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sábado, 23 de março de 2024

O ENCOURAÇADO USS NEW JERSEY SAI DO CAIS PELA PRIMEIRA VEZ EM MAIS DE 30 ANOS!


USS New Jersey (BB-62
Por Oliver Parken para The Drive - Tradução Carlos Junior
O encouraçado USS New Jersey (BB-62) da classe Iowa já aposentado há muitos anos e reconhecido como o encouraçado mais condecorado da história naval dos EUA e o segundo construído de quatro de sua espécie, deixou seu cais pela primeira vez em mais de 30 anos hoje para uma extensa manutenção. revisão.
Imagens e vídeos do histórico navio de guerra, que está permanentemente ancorado como navio-museu num cais cerimonial na orla marítima de Camden, em Nova Jersey, desde 2001, proliferaram online esta tarde. Estes mostram-no em sua curta viagem pelo rio Delaware até o antigo Estaleiro Naval da Filadélfia, onde serão realizados trabalhos essenciais de manutenção no navio.
USS New Jersey da classe Iowa disparando seus nove canhões de 16 polegadas simultaneamente durante uma demonstração em 1984.

Uma breve cerimônia de partida foi realizada para Nova Jersey na orla marítima de Camden, às 11h00 horário do leste dos EUA, com a presença de pessoal da Marinha dos EUA, veteranos e membros do público, bem como Phil Murphy (D), governador de Nova Jersey, e o congressista Donald Norcross. (D), Sul de Jersey.
De lá, puxado por rebocadores, rumou para o sul, sob a ponte Walt Whitman, vista na imagem de abertura deste artigo, antes de atracar no Terminal Marítimo de Paulsboro à tarde. Lá, de acordo com a WPVI-TV da Filadélfia, ele será balanceado para docagem seca, antes de seguir para a doca seca número três do Estaleiro Naval dentro de seis dias.
O fato de a manutenção da doca ocorrer nesta doca seca em particular representa uma espécie de retorno ao lar para Nova Jersey pois foi lá que o navio de guerra foi construído entre o final da década de 1930 e o início da década de 1940 e lançado em 7 de dezembro de 1942, primeiro aniversário de Pearl Harbor. Quando o contrato para o navio de guerra foi concedido em julho de 1939, Charles Edison, secretário interino da Marinha, optou por nomear o navio construído na Filadélfia com o nome de seu estado natal, Nova Jersey.
No geral, a manutenção é “vital para a longevidade do navio de guerra”,  observa o site do museu de Nova Jersey. A previsão é de que as obras levem cerca de dois meses para serem concluídas, o que inclui a repintura do casco do navio, a reforma do sistema anticorrosivo e diversas inspeções.
O New Jersey navega ao lado de uma antiga fragata da classe Oliver H Perry.

De acordo com o curador do navio de guerra, Ryan Szimanski, a mudança para Nova Jersey pode muito bem ser uma “ocorrência única em uma geração” devido à sua idade, informou a WPVI-TV. Szimanski disse ainda ao canal que o navio de guerra representa “um dos objetos feitos pelo homem mais impressionantes de todos os tempos”, deslocando cerca de 57.500 toneladas.
A história operacional de Nova Jersey é tão impressionante quanto o seu tamanho. Após seu lançamento em 1942, ele “percorreu mais milhas, lutou em mais batalhas e disparou mais projéteis em combate do que qualquer outro navio de guerra na história”, observa o site do museu.

 

segunda-feira, 11 de março de 2024

CLASSE KOLKATA - Consolidando a maturidade da indústria naval indiana.


Destroier Kolkata
FICHA TÉCNICA
Tipo: Destroier.
Tripulação: 300 tripulantes.
Data do comissionamento: Agosto de 2014.
Deslocamento: 7500 toneladas.
Comprimento: 163 m.
Calado:  6,5 mts.
Boca:  17,4 m.
Propulsão: Sistema COGAG (Combinação de turbinas a gás e gás) Zorya M36E com quatro turbinas a gás reversíveis DT-59 e duas caixas de câmbio RG-54 que juntas produzem 64000 hp que movem dois eixos com hélices.
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h)
Alcance: 15000 Km.
Sensores:  Radar multifuncional IAI  EL/M-2248 MF-STAR AESA com 250 km de alcance (busca aérea); Radar de busca aérea Thales  LW-08 banda D com 230 km de alcance (aeronaves com RCS de 2m² - Caças pequenos); Radar de busca de superfície Garpun Bal (3TS-25E) com 90 km de alcance; Sonar de casco BEL  HUMSA-NG com 14,8 km de alcance; Sonar rebocado de busca ativa BEL Nagin
Armamento: 4 lançadores verticais de 8 células para 32 mísseis antiaéreos de médio alcance Barak 8; 2 lançadores de 8 células para mísseis antinavio BrahMos; 4 tubos para torpedos pesados de 533 mm; 2 lançadores de foguetes anti-submarino RBU-6000; 1 canhão multifunção OTO Melara 76 mm; 4 canhões de defesa de ponto (CIWS) AK-630
Aeronaves: 2 helicópteros Sikorsky SH-3 Sea King ou HAL Dhruv.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
A Índia é uma das grandes potencias militares do mundo. Sua situação conflitosa com dois de seus vizinhos (China e Paquistão) obriga as autoridades politicas e militares indianas levarem o assunto defesa muito a sério. Por isso o país tem em seu arsenal armas que vem de muitas fontes, sendo a Rússia o principal parceiro militar indiano, situação esta que está em um momento de mudança com uma aproximação importante dos indianos com o ocidente, notadamente os Estados Unidos.
Com um litoral gigantesco, com mais de 7500 km e banhado pelo Oceano Índico, a marinha indiana é particularmente bem equipada.
Com 163 m de comprimento, a classe Kolkata é quase 10 metros maior que os destroieres norte americana da classe Arleigh Burke.

Com uma relativa grande frota de navios de guerra nos quais 12 deles são destroieres divididos em 4 classes, sendo que as mais importantes e modernas são as classe Kolkata e sua derivada, classe Visakhapatnam, com 3 navios cada classe, a marinha indiana é mais bem equipada que muitas marinhas europeias.
A partir de agora vou apresentar a classe de destroier Kolkata que representou um avanço muito importante na capacidade de combate da marinha indiana, assim como na capacidade industrial do país em projetar navios de guerra modernos para operar em aguas azuis, um importante objetivo da marinha indiana uma vez que hoje ela conta com dois porta aviões para projeção de força além mar e que precisa de uma escolta robusta provida por esses navios de guerra.
O governo indiano aprovou a construção de três destroieres da classe Kolkata em maio de 2000. O primeiro aço foi cortado para o navio líder da classe, INS Kolkata , em março de 2003. Sua montagem foi iniciada em setembro de 2003. Essa classe foi o primeiro destroier indiano projetado com algumas soluções para redução de sua assinatura de radar. Observe, no entanto que este navio não é, ainda, uma embarcação que se possa classificar como furtiva, como são alguns navios europeus modernos.
A propulsão dos destroieres desta classe é composta por um sistema COGAG (Combinação de turbinas a gás e gás) Zorya M36E com quatro turbinas a gás reversíveis DT-59 e duas caixas de câmbio RG-54 que juntas produzem 64000 hp movendo dois eixos com hélices. Assim, com um deslocamento de mais de 7000 toneladas, o navio consegue navegar a velocidade máxima de 30 nós (56 km/h), tendo uma autonomia máxima de 15000 km. Nada mal! Na verdade as dimensões relativamente grandes deste navio (maior que os Arleigh Burke da Marinha dos Estados Unidos), seu relativo elevado deslocamento, poderiam induzir à um observador a acreditar que o navio não tivesse um desempenho tão bom. 
Os navios da classe Kolkata possuem um grande alcance podendo navegar a até 15000 km de distancia, o que lhe assegura autonomia suficiente para operar em qualquer parte do planeta.

A suíte de sensores dos navios da classe Kolkata é bastante abrangente e tem como principal elemento o radar de origem israelense IAI EL/M-2248 MF-STAR AESA com 250 km de alcance para busca aérea. Esse radar permite detectar alvos com baixa reflexão de radar (RCS) e ainda superar muitos tipos de técnicas de interferência que um alvo possa tentar empregar para evitar ser rastreado. Para busca aérea dedicada, é empregado o radar francês Thales LW-8, um modelo que já está em operação nos navios de guerra de vários países há muitos anos e que é confiável e de fácil operação, podendo receber a instalação de um sistema de identificação automática amigo/ inimigo (IFF). Este radar tem capacidade de rastrear um alvo aéreo do tamanho de um caça (5m² de RCS) à uma distancia de até 230 km.
Para busca de superfície e designação de alvos para mísseis, é empregado o radar russo Garpun Bal (3TS-25E) com 90 km de alcance.
Já para a guerra antissubmarino, a suíte de sensores é composta pelo sonar de casco BEL  HUMSA-NG que opera de forma ativa e passiva capaz de detectar, localizar, classificar e rastrear alvos submarinos a distancias de 14,8 km de alcance. Por ultimo, um sistema de sonar rebocado BEL Nagin que opera exclusivamente no modo ativo está instalado no navio.
Os radares IAI EL/M-2248 MF-STAR (no topo) e o radar Thales LW-08, logo abaixo, compõe os principais sensores de detecção dos navios da classe Kolkata.

A capacidade de combate da classe Kolkata  é bastante ampla, sendo capaz de atacar todos os tipos de alvos que se pode encontrar em um teatro de operações complexo de alta intensidade. Comecemos pelos dois lançadores verticais de mísseis antinavio BrahMos, com 16 células de lançamento. O míssil BrahMos é fruto do trabalho conjunto entre empresas indianas e russas que produziram um poderoso míssil supersônico que voa rente á agua (regime de voo sea skimming) à uma velocidade de mach 2,8 (3480 km/h) transportando uma ogiva de 300 kg que pode ser, inclusive, do tipo semi penetradora de blindagem. Este míssil é guiado por sistema INS até as proximidades do alvo, quando passa a empregar um radar ativo na fase final do engajamento. Navios do tamanho de um destroier não se manteriam flutuando se forem atingidos no casco na altura da linha d'água pelo BrahMos e, muito provavelmente, nem um cruzador sobreviria nessas mesmas condições. Há versões do BrahMos que podem sem empregadas contra alvos em terra também. 
Para defesa antiaérea, estão instalados 4 lançadores verticais de 8 células para mísseis Barak 8 totalizando 32 mísseis para pronto emprego. Esse sistema de origem de um projeto indo/ israelense, é um míssil de médio alcance podendo, em sua versão básica (a empregada pelo Kolkata) atingir um alvo à distancia de até 70 km, lhe garantindo alguma capacidade de defesa aérea de área. O Barak 8 é guiado por radar ativo, o que lhe garante autonomia total depois de lançado.
Um míssil antinavio BrahMos no momento de seu lançamento pelo destroier Kolkata.

O armamento de tubo é composto por um canhão OTO Melara 76mm Super Rapid montado em uma torre furtiva (para reduzir a seção transversal do radar) capaz de disparar 120 tiros por minutos e com um alcance que varia de 16 km para munição convencional e 40 km para munição VULCANO que são granadas guiadas por GPS contra alvos estacionários e a laser contra alvos moveis. Para defesa antiaérea de ponto, são empregados 4 canhões AK-630 com 6 canos rotativos em calibre 30 mm que disparam 5000 tiros por minuto e são eficazes contra alvos aéreo a à uma distancia de 4000 metros e 5000 metros contra alvos de superfície.
O canhão OTO Melara 76mm Super Rapid é o principal armamento de tubo do Kolkata, e já se tornou um dos principais armamentos de tubo dos mais modernos navios de guerra atualmente. Muitos modernos projetos de navios de guerra em muitas marinhas do mundo todo tem optado por esse canhão.

Para guerra anti-submarino, foram instalados dois tubos duplos para torpedos pesados MK46, de fabricação norte americana. O torpedo MK46 tem um alto desempenho e pode destruir um submarino inimigo a 11 km, e em profundidade máxima de 365 m, sendo guiado por um sistema de sonar ativo/ passivo. Também, para guerra anti-submarino, há 2 lançadores de foguetes anti-submarino RBU-6000 que tem alcance de cerca de 5 km e que funcionam mergulhando na agua e detonando uma carga explosiva de profundidade. Este é um sistema de fabricação russa.
O Kolkata opera dois helicópteros médios HAL Dhruv, de fabricação local, que são usados para missões de resgate, guerra anti-submarino.
O helicóptero HAL Dhruv, projetado e fabricado na Índia, e representa a ala aérea dos navios da classe Kolkata. Dois exemplares são operados por cada navio desta classe.

Como se pode perceber, os destroieres da classe Kolkata representam uma solução de forte compromisso com capacidade indiana para operar em aguas azuis e com uma capacidade de combate bastante relevante, incluindo podendo operar como parte de missões multinacionais em qualquer ponto do planeta. Uma versão bastante aprimorada do Kolkata foi projetada e construída dando origem a classe Visakhapatnam, que recebeu modificações bastante extensas em seu desenho com o objetivo de reduzir ainda mais sua assinatura de radar. Em outra oportunidade vou trazer uma matéria aqui no WARFARE Blog descrevendo esta versão também.

O destroier Kolkata escoltando o porta aviões Vikrant, um dos dois porta aviões indianos em serviço atualmente.





                  

segunda-feira, 4 de março de 2024

Estaleiro Ares Revela Novo Projeto De Corveta Na Exposição DIMDEX 2024


ARES 76

O construtor naval turco Ares revelou seu mais recente projeto de corveta, a ARES 76, na exposição DIMDEX 2024 que acontece em Doha, Catar, de 4 a 6 de março de 2024.

Comunicado de imprensa do Estaleiro Ares

Tradução Carlos Junior

Para os países que procuram salvaguardar os seus direitos e interesses internacionais fora das responsabilidades das entidades locais de aplicação da lei dentro das suas zonas económicas exclusivas ou nas águas internacionais, a nova corveta ARES 76  provou ser uma opção de última geração. As marinhas tendem a identificar plataformas de navios de guerra polivalentes, de comprimento relativamente mais curto e de médio deslocamento, devido à evolução dos conceitos de combate. Com seus muitos recursos, a corveta ARES 76 pode atender de forma fácil a todos esses requisitos.

Com seus atributos básicos, a ARES 76 possui boa capacidade de combate em todos os três tipos principais de guerra; no entanto, sua diversidade de carga útil o diferencia. Para guiar a carga até o alvo, sensores de alta tecnologia são acoplados a um sistema compacto de gerenciamento de combate (CMS). O conjunto EW (Guerra Eletrônica) da ASELSAN pode identificar e diagnosticar ameaças potenciais e direcionar informações que podem ser detectadas eletronicamente com o radar 3D/4D, e o sistema ASELSAN EOS (Electro-Optic Suit) pode identificar e diagnosticar visualmente as mesmas informações. Esses dados valiosos são compatíveis com os sensores TDL Link-16-22, permitindo detecção precisa de alvos e geração de imagens táticas. Com o UAV VTOL leve e totalmente equipado do navio, a probabilidade de detecção e identificação é maximizada.

A ARES 76  tem um canhão naval desenvolvido pela MKE A.Ş./Turkiye de 76 mm para apoio de fogo quatro  unidades (opcionalmente oito) dos comprovados mísseis antinavio Atmaca da ROKETSAN (alcance de 250 km) e duas estações de armas remotas de 12,7 mm (RWS) atendem aos requisitos da Guerra Anti-Superfície (ASuW).
Uma das principais características que diferencia a ARES 76 de outras embarcações de tamanho semelhante é a sua versatilidade de carga útil para o conceito de Guerra Anti-Submarino (ASW). Quatro torpedos leves Orka e um sistema de foguete ASW de seis lançadores da ROKETSAN podem eliminar eameaças submarinas identificadas pelas soluções de sonar YAKAMOS Hull Mounted/RT da METEKSAN. Outros sensores de suporte e sistemas eletrônicos relevantes ​​são os sistemas de lançamento XBT e o Telefone Subaquático.

Graças às suas extensas capacidades, a nova corveta do Estaleiro Ares pode manter o mais alto nível de blindagem para proteger a si mesma ou à Unidade de Alto Valor (HVU) e seu grupo de trabalho ao executar a função de missão de Guerra Antiaérea. Após uma avaliação confiável dos dados obtidos do radar 3D/4D, os mísseis de ataque podem ser neutralizados passivamente usando sistemas  de isca Chaff  desenvolvidos pela MKE ou agressivamente-ativamente usando sistemas de misseis de defensa de ponto PDMS ASELSAN GÖKSUR. A ARES 76 pode implantar e recuperar vários tipos de ULAQ USVs (Veículos de Superfície Não Tripulados), dependendo do conceito de operações do usuário final, como ISR (Reconhecimento de Vigilância de Inteligência), ASW (Guerra Anti-Submarino) ou KAMA (Kamikaze).

As corvetas exigem uma arquitetura de plataforma robusta e considerada para acomodar todos esses sistemas de armas e sensores avançados. Este requisito exige o desenvolvimento de um design de ponta, características excepcionais de navegação e capacidades de plataforma que serão minimamente afetadas pelo mar agitado e proporcionarão alojamentos e locais de trabalho de primeira classe para a tripulação. Para garantir o melhor benefício com o mínimo de necessidade de pessoal, a superioridade das capacidades electrónicas da plataforma são cruciais. São necessários menos de 50 tripulantes qualificados para operar a Corveta ARES 76, que representa menos da metade dos tripulantes em navios de guerra de porte semelhante.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

MAIS UM NAVIO DE GUERRA EUROPEU VAI PARA O MAR VERMELHO

Dinamarca Envia Fragata Ao Mar Vermelho

A Dinamarca envia a fragata Iver Huitfeldt numa missão como parte da coligação marítima internacional dentro e ao redor do Mar Vermelho para fortalecer a segurança marítima. A fragata também deverá ser utilizada em uma futura missão naval liderada pela UE na área.

Comunicado de imprensa do Ministério da Defesa dinamarquês.

A fragata da Marinha Real Dinamarquesa Iver Huitfeldt partiu em 29 de janeiro de 2024 para Suez, de onde seguirá para o Mar Vermelho, quando a proposta de resolução do governo deverá ser aprovada no Folketing (Parlamento dinamarquês) em 6 de fevereiro. Huitfeldt fará parte da operação de segurança marítima liderada pelos EUA, Prosperity Guardian , que visa garantir o direito de navegação livre através do Mar Vermelho, do Estreito de Bab el-Mandab e do Golfo de Aden.

Em 10 de janeiro de 2024, a ONU aprovou uma resolução condenando os ataques dos Houthi a navios no Mar Vermelho. Os ataques dos Houthis ocorrem desde Novembro de 2023 e representam uma ameaça à paz e à segurança na região.

A Dinamarca participou em várias missões na área desde 2008. Com a Resolução B 103 (contribuição militar dinamarquesa para a operação liderada pelos americanos), o governo pediu ao Parlamento que aprovasse o envio de contribuições militares dinamarquesas para fortalecer a segurança marítima dentro e ao redor do Rio Vermelho. Mar. Com a resolução proposta, pode presumir-se que a contribuição militar dinamarquesa será utilizada na possível futura missão naval liderada pela UE na região.

O Iver Huitfeldt é capaz de repelir drones kamikaze Houthi e ataques de mísseis com mísseis antiaéreos SM-2MR Bloco IIIB com um alcance de cerca de 170 km e o míssil de médio alcance RIM-162B ESSM Bloco I SAM com um alcance de 55 km. O navio lança esses mísseis a partir de um sistema de lançamento vertical Mk 41 de 24 células.

O Iver Huitfeldt também contribuirá para a vigilância aérea e de superfície, utilizando os seus sensores avançados para detectar a imagem do mar e do ar. O navio está equipado com o radar Thales SMART-L, que opera em banda D, e o Thales APAR, que pode ser usado para busca aérea e de superfície e controle de fogo.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

FRAGATA FRANCESA ALSÁCIA ENTRA NO MAR VERMELHO

Fragata Alsácia
À medida que a crise marítima do Mar Vermelho continua, a Fragata Alsácia, uma FREMM otimizada para defesa aérea classe Aquitaine da Marinha Francesa (Marine Nationale) transitou pelo canal de Suez e entrou na área em 21 de janeiro de 2024. Pode ser a segunda fragata francesa na zona.

A informação foi divulgada no X (anteriormente conhecido como Twitter) pelo CECMED que é o comando operacional da Marinha Francesa para as zonas marítimas do Mediterrâneo e do Mar Negro.

A Fragata Alsácia pode juntar-se a outra Fragata FREMM, Languedoc, no Mar Vermelho. Languedoc, que está no Mar Vermelho desde o início de dezembro, interceptou com sucesso dois UAVs em 9 de dezembro. Isto foi seguido por outra interceptação de um drone em 11 de dezembro, enquanto a fragata protegia o M/T Strinda, um navio-tanque de bandeira norueguesa.

A notícia chega num momento em que continuam os ataques a navios mercantes e de guerra no Mar Vermelho e nas águas circundantes. A França participa na Operação “Guardião da Prosperidade”, a resposta coletiva da comunidade internacional à crise, mas os seus ativos permanecem sob o comando francês. A França não participa nos ataques dos EUA e do Reino Unido no Iémen.

Ao contrário do Languedoc, que é uma fragata multifunção focada em ASW (equipada com “apenas” 16 mísseis superfície-ar Aster 15), a Alsácia é uma fragata multifunção focada em defesa aérea (ostentando 32 mísseis Aster 15 e sua versão de longo alcance Aster 30 ) conhecido como “FREMM DA”.

Para conhecer detalhes sobre as capacidades da fragata Alsácia clique AQUI.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

PRIMEIRA VISTA DO QUE SERÁ O NOVO SUBMARINO ESTRATÉGICO DOS ESTADOS UNIDOS

Primeira olhada na popa em forma de X do novíssimo submarino nuclear lançador de misseis estratégicos classe Columbia.

A entrega da seção de popa do Columbia é um marco para o primeiro submarino de mísseis balísticos construído para a Marinha desde a década de 1990.

Por Howard Altman
Tradução: Carlos Junior
A primeira seção de popa do submarino da classe Columbia foi entregue à General Dynamics Electric Boat. O componente maciço servirá como seção de propulsão do primeiro submarino de mísseis balísticos nucleares da classe Columbia , o USS District of Columbia. A embarcação é a primeira de uma frota planejada de 12 grandes submarinos projetados para substituir os 14 "boomers" existentes da classe Ohio , no que a Marinha diz ser seu programa de aquisição maior prioridade.

Imagens da primeira seção de popa foram divulgadas na quarta-feira pela Divisão de Construção Naval de Newport News da HII, que construiu a seção de popa, e pela General Dyamics Electric Boat (GDEB), que está construindo os submarinos.

A seção de popa foi enviada a bordo da Holland - a barcaça de 400 pés da GDEB - para a viagem de 645 km de Newport News até o estaleiro Quonset Point da GDEB, em Rhode Island. Chegou lá na semana passada.]
As imagens mostram a distinta configuração de popa em forma de X da classe Columbia, a primeira projetada para um submarino dos EUA em seis décadas, com o USS Albacore apresentando-o na década de 1960. A configuração proporciona maior manobrabilidade, eficiência e segurança, bem como reduções de assinatura acústica nas principais partes do envelope operacional do submarino em comparação com o atual sistema cruciforme usado nos submarinos americanos existentes. A configuração x-popa tornou-se cada vez mais popular e agora é encontrada em outros projetos de submarinos ao redor do mundo.

A classe Columbia foi projetada para ser o maior e mais complexo submarino já adquirido pela Marinha, de acordo com o Government Accountability Office (GAO). A Marinha planeja gastar US$ 132 bilhões no programa e o GDEB tem como meta entregar o primeiro em abril de 2027, segundo o GAO. É o primeiro novo submarino com mísseis balísticos que a Marinha constrói desde a década de 1990.
Ilustração de um dos futuros submarinos lançadores de misseis nucleares Classe Columbia.

Como os atuais submarinos da classe Ohio da era da Guerra Fria começarão a se aposentar em 2027, a Marinha deseja que o USS District of Columbia esteja em patrulha até outubro de 2030. Tem-se falado em prolongar a vida útil de alguns dos SSBNs da classe Ohio para permitir lidar com eventuais atrasos maiores neste cronograma.

sábado, 6 de janeiro de 2024

Marinha Real Forçada a Aposentar Fragatas Devido à Escassez de Pessoal.

Fragata Type 23 Classe Duke

As duas fragatas Tipo 23, HMS Argyll e Westminster, foram recentemente reformadas com grandes custos para o contribuinte.

AMarinha Real do Reino Unido tem tão poucos marinheiros que supostamente terá que desativar duas fragatas da classe Tipo 23 para equipar sua nova classe de fragatas . Se isso acontecer, reduziria a frota atual da serviço de 11 Type 23 para nove. O facto de as fragatas poderem ser desmanteladas surge num momento em que os principais combatentes de superfície da Marinha Real estão em alta procura, incluindo no Mar Vermelho .

Detalhes sobre a possível decisão da Marinha Real de desativar as fragatas Type 23, ou classe Duke , HMS Argyll e Westminster, comissionadas em 1991 e 1994, respectivamente, foram originalmente relatados pelo jornal The Telegraph, citando fontes não identificadas de defesa e do governo. A Marinha Real e o Ministério da Defesa do Reino Unido não confirmaram nem negaram as alegações até agora, e o The Telegraph aparentemente não conseguiu estabelecer um cronograma para quando a retirada das fragatas poderá ocorrer a partir de suas fontes.

“Teremos que retirar mão de obra de uma área da Marinha para colocá-la em uma nova área da força”, noticiou o jornal, citando um oficial de defesa não identificado. Uma vez em serviço, as tripulações das duas fragatas Type 23 serão enviadas para trabalhar na futura frota Type 26 , observa a publicação. Após o seu descomissionamento, Argyll e Westminster serão desmantelados ou vendidos, segundo o jornal.

Uma fonte anônima de Whitehall que falou ao The Telegraph confirmou as mudanças de pessoal e os planos de aposentadoria dos navios, afirmando que eles permitirão que o serviço concentre sua atenção na "atualização da Marinha em uma força de combate moderna e de alta tecnologia".

“É sempre emocionante quando navios com uma longa história de serviço chegam ao fim da sua vida útil”, afirmou a fonte. "Eles e os marinheiros que os tripulavam deixaram o país orgulhoso. Mas desmantelá-los é a decisão certa."

A Marinha Real já reduziu sua frota de Type 23 desde que foram introduzidos pela primeira vez. No total, 16 desses navios foram comissionados entre 1990 e 2002, e cinco foram desmantelados até agora. Três dessas fragatas desativadas — HMS Norfolk , Marlborough e Grafton — foram vendidas à Marinha do Chile em meados da década de 2000.

Eventualmente, a Marinha Real pretende aposentar todas as suas fragatas Tipo 23 até 2035, que atualmente constituem um componente crítico da sua frota de linha de frente, salvaguardando as rotas comerciais marítimas britânicas e outros interesses. Essas fragatas serão substituídas por fragatas da classe Type 26 City e fragatas da classe Type 31 Inspiration menos capazes.

Primeira fragata da classe Type 26 Classe City deverá dar inicio à substituição das antigas fragatas Type 23 Duke.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Aviso conjunto aos Houthis: cessar os ataques ou enfrentar as consequências

O alerta, que surge após 24 ataques Houthi contra navios do Mar Vermelho desde 19 de novembro, não especifica as consequências.

Marinha dos Estados Unidos no Mar Vermelho.
Uma dúzia de nações emitiram na quarta-feira um aviso conjunto aos Houthis apoiados pelo Irão no Iémen, exigindo que parassem de atacar a navegação comercial no Mar Vermelho . O aviso, no entanto, não especifica quais ações serão tomadas caso esses ataques continuem. Houve 24 desde 19 de novembro, de acordo com o Comando Central dos EUA .

“Apelamos ao fim imediato destes ataques ilegais e à libertação de navios e tripulações detidos ilegalmente ”, exigiram os EUA, Austrália, Bahrein, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia e Reino Unido em a declaração conjunta publicada pela Casa Branca na quarta-feira: "Os Houthis arcarão com a responsabilidade pelas consequências caso continuem a ameaçar vidas, a economia global e o livre fluxo do comércio nas vias navegáveis ​​críticas da região. Continuamos comprometidos com a ordem internacional baseada em regras e estamos determinados a responsabilizar os atores malignos por apreensões e ataques ilegais”.

“Os ataques Houthi em curso no Mar Vermelho são ilegais, inaceitáveis ​​e profundamente desestabilizadores. Não há qualquer justificação legal para atingir intencionalmente navios civis e navios de guerra . Os ataques a embarcações, incluindo embarcações comerciais, utilizando veículos aéreos não tripulados , pequenas embarcações e mísseis , incluindo o primeiro uso de mísseis balísticos antinavio contra tais embarcações, são uma ameaça direta à liberdade de navegação que serve como alicerce do comércio global. em uma das hidrovias mais críticas do mundo", afirmou o alerta.

Embora o aviso não estabeleça os próximos passos, como referimos anteriormente , o  Sunday Times  informou  que o Reino Unido está preparando uma série de ataques aéreos ao lado dos EUA e possivelmente de outros países europeus. A declaração conjunta, que o Sunday Times disse que seria divulgada em horas, e não em dias, serviria como um aviso final antes que os ataques fossem ordenados.

Navios de guerra dos EUA, Reino Unido e França já abateram muitos mísseis Houthi e drones que se dirigiam para navios na região sul do Mar Vermelho. Helicópteros da Marinha dos EUA também afundaram barcos Houthi que abriram fogo contra eles.
 
Como informamos anteriormente, os EUA estão “discutindo todos os tipos de pacotes de ataque diferentes contra os Houthis, incluindo instalações e instalações de radar”, disse um oficial militar dos EUA em 21 de dezembro entregues pelo CENTCOM ao Pentágono e ainda aguardam novas ordens.
Helicópteros MH-60 Seahawk afundaram barcos Houtis e mataram toda a tripulação 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

CLASSE MISTRAL - O navio de assalto anfíbio da marinha da França.

FICHA TÉCNICA
Comprimento: 199 m.
Calado: 6,3 m.
Boca: 32 m.
Deslocamento: 21500 toneladas (Totalmente carregado)
Propulsão: Dois motores propulsores tipo azimute Rolls Royce Mermaid que recebem energia de 3 alternadores diesel elétricos 16V32 e um 18V200 Wartsila que produzem 10000 hps de força.
Velocidade máxima: 18,8 nós (34 km/h).
Autonomia: 19800 km (em velocidade econômica de 15 nós).
Sensores: Radar multifunção tridimensional Thales MRR 3D NG com 180 km de alcance contra alvos aéreos grandes (uma aeronave de passageiros como um Boeing 737), 2 radares de navegação Thales DRBN-38, Receptor de alerta radar (RWR) Thales ARBR 21 (DR 3000S), Sistemas de intercambio de dados Link-16, Link-11 e Link-22. Sistema de comunicação via satélite SYRACUSE 3-A/3-B, Fleetsatcom, RITA 2G.
Armamento: 2 lançadores Simbad para mísseis antiaéreos Mistral; 2 canhões CIWS Breda/ Mauser de 30 mm, 4 metralhadoras M-2HB em calibre 12,7 mm.
Aviação: 16 aeronaves podendo ser helicópteros NH-90 ou Eurocopter Tiger.

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O porta-helicópteros da classe Mistral começou a ser construído em junho de 2001 e foi comissionado na marinha da França em fevereiro de 2006. Ao todo, foram construídos 5 navios sendo 3 para a marinha francesa (Marine Nationale) que representam a força de mobilidade anfíbia para as forças armadas francesas e dois navios que, originalmente estavam projetados para serem entregues para a marinha da Rússia (sim, é isso mesmo), mas que depois da anexação da Crimeia pelos russos, teve a entrega suspensa, e os navios foram adquiridos pela marinha do Egito.
A França é um dos principais membros da OTAN. Nessa foto podemos ver um navio da classe Mistral escoltado por um cruzador norte americano da classe Ticonderoga.
O Mistral tem capacidade de transportar até 16 helicópteros multimissão NH-90 ou o modelo de ataque Eurocopter Tiger. Já, a capacidade de transporte anfíbio é maior, sendo que podem ser transportados 450 soldados, 40 carros de combate pesados Leclerc, ou uma combinação de veículos menores e mais soldados. O deslocamento do Mistral chega a 21500 toneladas quando completamente carregado. Com esse deslocamento e com sua inovadora propulsão elétrica, composta por dois motores Rolls Royce Mermaid, que são alimentados por três alternadores 16V32 de 6,2 MW cada e mais um alternador 18V200 com 3 MW, o Mistral consegue uma velocidade máxima de 18,8 nós (34 km/h), o que é insuficiente para acompanhar um grupo de batalha, porém esse não é o objetivo deste navio e por isso essa característica não pode ser considerada como uma deficiência relevante.
Um hovercraft dos fuzileiros navais dos Estados Unidos (Landing Craft Air Cushion LCAC) desembarca do Tonnerre (segundo navio da classe Mistral) em um exercício de integração de desembarque anfíbio.
O armamento é direcionado, exclusivamente, para autodefesa, sendo que, em caso de guerra, o Mistral precisaria estar escoltado por outros navios de guerra para apoio na sua proteção. O armamento é composto por dois lançadores duplos SIMBAD para mísseis antiaéreo Mistral (sim, o míssil tem o mesmo nome do navio). O míssil Mistral é do tipo guiado por calor e possui um curto alcance, que chega 6 km. Além dos mísseis, há dois canhões Breda-Mauser, de 30 mm capaz de uma cadencia de tiro de 800 disparos por minuto. Para finalizar, há 4 metralhadoras M-2HB calibre .50 (12,7 mm) usada contra alvos a curta distancia.
O Mistral representa um dos mais modernos navios do seu tipo em operação na OTAN.
O Mistral pode ser usado como navio de comando e por isso possui um sistema de gerenciamento de informações táticas SENIT-9 que recebe dados de diversos sensores e sistemas de intercambio de dados, como o link 16, padrão da OTAN. Outros sistemas de intercâmbios de dados, também, estão disponíveis no Mistral, como o link-11 e link-22. O principal sensor usado no Mistral é o moderno radar tridimensional multimissão MRR 3D-NG, desenvolvido pela Thales, capaz de detectar alvos aéreos de grande porte (10m2) a uma distancia máxima de 180 km e alvos de superfície, como uma fragata, podem ser detectados a 80 km.
O sistema de comunicação é via satélite, usando os satélites de comunicação Syracuse III.
O estaleiro DCNS construiu 5 navios da classe Mistral, sendo que 3 deles operam na marinha da França.
O Mistral, especificamente, é um porta-helicópteros e navio de desembarque anfíbio com algumas restrições que poderiam ter sido evitadas na fase de projeto, como a limitação de operações de aeronaves de asas fixas VSTOL, como o Harrier ou o F-35B. Para operar esse tipo de aeronave, seria necessário algumas modificações como aumentar a pista, usar um material resistente ao calor das tubeiras de saída de gases dos motores a reação destas aeronaves e colocar uma rampa tipo “sky jump”. 



sábado, 7 de março de 2020

CLASSE TAMANDARÉ. O futuro navio de escolta da marinha do Brasil.

Fragata Classe Tamandaré

FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata Leve.
Tripulação: 120 tripulantes*.
Data do comissionamento: Entre 2024 a 2028*.
Deslocamento: 3455 toneladas.
Comprimento: 107,2 mts.
Boca: 15,95 mts.
Propulsão: 4 Motores MAN 12V 28/33 DSTC produzem 21840 shp.
Velocidade máxima: 28 nós (52 km/h).
Alcance: 5000 mn (9260 Km) em velocidade econômica (14 nós/ 26 km/h)
Sensores: 1 radar tridimensional Hensoldt TRS-4D AESA com 250 km de alcance (Instrumentado); Radar de navegação Raytheon de banda X, Radar de controle de fogo Thales STIR 1.2 EO MK2; Sistema de de apoio a Guerra eletrônica MAGE ET/SLR-1, Um sistema eletro-óptico SAFRAN Pasei XLR e um sonar de casco ATLAS Elektronik ASO 713
Armamento: 2 lançadores duplos MBDA ITL-70A para mísseis MM-40 Exocet Block I e Block III; Um lançador vertical para 12 mísseis Sea Ceptor; Um canhão Leonardo Super Rapid de 76 mm; 1 canhão CIWS Bofors 40 mm MK-4, dois lançadores triplos de torpedos MK-46 e duas metralhadoras pesadas M2HB em calibre 12,7 mm (.50)
*Dado estimado

DESCRIÇÃO

Por Carlos Junior
A Marinha do Brasil tem a responsabilidade de patrulhar uma área litorânea com território marítimo de 4.489.919 km² de área, formada por mais de três milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva e mais 950 mil km² de plataforma continental, área maior do que as Regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Para isso, a marinha conta com 6 fragatas da classe Niterói, projetadas nos anos 70, duas fragatas Type 22, classe Greenhalgh,  de 4 unidades compradas usadas em uma dessas compras de oportunidade, 5 corvetas da classe Inhaúma (incluindo a mais recente classe Barroso, mas com apenas 3 navios em serviço atualmente). Observando o breve quadro descrito acima, pode se chegar rapidamente a uma conclusão que não estamos bem equipados, materialmente para a missão da Marinha do Brasil. Independentemente de modernizações que foram feitas e ainda serão implementadas nas fragatas Niterói, nada fará com que ela deixe de ser um navio obsoleto e já "cansado" de tanto tempo no mar.
A Marinha do Brasil tinha o objetivo de comprar uma nova classe de modernas fragatas no programa PROSUPER para substituir as fragatas classe Niterói e as fragatas da classe Greenhalgh, porém, a crise que assolou o país, principalmente na segunda gestão do governo Dilma impossibilitou que houvesse recursos financeiros para este empreendimento.

Acima: A corveta Barroso é derivada, diretamente, da corveta Inhaúma, desenvolvida no inicio dos anos 80. Hoje, é o navio em melhores condições de toda a frota brasileira. A Tamandaré será bastante superior em capacidade a este navio.

Embora a questão de falta de dinheiro seja um dos problemas do país, o problema principal da marinha, a necessidade de um novo navio de escolta, permaneceu e alguma solução tinha que ser dada. Optou-se pela construção de uma nova classe de corvetas pelo Arsenal da Marinha do Brasil, porém, foi emitido um RFI (requerimento por informação) para empresas do setor naval do mundo todo proporem suas soluções para os requisitos que a Marinha do Brasil tem em vista. A proposta que viesse a ser escolhida, teria que se juntar com a Emgepron, que será a contratante principal, para construir o navio no Brasil.
Pois bem. No dia 08 de março de 2019, a Marinha do Brasil publicou sua escolha pelo Consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa &; Segurança e Atech com seu projeto baseado na classe MEKO A-100 para se tornar o futuro navio de escolta da Marinha do Brasil.
Acima: A proposta do consórcio Águas Azuis, composto pela Thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech, venceu a licitação da marinha do Brasil para construir 4 navios de guerra da Classe Tamandaré, usando como base o projeto da MEKO A-100.

A família de navios do projeto MEKO tem com principal característica seu elevado nível de modularidade que permite que cada cliente coloque sistemas específicos às suas necessidades, customizando o navio. Um dos navios mais capazes da família MEKO já foi mostrado aqui no WARFARE Blog, na matéria que trata dos navios da classe Valour da marinha sul africana. Estas são fragatas multi-função MEKO A-200 SAN, com deslocamento maior que o modelo que será fornecido para a marinha do Brasil.
A Tamandaré terá um deslocamento de  3455 toneladas, valor esse, relativamente pesado para uma corveta e mais coerente com o deslocamento de uma fragata, classificação esta, que passou a ser usada depois que o contrato de construção das Tamandaré foi assinado. A propulsão do novo navio será responsabilidade para quatro motores MAN 12V 28/33 DSTC que produzem 32180 hp de potência, e o sistema de geração de energia será feito por quatro geradores Caterpillar C-32, também alimentados a diesel. A autonomia da Tamandaré será de 30 dias no mar e o navio terá alcance de  9260 km em velocidade econômica de 14 nós, que equivale a 24 km/h. A velocidade máxima que esse sistema de propulsão permite a Tamandaré acelerar é até 28 nós (52 km/h). Estes números são bastante bons fazendo jus, novamente, ao desempenho de uma fragata.
Acima: O desempenho projetado para as futuras fragatas Tamandaré estão bem acima da média que se tem nos navios da classe Niterói.

A gama de sistemas e sensores da classe Tamandaré tem como seu principal elemento o radar tridimensional Hensoldt TRS-4D AESA com 250 km de alcance que faz a busca, rastreio  e vigilância a uma distancia de até 250 km podendo ser monitorados até 1000 alvos simultaneamente. Este sistema de radar permite operar mesmo sob ação de interferência de guerra eletrônica. O radar de controle de fogo é o Thales STIR 1.2 EO MK2, que fornece a solução de tiro para os mísseis e para o canhão do navio. Para navegação serão instalados um radar Raytheon que opera na banda S e outro que opera em banda X. Para apoiar os sistemas de detecção ativa, os navios da classe Tamandaré receberão um sistema eletro-óptico SAFRAN Pasei XLR que proporciona imagem clara de dia ou de noite, em qualquer condição climática do ambiente, ajudando na busca de ameaças de pequenas dimensões que podem acabar escapando do radar.
O sistema MAGE ET/SLR-1 será instalado também e trata-se de um sistema de Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica capaz de contribuir para o reconhecimento tático dos emissores radar de um dado ambiente eletromagnético. Este sensor tem a função de interceptar radiações de emissores, localizar sua marcação, registrar o tempo de chegada e medir os seus parâmetros (Frequência, Presença de Modulação Intrapulso, Largura de Pulso e Amplitude), separando-os em grupos associados a um determinado radar emissor, caracterizando a frequência, frequência de repetição e varredura, classificando o tipo e o modo de operação do radar envolvido e a provável plataforma associada segundo uma Biblioteca de Emissores.
Para lidar com ameaças submarinas, será instalado um sonar de casco ATLAS Elektronik ASO 713 que opera de forma ativa e passiva nas bandas entre 660 Hz e 3000 Hz podendo detectar, não somente submarinos, mas também minas navais, lanchas ou navios inimigos, assim como veículos submarinos sem tripulantes (UUV).

Acima: Aqui podemos ver o radar tridimensional Hensoldt TRS-4D AESA, principal sistema de detecção empregado na Tamandaré.

As fragatas da classe Tamandaré terão uma combinação de armamentos bem equilibrada para lidar com ameaças aéreas, de superfície e submarinas. 
Para defesa antiaérea, um lançador vertical com 12 mísseis MBDA Sea Ceptor que são guiados por radar ativo e com atualização de meio curso por data link será instalado a frente da ponte. Com alcance que supera os 25 km de distancia, o Sea Ceptor será o mais capaz míssil antiaéreo já operado pela Marinha do Brasil. 
Em apoio a este sistema, o sistema de defesa antiaérea de ponto (CIWS) será composto por um canhão Bofors 40 mm MK4, fabricado pela BAE Systems, capaz de engajar alvos aéreos a 4 km de distancia podendo empregar granadas com detonação por espoleta de aproximação e ogiva de fragmentação, o que aumenta, substancialmente, a probabilidade de destruição do alvo. 
Este canhão possui um carregador para 100 granadas para pronto emprego e pode disparar a uma cadência teórica de 300 tiros por minuto.
O canhão principal será o popular Leonardo 76/62 Super Rapid (SR) em calibre 76 mm, capaz de ser empregado contra alvos aéreos e de superfície, disparando suas granadas a uma distancia que pode chegar a 16 km, e disparando a uma cadência de 120 tiros por minuto. Para ataque antinavio, o Tamandaré será armado com dois lançadores duplos para mísseis antinavio MM-40 Exocet ou míssil MANSUP, um projeto nacional que foi desenvolvido com ajuda da MBDA, tendo ambos os mísseis, alcance ma faixa de 70 km e guiamento por radar ativo. Haverá, também dois lançadores triplos para torpedos leves MK-46 capazes de atingir um alvo a 11 km de distancia e 365 metros de profundidade. O sistema de guiagem do MK-46 é feito por um sonar ativo/ passivo. Há dois reparos de suporte para metralhadoras pesadas M-2HB em calibre 12,7 mm (.50).

Acima: O destaque dentre as capacidades de combate dos navios da classe Tamandaré será seu sistema de lançamento vertical para mísseis antiaéreos Sea Ceptor da MBDA. Certamente será o mais capaz sistema de defesa antiaéreo já empregado por qualquer navio da Marinha do Brasil. Nesta foto vemos o lançamento de um Sea Ceptor a partir de uma fragata classe Duke (Type 23).

Embora classificada originalmente de corveta, o projeto da Tamandaré a ser executado pelo consórcio Águas Azuis com base no projeto MEKO A-100, fornecerá um navio com capacidades análogas a uma fragata leve, e por isso o navio acabou recebendo esta nova classificação. Os quatro navios deverão ser entregue para a Marinha do Brasil entre os anos de 2024 até 2028. Quando entrar em serviço, a Tamandaré será o mais capaz navio de guerra nacional e terá capacidade de combate superior a das fragatas da classe Niterói e as fragatas da classe Greenhaugh, navios maiores que a Tamandaré.
A matéria acima visa apresentar as características e capacidades que a futura classe de navios de guerra da Marinha do Brasil terá. No entanto, exponho que, sob meu ponto de vista, as 4 fragatas da classe Tamandaré não serão suficientes para dar a Marinha do Brasil, uma capacidade dissuasória e capacidade de escolta adequada, principalmente quando se leva em conta o grande aumento da capacidade dos navios de superfície modernos da categoria de fragatas. Torço para que, em meados da década de 20, a instituição tenha recursos para incorporar e operar uma classe de modernas fragatas de maior deslocamento e armamento para que a dissuasão estratégica seja atingida e não fique apenas dependente de nossos submarinos.
Acima: Nesta ilustração podemos ver a quantidade de alternativas de equipamentos que se pode instalar em um navio da classe MEKO A-100. A modularidade é a característica chave desta extensa família de navios.