segunda-feira, 15 de outubro de 2018

CLASSE SEAWOLF. O Ultimo filho da guerra fria

FICHA TÉCNICA
Tipo: Submarino nuclear de ataque.
Data de comissionamento: Julho de 1997.
Comprimento: 107,6 m.
Largura: 12,2 m.
Calado: 11 m.
Deslocamento: 9285 toneladas.
Velocidade máxima: 30 nos (56 Km/h) submerso.
Profundidade: 500 metros (estimado).
Armamento: 8 Tubos para torpedos de 660 mm Mk-48 ADCAP mod 6, Mísseis UGM-84 Sub Harpoon, mísseis BGM-109 Tomahawk, Ao todo podem ser transportados 50 munições configuradas com estas 3 armas.
Tripulação: 140homens.
Propulsão: Um reator nuclear Westinghouse S6W PWR, e duas turbinas que juntas produzem 52000 hps.

DESCRIÇÃO
Por Ironhead
Os submarinos da classe Seawolf, da Marinha dos Estados Unidos, podem ser considerados como os últimos descendentes do período da guerra fria. Ele foi projetado para destruir os submarinos estratégicos da marinha soviética que ameaçavam o território norte americano e de seus aliados. Para conseguir esse objetivo, o Seawolf foi projetado para ter os mais avançados sistemas de guerra naval já incorporados a um submarino, assim como ser o mais silencioso submarino do mundo. A principal consequência desses requisitos se mostrou no enorme valor do desenvolvimento deste submarino superlativo. Porém, com a queda da União Soviética, a guerra fria foi, por assim dizer, “vencida” pelo ocidente, e com a mudança no cenário internacional, os custos elevados do Seawolf começaram a despertar um desconforto no congresso dos Estados Unidos e no departamento de defesa. Graças a esse problema o programa do Seawolf foi finalizado após a entrega do terceiro submarino desta classe, que inicialmente deveria substituir a já cansada frota de submarinos classe Los Angeles. Porém a necessidade de se substituir a grande frota dos Los Angeles ainda existia. A solução foi a de desenvolver um submarino avançado, mas menos sofisticado, e por isso mais barato que o caro Seawolf. Esse submarino, a classe Virginia, já descrita no WARFARE Blog, foi a solução definitiva para a força de submarinos de ataque da marinha dos Estados Unidos para o inicio do século 21.
Depois desse inicio voltemos para o foco deste trabalho que é descrever o que pode ser considerado como o mais avançado submarino nuclear de ataque já construído no ocidente.
Acima: Projetado para substituir a frota de submarinos da classe Los Angeles na missão de caçar e destruir os submarinos lançadores de mísseis balísticos da união Soviética, o Seawolf acabou se tornando excessivamente caro para se justificar o investimento depois do fim da guerra fria.
O Seawolf foi projetado como uma embarcação modular para facilitar a manutenção e as eventuais atualizações que poderão ser incorporadas ao projeto no futuro. Além disso, o desenho deste submarino permite uma hidrodinâmica que favorece a manobrabilidade, que na verdade é muito superior a encontrada nos submarinos da classe Los Angeles.
A propulsão é feita por um reator nuclear Westinghouse S6W PWR que alimentam duas turbinas de 52000 hp além de produzir 38.8 MW de energia elétrica. Esse sistema propulsor move um sistema de jato de água que trabalha com menor ruído e permite uma velocidade máxima de navegação, quando submerso, de 30 nos (cerca de 56 km/h) ou em velocidade silenciosa, de 20 nós (37 km/h). A julgar por dados estimados diferentes sobre a capacidade de mergulho do Seawolf, é provável que a  profundidade máxima que este submarino consegue chegar seja de 500 m e por isso é plenamente capaz de navegar sob o gelo ártico.
Acima: O sistema de propulsão do Seawolf usa um sistema de jato de água que reduz o ruído de uma hélice comum, contribuindo para um dos índices de maior silêncio dentre os submarinos nucleares que operam atualmente.
O Seawolf incorpora uma capacidade avançada de inteligência eletrônica que permite fazer a investigação e registrar toda a rede de comunicação do inimigo, enquanto ele estiver navegando pelo litoral do território inimigo. O sistema de controle de combate atualmente em uso é o Lockheed Martin BSY-2 que substituiu o original AN/BYG-1 produzido pela Raytheon. O BSY-2 controla uma enorme quantidade de sub sistemas, entre eles o sistema MK-2 de controle de fogo que permite o engajamento de alvos múltiplos simultaneamente.. A suíte de sonares do Seawolf é formada pelo sonar BQQ-5D montado no casco com varredura ativa e passiva de banda larga além de um sonar rebocado TB-19 A desenvolvido pela Lockheed Martin. Um sonar de curto alcance BQS-24 também equipa este submarino. Atualmente o Seawolf está passando por uma atualização em que está sendo instalado um sistema de processamento de sonar AN/BQQ-10 (V-4) desenvolvido pela Lockheed Martin sob o programa Acoustic-Rapid Commercial-Off-The-Shelf Insertion (A-RCI) que visa padronizar os sistemas de sonares em navios americanos.  Um radar de navegação BPS-16 está instalado no Seawolf também.
Acima: Aqui vemos o painel de operação do sistema de controle de combate Lockheed Martin BSY-2 que gerencia os dados recebidos por sensores e opera o armamento.
Com relação à capacidade de combate, o Seawolf é pesadamente armado, contando com 8 tubos de torpedos de 660 mm que são carregados com o torpedo pesado MK-48 ADCAP. Este torpedo tem um alcance de 50 km quando configurado para velocidade de 40 nós (74 km/h) e 38 km se configurado para velocidade maior, 55 nós (102 km/h). Esses tubos de torpedos estão habilitados a lançamento de mísseis Tomahawk que no caso do Seawolf, são transportados na versão de ataque terrestre e na de ataque anti-navio. A versão de ataque terrestre tem um alcance de 2500 km, e com sua guiagem feita por um sistema de navegação inercial TERCOM, onde há dados e posicionamento e mapas previamente carregados no computador de navegação do míssil, e, ainda, apoiado por um sistema GPS, possui uma margem de erro pontual de 10 metros. A versão anti-navio tem um alcance de 450 km e usa um sistema de guiagem inercial e um radar ativo na fase final do curso. Um outro míssil transportado pelo Seawolf é o famoso míssil Sub Harpoon, que na verdade é a versão do Harpoon lançada de submarinos. Este míssil tem um alcance de 130 km e sua ogiva tem 225 kg de alto explosivo (HE). Este míssil tem um perfil de voo “Sea Skimming” (rente ao mar) para dificultar sua detecção e consequentemente sua interceptação. No total são transportados 50 mísseis e torpedos cuja as proporções de cada variará de acordo com a missão a ser executada.
Acima: Os 8 tubos de torpedos localizados na lateral  frontal do Seawolf, possuem 660 mm de diâmetro e permitem lançar torpedos pesados MK-48 ADCAP e mísseis anti-navio Sub Harpoon e de cruzeiro Tomahawk.
Com uma ficha dessas o Seawolf é um dos mais poderosos submarinos já construídos. Sua função principal foi a de caçar os excelentes submarinos estratégicos do extinto bloco soviético (hoje Rússia) durante a guerra fria, um problema que hoje ainda existe mas com a transferência de foco para a frota chinesa, que já começa a incomodar pelo crescente aumento de seu poder de fogo e aos conflitos de interesses entre os Estados Unidos e o governo Chinês. Assim o Seawolf continuará a ter um papel importante na capacidade de defesa da marinha dos Estados Unidos.




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Um comentário:

  1. A nova guerra fria está chegando, USA versus China. Quem será o vencedor?

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