FICHA TÉCNICA
Peso: 5700 kg (vazio)
Altura: 5,10 m.
Comprimento: 18,6 m.
Propulsão: 2 motores Turbomeca Makila 1K2 com 2301 HP de potência cada.
Velocidade máxima: 309 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: 278 Km/h.
Alcance: 740 Km (combustível interno); 1335 km (combustível externo)
Razão de subida vertical: 798 m/min.
Fator de carga: +2,5 Gs
Altitude máxima: 6100 m.
Armamento: Misseis Denel ZT-6 Mokopa, AGM-114 Hellfire, HOT-3 e mísseis MBDA Mistral contra helicópteros. Lançadores de foguetes de 70 mm.
Interno: Um canhão Vektor GI-2 no calibre 20 mm com 700 munições.
PREFÁCIO
Por Anderson Barros e Carlos E.S. Junior - uma parceria com o site PLANO BRASIL
A África do Sul tem mostrado grande capacidade de desenvolvimento de sistemas de armas próprios graças ao embargo internacional de armas que sofreu durante os anos 70 e 80. Com isso a industria sul africana cresceu de forma que hoje pode ser considerada um dos polos de desenvolvimento bélico do planeta. Este embargo, imposto pela ONU devido ao governo sul africano da época ser racista, obrigou aos militares sul africanos buscarem soluções próprias para sua defesa, uma vez que havia uma guerra em andamento em sua fronteira com sudoeste africano, (atual Namíbia), onde o apoio soviético e cubano começou a trazer muitos carros de combate para as tropas inimigas de Pretória. A força aérea sul africana sentiu que precisava de um helicóptero de combate dedicado para escoltar seus helicópteros de transporte de tropas e mesmo dar uma resposta a altura para os tanques de origem soviéticas que estavam fortalecendo as forças inimigas.
Acima: O primeiro protótipo para um helicóptero dedicado de ataque na Africa do Sul foi o XH-1 Alpha, um modelo baseado no Aérospatiale Alouette III. A pouca potência de seu motor revelou um problema
ORIGEM
A história do desenvolvimento do AH-2 Rooivalk começa com os estudos da então Atlas, uma empresa aeroespacial sul africana para adaptar os helicópteros em uso pela força aérea sul africana para transportar e operar armamentos. Avaliou-se o Aérospatiale Alouette III, produzindo um derivado cujo nome foi XH-1 Alpha, porém o modelo se mostrou menos potente que o ideal para a missão. Assim a um outro protótipo, desta vez baseada na célula do helicóptero de transporte Puma, consideravelmente mais potente e com mais espaço para integração de sistemas, foi construído sob o nome de XTP-1 Beta, que recebeu diversos sistemas de armas e sensores em uma plataforma do SA 330 Puma e que acabou encorajando a Atlas a seguir o desenvolvimento de seu helicóptero de combate dedicado, usando diversos componentes do SA-330 da versão produzida localmente sob o nome de Oryx, com modificações que melhoraram o desempenho do Puma para o ambiente quente sul africano. O primeiro protótipo do "novo" helicóptero de combate ficou pronto em 1989 e fez seu primeiro voo no começo de 1990, sendo batizado de XH-2. Em 1992 a Atlas foi absorvida pela Denel Aviation, que por sua vez, deu sequencia ao desenvolvimento de fabricação do, agora rebatizado AH-2 Rooivalk .
Acima: O XTP-1 Beta apresentou um desempenho promissor e o projeto passou a seguir usando o Aerospastiale SA-330 Puma como base, e posteriormente, o Orix, versão local do Puma desenvolvida devido as sanções internacionais contra a Africa do Sul, que apresentava, ainda, melhor desempenho que o Puma original.
PROPULSÃO
O AH-2 AH-2 Rooivalk faz uso de dois motores Turbomeca Makila 1K2 que entregam uma potência de 2301 HP cada. Vale ressaltar que os motores da família Makila equipam outras aeronaves de asas rotativas como o AS-332 Super Puma, AS-532 Cougar ( H215M ) e o EC-725 (H-225M) Caracal. Os motores que são instalados nas laterais da fuselagem de forma isoladas que se conectam à caixa de transmissão do rotor, de forma a ajudar evitar danos simultâneos aos motores. O vetor também está equipado com supressores IR nos dutos de exaustão dos motores e com uma tela protetora no duto de admissão do motor para impedir a ingestão de detritos do solo - FOD (Foreign Object Damage - Dano Causado por Objeto Estranho), que possam causar avarias nos propulsores.
Os dois motores Turbomeca Makila 1K2 dão ao AH-2 uma boa velocidade máxima, que chega a 309 km/h e uma excelente razão de subida de 798 m/min, permitindo ao Rooivalk ter boa capacidade de manobra. O AH-2 possui um alcance de 740 km com combustível interno e 1335 km com combustível externo.
Acima: O motor Turbomeca Makila 1K2, aqui numa versão básica 1A2, é a é a matriz propulsora do Rooivalk onde dois deles estão instalados fornecendo uma soma de mais de 4600 HPs de potência.
PROTEÇÃO
A Denel dedicou sua atenção na segurança da aeronave e de seus tripulantes no campo de batalha, por isso o AH-2 foi desenvolvido desde o início para suportar o ambiente quente, seco, áspero e sem infraestrutura da África, o que acabou gerando um helicóptero capaz de operar em regiões sem a mínima infraestrutura, necessitando apenas de um helicóptero médio equipado com fermentas básicas, poucas peças sobressalentes e uma pequena equipe de apoio em terra de apenas 4 homens para manter o vetor operacional em combate.
O AH-2 A teve como um dos objetivos prioritários ter uma elevada capacidade de sobrevivência, para tanto o mesmo foi projetado para ser um vetor com baixa assinatura de calor (IR), visuais e acústicas visando dificultar sua detecção., mesmo assim, sua blindagem é classificada, o que, num mercado onde este dado costuma ser publico até como argumento de venda, leva duvidas sobre sua capacidade.
O AH-2 possui uma estrutura primária construída em uma liga de alumínio e as estrutura secundárias, fuselagens e as lâminas dos rotores construídas em materiais compostos. A estrutura principal do Rooivalk utiliza a tecnologia anti-crash (anti-choque) com capacidade de absorção de impacto. Os assentos foram projetados para serem resistentes e atenuarem o choque em caso de queda da aeronave. O conjunto de trens de pouso principais também foram concebidos para absorverem a energia do choque. E todos os tanques de combustíveis possuem auto vedação para impedirem que se incendeiem conseguindo manter a tripulação a salvo em caso de uma queda com estas cargas. As pás são feitas de compósitos que reduzem o peso e aumentam a proteção balística
Seu sistema de controles elétricos, hidráulicos e circuitos foram duplicados para aumentar a capacidade de sobrevivência em combate, pois em uma situação real é bem comum alguns desses sistemas serem avariados.
Acima: O Rooivalk possui sistemas para atenuar sua assinatura infravermelha e acústica, além de que, visualmente, de frente, ele é difícil de ser visto de longe devido a sua fuselagem estreita, sua blindagem, no entanto, não é um dado público.
SISTEMAS EMBARCADOS
O Rooivalk utiliza unidades de exibição com o conceito de glass cockpit visando à redução da carga de trabalho sobre a tripulação, que pode concentrar nas questões táticas da missão. O vetor está equipado com uma completa suíte de navegação e também conta com um sistema HMD (Helmet Mounted Display) Thales TopOwl, que é um HMD que pode ser equipado com um sistema de visão noturna NVG (Night Vision Googles) integrado, e um HUD (Head-Up Display) que prove informações de navegação que permitem o vôo Nap-of-the-earth (NOE) com baixo perfil de vôo seguindo a baixa altura, utilizando o mascaramento do terreno, se escondendo atrás das imperfeições do solo e das copas das árvores evitando a detecção pelos radares inimigos a uma altura de 15 metros.
O Rooivalk utiliza unidades de exibição com o conceito de glass cockpit visando à redução da carga de trabalho sobre a tripulação, que pode concentrar nas questões táticas da missão. O vetor está equipado com uma completa suíte de navegação e também conta com um sistema HMD (Helmet Mounted Display) Thales TopOwl, que é um HMD que pode ser equipado com um sistema de visão noturna NVG (Night Vision Googles) integrado, e um HUD (Head-Up Display) que prove informações de navegação que permitem o vôo Nap-of-the-earth (NOE) com baixo perfil de vôo seguindo a baixa altura, utilizando o mascaramento do terreno, se escondendo atrás das imperfeições do solo e das copas das árvores evitando a detecção pelos radares inimigos a uma altura de 15 metros.
O AH-2 A é equipado com o sensor giro estabilizado Sagem STRIX, que fica montado sob o nariz do vetor e está equipado com sensores FLIR, câmeras CCD-TV, telêmetro laser com um alcance de 8 km, um designador laser, e um sistema de periscópio com visão ótica direta.
O Rooivalk está equipado com uma suíte de contramedidas eletrônicas e descartáveis totalmente integrada HEWSPS (Helicopter Electronic Warfare Self Protection System), que incorpora um sistema de alerta de radar RWR (Radar Warning Receiver), um sistema de alerta de laser LWR (Laser Warning Receiver), sistema IFF (Identification Friendor Foe - Identificação Amigo ou Inimigo) e dispensadores de Chaff e Flare.
Acima: O painel do piloto do Rooivalk segue o padrão dos helicópteros de ataque desenvolvidos nos anos 90.
SISTEMAS DE ARMAS
O AH-2 A utiliza como armamento primário o canhão Vektor GI-2 no calibre 20mm que possui uma cadência de disparo de 700-750 tiros por minuto, tendo uma capacidade para 700 munições. Este canhão possui uma mobilidade de 120º azimute e +15º e -65º de elevação, tendo uma taxa de movimentação de 90º por segundo.
O AH-2 também pode ser equipado com até 4 PODs lançadores de foguetes Hydra 70 19x70mm, com capacidade para 19 foguetes totalizando 76 unidades, ou com Hydra 70 9x70mm com capacidade para 9 foguetes Hydra 70 totalizando 36 unidades.
No quesito misseis ar-solo o AH-2 pode ser armado com até 16 misseis guiados por laser semi-ativo Denel Dynamics ZT-6 Mokopa que possui um alcance máximo de 10 km e uma excelente precisão com um CEP de 30 centímetros.
O AH-2 A também pode ser equipado com o míssil AGM-114 Hellfire com um alcance máximo de 8 km ou com o MBDA HOT 3 com um alcance máximo de 4,3 km. Para auto defesa contra outro helicóptero ou aeronave leve, o Rooivalk pode ser equipado com até 4 mísseis ar-ar MBDA Mistral com um alcance máximo de 6 km.
Acima: Um protótipo do Roiivalk lança um míssil anti tanque ZT-6 Mokopa, capaz de destruir um tanque a 10 km de distancia, dependendo da altitude do lançamento.
CONCLUSÃO
A Africa do Sul fez a lição de casa e conseguiu desenvolver seu helicoptero de ataque dedicado em um momento critico de sua história, onde os fornecedores tradicionais fecharam as portas devido ao regime do apartheid vigente na época. A aeronave não teve clientes externos e assim, só a Africa do Sul utiliza esta aeronave, onde 12 aeronaves foram construídas e 11 servem a força aérea do país, atualmente. Com esse numero extremamente pequeno de unidades, certamente o custo de aquisição foi alto. A linha de produção se encerrou em 2007 com a entrega da ultima aeronave. Quando comparado com helicópteros de ataque disponíveis no mercado internacional, o Rooivalk se posiciona na categoria do consagrado (e clássico) Bell AH-1W Super Cobra. Porém, a favor do modelo norte americano, tem a quantidade muito maior de unidades fabricadas que facilita e barateia a reposição de peças. O Rooivalk continuará a fazer parte do arsenal sul africano por muitos anos e deverá passar por um programa de modernização para um padrão que foi designado Rooivalk MK2 e que, caso siga em frente, poderá reabrir a linha de montagem para exportação do novo modelo, o que pode facilitar a aquisição de um helicóptero de ataque dedicado, principalmente para países que não tem liberação para aquisição de helicópteros de ataque dos fornecedores tradicionais.
A Africa do Sul fez a lição de casa e conseguiu desenvolver seu helicoptero de ataque dedicado em um momento critico de sua história, onde os fornecedores tradicionais fecharam as portas devido ao regime do apartheid vigente na época. A aeronave não teve clientes externos e assim, só a Africa do Sul utiliza esta aeronave, onde 12 aeronaves foram construídas e 11 servem a força aérea do país, atualmente. Com esse numero extremamente pequeno de unidades, certamente o custo de aquisição foi alto. A linha de produção se encerrou em 2007 com a entrega da ultima aeronave. Quando comparado com helicópteros de ataque disponíveis no mercado internacional, o Rooivalk se posiciona na categoria do consagrado (e clássico) Bell AH-1W Super Cobra. Porém, a favor do modelo norte americano, tem a quantidade muito maior de unidades fabricadas que facilita e barateia a reposição de peças. O Rooivalk continuará a fazer parte do arsenal sul africano por muitos anos e deverá passar por um programa de modernização para um padrão que foi designado Rooivalk MK2 e que, caso siga em frente, poderá reabrir a linha de montagem para exportação do novo modelo, o que pode facilitar a aquisição de um helicóptero de ataque dedicado, principalmente para países que não tem liberação para aquisição de helicópteros de ataque dos fornecedores tradicionais.
Acima: O Rooivalk foi utilizado na Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) onde suas capacidades foram bastante apreciadas pelos militares das nações envolvidas na ação.
VÍDEO
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oi guerreiros venho convida-los a conhecer o meu canal o analista militar eu apresento temas da cultura militar https://www.youtube.com/watch?v=1q7I6Trb82I&t=20s
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