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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

EXÉRCITO DOS ESTADOS UNIDOS TESTA BUSCADOR DO NOVO MÍSSIL BALISTICO ANTI NAVIO LANÇADO DE TERRA

O Exército está trabalhando em uma variante do Míssil de Ataque de Precisão que pode atingir navios em movimento, bem como defesas aéreas hostis, usando um novo buscador.


POR JOSEPH TREVITHICK - ADAPTAÇÃO CARLOS JUNIOR

O Exército dos EUA testou com sucesso um novo buscador que ajudará a transformar seu novo míssil balístico de curto alcance Precision Strike Missile (PrSM) em uma arma que pode atingir navios em movimento e defesas aéreas inimigas. Esta notícia chega no momento em que militantes Houthi apoiados pelo Irã no Iémen se tornaram os primeiros a disparar mísseis balísticos antinavio e agora os utilizam regularmente em ataques dentro e ao redor do Mar Vermelho e do Golfo de Aden. Armas deste tipo também têm sido um importante tema de discussão no contexto de um potencial conflito futuro entre os Estados Unidos e a China no Pacífico .

O teste de voo inicial do buscador para o que é oficialmente conhecido como Míssil Anti-Navio Baseado em Terra (LBASM) ou Míssil de Ataque de Precisão (PrSM) Incremento 2 foi concluído em 2023, de acordo com o Centro de Aviação e Mísseis do Comando de Desenvolvimento de Capacidades de Combate do Exército. ou DEVCOM AvMC. O centro divulgou o marco num resumo das conquistas do ano passado, publicado no início de janeiro de 2024.

O Exército começou a receber seus primeiros exemplos operacionais do míssil PrSM Increment 1 de linha de base em dezembro. Essas armas são capazes de atingir alvos estáticos apenas usando um pacote de orientação do sistema de navegação inercial assistido por GPS (INS). Eles também têm um alcance máximo de cerca de 500 quilômetros e isso poderá aumentar para cerca de 650 quilômetros no futuro. Os veículos de lançamento existentes do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade M-270 e do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade M-142 (HIMARS) podem disparar PrSMs.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

O grande desfile militar dos 75 anos do Exército Popular da Coréia do Norte


Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 9 de fevereiro de 2023.

Um grande desfile militar foi realizado na Praça Kim Il Sung, na capital Pyongyang, em 8 de fevereiro para comemorar o 75º aniversário de fundação do Exército Popular da Coréia, as forças armadas revolucionárias da República Popular Democrática da Coréia.

A cerimônia ocorreu à noite, com a presença do "Líder Supremo da Coréia do Norte" Kim Jong-un e sua entourage, marcando a quarta aparição pública da filha de 10 anos do grande líder, Kim Ju-ae.

O desfile demonstrou as típicas formações em massa de soldados marchando em uníssono com fuzis Kalashnikov com baionetas caladas, e com passos firmes e gritos de guerra vigorosos. Além das demonstrações de tropas especiais com equipamentos de combate invernal, snipers em trajes ghillie e outras forças especiais, o principal evento foi a exibição da maior quantidade de mísseis intercontinentais balístico (ICBM) com capacidades nucleares. Além da quantidade e tamanhos enormes desses novos mísseis, o maior e mais avançado deles foi exibido: o Hwasong-17.


Hwasong-17 tem capacidade para atingir qualquer ponto no território dos Estados Unidos e é o carro-chefe do programa de defesa norte-coreano. Outra novidade foi que alguns ICBM parecem ser projetados para usarem combustível sólido, o que os tornaria muito mais rápidos para pronto-lançamento em comparação aos modelos de combustível líquido. No ano passado, os norte-coreanos realizaram um recorde de lançamentos, inclusive lançando um míssil sobre o Japão; causando apreensão nos países limítrofes.

Conforme notado pelos analistas, esses mísseis são tão importantes para ethos norte-coreano que a esposa do líder supremo foi vista usando um pingente com a forma do Hwasong-17. Em novembro o ano passado, Kim Jon-un supervisionou o lançamento do novo ICBM acompanhado da filha para estabelecer uma ideia de continuidade do regime, como uma possível sucessora, e para mostrar que o regime norte-coreano não tem intenção de abandonar o seu programa nuclear.

Kim Jon-un e Kim Ju-ae diante de um míssil Hwasong-17,
19 de novembro de 2022.

Seguem algumas imagens do desfile:




























sábado, 19 de novembro de 2022

Mísseis russos destruíram metade da rede elétrica da Ucrânia

Civis ucranianos participam de um curso de habilidades militares em Kyiv em fevereiro de 2022.
(Foto de Nolan Peterson/Coffee or Die Magazine)

Por Nolan Peterson, Coffee or Die, 18 de novembro de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 19 de novembro de 2022.

A primeira nevasca do ano atingiu grande parte da Ucrânia nesta semana, anunciando meses de frio intenso pela frente. À medida que as temperaturas continuam caindo, a campanha persistente da Rússia de ataques com mísseis e drones contra a rede elétrica da Ucrânia cobra seu preço, provocando blecautes frequentes em todo o país, bem como a perda recorrente de conectividade com a Internet. Os ataques da Rússia também cortaram o fornecimento de água encanada e aquecimento a milhões de ucranianos.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, disse a repórteres que os ataques russos destruíram até agora cerca de metade da rede elétrica nacional da Ucrânia, marcando um marco sombrio antes do inverno. Trabalhadores ucranianos conseguiram reparar os danos rápido o suficiente para evitar um colapso completo da rede de energia, mas a margem está diminuindo, dizem as autoridades, e se os ataques da Rússia não cessarem logo, a situação pode se tornar mais terrível.

Cerca de 10 milhões de ucranianos perderam energia após ataques de mísseis russos em todo o país na quinta-feira, 17 de novembro. No dia seguinte, a eletricidade foi restaurada para quase 100% da população, relatou Oleksandr Kharchenko, diretor do Centro de Pesquisa da Indústria Energética. Mesmo assim, muitos residentes em Kyiv relataram quedas de energia persistentes na sexta-feira, 18 de novembro.

Desde 10 de outubro, o dia em que os mísseis de cruzeiro atingiram o centro de Kyiv na salva inicial da escalada de ataques de longa distância de Moscou, os mísseis russos causaram mais danos à rede elétrica nacional da Ucrânia do que nos oito meses anteriores de guerra em grande escala.

Até agora, os parceiros internacionais da Ucrânia prometeram cerca de US$ 200 milhões para reparar a infraestrutura de energia da Ucrânia, disse Kharchenko.

Com sua força de invasão recuando em várias frentes, Moscou recorreu a uma campanha de ataque de longa distância, principalmente usando mísseis de cruzeiro e drones explosivos de fabricação iraniana, com o objetivo de desestabilizar a economia da Ucrânia e minar o moral civil. O último ataque em massa em 15 de novembro envolveu cerca de 100 mísseis direcionados contra locais de infraestrutura de energia em toda a Ucrânia.

A falta de energia tornou-se um novo item básico da rotina diária dos ucranianos. Muitos restaurantes na capital Kyiv oferecem dois menus - um para quando a energia está ligada e outro para jantar durante um blecaute. Muitas outras empresas tiveram que reprogramar seu horário de expediente em torno de interrupções planejadas. Com os problemas de conexão com a internet cada vez mais comuns, o trabalho remoto se tornou uma dor de cabeça.

Além dos inconvenientes, a ameaça interminável de ataques com mísseis e drones mantém as pessoas nervosas. A maioria dos civis se adaptou ao perigo e geralmente segue suas vidas normais - ainda assim, eles também vivem com a terrível realidade de que um perigo letal pode aparecer do céu praticamente a qualquer momento.

A devastação acumulada pela guerra também se manifestou de outras maneiras. Por exemplo, cerca de 30% do território nacional da Ucrânia está agora minado – uma área com cerca do dobro da massa terrestre da Áustria.

“A área e os volumes de minagem no território da Ucrânia aumentaram 10 vezes em comparação com o período pré-guerra”, disse Serhiy Kruk, chefe do Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia, durante uma entrevista na televisão.

Sobre o autor:

Nolan Peterson é editor sênior da revista Coffee or Die e autor do livro Why Soldiers Miss War (Por que os soldados sentem saudades da guerra). Ex-piloto de operações especiais da Força Aérea dos Estados Unidos e veterano das guerras no Afeganistão e no Iraque, Nolan é agora um jornalista de conflitos e autor cujas aventuras o levaram a todos os sete continentes. Além de suas memórias, Nolan publicou duas coleções de ficção. Ele mora em Kyiv, Ucrânia, com sua esposa, Lilya.

Leitura recomendada:

O Grupo Mercenário Wagner está recrutando comandos afegãos treinados pelos EUA para lutar na Ucrânia, diz seu ex-general3 de novembro de 2022.

FOTO: T-72 ucraniano decapitado21 de outubro de 2022.

FOTO: Combatentes voluntárias ucranianas treinando com fuzis Kalashnikov, 15 de outubro de 2022.

COMENTÁRIO: O Brasil não pode virar a Ucrânia amanhã2 de março de 2022.

As primeiras lições da guerra na Ucrânia26 de maio de 2022.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Parlamentares dos EUA pretendem integrar sistemas de defesa de Israel e 9 Estados árabes contra o Irã

O comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Major-General Hossein Salami (à direita) passa por um sistema de defesa aérea Khordad-3 durante uma visita a uma exposição no museu da Revolução Islâmica e Defesa Sagrada, na capital Teerã, em 21 de setembro de 2019.
(Atta Kenare/ AFP)

Por Jacob Magid, The Times of Israel, 10 de junho de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 11 de julho de 2022.

Projetos de lei bipartidários na Câmara e no Senado veriam Israel trabalhar com países como Iraque, Arábia Saudita, Omã, Kuwait e Catar – embora não esteja claro se eles estão a bordo.

Grupos bipartidários de legisladores dos EUA na Câmara e no Senado apresentaram legislação na quinta-feira destinada a criar um sistema integrado de defesa aérea para aumentar a cooperação entre Israel e Estados árabes vizinhos contra o Irã.

A Lei Dissuadir as Forças Inimigas e Habilitar as Defesas Nacionais (Deterring Enemy Forces and Enabling National Defenses, DEFEND) é o mais recente esforço nos EUA para reforçar os acordos de normalização dos Acordos de Abraham que o governo Trump intermediou entre Israel, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos em 2020.

A legislação autorizaria o Departamento de Defesa dos EUA a cooperar com Israel, Egito, Jordânia, Iraque e todo o Conselho de Cooperação do Golfo – Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Catar, Omã e Kuwait – para desenvolver e implementar uma arquitetura integrada de defesa aérea e antimísseis para se defender das ameaças iranianas.

Com exceção do Egito, Jordânia e – mais recentemente – Emirados Árabes Unidos e Bahrein, Israel não tem vínculos formais com os demais países listados na legislação norte-americana. Com alguns deles, mantém relações discretas que cresceram nos últimos anos para cooperar contra o Irã, mas o parlamento do Iraque aprovou no mês passado uma legislação que criminaliza a normalização dos laços com o Estado judeu.

Não ficou claro se algum dos países listados está a bordo de tal esforço ou se eles foram consultados pelos legisladores antes da divulgação da legislação.

A ideia de um sistema de defesa aérea conjunto entre Israel e seus vizinhos árabes não é nova, porém, e foi levantada durante a Cúpula do Negev de ministros das Relações Exteriores de Israel, EUA, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Egito em março passado. Também foi discutido em conversas entre os EUA e a Arábia Saudita que Washington espera que culmine em Riad tomando medidas para normalizar os laços com Israel.

A legislação também exigirá que o Departamento de Defesa emita um relatório ao Congresso sobre a viabilidade de estabelecer tal sistema de defesa aérea para combater os programas de mísseis balísticos, drones e foguetes do Irã dentro de 180 dias após sua aprovação.

O projeto de lei está sendo apresentado no Senado pelos democratas Jacky Rosen e Cory Booker e pelos republicanos Joni Ernst e James Lankford. Na Câmara, está sendo apresentado pelos democratas Brad Schneider, David Trone e Jimmy Panetta e pelos republicanos McMorris Rodgers, Ann Wagner e Don Bacon. Todos os co-patrocinadores são membros do Abraham Accords Congressional Caucus que foi estabelecido no início deste ano.

“O Irã está na linha de uma jarda em busca de uma arma nuclear e está ameaçando nossos aliados na região de várias outras maneiras. Fortalecer nossos aliados construindo a unidade e aprimorando as capacidades de segurança compartilhadas é fundamental para enfrentar as ameaças iranianas à região”, disse Schneider em comunicado.

“A liderança americana no desenvolvimento de defesa integrada aérea e antimísseis, forneceria segurança, estabilidade e defesa unificada essenciais à região. A Lei DEFEND é um excelente exemplo do importante trabalho bipartidário e bicameral que o Congresso deve priorizar em nossa busca pela paz e estabilidade regionais”, acrescentou.

domingo, 26 de junho de 2022

FOTO: Presente para Hitler

"Presente para Hitler."

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 26 de junho de 2022.

O soldado Joseph Wald, da Brigada Judaica, segurando um obus de artilharia com a inscrição “Presente para Hitler” em hebraico e com uma Estrela de Davi, símbolo judaico), na Itália em 1944-45. Colorização por Refael Ben Zikri da Grafi Design - גרפי דיזיין, de Israel.

Original em preto e branco.

A inscrição de provocações em obuses (granadas de artilharia) era algo comum e praticado por ambos os lados. Abaixo, um artilheiro italiano carregando um obus com os dizeres "Buon Anno a Stalin", que se traduz como "Feliz Ano Novo a Stalin"; na Frente Oriental em 1942-3.

"Feliz Ano Novo a Stalin."

A mais famosa foto da Força Expedicionária Brasileira (FEB) é aquela do Soldado Francisco de Paula carregando um obus 105mm com os dizeres "A cobra está fumando...".

"A cobra está fumando...".
(Colorização de Marina Amaral)

Bibliografia recomendada:

The Jewish Brigade.
Marvano.

Leitura recomendada:

terça-feira, 24 de maio de 2022

Artilharia: Os CAESAr cedidos pela França às forças ucranianas já teriam entrado em ação

Obus autopropulsado francês CAESAr dispara no vale médio do rio Eufrates, no Iraque, 2 de dezembro de 2018.

Por Laurent Lagneau, Zone Militaire Opex360, 24 de maio de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 24 de maio de 2022.

Já faz pouco mais de um mês que, em entrevista concedida a três jornais europeus, o presidente Macron anunciou a entrega de caminhões equipados com sistema de artilharia de 155mm [CAESAr] às forças ucranianas. Desde então, os termos exatos dessa transferência ainda não foram confirmados pelo executivo. Pelo menos oficialmente.

Assim, não foi especificado o número de peças CAESAr em questão, ainda que se trate de dez ou doze exemplares, a priori retirados dos 76 que o Exército Francês tinha até então em sua posse. Por outro lado, sabemos que pelo menos quarenta artilheiros ucranianos passaram pelo acampamento militar de Canjuers [Var] para aprender a usá-las. Onde estamos desde então?

Em artigo publicado pelo New York Times em 23 de maio, o especialista militar ucraniano Mykhailo Zhirokhov, autor de um livro sobre o uso da artilharia na guerra do Donbass, afirmou que aprender a usar o CAESAr "leva meses" e que "até os franceses pensam que eles são muito complicados"... ao contrário dos obuses americanos M777, já implementados pelas forças ucranianas. Como lembrete, os Estados Unidos anunciaram sua intenção de transferir 118 exemplares para Kiev.

Muito complicado o CAESAr? Não é o que afirma o portal dos sites associativos da artilharia francesa, referência neste campo.

“A simplicidade de implementação do sistema de mira automática desta arma possibilita treinar tripulações de armas com validação de disparo em 114 horas. O motorista recebe informações simples sobre a manutenção do transportador, uma vez que a habilitação do veículo pesado é suficiente para conduzir o CAESAr”, lemos em folha publicada por este site. Por outro lado, para “para reivindicar o serviço em teatro de operações, cada regimento equipado com este sistema terá que passar por um curso de formação de quinze dias, depois realizar uma campanha de tiro”, especifica o mesmo documento.

De qualquer forma, e desde que seja autêntico, um vídeo postado no Twitter pela conta "Ukraine Weapons Tracker" [@UAWeapons] sugere, apesar de sua má qualidade, que os CAESAr prometidos à França chegaram à Ucrânia, onde são usados ​​pela 55ª Brigada de Artilharia. No início da sequência, podemos ver uma placa de sinalização aparentemente ucraniana... que é muito difícil de decifrar. Em um obus manipulado pelos servidores de um CAESAr, pode-se ler "por Mariupol" [conforme comentários postados após essas imagens]. 

De qualquer forma, esta é a primeira vez que os tiros do CAESAr são relatadas na Ucrânia. Presumivelmente, isso ocorreu na região de Severdonetsk, onde as forças russas estão atualmente concentrando seus esforços.

Lembrando que, podendo ser rapidamente colocado em bateria por seus cinco servidores, o CAESAr pode disparar seis projéteis calibre 52 [compatível com o padrão OTAN] por minuto, a uma distância de 40km.


Leitura recomendada:

A Colômbia comprará 12 obuses Caesar fabricados na França20 de maio de 2022.

Há quase 20 anos, 45 tanques Leclerc foram desdobrados na Ucrânia para um grande exercício13 de fevereiro de 2022.

A Legião Estrangeira Francesa autoriza os legionários afetados pela guerra na Ucrânia a recolherem seus parentes2 de março de 2022.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

A Colômbia comprará 12 obuses Caesar fabricados na França

Soldados franceses realizam um exercício de tiro real com um obus autopropulsado Caesar fora do aeródromo de Bagram, Afeganistão, em 2009.
(Staff Sgt. Teddy Wade/Exército dos EUA)

Por José Higuera, Defense News, 19 de maio de 2022.

Tradução Filipe do A. Monteiro, 20 de maio de 2022.

SANTIAGO, Chile - A Colômbia selecionou o obus Caesar da Nexter como parte de um esforço para modernizar as capacidades de artilharia de campanha de seu Exército, com negociações começando para um primeiro lote de quatro, no valor de cerca de US$ 35 milhões, disseram fontes militares em Bogotá ao Defense News sob condição de anonimato por motivos de segurança.

O obus de 155mm com tração nas seis rodas, fabricado na França, foi selecionado no final de 2021, com o Exército selecionando-o no início deste mês, seguido pelo governo aceitando a decisão e autorizando o início das negociações. O Ministério da Defesa se recusou a comentar esta história.

A arma de calibre 155mm/52 pode disparar uma ampla gama de munições, incluindo LU, BONUS, ERFB NR e KATANA; a munição LU oferece um alcance de 4,5 a 40 quilômetros (2,796 a 24,85 milhas).

O Caesar passou por uma manifestação na Colômbia em 2011. Com isso, a Nexter foi convidada pelo Exército a apresentar propostas para a venda de até 12 obuses, com a encomenda do primeiro lote de seis prevista para 2014.

No entanto, problemas políticos e fiscais causaram o adiamento dos planos de compras. Os esforços de aquisição foram revividos em 2019 e, segundo fontes, devem incluir a aquisição de até 12 obuses Caesar, mas distribuídos em três lotes de quatro cada.

A aquisição faz parte do esforço do país para modernizar e aumentar suas capacidades militares convencionais para combater insurgências e tráfico de drogas. Como parte desse esforço, sete dos 13 obuses rebocados da General Dynamics European Land Systems 155/52 APU SBT no inventário da Colômbia foram recentemente reformados e modernizados.

O programa de modernização também incluiu a integração do sistema de posicionamento e direcionamento NELI da Star Defense Logistics and Engineering da Espanha. Uma versão do NELI, adaptada às necessidades e condições da Colômbia, foi desenvolvida em conjunto com a empresa local Dynamic Trading Solutions. O NELI é usado com os canhões de 105mm e morteiros de 120mm da Colômbia e será integrado ao Caesar.

O Exército também adquiriu sofisticados simuladores de artilharia móvel para apoiar o treinamento de campo. A empresa americana Force Improvement forneceu quatro unidades desde 2020 e uma quinta foi encomendada no final de 2021, embora o custo não tenha sido revelado.

Instalado dentro de contêineres de caminhão com 120 metros de comprimento, a tecnologia móvel permite o controle total dos treinos e exercícios, simulando diversos ambientes e condições climáticas, além de uma ampla gama de munições, resultando em treinamentos mais intensos e de maior qualidade por uma fração do custo dos exercícios de munição real.

Leitura recomendada:


Soldados Colombianos na Coréia, 12 de outubro de 2021.


quinta-feira, 10 de março de 2022

Uma coluna russa foi emboscada e destruída, o comandante regimental morreu

Explosão na vanguarda da coluna.

Por Filipe do A. Monteiro, Warfare Blog, 10 de março de 2022.

Hoje cedo, 10 de março, foi liberado um vídeo gravado por drone mostrando uma coluna blindada russa sendo engarrafada e destruída por uma combinação de artilharia e disparos diretos de tanques aguardando em emboscada. A ação foi compartilhada nas redes sociais imediatamente.

"Incrível vídeo de drone de uma emboscada de uma coluna de tanques russos supostamente do 6º regimento perto da região de Brovary, oblast de Kiev. O áudio parece ser uma interceptação de um oficial russo chamando superiores para relatar a emboscada e morte do comandante do regimento."
O vídeo tem a marca d'água Азов (Azov) e mostra os arredores da emboscada, incluindo tanques em diferentes locais. A perda do comandante regimental foi mais uma ocasião embaraçosa para o Exército Russo, que já perdeu 3 generais desde o início da invasão.

A identidade do comandante foi confirmada como sendo o Coronel Andrei Zakharov.

"Coronel Andrei Zakharov, comandante de um regimento de tanques russo, foi eliminado pelas AFU no distrito de Brovary, na região de Kiev.
Ele recebeu a Ordem da Coragem das mãos de Vladimir Putin em 2016, conforme noticiado pela mídia ucraniana."

Esse vídeo com melhor qualidade permite uma melhor identificação dos veículos.

Os veículos vão sendo alvejados durante a ação enquanto a comunicação russa via rádio é interceptada.

  • Soldado 1: Nitro, aqui é Udar. Câmbio.
  • Soldado 2: Udar, aqui é Nitro. 6º Regimento perdido.
  • Soldado 1: O quê?
  • Soldado 2: Não posso informar sobre o 6º Regimento. Estou coletando dados. Muitas perdas. Eles esperaram por nós. O chefe do comboio entrou na emboscada. Comandante do regimento morto em ação. Classificando sobre o resto.
  • Soldado 1: Assim que você resolver as coisas, informe-me. Entendido?
  • Soldado 2: ...Tanques e artilharia estavam bombardeando de lá. Drones, de Bayraktar, pelo que entendi. Estou resolvendo as outras perdas.

As imagens dão uma vista aérea perfeita da ação, com a vanguarda da coluna sendo atacada primeiro, parando os veículos. Então uma explosão na retaguarda engarrafa os blindados. Alguns tiros ocorrem e um certo número de veículos consegue recuar da emboscada.

Um tanque na beirada da rua.

Explosão na retaguarda da coluna.

Dois homens são visíveis segundos antes no local da explosão.

O equipamento usado pela coluna é notavelmente antigo, com as fotos mostrando carros de combate T-72A da era soviética sendo empregados. O material arcaico vem chocando os observadores, com muitos se perguntando por onde andam as "armas fantásticas" noticiadas à exaustão pela mídia russa nos últimos 20 anos.

T-72A destruído na emboscada.

Inicialmente identificado como um T-72AV, por si só bem antigo, a inspeção subsequente mostrou trata-se de um modelo A, ainda mais antigo, equipado com um pacote DIY Kontakt-1 de blindagem reativa explosiva (Explosive Reactive ArmourERA).

Aos 27 segundos, um lançador russo no meio do comboio faz um disparo.

Momento do disparo.

Trata-se de um lançador múltiplo de foguetes BM-1 armados com foguetes TOS-1A termobáricos.

Os ucranianos também filmaram os resultados da emboscada depois que os russos recuaram.

O local da emboscada foi confirmado por satélite como ocorrido em Bovary, com os pontos de referência marcados.


Os pontos de referência foram examinados pelo Google Earth.

As imagens foram analisadas e notou-se que é a primeira vez que um Grupo Tático de Batalhão russo (Battlegroup, BTG / Батальонная тактическая группа, batal'onnaya takticheskaya gruppa) operando como deveria em nível tático; embora a execução deixe muito à desejar. A unidade russa foi estimada como sendo do 36º ou 41º Exército de Armas Combinadas (Combined Arms ArmyCAA).

A área vermelha mostra o ataque de artilharia.
Material listado indica companhias de BMP-1, T-72 e BTR-82.
O TOS-1 Buratino é visível no canto inferior direito.

A presença dos lançadores TOS-1A é uma novidade, e um tanto preocupante. Os russos atravessaram pela Bielo-Rússia e pretendem posicionar a artilharia no perímetro de Kiev para achatar a cidade com bombardeios indiscriminados. Nos últimos dias, os russos passaram a mirar civis de forma proposital.

BM-1 TOS-1A com a marcação do círculo, designação a procedência como a Bielo-Rússia.

"Os russos nem se preocuparam em desligar as câmeras no posto de fronteira ucraniano, para que o mundo inteiro possa assistir seus tanques entrarem na Ucrânia pelo lado da Bielorrússia."

Os russos têm um sistema de letras - com a letra "Z" tornando-se um símbolo nacional - e estes estão indicados na tabela abaixo.


  • Distrito Militar Oriental: Z
  • Forças da Criméia: Z (dentro de um quadrado)
  • Forças da Bielo-Rússia: O
  • Infantaria Naval: V
  • Chechenos de Kadyrov: X
  • Grupo Alfa de forças especiais: A
Conforme os russos tentam fechar o cerco a Kiev, suas linhas de suprimentos continuam sobre-extendidas. Os ucranianos e os voluntários estrangeiros continuam escaramuçando as linhas desprotegidas do Exército Russo e impedindo que o poder de fogo russo seja desdobrado em força. Resta saber até quando isso vai durar.