sábado, 30 de junho de 2018

CLASSE KARAKURT - Maior poder de fogo por metro quadrado.

FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta
Tripulação: 39 tripulantes
Data do comissionamento: Previsto para final de 2018
Deslocamento: 800 toneladas.
Comprimento: 67 mts.
Boca: 11 mts.
Propulsão: CODAD 3 motores a diesel M-507D-1 com 10000 HP de potencia cada um, mais um propulsor de proa (para manobras em portos) e 3 geradores a diesel  DGA-315 de 315 KW
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h).
Alcance: 4630 Km ou 12 dias de mantimentos.
Sensores: Radar AFAR de varredura eletrônica ativa (AESA) com 100 km de alcance (estimado); Radar de busca de superfície Mineral-ME com alcance máximo de 140 km; Radar de controle de fogo MR-123 (LASKA), Sistema eletro-óptico de controle de fogo 5P-520
Armamento: Um canhão automático AK-176MA de 76,2 mm; Um lançador vertical UKSK de 8 celulas para mísseis de cruzeiro Kalibr NK (Club-S) ou mísseis anti-navio P-800 Onix (SS-N-26 Stropbile); Um sistema de combate antiaéreo Pantisir-M armado com 8 mísseis 57E6 (SA-22 Greyhound) e dois canhões rotativos AK-630M 30 mm com sei canos cada um; Duas metralhadoras pesadas MPTU em calibre 14,5 mm.

DESCRIÇÃO
Por Iuri Gomes - Plano Brasil e Carlos Junior - WARFARE Blog
A Marinha russa apresentou no final de julho de 2017 sua mais nova corveta leve, o projeto 22800 “ Karakurt”, desenvolvida para operar com mais eficiência em águas azuis que a sua compatriota do projeto 21631 “ Buyan-M”, que ganhou ainda mais visibilidade no mundo devido a participação de três desses navios no lançamento de misseis de cruzeiro Kalibr NK contra objetivos na Síria a partir do mar Cáspio.
Graças a parte importante da frota russa de corvetas leves estarem envelhecidas, esse setor ganhou uma atenção considerável por parte do ministério da defesa russo,  de forma que a nova corveta Karakurt destina-se a missões de guerra anti-superfície e anti- aérea, mas como sua prima Buyan-M, foi projetada para realizar vigilância costeira em zonas litorâneas.
Acima: Com um casco com desenho simples e linhas relativamente limpas, a moderna corveta Karakurt representa mais um passo no longo caminho que a industria naval militar russa tem trilhado para retomar sua capacidade.
A primeira “ Karakurt” a entrar em contato com o mar foi a Uragan (251), construída no estaleiro de Pella em São Petersburgo desde dezembro de 2015, lançado na água em julho de 2017 e entrará em fase de teste, outras cinco embarcações desse projeto (Typhoon,Storm, shkval, Burya e Okhotsk) se encontram em diferentes fases de construção, total planejado para frota russa é de 17 barcos do tipo, as embarcações devem ser destinados a a frota do mar negro e a frota do mar do norte. A classe Karakurt, foi projetado pela Almaz Desing Bureau e os estaleiros responsáveis pela construção dessas corvetas são o Pella Shipyard e Zelenodolsk Plant.
Acima: Aqui podemos ver a etapa final da montagem de uma das primeiras corvetas da classe karakurt.
A embarcação foi projetada para oferecer alta capacidade de manobra e estabilidade, possui superestrutura furtiva, será instalado sistemas de comando e controle, sistemas de navegação e comunicação, como também armas, tudo de ultima geração. A corveta do Karakurt mede cerca de 67 metros de comprimento, 11 metros de largura e pode alcançar velocidades superiores a 30 nós (56 km/h), seu deslocamento é de 800 toneladas. A propulsão do navio é fornecido por três motores a diesel M-507D-1 com 10000 HP de potencia cada um e a autonomia do navio chega a 4630 km.
Acima: Devido a boa potência de seus 3 motores a diesel M-507D-1 somados a um deslocamento muito baixo, a Karakurt é uma embarcação bastante rápida.
A pequena corveta Karakurt surpreende pelos recursos eletrônicos e de combate instalados no pequeno espaço do navio. O navio possui um sistema de antenas de radar de varredura eletrônica ativa (AESA) cuja identificação se dá por "AFAR" e que tem o alcance estimado por 100 km contra alvos aéreos. Para busca de alvos de superfície é usado o sistema Mineral ME que possui alcance de 140 km conta um navio e para controle de fogo das armas do navio, foi instalado um radar de controle de fogo MR-123 (LASKA) que pode receber apoio de um sensor passivo eletro-óptico de controle de fogo 5P-520 que fornece designação de alvos para o canhão do navio. É interessante notar a ausência total de sistemas de detecção anti submarino, o que pode ser considerado uma negligência em um cenário de média e alta intensidade de combate.
Acima: Nesta foto podemos ver as antenas do radar AESA "AFAR" na lateral do mastro e a bolha em cima do radar de superfície Mineral-ME.
A classe Karakurt está equipada com um canhão automático AK-176MA de 76,2 mm que é uma versão atualizada do canhão naval AK-176, podendo disparar uma taxa de 150 tiros por minuto. A granada tem um alcance máximo de 15,5 km. Este armamento é habilitado para ser usado contra alvos de superfície ou aéreos. Seu principal armamento, no entanto, são os oito misseis de cruzeiro lançados de um sistema de lançamento vertical UKSK que pode operar os misseis do tipo Kalibr-NK com capacidade de acertar o alvo a um alcance máximo de 2500 km como foi demonstrado na guerra contra o Estado Islâmico na Síria. O Kalibr-NK usa um sistema de guiagem inercial e por satélites para atingir seu alvo com uma poderosa ogiva com 450 kg de alto explosivo. O lançador vertical UKSK pode lançar, também os misseis anti-navio do tipo P-800 Onix, com alcance superior a 350 km e velocidade superior a mach 2.5 (3100 km/h) transportando uma ogiva com 200 kg de alto explosivo. A soma da força desta ogiva com a altíssima velocidade deste míssil permitem com que um impacto no casco perto da linha d'água, cause alta probabilidade de afundamento de navios do tamanho de grandes cruzadores.
Acima: Comparável ao famoso míssil de cruzeiro Tomahawk, da marinha norte americana, o Kalibr-NK dá uma capacidade de engajamento de alvos em território profundo do inimigo, análogos a de navios maiores.
Para proporcionar defesa antiaérea, a Karakurt estão equipadas com sistemas Pantsir-M composto por dois canhões rotativos com 6 canos AK-630M 30 mm. Cada canhão dispara a uma cadência de 5000 tiros por minuto e podem atingir além de alvos aéreos, alvos na superfície também, como barcos pequenos e rápidos no alcance de 5 kms. Além dos canhões, o sistema Pantsir-M está equipado com 8 mísseis 57E6 (SA-22 Greyhound), guiados por comando de radio e com alcance de 18 km.
A corveta também vem equipada com duas metralhadoras pesadas de 12,7 mm de operação manual.
Acima: O sistema de combate anti-aéreo Pantsir-M é montado na parte traseira da karakurt. O sistema fornece uma robusta capacidade antiaérea até a 18 km de distancia.
Depois do que foi apresentado acima, fica evidente que os projetistas russos projetaram e construíram um pequeno navio no que diz respeito a suas dimensões, mas com uma capacidade de combate bastante elevada podendo, inclusive, sem medo de exagerar, ser comparado a de uma fragata leve. Na verdade, a capacidade ofensiva proporcionada pelos mísseis de cruzeiro Kalibr-NK não é igualada por varias classes de fragatas, categoria maior que a do Karakut. A marinha russa tem dois navios desta classe em operação atualmente (2018). A um custo relativamente baixo, essas corvetas russas, caracterizadas por um armamento particularmente poderoso, promovem um efeito multiplicador de forças para a sua marinha que não conta com a mesma verba que a marinha dos Estados Unidos, sua natural adversária, se beneficia. 
Acima: Este infográfico mostra os principais sistemas e armas do Karakurt.





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7 comentários:

  1. Boa tarde!

    Muito bom navio, com poder de fogo de dar inveja a um país, onde nada se produz, só se projeta com custos estratosféricos; realmente lamentável que a Classe Karakurt, não tenha nem uma capacidade antissubmarina, mas sem duvida serião o meu sono de consumo para OPV.

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    Respostas
    1. Boa noite Jean! Sem duvidas que este pequeno, porém invocado navio de guerra seria muito bom para patrulha oceânica, principalmente quando armado com os potentes mísseis anti navio P-800 Onix.
      Abraços

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  2. Sinceramente, é essa a minha ideia de navio patrulha. Não só faz a "ronda", como é capaz de travar o primeiro combate. E poderia servir de base para um projeto de OPV.

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  3. Carlos porque essa Corveta não esta habilitada para o combate anti-submarino? Os russos usam uma classe a parte para esta função?

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