a velocidade máxima de 90 km/ h em estrada, sendo que sua autonomia chega a 600 km, também considerando apenas rodando em estrada. O tanque de combustível tem capacidade para 300 litros de diesel.
Um ponto interessante sobre a mobilidade do BTR-80 é que ele é totalmente anfíbio fazendo uso de dois sistemas de hidro-jatos para sua propulsão na água podendo navegar a 10 km/h.
Acima: Uma das qualidades da família BTR-80 é sua total capacidade anfíbia. O BTR-80 tem desempenho de 10 km/h na agua, impulsionado por dois hidro-jatos.
O BTR-80, diferentemente dos veículos similares ocidentais, não tem sistemas sofisticados de mira ou sensores de designação de alvos, sendo que o uso de suas armas se faz de forma manual. O armamento mais comum nessa versão é a metralhadora pesada KPVT, versão usada em viaturas da metralhadora KPV no potente calibre  14.5x115 mm, capaz de uma cadência de 600 tiros por minuto e com alcance efetivo contra pessoas de 3000 metros ou 500 metros contra veículos blindados leves. também é usada uma metralhadora coaxial PKT em calibre 7,62 X 54 mm que dispara a uma cadência de 800 tiros por minuto.
Acima: O BTR-80 tem uma torre simples com uma metralhadora KPVT em calibre 14,5 mm operada manualmente. Nessa torre tem uma metralhadora de uso geral PKY em calibre 7,62 mm também.
Porém a evolução do projeto BTR não parou no 80. O próximo passou foi aperfeiçoar o projeto com a versão BTR-80A, já com alguns refinamentos, como uma nova torre com um canhão automático 2A72 em calibre 30 mm e uma metralhadora PKTM em calibre 7,62 mm. Nessa torreta foram instalados a mira diurna 1PZ-9 e as miras noturnas TPN-3 e TPN-3-32 Kristall. Esta versão teve instalado apenas um hidro-jato ao invés de dois como na versão original BTR-80, o que fez com que seu desempenho navegando seja um pouco pior que seu irmão mais velho. Essa versão passou a ser fornecida a partir de 1994. A versão mais sofisticada do BTR-80 é a BTR-82A e de certa forma a ultima do modelo, uma vez que a próxima geração da séria, o BTR-90 tem chassi de dimensões diferentes dos modelos BTR-80 e 82.
Sua blindagem é capaz de suportar impactos de projéteis  em calibre 12,7 mm no arco frontal, e de munição 7,62 mm em todo o resto do veículo. Além disso, o veículo tem total proteção para operar em ambientes de guerra nuclear, bacteriológica e química. Isso traz uma boa proteção para sua tripulação de 3 homens e os 7 soldados transportados pelo BTR-80 e seus derivados
Acima: O canhão 2A72 de 30 mm fornece um esplendido poder de fogo para os veículos da família BTR. Nesta foto temos um BTR-82A durante uma demonstração de fogo.
A versão BTR-82 recebeu muitos novos sistemas que o tornaram mais capaz dentro do campo de batalha. sua proteção blindada, na verdade, é a mesma do BTR-80, porém, o BTR-82 tem melhor capacidade para suportar detonações de explosivos improvisados IEDs, e minas terrestres. No BTR-82 foi instalado um sistema de visão noturna TKN-4GA usado para visada da metralhadora KPVT e de canhão de 30 mm 2A72. Um sistema de navegação baseado na constelação de satélites GLONASS também foi adicionado. A propulsão deste modelo foi substituída pelo mais potente motor KAMAZ 740.14 que fornece 300 hp de força resultando em uma melhora do desempenho de velocidade para 100 km/h. Esta versão também é anfíbia com um sistema de hidro-jato. A versão BTR-82A recebeu uma torre com um canhão 2A72 estabilizado, e com uma metralhadora PKTM em calibre 7,62 mm coaxial. Também há 3 granadas fumígenas de cada lado da torre para lançar uma cortina de fumaça e ocultar o veiculo se ele estiver sendo alvos de disparos inimigos.
Acima: O BTR-82A é a versão mais avançada desta bem sucedida família de veículos de transporte de tropa. 
A família BTR-80/ 82 representa uma das mais bem sucedidas viaturas de transporte de tropas do mercado atualmente com nada menos que 36 países tendo adquirido veículos desse projeto. Só a Rússia possui em seu arsenal mais de 1200 unidades em serviço.Um novo veículo batizado de Boomerang, já em fase de testes, deverá substituir toda a família BTR num futuro de médio prazo. Até lá, deveremos continuar a ver exemplares do BTR 80/82 no campo de batalha por mais duas décadas pelo menos.
Acima: Hoje existem 36 países que fazem uso BTR-80. Sem duvidas um sucesso de exportação da poderosa industria russa.

ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM O BTR-80A EM AÇÃO.


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