quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

QIUXIN TYPE 022 HOUBEI. Mais uma surpresa chinesa

FICHA TÉCNICA
Tipo: Barco de patrulha lança mísseis.
Tripulação: 12 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2004.
Deslocamento: 220 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 42,6 mts.
Boca: 12,2 mts.
Propulsão: 2 motores a diesel MTU V16 396 TE74L que trabalham com 4 sistemas de jatos de água MARI que fornecem 6865 Hp.
Velocidade máxima: 36 nós (67 km/h).
Alcance: 3300 Km (estimado)
Sensores: Um radar Type 362 com 42 km de alcance contra alvos aéreos e 120 km no modo OTH; um sensor eletro-óptico HEOS 300, um radar de navegação Type 765.
Armamento: 1 um canhão de canos rotativos KBP 018 em calibre 30 mm (AK-630 fabricado sob licença), 2 lançadores quádruplos para mísseis anti-navio YJ-83, 12 mísseis antiaéreo QW-1 Vanguard (MANPADS)

DESCRIÇÃO
Por Carlos. E. S. Junior
As forças armadas chinesas têm experimentado uma evolução sem precedentes nos últimos 20 anos com a incorporação de diversos sistemas de armas avançados, sendo muitos destes sistemas de fabricação local. A industria de defesa chinesa tem se beneficiado enormemente da atual política de defesa do governo chinês que aumenta o investimento nesse segmento ano após ano de forma que o crescimento chinês já é reconhecido por potencias militares como os Estados Unidos.
A marinha da china tem adquirido junto a sua industria, diversos navios de guerra modernos e em abril de 2004, recebeu um dos mais modernos barcos de patrulha lança mísseis do mundo. Conhecido localmente como Type 022 e identificada com o nome de “Houbei” pela OTAN, o novo barco de patrulha fabricado pelo estaleiro Qiuxin apresenta um desenho com características “stealth” associado a uma configuração catamaram modificada com um semi-casco no centro. Essa configuração permite manter velocidades elevadas e uma navegação estável mesmo em mar agitado.
Acima: Com uma configuração hidrodinâmica catamarã, os barcos de patrulha lança mísseis Type 022 Houbei apresentam alta velocidade e estabilidade superior a de embarcações monocasco.
O desempenho do Houbei no mar é conseguido através de dois motores a diesel MTU V16 396 TE74L que  movem 4 sistemas de jatos de água MARI  que fornecem 6865 Hp de força. A velocidade máxima atingida é de 36 nós (67 km/h), o que a classifica como uma embarcação particularmente rápida e adequada para operações de patrulha e interceptação litorânea. Seu alcance é estimado em 3300 km quando navegando em velocidades econômica, o que lhe proporciona uma boa persistência de operação. o que somado a quantidade elevada de embarcações do tipo produzidas (83 unidades), dão uma grande capacidade de cobertura da marinha chinesa de proteger seu mar territorial.
Acima: O desenho do Houbei apresenta linha pensadas para refletir as ondas de radar adversárias para longe da antena emissora essa característica, somada a seu pequeno tamanho faz o Houbei ser um alvo que é detectado tardiamente, levando grande perigo para um inimigo.
Por ser uma embarcação focada na defesa litorânea, a suíte de sensores do Houbei pode ser considerada básica, sem sensores complexos ou de alto desempenho. Assim sendo, a suíte de sensores é composta por um radar Type 362 cujo alcance de busca de superfície é de 120 km, usando a técnica OTH (Over The Horizon) e de 42 km contra alvos aéreos de 2m2 de RCS. Considerando a missão do Houbei, este sistema está de bom tamanho. Há um radar de navegação Type 765 instalado também. Uma torre com sensores eletro-opticos HEOS 300 permite executar vigilância em qualquer tempo e a qualquer hora em apoio ao radar através de imagem infravermelho, sistema de vídeo CCD e um sistema laser.
Acima: O radar Type 362 é o principal sensor do Houbei. Dentro da atribuição da embarcação, esse radar apresenta um bom desempenho que lhe permite operar com eficácia na defesa litorânea do litoral chinês.
O Houbei tem em seu armamento, em conjunto com sua velocidade, o trunfo para poder ser considerado um sério problema para navios inimigos ou simples embarcações ilegais como no caso dos piratas, tão presentes nos noticiários atualmente quando se fala do problema na costa da Somália. O seu armamento é composto por um canhão de canos rotativos KBP 018 em calibre 30 mm. Esse canhão, uma copia licenciada do canhão russo AK-630, é fabricado pela Zeeri, atinge uma cadencia de tiro de 5000 tiros por minuto e sua utilização principal é na defesa antiaérea de curto alcance, porém, esse armamento, pode ser bastante destrutivo contra embarcações leves como lanchas ou mesmo barcos de porte pouco maior. A Houbei tem seu principal armamento na forma de dois lançadores quádruplos para mísseis anti-navio da família YJ-83, de fabricação local. Esses mísseis guiados por radar ativo na fase final do ataque, podem atacar alvos a distancias que variam de 42 km (modelo C-801) até 350 km (modelo C-803). A ogiva é de 165 kg de explosivos com retardo e com capacidade limitada de perfuração de blindagens para a versão C-801, aumentando para 190 kg para os modelos C-802 e C-803.
Por ultimo, há 12 mísseis antiaéreos de curto alcance guiados por calor do tipo MAMPADS (míssil lançado do ombro) QW-1 Vanguard que é baseado no modelo russo Igla de primeira geração. Esse míssil tem alcance de 5 km e é guiador por sensor infravermelho.
Acima: O principal armamento do Houbei é seus 8 mísseis anto-navio da família YJ-83. Nesta foto podemos ver o lançamento de mísseis por dois barcos da classe Houbei em treinamento.
O Houbei é uma embarcação de nova geração que poderia ser comparada a poucos tipos em serviço atualmente, como a lancha norueguesa Skjold ou a corveta sueca Visby, já descrita no WARFARE. Seria interessante até se considerar as soluções apresentadas nesse projeto chinês quando se pensa em um barco de patrulha para a costa brasileira.  O Brasil tem projetado um navio de patrulha oceânica que deverá ter o porte de uma corveta pequena, porém acredito que uma embarcação como a Houbei pudesse executar a tarefa de patrulha oceânica de forma bastante eficaz, dado a seu armamento mais poderoso e sua boa velocidade.
Acima:  Nesta foto podemos ver um Houbei escoltando um destróier da classe Luda que a China ainda mantem em serviço depois de mais de 40 anos de serviço ativo.



VÍDEO

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4 comentários:

  1. Parabéns novamente Carlos, muito bom artigo, e a China hoje talvez seja o único pais que realmente nos surpreenda. e com a iniciativa um cinturão uma rota ela será politicamente e me parece militarmente comparável aos EUA-OTAN, em poucas décadas.

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  2. Talvez não seja barco de patrulha e sim de ataque, e na verdade um conceito que seurgiu na IIWW e meio que foi abandonado no ocidente. E sendo embarcação de ataque, não acredito em autonomia de 3300km mesmo que sejam motores diesel e não turbinas e a autonomia era justamente um dos problemas dessa doutirna.

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  3. Chineses começando a marcar presença. Parabéns pelo artigo !

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