segunda-feira, 4 de junho de 2018

AVIBRAS ASTROS II - A resposta brasileira para saturação do campo de batalha.

 
FICHA TÉCNICA
Motor: TATRA T3C-928-90 com 215 Hp .
Peso: 12650 kg vazio e 22000 kg pronto para combate.
Autonomia: 500 km.
Velocidade: 100 Km/h.
Passagem de Vau: 1,1 m.
Trincheira: 2,29 m.
Obstáculo vertical: 1 m.
Armamento: Uma metralhadora M-2 cal 12,7 mm (.50), Contêiner de lançamento de foguetes contendo 32 foguetes SS-30, 16 SS-40, 4 SS-60 ,SS-80 ou SS-150. No futuro, o sistema poderá lançar 4 mísseis de cruzeiro AV-TM-300 "Matador".

DESCRIÇÃO
Por Carlos Junior
O sistema ASTROS (Artilhery Saturation Rocket System) de lançamento de foguetes de saturação, fabricado pela Avibras é um dos mais conhecidos sistemas de armas fabricado no Brasil no concorrido mercado internacional. Sistemas de artilharia baseado em foguetes como o ASTROS, tem como vantagem a possibilidade de poder atacar alvos localizados a distancia bem maior que o que se consegue atacar com a artilharia convencional com arma de tubo (obus). Observe que um obuseiro de 155 mm com bom desempenho consegue atingir alvos a uma distancia máxima de 30 km enquanto que o sistema ASTROS II usando o foguete SS-80 consegue atingir alvos a uma distancia de até 90 km. Fora isso um foguete tem um tamanho que permite o uso de ogivas diferenciadas como fragmentação, por exemplo, o que garante maior amplitude da área atingida.
Acima:
A Avibras começou a desenvolver o ASTROS II no final da década de 70, e depois de estudar muitos sistemas de foguetes de artilharia disponíveis no mercado naquela época acabou por apresentar o sistema ASTROS II em 1983. O exercito brasileiro adquiriu 20 veículos lançadores e outros países como Iraque, Arábia Saudita, também adquiriram esse sistema de artilharia para seus exércitos, sendo que o Iraque e a Arábia Saudita usaram com assiduidade esse sistema na primeira guerra do golfo em 1991 causando boa impressão nos usuários e respeito pelo inimigo. Na verdade, os norte americanos, na guerra do golfo tinham como uma das suas prioridades destruir os lançadores ASTROS II em uso pelo Iraque, tal o respeito pelo potencial que esse sistema tinha em causar danos nas forças da coalizão.
Acima: A viatura ASTROS II desta foto ostenta o esquema de camuflagem do exército indonésio, que muito se assemelha ao usado pelo Vorpo de Fuzileiros Navais do Brasil.
O sistema ASTROS II usava um veículo VBT-2028, derivado do modelo da Mercedes Benz 2028-A, com uma configuração 6X6, fabricado pela Tectran Engenharia, uma subsidiaria da Avibras. Este caminhão, cujo tamanho me impressionou muito quando tive a oportunidade de ver um de perto em uma exposição do Exercito Brasileiro em São Paulo, usa um motor Mercedes OM422 com 8 cilindros em “V” e que produz 280 Hp de potencia, capaz de levar esse caminhão de 12,65 toneladas a uma velocidade de até 90 km/h em estrada. A autonomia deste veículo chega a 500 km. Atualmente, as viaturas ASTROS são construídas sobre o chassis TATRA 6X6 High Mobility Heavy Duty, designados pelo fabricante como T815-79PR39 29 300 6x6.1R, e militarizados pela Tectran. Estes veículos são propulsados por um motor diesel refrigerado a ar TATRA T3C-928-90 com 215 Hp. Em estrada, esta versão consegue chegar a 100 km/hea autonomia mantida em 500 km.
A velocidade e autonomia desse tipo de sistema de artilharia revelam a incrível superioridade tática deste tipo de armamento em termos de mobilidade que, mesmo quando comparado com obuseiros autopropulsados não se consegue igualar.
Acima: Aqui podemos ver o lançamento de um foguete SS-150, cujo alcance pode chegar a 150 km. Esta é a arma de maior dimensão entre os foguetes não guiados que o sistema ASTROS II pode empregar.
O diferencial do sistema ASTROS II é sua capacidade de lançar foguetes de diversos calibres. Essa modularidade foi pioneira nesse tipo de sistema de armas com a entrada do ASTROS II em serviço. Os foguetes usados no ASTROS II, atualmente são o SS-30 com 30 km de alcance, o SS-40 com 35 km e alcance, o SS-60 com 60 km de alcance, o SS-80 com um alcance que chega a 90 km e o SS-150 com 150 km de alcance máximo. Cada tipo de foguete possui dimensões diferentes sendo que SS-30 é o de menor calibre (127 mm) e pode ser transportado 32 foguetes em cada caminhão ASTROS. O foguete SS-40 tem 180 mm de calibre e 16 unidades são transportadas no caminhão. Já os foguetes SS-60 e SS-80 tem 300 mm e por isso são transportados apenas 4 foguetes por caminhão. Os foguetes SS-150 tem 450 mm e também são transportados em numero de 4 unidades por lançador.
A versão atualizada deste sistema de lançador múltiplo de foguetes é chamado de Astros 2020 e foi encomendado pelo Exército Brasileiros e pelo Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, tem como diferencial a capacidade de emprego de munições guiadas como o foguete SS-40G que usa como sistema de guiagem uma composição de sistema inercial e um sistema de navegação por satélite GNSS, possuindo um alcance de 35 km. O outro armamento guiado é o novo míssil de cruzeiro AV-TM 300 Matador, em fase final de desenvolvimento pela Avibras. Este míssil, com alcance de 300 km, será guiado por sistema inercial e GPS, tendo margem de erro de até 30 metros .
Acima: O veículo AV-UCF (Unidade de Controle de Fogo) usa radar e outros sensores para fornecer dados para aumentar a precisão do lançamento da bateria do Astros II
O sistema ASTROS II conta com um veículo de controle de tiro onde um radar é usado para direção de tiro.  Cada bateria do sistema ASTROS II é composto por 6 caminhões lançadores de foguetes, mais 6 caminhões remuniciadores e um caminhão com o sistema de controle de tiro, o AV-VCC, Viatura de Comando e Controle, também, fabricado pela Avibras Aerospacial centraliza as informações coletadas de posicionamento do alvo e das estações meteorológicas para ajudar na solução de tiro do sistema
Chegou-se considerar um veículo lançador configurado com tração 8X8, baseado no caminhão alemão Mercedes Benz Actros quando se projetou a modernização do sistema para o padrão atual, porém, as encomendas se limitaram ao modelo 6X6.
Acima: A viatura AV-VCC é usada na composição da bateria do Astros 2020 como viatura de comando.
Atualmente, além do Brasil,  mais sete nações fazem uso do sistema Astros II em suas forças armada, incluindo Malásia, Indonésia, Arabia Saudita, Angola, Catar, Iraque, Bahrain.  Com a modernização do sistema para o Astros 2020 e a incorporação de mísseis de cruzeiro e foguetes guiados, o potencial de mercado será potencializado para a Avibrás, e ainda, poderá nos dar, caso as forças armadas nacionais adquiram os mísseis AV-TM-300 Matador, uma capacidade de dissuasão mais robusta, que hoje não temos.
Acima: O futuro míssil de cruzeiro AV-TM-300, dará ao sistema ASTROS 2020 uma capacidade de combate sem precedentes para um sistema de combate brasileiro baseado em terra.



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3 comentários:

  1. Boa matéria, Carlos. Como sempre. Não temos só derrotas. Temos coisa boa neste país. Imagino se o setor de defesa fosse realmente levado a sério. Quantos sistemas bons não teríamos.

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  2. O Astros II é um sistema de artilharia incrível! Este mesmo projeto não poderia ser usado para criar um sistema de defesa anti-aéreo? Pois sabemos o quanto o Brasil é frágil neste segmento.

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  3. seria interessante se ele pudesse atacar alvos aéreos . ótima matéria parabéns .

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