domingo, 1 de abril de 2018

CLASSE IZUMO. Um destróier ou um porta helicópteros?


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 248 m.
Calado: 7,5 m.
Boca: 38 m.
Deslocamento: 27000 toneladas.
Propulsão: 4 turbinas a gás GE/IHI LM2500IEC que proporcionam 112000 Hps.
Velocidade máxima: 30 nós (55 km/h).
Autonomia: 11112 km.
Sensores: Radar OPS-50A AESA com 222 km de alcance; Radar de busca de superfície OPS-28 com 74 km; Sonar de proa OQQ-23
Armamento: 2 sistemas de defesa antiaérea de curto alcance CIWS Phalanx em calibre 20 mm, e 2 sistemas CIWS para mísseis RIM-116 Rolling Airframe Missile SeaRam.
Aviação: Capacidade para até 28 aeronaves. Atualmente equipado com 7 helicópteros anti-submarinos que podem ser o SH-60K Seahawk,  MCH-101 Merlin, MV-22 Osprey

Por Carlos E.S Junior
O Japão tem uma forte tradição de possuir uma capacidade de combate naval bastante ampla, devido a sua posição geoestratégica. A Força de Auto Defesa  Marítima do Japão (JMSDF - Japan Maritime Self-Defense Force) possui mais de 50 embarcações de combate ativas, o que a torna uma das 10 mais poderosas marinhas do planeta.
O navio que vou descrever a partir de agora é o maior navio de guerra japonês construído no pós II guerra mundial. A classe Izumo, composta por dois navios, o Izumo DDH-183 e o Kaga DDH-184, são classificados pela Força de Auto de Defesa Marítima como destróier porta helicópteros, e por isso, tem uma missão principal de operar em missões anti-submarino, e muito provavelmente, serão configurados e readequados para poderem operar caças de 5º geração F-35B, com capacidade VSTOL (decolagem curta e pouso vertical) tornando o navio em um porta aviões leve.
Acima: Mesmo sendo classificado como "destróier porta helicópteros", a verdade é que dado à configuração de armamento orgânico e sistemas embarcados, os navios da classe Izumo são, verdadeiramente porta helicópteros.

O Izumo, com seus poucos "discretos" 248 metros de comprimento, substituiu os geriátricos destróier da classe Shirane, um navio com metade de seu tamanho, que foram operados por 27 anos e já não apresentavam um valor militar significativo. A missão principal do Shirane era a de caçar submarinos e essa missão será efetuada pelo Izumo na medida em que o navio possui uma ala aérea anti submarina que opera coordenada com dados coletados pelo grande sonar de proa OQQ-23 que opera de forma ativa e passiva na busca de um sinal do inimigo submerso. O sistema de radar usado no Izumo é o OPS 50 que utiliza tecnologia de varredura eletrônica atica (AESA) permitindo detecção de alvos aéreos a 222 km de distancia e a lidar com múltiplos contatos simultaneamente. para navegação, o Izumo usa uma radar de busca de superfície OPS-28, porém trata-se de um sistema de varredura mecânica com alcance de 74 km. Ainda tratando da parte de sistemas eletrônicos, foi instalado um sistema de contra medida missilística MK-36 SRBOC projetado pela Bae Systems, que lança uma nuvem de chaffs que ilude e despista mísseis antinavio do inimigo. Um sistema de contra medida torpédica também foi instalada.
Acima: O sistema de radar AESA (varredura eletrônica ativa) OPS-50A pode ser visto aqui acima dadas janelas da ponte. Seu alcance contra alvos aéreos está em 222 km.

A configuração adotada pelo estaleiro JMU (Japan Marine United)) no projeto da classe Izumo, deixa claro que o navio dependerá, principalmente, de sua ala aérea para executar suas missões, e de escoltas para sobreviver em um ambiente negado pelo inimigo. O armamento orgânico do navio é bastante limitado em capacidade de defesa e consiste em dois sistemas de defesa antiaérea de curto alcance CIWS MK-15 Phalanx que usa um canhão rotativo M-61 em calibre 20 mm com cadência de 3000 tiros por minuto e um alcance efetivo de cerca de 1000 metros. O segundo armamento, também de curto alcance, é o SeaRAM, que usa o mesmo sistema de radar do Phalanx e um lançador de mísseis de curto alcance  RIM-116 RAM. Cada lançador tem 11 mísseis e que podem ser guiados por radio frequência ou por infravermelho, tendo um alcance de 9 km.
A ala aérea, atualmente, conta com 14 helicópteros compostos por MCH-101 Merlin usado para encontrar e anular minas navais e o SH-60K Seahawk, para missões antissubmarino e busca. Porém, é importante observar que o navio comporta até o dobro dessa quantidade de aeronaves, podendo chegar à 28 helicópteros. Os japoneses estão estudando a possibilidade de modificar o Izumo para colocar um pequeno esquadrão de 10 caças F-35B (VSTOL) e torna lo um porta aviões leve ara para poder dar suporte mais amplo a tropas em terra ou mesmo, defesa aérea do grupo de batalha.
Acima: Com um armamento leve, o Izumo tem no sistema SeaRAM o seu armamento de maior alcance. O míssil RIM-116 tem alcance de 9 km e seu sistema de guiagem se dá por sensor infravermelho (IR) e radio frequência.

O Izumo tem um deslocamento de 27000 toneladas, que representa mais que o dobro de um destróier da classe Atago, segundo maior navio de guerra japonês. Para movimentar esse grande navio foi instalado um sistema COGAG (combina duas turbinas a gás para mover uma hélice) e por isso 4 turbinas General Eléctric LM-2500, uma das turbinas mais usada nessa configuração de propulsão que movimentam duas hélices. Elas, juntas, fornecem 112000 Hps de força para levar o Izumo a velocidade de 30 nós (56 km/h). Navegando em velocidade econômica, (cerca de 20 nós ou 37 km/h) o navio tem autonomia para navegar 11112 km o que lhe dá boa capacidade de operações distante de sua base.
Acima: Esta foto é bastante ilustrativa pois mostra o Izumo junto de navios de guerra de outras nações. A boa autonomia lhe permite operar como parte integrante ou mesmo liderar um grupo de batalha multinacional.
A classe Izumo representa um elemento multiplicador de forças as JMSDF na medida em que traz capacidade de busca antisbmarina de a´rea ampliada com seus helicópteros que são capazes de operar de forma integrada ao navio e ainda atacar os alvos que representem uma ameaça ao navio ou a seu grupo de batalha. Se o Japão levar a frente a ideia de adaptar o navio para operar caças de 5º geração F-35B, isso ampliará, em multo a capacidade multimissão desta moderna classe de navios, dando uma capacidade de projeção de poder ás forças de defesa do Japão que, desde a segunda geurra mundial, tem em sua constituição, um foco totalmente na defesa do território nacional, o que acabou por limitar, em muito a capacidade de suas forças militares combaterem longe do território japonês. essa limitação está sendo removida aos poucos com a mudança na política de defesa japonesa que tem se tornado mais incisiva nos últimos anos para fazer frente ao grande crescimento militar da China.
Acima: O bom espaço no deck do Izumo e a necessidade de um reposicionamento geoestratégico mais agressivo levou as autoridades japonesas a considerarem modificar o navio para que ele possa operar um esquadrão de caças F-35B.




                

3 comentários:

  1. Boa matéria como sempre. Esse porta helicópteros está no mesmo nível do HMS Ocean que a marinha brasileira comprou? Tem a mesma capacidade de desembarque anfíbio?

    ResponderExcluir
  2. Olá Fabiano! Obrigado! O Ocean não é, exatamente, o mesmo tipo de navio. Na verdade o Ocean tem maior capacidade de transporte de tropas e veículos terrestres, enquanto o Izumo tem maior capacidade de operações aéreas. O Izumo não tem capacidade de desembarque anfíbio.
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. Na minha modesta opinião, devido ao aumento das tensões na região provocadas pela corrida armamentista da China e os misseis balísticos da Coréia do Norte, o Japão vai adaptar os Porta-helicópteros para utilizar o F35B.

    ResponderExcluir