domingo, 29 de janeiro de 2017

CLASSE SOVREMENNY/ PROJECT 956 SARYCH. O grande destróier lança mísseis da Marinha Russa e chinesa.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier.
Tripulação: 344 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 1980.
Deslocamento: 7940 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 156,5 mts.
Calado:  6,5 mts.
Boca:  17,3 mts.
Propulsão:  2 turbinas a vapor GTZA-674 que juntas produzem 99500 hp que movem dois eixos com hélices de 4 pás.
Velocidade máxima: 33 nós (61 km/h)
Alcance: 26000 Km (em velocidade de cruzeiro econômica: 14 nós)
Sensores:  Radar de busca aérea: MR-760 Top Plate 3D; Radar busca de superfície: MR 212 Palm Frond; Radar de controle de fogo: MR-90 Front Dome. Sonar MGK-355 Platina montado no casco.
Armamento: AAW: 2 lançadores de mísseis 3S90M Shtil (SA-N-12 Grizzly) ; 4 canhões antiaéreos AK-630 de 6 canos de 30 mm; 2 canhões duplos AK-130-MR-184 de 130 mm; SSW: 2 lançadores quádruplos para mísseis  P270 Moskits  (SS-N-22 Sunburn); ASW: 2 lançadores de torpedos pesados de 533 mm; 2 lançadores de foguetes RBU-1000
Aeronaves: Um Ka-27 Helix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O destróier classe Sovremenny, desenvolvido na Rússia, é um poderoso navio construído para complementar os destróieres anti-submarino da classe Udaloy, já descritos no WARFARE. Para essa tarefa, os navios da classe Sovremenny foram pesadamente armados para lidar com todas os ameaças possíveis do combate naval. Para combate anti-navio, estão instalados dois lançadores de 4 células de mísseis Raduga P-270 Moskit, denominados SS-N-22 Sunburn pela OTAN. Este míssil é um dos mais poderosos armamento anti-navio já construído. Com quase 10 metros de comprimento, este míssil tem quase o tamanho de um pequeno caça e voa em perfil “sea skimming” ou “rente ao mar” em velocidade supersônica alta (cerca de 3200 km/h), o que já lhe confere uma potente transferência de energia cinética quando impacta em um casco de navio, transportando uma ogiva de 300 kg de alto explosivo capaz de partir no meio qualquer navio do tamanho de um cruzador,  ou pode, ainda, ser armado com uma ogiva nuclear de 200 Kt, que poderia incinerar um grupo de batalha naval de uma vez. O alcance deste poderosíssimo míssil pode chegar a 120 km, quando disparado de superfície. Digo isso, porque este míssil é lançável de aviões, também, o que lhe confere um alcance de 250 km. Esse espaço que usei para descrever esta arma sem paralelo no ocidente, foi importante, pois é uma arma que “estigmatiza” este navio como um “matador” de navios.
Acima: O Potente míssil P-270 Moskit representa o martelo de batalha dos destróieres da classe Sovremenny. Mesmo sua versão com ogiva convencional é capaz de por a pique os maiores navios de guerra, com exceção dos porta aviões.
Para defesa antiaérea o Sovremenny é armado com  dois  lançadores de mísseis 3S90M Shtil (SA-N-12 Grizzly), que é a versão naval do míssil BUK-M-3, com um alcance de 70 Km. O Sovremenny carrega 48 mísseis 3S90M de recarga para esses dois lançadores. Dois canhões duplos AK-130-MR-184 de 130 mm com capacidade anti-superfície e antiaérea estão montados a frente e a traseira do Sovremenny, que transporta 2000 munições de capacidade.
Para defesa de ponto, estão instalados 4 canhões de 6 canos rotativos AK-630 de 30 mm e com uma cadência de tiro da ordem de 6000 tiros por minuto. São transportados pelo navio 8000 cartuchos de 30 mm para alimentar estes canhões.
Para guerra anti-submarino são transportados dois lançadores duplos para torpedos pesados de 533 mm e dois lançadores de seis tubos para foguetes anti-submarinos RBU-1000 com 120 foguetes de recarga e 12 para pronto emprego. Um helicóptero anti-submarino Ka-27 é transportado também. Graças ao armamento que havia sido planejado para este navio, o seu tamanho é grande, sendo pouco maior que o destróier americano de classe AEGIS como o Arleigh Burke, também já descrito nesse site.
Acima: O Sovremenny opera um helicóptero Ka-27 Helix para missões anti-submarino em apoio aos meios orgânicos do navio que participam desse segmento da guerra naval.
Mas todos esses “dentes” não seriam tão letais se não houvesse os sensores para serem os olhos e ouvidos do navio. Para isso, nos dois primeiros navios dessa classe, foi  instalado um radar Top Steer que faz a busca aérea e alcança 300 km. Nos navios mais recentes foi instalado um radar MR-760 Top Plate 3D, capaz de detectar uma aeronave de grande porte a 300 km e um míssil em voo rasante a 50 km, além de poder gerenciar 40 alvos simultaneamente. Para controle de fogo dos mísseis 3S90M Shtil é usado o radar  MR-90 Front Dome com 74 km de alcance. Para busca de superfície, é usado o radar MR 212 Palm Frond com um alcance de 105 km. Os navios da classe Sovremenny contam, também com um sistema de contramedidas ativas com 8 lançadores de iscas PK-10 e 2 lançadores PK-2 com 200 foguetes que lançam uma nuvem de chaff que causam desorientação nos radares de mísseis inimigos.
Acima: Embora a suite de sensores este navio seja antiga, ainda é capaz de fazer seu papel e dar a capacidade de escolta que nortearam o projeto original dos navios Project 956 (Sovremenny).
A propulsão do Sovremenny é feita por duas turbinas a vapor GTZA-674 que juntas produzem 99500 hp, e que movem dois eixos com duas hélices com 4 laminas. Esse sistema acelera o Sovremenny a uma velocidade máxima de 33 nós (61 km/h) tornando este destróier um dos mais rápidos da categoria. Sua autonomia é extremamente boa. São incríveis 26000 km, quando navegando em velocidade econômica, que nesta classe de navio significa algo em torno de 14 nós (26 km/h).
É claro que a classe Sovremenny representa um projeto com mais de 30 anos, e por isso, sua idade já pesa. Porém, dado a seu forte armamento e de se excelente desempenho marinheiro, os destróieres da classe Sovremenny ainda representam um sistema de armas que precisa ser respeitado no campo de batalha. O navio se mantém em serviço na marinha russa com 5 navios ativos de 17 unidades que um dia operou sob a bandeira da mãe Rússia, e na marinha chinesa com 4 navios.

Acima: Os navios da classe Sovremenny continuam em operação na Rússia e na China e deverão permanecer por mais alguns anos em serviço até serem substituídos por uma nova classe de navios.



VÍDEO


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6 comentários:

  1. Carlos porque ele solta essa fumaça? Isso.nao seria um ponto negativo desse navio? Outra coisa, os projetos atuais sao mais baixos, ou seja. Torre desse navio é muito alta, isso nao seria outro ponto negativo? Creio que construir navios com torre rebaixada tenha um proposito para industria naval moderna, por exemplo diminuir a assinatura de radar. O que me diz sobre esses pontos Carlos. Acho que é como voce disse no texto "o projeto ja PESA".

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    1. O navio e propulsão por caldeiras a vapor, que normalmente são operadas manualmente, a fumaça preta significa excesso de combustível na queima, assim como um carro a diesel quando acelera, e no vídeo ele esta saindo do Porto, as vezes é só a aceleração para entrar no mar aberto quando estiver navegando normalmente não vai sair essa fumaça não, se sair ou a caldeira esta com problema ou o operador é muito ruim...

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    2. Muito boa explicação Daniel! Não sabia disso. Obrigado!

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  2. Olá Carlindo!
    A fumaça é decorrente da operação de suas caldeiras a vapor. São, sim, péssimo para o navio pois ele poderá ser visto de muito longe. Observe que seu projeto tem mais de 30 anos conforme mencionei no texto. Assim, essas características eram comuns na época de seu projeto.

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  3. Carlos quais são os novos radares, sensores e armamentos que serão instalados na sua ultima grande atualização?

    Faz uma matéria sobre a nova classe Líder de Destroyers.

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    1. Olá Junculus. Os dados deste artigo já são dos atuais sistemas do navio. A Classe Lider ainda está em uma fase embrionária e muitos itens de seu arsenal ainda não são conhecidos pelo público. Vou aguardar o amadurecimento deste projeto para poder montar um artigo mais informativo.
      Abraços

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