sábado, 25 de julho de 2015

CLASSE GERALD R. FORD. A nova geração de super porta aviões da marinha dos Estados Unidos.

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 337,11 m.
Calado: 11,3 m.
Boca: 41 m (linha da água).
Deslocamento: 110000 toneladas.
Propulsão: Dois reatores nucleares A-1B que geram 360 000 SHP.
Velocidade máxima: 36 nós (68 km/h).
Autonomia: Ilimitada.
Sensores Sistema de radar de banda dupla DBR composto pelo radar AN/SPY-3 de varredura eletrônica ativa e pelo radar AN/SPY-4 VSR (Volume Search radar), formando uma cobertura total de 6 antenas.
Armamento: 2 lançadores MK 29 de 8 células de mísseis ESSM, 2 lançadores MK-49 para 21 mísseis de curto alcance RIM-116 SeaRAM, 2 Canhões CIWS MK-15 Phalanx de 20 mm e 4 metralhadoras pesadas M-2HB em calibre .50 (12,7 mm)
Aviação: Variável conforme a missão, porém em tempos de paz ele vai operar 75 aeronaves que podem ser distribuídos em 25 caças bombardeiros F/A-18 E/F Super Hornet, 6 aeronaves de guerra eletrônica EF-18G Growler, 24 caças stealths F-35C, 6 aviões de alerta aérea avançado Grumman E-2D  Hawkeye, 6 helicópteros Sikorsky MH-60R, 4 helicópteros MH-60S e 4 aeronave de combate sem piloto N-UCAS ( a ser desenvolvida ainda).

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A frota super porta aviões da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) é composta, atualmente por 10 navios, todos da classe Nimitz, um projeto da década de 70 do século XX e que está contabilizando mais de 40 anos. O outro porta aviões, o USS Enterprise, o maior navio de guerra da história, cujo projeto data de 1957, e que saiu de serviço recentemente, em 2012,antes de haver um substituto pronto, também expõe a elevada idade dos porta aviões norte americanos. Por isso a US Navy e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) requisitaram que seus fabricantes de navios começassem a estudar o seu sucessor, e depois de analisar mais de 70 propostas, sendo uma delas referente a um porta avião de menor dimensão, porém com um desenho revolucionário e furtivo, acabaram por manter o desenho clássico dos porta aviões americanos, mas com algumas modificações técnicas, que permitirão um aumento de 25% no numero de lançamentos e recuperações de aviões, em relação ao que se tem hoje nos porta aviões da classe Nimitz. O projeto foi inicialmente chamado de CVN-21 e o seu projeto foi encomendado ao estaleiro Newport News, uma subsidiária da poderosa empresa aeroespacial Northrop Grumman, fabricante de aeronaves como o bombardeiro B-2A Spirit, caça F-5E Tiger II (o principal caça da Força Aérea Brasileira) e o F-14 Tomcat.
Acima: No início do projeto do novo porta aviões da marinha norte americana se cogitou um navio com desenho stealth mas logo se decidiu por abandonar esse desenho. Certamente os custos e riscos seriam bem maiories que usar um conceito de desenho mais conhecido.
Depois de iniciar a construção do novo super porta aviões, a US Navy batizou a nova classe de "Gerald R Ford" (CVN 78), e ele será o substituto, tanto do Entreprise, já aposentado, quanto dos navios mais antigos da classe Nimitz. 
O Gerald R Ford terá muitas inovações em relação a seus predecessores. Uma dessas mudanças é o reposicionamento da ilha, colocada um pouco mais a ré do casco o que facilitará a movimentação dos aviões no convés do navio. Outra importante evolução diz respeito a seu sistema de catapulta eletromagnética EMALS que tomará, em definitivo o lugar das catapultas a vapor que foram usadas por mais de 60 anos nos porta aviões da US Navy. Esta nova catapulta permite menor necessidade de manutenção, menor espaço de instalação e capacidade de lançar aeronaves mais pesadas.
O Gerald R Ford foi projetado para ter uma maior automação de seus sistemas conseguindo uma redução de 17 % da tripulação em relação à tripulação do Nimitz o que resultou em uma diminuição de 1000 homens no navio, que seria necessária para operar todas as operações comuns em um navio aeródromo.

Acima: Nessa ilustração pode ser percebido com clareza o reposicionamento da ilha mais atras do convés, o que representa uma das características mais marcantes dessa nova classe de porta aviões norte americanos.
O sistema de propulsão é do tipo nuclear e é composto por um par de reatores atômicos de nova geração A-1B, desenvolvidos pela Bechtel Marine Propulsion Corporation que produz 30% mais energia elétrica que a planta nuclear do Nimitz chegando a 280 MW o que representa o mais eficiente sistema de geração de energia já instalado em um navio. Graças a essa melhoria na produção de energia que o sistema EMALS de catapulta foi viável nesse navio.
Essa propulsão, também fornece 360000 SHP de potência que movem 4 eixos e suas respectivas helices movimentando as 110000 toneladas de deslocamento deste navio a uma velocidade máxima de 36 nós (68 km/h), colocando como um dos mais rápidos navios de guerra de grande porte da história.
Como todos os navios nucleares, sua autonomia é ilimitada, sendo a operacionalidade do navio restrita a quantidade de combustível aeronáutico, armamentos, e alimentos da tripulação transportados.

Acima: Mesmo com um deslocamento "monstro" de 110000 toneladas, o sistema de propulsão totalmente nuclear do Gerald R Ford proporciona uma alta velocidade a essa "cidade flutuante".
Outra importante melhoria instalada no projeto do Gerald R Ford foi seu avançadíssimo sistema de radar  DBR (Banda dupla) composto por 3 antenas do radar AN/SPY-3, ultima geração em radares de varredura eletrônica ativa com alcance de 320 km contra alvos aéreos. O outro componente do sistema DBR responde pelo radar AN/SPY-4 VSR (Volume Search radar), com mais 3 antenas e que operam de forma integrada aos SPY-3 dando uma elevada capacidade de rastreio multi alvos. Esse sistema, além de fazer a busca de alvos, agrega a função de radar de controle de fogo para o sistema de mísseis antiaéreos ESSM operados a partir de dois lançadores óctuplos MK-29 instalado no navio. O ESSM tem alcance de 50 km e guiagem semi-ativa. E falando em armamento orgânico ainda, o Gerlad R Ford recebeu, também, dois lançadores MK-49 para 21 mísseis de curto alcance RIM-116 SeaRAM de curto alcance (9 km) sendo sua guiagem por infravermelho ou por comando de rádio, dependendo da versão. O armamento de tubo, também presente nesse porta aviões, é composto por dois sistema CIWS Phalanx MK 15 com um canhão de seis canos rotativos de 20 mm. Cada um desses canhões conseguem uma cadencia de 4500 tiros por minuto, o que é suficiente para “rasgar” qualquer coisa que esteja dentro do seu alcance (2000 a 3000 mts). Por ultimo, foram instalados 4 metralhadoras pesadas M-2HB calibre 12,7 X 99 mm (.50).

Acima: A ilha do Gerald R Ford foi projetada tendo em vista a integração de seu sistema DBR de radar. Nessa imagem gerada por computador podemos ver a antena frontal do radar AN/SPY-3, que compõe a suíte de sensores do navio.
A ala aérea do Gerald R Ford é composta, em tempos de paz, 75 aeronaves, sendo, portanto, possível aumentar para cerca de 110 aeronaves em caso de necessidade. Normalmente, são transportados 25 caça bombardeiros pesados F/A-18E/F Super Hornet que são os principais vetores de defesa aérea, embora sejam usados como bombardeiros também. O novíssimo caça de 5º geração F-35C Lightining II será operado com 24 unidades e será responsável, principalmente, por missões de ataque e bombardeiro, embora possa, se necessário, operar em missões de interceptação e escolta ar ar; Para guerra eletrônica serão operados 6 jatos E/A-18G Growler que é a versão de guerra eletrônica  do F/A-18E Super Hornet; Para alerta aéreo avançado serão usados 6 unidades do clássico avião Grumman E-2D Hawkeye, que é a ultima versão desta eficiente aeronave. O Gerald R Ford vai operar 4 aeronaves de combate sem piloto N-UCAS quando estes estiverem operacionais. Estas aeronaves serão desenvolvidas com os conhecimentos adquiridos no desenvolvimento do jato X-47B. E agora falando de asas rotativas, são transportados 6 helicópteros Sikorsky MH-60R Seahawk que são usados para guerra antissubmarino e anti superfície usando torpedos leves MK-46 e mísseis AGM-114 Hellfire; e por ultimo, são operados 4 helicópteros Sikorsky MH-60S Kinghthawk para operações anti minas e de transporte. 

Acima: O novo caça F-35C será um dos principais meios de combate do Gerald R Ford. Esta foto foi tirada durante os primeiros testes embarcados com o F-35C abordo no USS Nimitz, já descrito nesse site.
O super porta aviões Gerald R Ford , como todos os super porta aviões da US Navy, transportam uma capacidade de combate aéreo superior a mais de 70 % das forças aéreas do mundo todo. Poucos países tem uma estrutura tão completa e bem armada como um único navio desse tipo. O Gerald R Ford vai manter essa capacidade para o século XXI. Seus sensores avançados, mais capazes que os encontrados nos porta aviões anteriores e mesmo na maioria dos navios de escolta com sistema AEGIS como os navios da classe Arleigh Burke e Ticonderoga, também darão maior independência a esta nova classe de porta aviões. A US Navy tem encomendado nesse momento 3 navios da classe Gerald R Ford, sendo o segundo navio, batizado de John F Kennedy (CVN-79) e o Enterprise (CVN 80) que receberá o mesmo nome do navio antigo que está sendo substituído (Entreprise CVN-65). Se os planos da US Navy forem em frente, haverão 10 unidades deste super porta aviões substituindo totalmente os navios da classe Nimitz até o fim deste século.

Acima: Em breve o Gerald R Ford começará os teste no mar e sua entrada em serviço está programada para meados de 2016.


Acima: Aqui podemos ver como será internamente o Geral R Ford.






ABAIXO TEMOS UMA ANIMAÇÃO COM A CONSTRUÇÃO DO GERALD R FORD


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7 comentários:

  1. Otima materia é um prazer conhecer o novo porta aviões americano . Valeu

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Otima materia Carlos.So uma duvida , porque o X-47b nao se tornou uma aeronave operacional?

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  5. Olá Fernando.
    O X-47B é parte de um estudo de viabilidade para uma aeronave de combate sem piloto a reação (que usa um motor turbofan) que possa executar ataques e operar, normalmente, em um navio aeródromo. Os conhecimentos adquiridos nesse programa serão usados na aeronave de ataque N-UCAS que deve desenvolver um modelo operacional para a marinha dos Estados Unidos.
    Abraços

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Boa matéria, só acho que faltou explicar para os interessados o motivo de ter 3 elevadores já que os da Classe Nimitz tem 4. É um detalhe, mas com tantas explicações técnicas faltou essa.

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